8.3.22
7.3.22
Estás aqui e mais nada parece importar!
De repente estavas aqui, no meu lugar, chegavas para que a minha primavera espreitasse mais depressa e desabrochasse contigo. Estavas de braços caídos ao longo do corpo que iria fazer parte do meu, ainda que não o soubéssemos, não naquele momento. Estavas aqui, de olhar incrédulo, mas ainda assim cheio de vontade de mim e foi tanto que te desejei por isso mesmo.
Nada acontece por acaso, assim me ensinaram e foi o que constatei quando te vi pela primeira vez. Tinhas que ter vindo, porque de contrário nada do que sou e muito do que acredito se teria alguma vez instalado. As pessoas que nos acertam e movem de forma intranquila, são as que precisamos de ter e reconhecer e foi inevitável que te reconhecesse, sentindo que acertara. Fomos aprendendo juntos tudo o que a vida tem para ensinar. Experimentámos cada momento de crescimento físico e emocional, misturando-o com o amor que fazíamos e que nos coubera viver. Antes de ti nada parecia ter existido ou importado, mas o agora mantinha-nos saciados de tudo o que estávamos a construir e prontos para o que ainda estaria por vir. Aprendemos a ser dois, com tudo o que acarreta o dobro de cada pessoa única e completa. Passámo-nos os lugares e as pessoas que nos tornaram assim, livres para amar sem reservas, mas reservando-nos os tempos e momentos que apenas a nós faziam sentido.
Estavas aqui para me ajudares a crescer, tomando-me a inocência que não sabia carregar, mas que parecia ter sido mantida para ti. Mostravas precisar da sensação que te passava de absoluta necessidade de ti e por isso alimentavas-te de todos os sorrisos, sonhos, toques e olhares que apenas reservara para quem me mudaria o rumo e as escolhas. Estavas aqui e contigo veio a capacidade de me dar sem questionar, sendo tão tua quanto me conseguias tomar e tomando-te tanto quanto era capaz de aguentar. Estavas aqui porque o amor aprende-se com quem nos cabe amar e foi contigo e por ti que soube o que fazer de tudo o que acabara por chegar. Estavas aqui porque se não viesses, nada do que sou valeria a pena contar, mas o que agora conto é que finalmente me coube quem me permitiria mudar, crescendo tanto quanto o amor que tenho para te dar. Estás aqui e mais nada parece importar!
6.3.22
Os dias não esperam pelos indecisos!
5.3.22
Nunca te afastes demasiado!
Nunca te afastes demasiado. Não estejas do lado de lá da vida que não me inclui, por muito tempo. Nunca me deixes sem as respostas que as minhas perguntas carregam, porque se o fizeres, não te sentirei comigo e quando nem olhos conseguem ver o que que as palavras subtraem, o nada instala-se. Não te poupes a explicações, usa e abusa de cada uma para que nenhuma penetre, de forma indelével e te impeça de te instalares no lado certo do meu coração, aquele que te reservei. Nunca te afastes demasiado, não o suportaria e não saberia o que fazer com o que ainda não sei sobre nós.
Tens o olhar que me sossega e que me vê para além dos outros e do que digo para parecer bem. Tens, de mim, tudo o que me vais dando e passou a ser tanto, que já não suportaria a tua ida sem regresso à vista. Tens o colo que uso cada dia mais, sem qualquer receio de parecer carente, até porque o assumo, sou-o sempre que não te tenho. Tens o tempo que nunca me basta e que me escorre dos dedos com que te desenho os contornos que tão bem conheço. Tens a voz que me embala e sossega e é ao ouvir-te que ouço, de forma bem clara, o que também preciso de dizer. Tens tudo o que pedi, agora só me resta saber quem sou para ti e o que te dou, quando considero estar a dar-te tudo.
Nunca te afastes demasiado, porque até nos sonhos te revejo e espero, sabendo que chegarás. Nunca te afastes do corpo que o teu cobre sem que nunca me baste e bastando um roçar de pele para que me devolva inteira e pronta. Nunca te afastes do que estamos a construir juntos, porque ainda precisamos de muito de nós para que o tudo se instale de vez. Nunca te afastes do amor que te tenho e que entrego, como nunca fiz antes, porque estou finalmente a receber o que me cabe. Nunca te afastes demasiado, preciso de te ter aqui, hoje bem mais do que ontem e amanhã seguramente que com as certezas que me diziam não existir, mas se até tu existes... Nunca te afastes demasiado, já não saberia o que fazer de mim.
