26.12.21
25.12.21
Se o amor não é isto, não sei o que será!
Começámos, terminámos, tivemos o melhor de nós e depois permitimos que se intrometessem no que seria a nossa vida juntos e acabámos separados!
Graças a Deus e à nossa razoabilidade, não ficámos marcados, doloridos, ou sequer afastados, hoje somos capazes de falar do ontem, com uma pontinha de pena, mas sem estarmos demasiado presos ao que deixámos de poder mudar. Como é que seríamos num futuro tantas vezes sonhado e desenhado a lápis, de forma a podermos incluir alterações? Será que já nos teríamos reafirmado com outros, ao invés de estarmos numa demanda infindável de relações que nunca parecem dar certo? Seguramente que as saídas quinzenais para nos chorarmos de mais uns quantos "amores" falhados, teriam há muito terminado. Somos um par de amigos improváveis e curiosamente contamo-nos tudo sem qualquer embaraço.
Começámos numa terra que nos dizia pouco e onde a solidão ameaçava instalar-se, mas depressa revertemos o que jamais poderíamos ter imaginado como sendo o curso possível de uma vida afinal desejada. Felizmente que já consigo olhar-te sem que o meu coração se desmembre, mas por vezes dou comigo a tentar criar cenários onde estejas do meu acordar ao adormecer, dando-me o ombro que hoje também me ofereces, but is not mine to own.
Começámos porque teríamos que ter acontecido, ou de contrário caminharíamos mais pobres e sem a história que hoje nos orgulhamos de contar. Não sei em que outro lugar terminaremos, mas gostaria, muito, que fosse num qualquer onde ainda te pudesse manter. Se o amor não é isto, não sei o que será!
23.12.21
A maturidade é uma benção!
A maturidade é uma benção!
Deus me livre e guarde de voltar a ser a mulher do passado, aquela que pesava e media tudo até à exaustão e que exigia dos outros as certezas que nem ela poderia ter. A maturidade fez-me aceitar e agradecer o lugar de onde vim e as pessoas responsáveis pelo processo, porque a verdade é que sem o exemplo que passaram, nunca chegaria a firmar o que NÃO quero de todo ser e o que até estarei na disposição de repetir.
A maturidade deixou-me mais tranquila e disponível, mas ao mesmo tempo, TOTALMENTE, indisponível para a maldade, perversidade e tacanhez. Ser madura sossegou-me, impedindo-me de viver à pressa, esperando sempre pelo que ainda não tinha. Só depois de perceber o quão madura me tornara, fui capaz de reverter escolhas erradas, focando-me em mim, física e emocionalmente. Voltei a ter o corpo dos vinte, mas com upgrades e passei a gostar bem mais dos curvas que me destacam. Ser low profile era apenas uma tentativa de passar rapidamente sem ser avaliada em demasia, mas "who cares now" sou o que fiz de mim e pronto!
A maturidade é uma conquista para os que dela cuidam e sei que tratei de amadurecer para desenvolver as habilidades que me tornam mais imune ao que não me serve.
O que é mais forte do que uma amizade sincera?
E de repente, do nada, ou talvez do tudo que já vimos a viver e a acumular, percebemos que somos o suficiente, mesmo que nunca o sejamos completamente!
Se a vida é feita de escolhas, escolho ser a minha melhor versão, mesmo que sozinha e curiosamente a palavra deixou de me assustar. Estou a falar do campo amoroso, porque no que a amizade diz respeito, quero muito e a cada dia mais, ter por perto quem saiba de mim o suficiente para não me julgar. Desejo, vigorosamente, pessoas resolvidas, mesmo que com algumas pontas soltas, porque as teremos todos. Sonho com o dia, em que já mais velha, terei com quem partilhar histórias cujos inícios conheceram e para cujos finais estiveram disponíveis, velando-me as dores.
O que é mais forte do que uma amizade sincera? Que valor tem a possibilidade de sermos aceites por nós, com todos os defeitos e qualidades e sem julgamentos sumários? Quanto não valerá um ouvido pronto e sem pressas e olhares que nos assegurem de que somos mais do que seres humanos que erram?
E de repente o caminho afunila-se para uns quantos que estiveram connosco, mas também se abre para o que ainda falta viver e que será tanto quanto nos permitirmos. Até que o final chegue, existirá sempre uma viagem e cabe-nos por isso fazê-la da forma mais suave e digna de registo que conseguirmos.
22.12.21
O primeiro dia de inverno chegou!
E quando a luz se apaga?
Olho para os teus olhos e percebo que a luz se apagou. Já não me vês e também já não partilhas dos mesmos sonhos. Olho e tento ver para onde fomos ambos bem como o amor que nos juntou, mas não encontro qualquer resposta.
Então é isto que acontece quando a chama se esfuma. Passamos a navegar nas mesmas águas, mas um vai e o outro vem de volta, focado numa margem diferente. Então é assim que se passa a sentir a solidão estando acompanhado. Deixamos de produzir e procurar momentos a dois, agora corremos para a multidão que nos esconde de nós e impede de nos olhar-mos, como estou a fazer agora, desesperadamente à procura de algo que me diga que ainda vale a pena, mas nos teus apenas o vazio.
Focámo-nos nos nossos e nas responsabilidades, mas deixámos de lado a criança que deveria ter sido mantida viva. Deixámos de nos segurar na nossa "ilha" e fomos invadidos pelo comum, sobrepondo-o ao que é importante. Afastámo-nos, sem demasiada programação, mas programando o fim inevitável. Adiámos o que deveria ter estado sempre aqui e perdemos os dois.
Olho para os teus olhos e eles estabelecem contacto, algo tristes e talvez incrédulos, porque certamente deixaram de se recordar do que nos aproximou. Olho bem fundo dos teus olhos e sorrio-te em confirmação, porque a verdade é que desistimos ambos. Olho-te, uma última vez, para que me possas ver afastar e desta vez sei que não me pedirás para ficar.