19.9.21

Será que?

setembro 19, 2021 0 Comments



Será que ainda te lembras do que tinhas antes, a total liberdade nas escolhas e o estar onde, quando e com quem quisesses? Será que tens noção do poder que carregavas, sempre e de cada vez que ias e voltavas quando muito bem te apetecesse, mas ainda assim ficavas no mesmo lugar? Será que já olhas de forma consciente para os inúmeros abraços que podias ter dado, mas que desvalorizaste? Será que te bastam os momentos ao telefone e as mensagens que atiravas sem demasiado cuidado, mas que agora são pouco mais do que te resta?

Nunca se falou tanto em afectos, em demonstrações intencionais e sentidas do amor que julgámos estar sempre lá, no nosso formato e disposição. Nunca quisemos tanto querer, abraçar, cuidar e olhar nos olhos. Nunca nos sentimos tão sós e incapazes de simplesmente escolher o que ser e fazer.

Já é uma história mais do que antiga, a necessidade da perda para a posterior valorização. Só reconhecemos o que não podemos ter, porque só teremos o que nos permitir a vida, mas será que mudámos alguma coisa e nos prometemos o diferente? Permito-me duvidar, porque mal passe a tempestade, a aparente bonança levará para bem fundo da nossa curta memória, o que tanto nos custou. Foi-nos dada a possibilidade de reavaliar, mudar, usufruir, cuidar e dividir, mas tenho sérias dúvidas quanto à noção colectiva da necessidade de fazer diferente e melhor. Contino a esbarrar em muito conformismo e distanciamento emocional, porque só nos lembramos de Santa Bárbara quando troveja, mas mal o sol irrompe... 

Será que já pesaste e mediste bem o que eras e fazias antes do mundo se virar ao contrário? Se a resposta for um não peremptório, o meu conselho é que te apresses, porque a vida não espera pelos indecisos e porque o mundo será sempre maior do que o teu "quintal", por consequência estarás e serás susceptível à sua vontade.

17.9.21

Tenho saudades de me sentir apaixonada!

setembro 17, 2021 0 Comments


Preciso de vos confessar que tenho saudades de me sentir apaixonada, das borboletas na barriga e até das ilusões que criamos para que tudo se encaixe. Tenho saudades de disparar, de forma desmedida, a palavra amo-te, sem medo de não a ouvir de volta. Tenho saudades de saber que alguém adormece e acorda comigo no pensamento e que movimenta todo o seu universo para me incluir e manter feliz na felicidade de que já sou feita, porque apenas assim darei o que é necessário a quem me reconheceu. Já não me inibo de demonstrar a falta que me faz uma outra metade inteira, alguém com quem possa falar de tudo o que tenho dentro, sem inibições e sentindo, em todos os momentos, que as nossas diferenças não superam o que nos une.

Onde foram parar as certezas que me envolviam quando dizia que me teriam para sempre? Onde posso reencontrar quem esteja totalmente envolto na coragem que o amor exige? Onde me refugiei enquanto desistia de voltar a amar?

Preciso de sair do conforto aparente que a solidão me provoca e voltar a estar pronta para "te" receber. Quero que a inocência me envolva, uma vez mais, para que volte a acreditar que o grande amor da minha vida está para chegar. Tenho uma vontade ENORME de resistir a todos os embates da vida sem qualquer mazela, simplesmente por ter o coração cheio, pleno e pronto. 

Preciso de vos confessar que por vezes vacilo, quebro e questiono toda a minha postura, mas que também sei e percebo, que enquanto não amar com o mesmo retorno, entrega e cumplicidade, não retirarei uma vírgula à segurança que o amor próprio me provoca. Tenho saudades de ter amor a baldes, é uma realidade, mas enquanto ele não chegar, vou continuar a ouvir e a dançar as músicas que me mantêm viva e quem sabe não as "ouves" também.

16.9.21

Arrependimentos, quantos tens?

setembro 16, 2021 0 Comments



Arrependimentos, quantos tens e o que pretendes fazer com cada um? 

Há muito que aprendi a não olhar demasiado para trás e a não esperar pelo que já não tem forma de regressar. Há muito que me sinto mais madura e segura desde que aprendi a aceitar o que carregam os outros, focando-me apenas no bem que me trouxeram. Já não procuro por razões que os justifiquem, até porque poderão nem existir, ao invés procuro pelas minhas, as que me levaram a querer, a acreditar e a esperar pelo que não tinham forma de me dar. Já me sei desculpar, pelas escolhas erradas e pela crença inusitada, porque na verdade todos dão, de uma forma ou de outra, sinais claros, no entanto decidi ignorá-los. Já não fico demasiado tempo no tempo que não me pertence, até porque só tenho este, o agora, o já.

Arrependimentos? Claro, uns quantos, mas deixei de os apontar e de manter vivos, agora tranquilizo-me para que possam apenas fazer parte do meu percurso. Vou seguramente continuar a acumular uns quantos, mas isso significará que ainda ando por aqui, a errar e a aprender.

15.9.21

Nem sempre corre bem...

setembro 15, 2021 0 Comments



Nem sempre vai correr tudo como planeaste, porque por vezes perderás o controlo do que consideravas certo. Nem sempre poderás seguir de acordo com o que viste, reviste e antecipaste, porque o mundo é feito de muito mais do que comportas, mesmo com a melhor das intenções.