4.3.22
Será que precisas de mais?
O que precisas não é do que está em falta, ou sequer do que sonhaste e colocaste numa rigorosa lista que ninguém parece conseguir igualar. O que precisas já tens, existe e está à distância da mão que quiseres estender, porque seguramente será tocada por alguém. O que precisas e que acreditas ter critérios tão rigorosos que deverão ser preenchidos, é tão somente do amor que sentes e que deverás permitir para que te amem de volta. O que precisas é de mim e se não me tiveres nunca saberás a falta que te poderei fazer!
O amanhã continua a parecer mais importante do que o hoje que está aqui, e é nele que nos focamos, numa busca que não cessa e que nos delega para segundo e terceiro lugares. Esperamos pelo que ainda não temos. Procuramos os sabores novos e desprestigiamos os de sempre e carregamos desejos que já poderiam ter sido satisfeitos, se ao menos nos ouvíssemos com atenção e não comparássemos, de forma incoerente, o que nunca poderá ser nosso. O futuro parece a tabela para as conquistas, os sucessos adiados e até os lugares que já deveríamos conhecer. Mas o futuro é tão somente um momento no tempo que seguramente iremos abraçar, porque é no aqui e agora que todos os abraços nos deveriam saber bem. O futuro é o que nos impulsiona a não repetir passados, a alguns de nós, mas a outros, será apenas a roda que gira sem interrupções e na qual não se medem distâncias e se ignora comportamentos que nos marcam como ferros em brasa. O amanhã virá, talvez para mim e para ti, mas visto ser tão impossível de prever quanto de sentir, só nos resta o hoje para que a preparação seja bem feita.
O que precisas é de precisar de cada vez menos, porque com o tempo, os olhares mais sábios e as escolhas mais serenas, terás sempre o que te faz falta. O que precisas é de já não precisar de mim, sabendo que já estou aqui.
3.3.22
Tudo, todas e todos, aqui, num mesmo lugar!
Tudo o que nos rodeia influencia o que fazemos, quem somos em momentos diferentes e o que nos sentimos capazes de dar, doando-nos mais ou menos, bastando que o tempo mude e o mundo gire, sempre para o mesmo lado, mas parecendo ser ao contrário. Tudo o que nos disserem afeta a forma como nos ouvimos, ouvindo bem ou mal, melhor ou pior, as palavras de sempre, porque a maioria apenas se repete. Tudo o que temos dentro sairá eventualmente e nem sempre nos melhores momentos, ou exactamente quando era suposto se já nos conhecermos o suficiente. Tudo o que já sentimos quando sentir poderia parecer um luxo, chegará para nos ensombrar ou apaziguar das escolhas, boas ou más, mas provavelmente as possíveis.
Se dúvidas houvesse de que somos únicos, iguais em tantas diferenças e ainda assim tão diferentes que colidimos com os que não se identificam ou entendem, bastaria que olhássemos, atentamente, para os movimentos que o corpo expressa até quando parece estático e para as palavras que jorram sem que as possamos controlar, ou que quase nos sufocam porque as escolhemos reprimir. Se servíssemos para completar a mesma taça, nunca teríamos como brilhar e alguns nunca seriam tão pouco que quase parecem não ser nada.
Todas as razões que encontramos para justificar o que fazemos, nem sempre justificam o que está errado à partida, mesmo que nos sacie a boca e conforte o corpo. Todas as desculpas que arremessamos para que aceitem o que não fazemos quando era suposto, ou fazendo fora do tom, do espaço e do que nos é humanamente permitido, não desculparão o que nunca será certo. Todas as pessoas nos merecem o tempo que precisaremos para nos certificarmos de que são quem permanecerá, ou percebendo que nunca poderão ser nada que nos encha e preencha a alma já tão fustigada. Todas as emoções que provocamos por já estarmos plenos das que nos bastam, apenas servirão para que percebamos o quanto somos necessários na vida de alguém, ou como nunca faremos falta alguma.
Tudo o que vai volta, tal como tudo o que arremessamos, com mais ou menos cuidado, ser-nos-á cobrado ou oferecido, a escolha é nossa, sempre e cada vez mais nossa!