19.12.21

Quem é o meu homem certo?

dezembro 19, 2021 0 Comments



Será que me é permitido escolher ou definir o homem que considero certo para mim?

Claro que tudo o que a mim me diz respeito me é permitido, e pretender ter alguém, preferencialmente para sempre, é não só legítimo, como desejável. Assim sendo, ou é alguém que me acrescenta e move, estimulando-me, ao invés de me abanar e deixar com os pelos eriçados em sítios que nem sabia ter, ou não o é de todo. Por esta altura do campeonato, com a minha idade, percurso e aprendizagens, já sei, com TODA a certeza, que tipo de homem NUNCA poderei aceitar.

Sou uma mulher de palavras, de pensamentos rápidos e práticos e NADA lamechas. Sei relativizar, analisar e permitir fraquezas, desde que as mesmas não sejam tatuagens que nem com laser se apagam. Posto isto, de que forma poderei aceitar quem não saiba juntar umas palavrinhas que formem uma frase com sentido? Para onde levaria quem ainda não soubesse o que faz aqui e do que me adiantaria ter quem não usasse as emoções, com a desculpa de poder ser usado e magoado?

Mas vamos por partes. Não sou atraída por "miúdos" e com isto entenda-se homens MUITO mais jovens do que eu. Porquê? Pela simples razão de que já sou mãe de três e nem eles me cansam com a dita imaturidade que vem com a data de nascimento, e essa ninguém muda. Sou mais adepta da "paridade" e por isso fui determinando que os mais velhos, ou da mesma idade que carrego, seriam mais próprios. Vai desta, recebo umas quantas bofetadas para acordar. Os ditos homens mais velhos, carregam o síndrome do "no meu tempo era assim, ou assado". Não há paciência! O que aparentemente passou a ser verdadeiramente importante, pasmem-se, prende-se com as refeições. Se não comem à mesma hora, nem que seja um segundo a mais ou a menos, ficam com a birra. Se não podem fazer as compras no local habitual, ou se lhes falta um ingrediente essencial, cai metade do mundo. Se o clube perde, estamos todos lixados com F. Se o governo e afins não os satisfaz, ficam dias inteiros a dissertar sobre o quão perdidos andamos todos. Pronto, vou dar a mão à palmatória e admitir que me caíram no colo os piores. Castigo talvez. Mas vamos juntar mais umas quantas. A barriguinha cresceu e já é tudo menos inha. Vida saudável que é bom, ou algum movimento que não passe pelo engraxar dos sapatos, é mentira. Ora aqui a JE, que é tudo menos conformada, parada e encaixada em padrões etários, merece no mínimo alguém que se mova e não apenas dum sofá para o outro. Eu escrevi que iríamos por partes, mas as ditas já vão longas e continuo sem encontrar o tal.

. E estás à procura?

. Não.

. Ora e então como planeias encontrar?

. Podia por exemplo cair-me no colo, desde que não tivesse excesso de peso.

Pronto, já servi o meu propósito e exorcizei, por hoje, uns quantos demónios, por isso não vos canso mais e vou só ali acrescentar uns items a esta já longa lista. Ser uma mulher que escreve dá nisto!


Tenho uma voz distinta, minha!

dezembro 19, 2021 0 Comments

Sei que nem sempre me enquadro, talvez por ter conquistado uma voz algo diferente, mais minha, mas que por me definir, total faz-me sentido. Não ando só porque a estrada existe e não falo para ser notada, prefiro que me ouçam.

Quando nos sentimos bem na nossa pele e vemos, diariamente, melhorias, conseguindo fortalecer a mente, cola-se a ideia de super poder que inevitavelmente nos torna mais fortes.

Sei que nem sempre me enquadro no que parece ser expectável, sobretudo duma mulher, mas entendi que me cabe a mim, em primeiro lugar, saber quem sou, para então depois reconhecer  os que aceito que o sejam comigo.

Ter uma voz distinta permite-me manter intacta as conversas com as quais me envolvo e apenas dessa forma poderão chegar, com alguma substância, aos que me ouvem, de contrário seria apenas mais uma.

18.12.21

Já aprendi a viver no momento!

dezembro 18, 2021 0 Comments

Viver o momento, bem mais fácil pensar do que fazer, mas com calma e determinação será tão possível quanto acordar e recomeçar. Todos os dias são dias novos e é em cada um que nos é dada a possibilidade de fazer diferente e melhor.  Já deixei de lado os inúmeros "nunca" que atirei para o universo e que me foram devolvidos com uma enorme chapada de nome realidade. Somos capazes de tudo aquilo a que nos propusermos e este ano, por sinal o meu ano NOVE, que na numerologia significa um ano de fecho de ciclo, decidi arrumar tranquilamente o que NÃO pretendo levar para o meu ano UM.

Agora dou comigo a sentir de forma mais intensa, mas a relevar e a desprezar, tranquilamente, o que não me acrescenta. O tempo passou a correr tão mais veloz do que consigo com ambos os pés, que o meu respeito por ele é indubitavelmente maior. Tanto que ainda pretendo ser e fazer. Tantas viagens físicas e emocionais a preparar. Tanto amor para compartilhar com os que me conseguem amar de volta, mas tanta capacidade de me desligar do que não me pertence.

Viver no momento, dizendo o que me sopra a mente; Sorrir para os que me pedem sorrisos com olhos inertes e falar apenas o que importa ser ouvido; Viver agora e não mais tarde; Viver com qualidade enquanto a mente e o corpo me acompanharem; Viver para passar o que sei e aspirando reter dos sábios o que aprenderam; Viver sem cobrar, porque cada um dará o que tiver, mas nunca deixar de me viver com o que estiver a sentir e a sonhar, porque no final apenas a mim terei contas a prestar.