Somos feitos de crenças, rituais, medos e lugares que nem sempre nos acolhem. Somos mais pequenos do que a vontade de mudarmos tudo à nossa volta, mas capazes, quando assim o decidimos, de nos agigantarmos e fazermos valer a razão que nos define. Somos responsáveis, em todas as instâncias, pelas escolhas que nos levarão onde finalmente estaremos seguros e em paz, ou que nos farão carregar o inferno às costas, queimando tudo e todos os que nos poderiam salvar de nós.

Nem sempre fará sentido aos outros, mas eles serão tão somente uma parte do quadro que pintas a cada dia e que deverá ter apenas as cores que te reflectem. Nem sempre terás algo de importante e válido a dizer, mas deverás, sempre e para sempre, dizer o que nunca provocar dúvidas, sobretudo a ti. Nem sempre vencerás, mantendo por perto quem aparentemente te iluminava os dias, mas terás sempre como saber com quem ficar e quando te dares a importância que mereces.

12.9.21

Esta é a tua vida!

setembro 12, 2021 0 Comments



Esta é a tua vida e apenas a ti te cabem os sentimentos de tristeza, dor, perda ou alegria extrema. Nada do que passa por ti tem uma lista, legendas ou fórmulas certas, por isso reserva-te as escolhas, as emoções e as decisões. Reserva-te o direito de sentir o que tornar tudo real e te aproximar da verdade que escolheres viver. Prova de todos os sabores para que os possas classificar e nunca escolhas os que te sugerem apenas por ser mais simples. Esta é a tua vida e se não a abraçares de forma a que ressoe com a pessoa que te vais tornando, de preferência melhor a cada dia, acabará apenas por ser um desperdício pessoal, caindo nas intenções do colectivo.

Dança ao som da tua música. Vai apenas onde estiveres de bem contigo e sai rapidamente de onde já não fizer sentido. Acorda cheia de boas intenções, e mesmo que não concluas metade do que te propuseste, propõe-te mais por ti e por tudo aquilo a que terás que responder num futuro distante. Pesquisa, procura, informa-te e resolve cada desafio novo, porque de cada vez que te superares, ficarás mais perto de não dependeres de nada nem de ninguém. 

Esta é a tua vida, lembra-te disso sempre que pousares a cabeça na almofada e rebobinares quem foste durante o tempo que te foi "generosamente" oferecido!

9.9.21

Onde anda a tua magia?

setembro 09, 2021 0 Comments



Quem é que consegue viver sem magia, a magia da vida, do amor, da felicidade espontânea e dos sonhos? Quem é que se contenta apenas com o "normal", achando que já não é possível ter ou ser mais? Quem é que já não olha para tudo o que deveria conseguir ver e sentir? Quem é que acha que o que se foi ainda tem forma de voltar?

De repente esbarras em alguém que te faz reavaliar toda a tua existência e põe a nu o que tens e o que já não encontras forma de encontrar, porque foste morrendo por dentro e cedendo às rotinas. Do nada, tudo o que fazias já não faz sentido e até o que achavas ser uma relação estável e segura, passa a forçar-te a um equilibrismo diário, no qual receias estatelar-te de cara no chão, partindo o pouco que ainda te resta. 

Quando foi que te convenceste a simplesmente estar, sendo o que todos esperavam de ti e a já não esperar pelo que tanto desejaste e programaste? Em que momento e há quanto tempo desististe de ter razão, quando apenas tu sabes, melhor do que todos os outros, o que te faz feliz?

Quem é que insiste em se enganar todos os dias, mas ainda assim acreditando que um milagre virá para o salvar da sua autopunição? Quem é que se desculpa com os males do mundo para justificar o medo real de ter uma voz e com ela mandar lixar os que não sabem do que falam? Quem é que pretendes ser afinal, será que já o sabes?

8.9.21

Quando é certo, ninguém duvida!

setembro 08, 2021 0 Comments


Quando é certo, nenhuma dúvida nos ensombra. De cada vez que acertamos no que nos parece ser destinado, o destino passa inevitavelmente por um futuro esperado. Sempre que deixamos de querer controlar e apenas embarcamos na viagem da nossa vida, não nos preocupamos com as curvas, ao invés, acertamos a velocidade para que as façamos tranquilamente. Quando nos apaixonamos por quem é certo e natural, o passado fica tão lá para trás que apenas passam a contar as horas que acrescentamos.

Não estava a olhar, não com atenção, mas acabaste por espreitar o meu canto do mundo. Não te pedi e já nem esperava que a espera terminasse, porque ela não era evidente. Não te iria querer de outra forma, porque ou eras como te imaginei, ou em sequer terias como chegar.

Quando os dias são tranquilos e rodeados de uma mesma energia, não nos desgastamos em considerações que não levam a lugar algum. De cada vez que falamos sobre as mesmas coisas, lendo os livros que nos marcaram e marcando páginas que cada um interpretou à sua maneira, criamos as histórias que terão que nos carregar e que deixaremos impressas numa memória impossível de apagar. Sempre que o nosso "para sempre" fizer sentido, sem esforço, nem promessas vãs, saberemos o que virá até quando adivinhar parecer difícil. Quando o amor tiver o tamanho da entrega, da paciência e do cuidado eterno por quem cuidará de nós, o que vier depois dele será verdadeiramente vivido e o que tiver ficado atrás dele será inevitavelmente esquecido.