10.3.22
Deixei de fazer igual para poder ter resultados diferentes. Deixei de te exigir o amor que nunca poderias dar e segui em frente, amando-me mais ainda. Deixei de rebuscar as memórias que me apagavam os dias luminosos e comecei a criar novas, bem mais realistas e em consonância com a pessoa que me tornei. Deixei para trás quem me puxou, durante demasiado tempo, para que me fixasse nos lugares que não me moviam o coração e passei a mover-me de forma bem mais determinada e segura. Deixei de te amar quando percebi que nada do que me desses alguma vez poderia ser o suficiente.
O verão instalou-se em cada um dos dias que agora vivo, bem mais consciente do que busco e indo até onde antes julgava ser distante, inatingível e difícil. Os começos de cada recomeço são ainda desafiadores, mas os pesos infinitamente mais leves e as metas mais do que uma luz difusa num qualquer túnel da vida.
Deixei de tabelar emoções e comportamentos, passando a comportar-me como uma alma pronta, mais leve e bem mais segura do que me cabe enquanto pessoa em evolução. Deixei que os beijos beijassem mesmo, sem restrições e capazes de me acordar cada célula adormecida, por escolha, ou por ter deixado de ter escolhas. Deixei de me impedir as sensações que na verdade apenas me recordam do muito que ainda tenho muito para viver e comecei a usar cada uma para te ter como preciso e é tanto o que pareço precisar de ti. Deixei que a verdade me evolvesse em forma da coragem que sei ter, e me protegesse das mentiras pequenas, mas ainda assim tão redutoras que me roubaram uns quantos anos de felicidade. Deixei para lá o que nunca poderia ter ficado e acabei a respirar de forma tão tranquila, que todo o meu corpo me agradece logo ao acordar, antecipando que o adormecer me devolverá o que lhe ofereci por já ter e ser tanto. Deixei de me deixar parar trás e tomei o volante do meu veículo emocional, sabendo quem beneficiaria mais no final!
8.3.22
Quem és tu Mulher?
Quem és tu Mulher? O que tens agora que já tanto se conquistou, mas do que precisas ainda para que te sintas mais Mulher? Quem és enquanto incluis os que terão que estar por perto para que a tua viagem valha a pena? Quem és tu Mulher no agora e não apenas no hoje? Seria bom que nunca te esquecesses de manter viva as vidas das que te proporcionaram o que por vezes tomas por garantido, mas seria ainda melhor que te respeitasses em todas as escolhas, porque te pertencem por direito, mas dizem muito da pessoa que te coube. Quem és tu Mulher enquanto te chamam de mãe, companheira e amiga? O que ofereces que te represente e de que forma escolhes representar todas as outras? Quem és tu Mulher quando ao invés de julgar escolhes o riso, o abraço e a serenidade que te tornarão ainda mais bonita? O poder que te confiaram e que se espelha num coração no qual cabem tantos, deverá ser reconhecido primeiro por ti e dividido por muitos mais. Quem és tu Mulher no século de todos os desafios e de que forma poderás fazer diferente e bem?
Momentos únicos!
7.3.22
Estás aqui e mais nada parece importar!
De repente estavas aqui, no meu lugar, chegavas para que a minha primavera espreitasse mais depressa e desabrochasse contigo. Estavas de braços caídos ao longo do corpo que iria fazer parte do meu, ainda que não o soubéssemos, não naquele momento. Estavas aqui, de olhar incrédulo, mas ainda assim cheio de vontade de mim e foi tanto que te desejei por isso mesmo.
Nada acontece por acaso, assim me ensinaram e foi o que constatei quando te vi pela primeira vez. Tinhas que ter vindo, porque de contrário nada do que sou e muito do que acredito se teria alguma vez instalado. As pessoas que nos acertam e movem de forma intranquila, são as que precisamos de ter e reconhecer e foi inevitável que te reconhecesse, sentindo que acertara. Fomos aprendendo juntos tudo o que a vida tem para ensinar. Experimentámos cada momento de crescimento físico e emocional, misturando-o com o amor que fazíamos e que nos coubera viver. Antes de ti nada parecia ter existido ou importado, mas o agora mantinha-nos saciados de tudo o que estávamos a construir e prontos para o que ainda estaria por vir. Aprendemos a ser dois, com tudo o que acarreta o dobro de cada pessoa única e completa. Passámo-nos os lugares e as pessoas que nos tornaram assim, livres para amar sem reservas, mas reservando-nos os tempos e momentos que apenas a nós faziam sentido.
Estavas aqui para me ajudares a crescer, tomando-me a inocência que não sabia carregar, mas que parecia ter sido mantida para ti. Mostravas precisar da sensação que te passava de absoluta necessidade de ti e por isso alimentavas-te de todos os sorrisos, sonhos, toques e olhares que apenas reservara para quem me mudaria o rumo e as escolhas. Estavas aqui e contigo veio a capacidade de me dar sem questionar, sendo tão tua quanto me conseguias tomar e tomando-te tanto quanto era capaz de aguentar. Estavas aqui porque o amor aprende-se com quem nos cabe amar e foi contigo e por ti que soube o que fazer de tudo o que acabara por chegar. Estavas aqui porque se não viesses, nada do que sou valeria a pena contar, mas o que agora conto é que finalmente me coube quem me permitiria mudar, crescendo tanto quanto o amor que tenho para te dar. Estás aqui e mais nada parece importar!
6.3.22
Os dias não esperam pelos indecisos!
5.3.22
Nunca te afastes demasiado!
Nunca te afastes demasiado. Não estejas do lado de lá da vida que não me inclui, por muito tempo. Nunca me deixes sem as respostas que as minhas perguntas carregam, porque se o fizeres, não te sentirei comigo e quando nem olhos conseguem ver o que que as palavras subtraem, o nada instala-se. Não te poupes a explicações, usa e abusa de cada uma para que nenhuma penetre, de forma indelével e te impeça de te instalares no lado certo do meu coração, aquele que te reservei. Nunca te afastes demasiado, não o suportaria e não saberia o que fazer com o que ainda não sei sobre nós.
Tens o olhar que me sossega e que me vê para além dos outros e do que digo para parecer bem. Tens, de mim, tudo o que me vais dando e passou a ser tanto, que já não suportaria a tua ida sem regresso à vista. Tens o colo que uso cada dia mais, sem qualquer receio de parecer carente, até porque o assumo, sou-o sempre que não te tenho. Tens o tempo que nunca me basta e que me escorre dos dedos com que te desenho os contornos que tão bem conheço. Tens a voz que me embala e sossega e é ao ouvir-te que ouço, de forma bem clara, o que também preciso de dizer. Tens tudo o que pedi, agora só me resta saber quem sou para ti e o que te dou, quando considero estar a dar-te tudo.
Nunca te afastes demasiado, porque até nos sonhos te revejo e espero, sabendo que chegarás. Nunca te afastes do corpo que o teu cobre sem que nunca me baste e bastando um roçar de pele para que me devolva inteira e pronta. Nunca te afastes do que estamos a construir juntos, porque ainda precisamos de muito de nós para que o tudo se instale de vez. Nunca te afastes do amor que te tenho e que entrego, como nunca fiz antes, porque estou finalmente a receber o que me cabe. Nunca te afastes demasiado, preciso de te ter aqui, hoje bem mais do que ontem e amanhã seguramente que com as certezas que me diziam não existir, mas se até tu existes... Nunca te afastes demasiado, já não saberia o que fazer de mim.