17.12.21

Decidi que não quero passar pela tua perda!

dezembro 17, 2021 0 Comments



Decidi que não quero passar pela tua perda. Não me sinto capaz de parar de sentir o teu cheiro, de já não ter os teus olhos pousados em mim e de nunca mais ouvir o som da tua voz. Foi com ela que me conquistaste, o teu timbre fez mover tudo o que tinha dentro e teve o poder de me arrancar um arrepio bom. Não quero passar pela tua perda, recuso-me a ter que cuidar de tudo o que é suposto quando a viagem termina. Não conheço assim tao bem as minhas forças, não dessa forma, por isso não me apetece testá-las. 

Decidi que os finais não compensam a viagem, talvez porque esteja apenas a ser paranoica ou cobarde, mas a realidade atinge-me sempre que tenho que viver perdas alheias e ultimamente são muitas. Estou seguramente mais frágil, sei-o porque fujo qual condenada de filmes que me façam romper o saco lacrimal. É oficial, os pés já estão na entrada da idade perigosa, aquela onde se empola tudo, receia os sonhos que roçam os pesadelos e se esbarra na dificuldade de relativizar.

Decidi que não quero ser a que fica para trás e tem que confortar os que acreditam estar a sofrer ainda mais. Decidi que perder-te não compensa ter-te tido, por isso escolho ficar apenas eu, sem as cortinas que declaram o final e sem as eternas frases motivadoras, mas apenas para quem as usa. Decidi hoje, de forma mais determinada ainda, que se é para te chorar e depois ter que arrancar à força para poder continuar, então não te quero ter.

Nunca tivemos tanto e sentimos tão pouco!

dezembro 17, 2021 0 Comments

Lost in the crowd by Brent Jones


Nunca tivemos tanto e sentimos tão pouco!

Vivemos perigosamente insatisfeitos, querendo só porque sim e não usufruindo, na íntegra, do que nos chega, muitas das vezes através de imenso trabalho e empenho. Descartamos rapidamente cada item, pessoas e até lugares, porque o foco está sempre no que vem depois e ainda não conquistámos.

Já não se sente devagar, saboreando e tentando descortinar cada "ingrediente", agora partimos para a presunção, consideramos saber de tudo e na realidade não sabemos de nada. Se o analisarem comigo, vão entender que quem não se conhece, porque gasta do seu precioso tempo a TENTAR conhecer o que lhe é externo, nunca saberá do que importa e é realmente válido. As mudanças começam por dentro e apenas depois se estendem ao que nos rodeia, incluindo ou excluindo outros. Dá trabalho, ui se dá e obriga a sossegar a mente que deixamos aos saltos para que não tenhamos que nos perscrutar. Parar para reajustar, força a mudanças que nem todos pretendem fazer, porque é na zona de conforto que pretendemos, a maioria de nós, viver, ou será que é sobreviver?

Nunca tivemos tanto acesso a informação, a formação e a crescimento emocional, mas estamos a cada dia mais pobres e pequenos. Porque será?

16.12.21

Que tenhamos todos um Feliz Natal!

dezembro 16, 2021 0 Comments
Sue Amado´s photo


Chega ao final mais um ano e com ele os desejos dum Bom Natal. Desta vez impõe-se, ainda mais, devido a todo o cenário inimaginável que ainda vivemos, que desejemos o melhor para os que amamos, para os que conhecemos e para o mundo em geral, porque dele fazemos todos parte. Tentei tirar o melhor do pior que me chegou e forçou a sossegar, no entanto tornou-se claro que me consigo elevar e melhorar, atingindo o que anteriormente me parecia quase impossível. Não necessito de mais nenhum ano que se equipare aos de 2020 e 2021, lagarto, lagarto, lagarto, mas espero poder ver melhorias que surjam muito para além das pandémicas, porque o ser humano TEM mesmo que se reavaliar e unir. Que este seja mais do que um mero desejo de Natal. 

Afinal já gosto muito mais de mim!

dezembro 16, 2021 0 Comments

Por vezes permito-me perceber que fiquei tão confortável comigo, que incluir outro que não eu mesma, já estará demasiado distante. Sou humana, caso existam dúvidas, mas ter o meu tempo, cada pedaço de hora e todos os minutos geridos pela minha vontade e capacidades de avançar, recuar, aceitar erros ou negá-los de todo, tornou-se difícil de recusar.

Não tenho o coração fechado, não a sete chaves, na realidade até considero que nunca o tive tão pleno e saudável, mas permitir que o questionem ou exijam o que já não pretende dar, afasta-me do mundano e remete-me para o mundo que vou criando, colorindo-o sem que me importe com a paleta que dizem ser a certa. Nas minhas mãos estão os pincéis, as tintas, a escolha livre do desenho e o tempo para o fazer. Não me afastei da vida como existe, estou até mais disponível e atenta, no entanto, e porque evoluir é isto, escolho o que fazer com o que me dizem, atiram em formatos mais ou menos perceptíveis, ou deixam que se apague sem que alguma vez o venha a perceber.

Por vezes duvido desta nova mulher, talvez porque já seja a que tanto desejei e achei não ter como conquistar, não nesta vida, mas depois percebo que apenas poderia ser desta forma, agora, e nem um minuto antes. Por vezes estico a minha resistência física e mental, mas os resultados são tão visíveis e permanentes, que o esforço passa a ter outro nome. Por vezes ser eu dá uma enorme trabalheira, mas a vantagem é que já ninguém sai lesado. Por vezes olho com mais atenção para o espelho que me reflecte e rasgo um enorme sorriso porque gosto muito mais de mim.