15.3.22
E se estivesses mesmo aqui?
Se ao menos sentisse que a minha ideia de perfeição se encaixava e que conseguiria ser para ti o que representavas na minha vida, tudo o que sempre desejei já se teria instalado. Se o tamanho do amor que me dizias ter fosse realmente grande, nunca me teria sido dada a possibilidade de duvidar, quando o que sempre quis foi a pessoa que parecias representar, mas o que mais querias era tão somente que te quisesse. Se o que temos dentro bastasse para tocar quem nos toca, e chega sem aviso, mas numa espera que se eterniza, todas as estradas que percorremos, muitas delas sem saída, passariam a ser as certas. Se tudo o que fui considerando poder ter fosse mesmo meu, hoje, ou algures num tempo possível, o coração que continua a bater de forma inquieta, sossegaria, deixando-me bem mais pronta e tranquila. Se a forma como chegaste contrariasse o que nunca consegui ter, nem sequer de ti, não estaria apenas a falar do que sobrou.
E se estivesses mesmo aqui? E se tudo o que prometeste, quando nem sequer soava a promessas, mas tão somente a confirmações, tivesse sido cumprido, quem seria eu e em que lugar emocional estaria? E se nunca tivesses considerado desistir, será que ainda me manterias por perto, sabendo que uma vez contigo, dificilmente estaria com mais alguém? E se não me tivesses roubado a capacidade de voltar a amar, quem amaria hoje e de que forma estaria a receber o que me recusaste?
Se ao menos tivesse bebido menos de todas as palavras que usaste, ouvindo-as com atenção, menos coração e mais dúvidas, certamente que hoje não estaria a duvidar de todos quantos passam, mas não ficam porque não permito. Se ao menos não tivesses levado o que me pertencia e acreditei bastar para que me recompusesse do que não bastou, porque um amor que nos liga todos os botões é tão raro quanto serão os que amam sem condições, já não precisaria de escrever sobre ti. Se ao menos soubesse porque motivo me impediste de te oferecer tudo o que dizias precisar e que até tinha, não me negaria os corpos que poderiam manter o meu vivo. Se ao menos já tivesse parado de doer e as perguntas se sumissem como foste capaz de o fazer, deixando-me tão vazia que mais ninguém parece conseguir que consiga ser eu outra vez, o que vim fazer já estaria feito. Se ao menos não tivesse respondido à pergunta que mudou todo o meu percurso emocional, a tua presença nunca validaria a ausência que impuseste. Se ao menos soubesse como te esquecer...
14.3.22
Quem é a mulher que vejo?
Quem vejo agora e de cada vez que me atrevo a olhar-me com atenção?
13.3.22
Que sensações te passam os sonhos?
Que sensações te passam os sonhos? Será que consegues sentir-te e a tudo o que te desperta os sentidos, mesmo que pareçam adormecidos? Ao que cheira a pessoa que te toca o corpo pronto e que sons te rodeiam enquanto fazes amor? Porque a verdade é que também o fazes mesmo que a sonhar. Qual será a música que ouves uma e outra vez enquanto acordada e que não te sai da cabeça até quando te tentas focar no que passa a acontecer, lá, no sonho?
Somos a extensão de todas as emoções que nos permitimos alimentar e alimentamo-nos, frequentemente, do que nunca será nosso, mas que ainda assim nos sabe aos sabores reais que parecemos já ter tido. Somos muito mais do que as 24 horas de cada dia, porque conseguimos estende-las para um mundo no qual também aprendemos umas quantas coisas, se estivermos atentos, mesmo que não acordados. Somos a parte certa de alguém e é por esse motivo que a reencontramos, com menos ou mais frequência, nos sonhos que tornam tudo possível, mais claro e sem barreiras. Somos, ao sonhar, plenos de coragem, concretizando todos os desejos e deixando as portas mal fechadas para cada regresso.
- Que sensações te passo sempre que sonhas comigo?
- Todas as que acordada ainda não tive coragem de te pedir.
- Quem sou enquanto não pareço ser nada e não te consigo sentir da mesma forma?
- És a pessoas pela qual esperei, sem nada que me desvie a atenção do que estou a viver e mesmo que apenas me seja permito viver contigo assim, mil vezes em sonhos do que vez nenhuma pela vida que me sobrar.
É a sonhar que amo da maneira certa e que nunca preciso de reclamar do que não tenho, porque passo a ter tudo e a sentir o que ainda nenhum homem conseguiu. É nos sonhos que te incluem que sei o quanto te faço falta. Não usamos de qualquer palavra. Não nos desgastamos com perguntas e nunca precisamos das respostas que qualquer um poderia dar, mas que seguramente não nos bastariam. É de volta ao sonho onde me esperas, de sorriso aberto, tal como ficam os teus braços até que me envolvas, determinado e seguro, que me asseguras de que nunca partirás, bastando que te continue a desejar.
12.3.22
Dias de chuva!
A chuva não pode servir de desculpa para nos impedirmos de continuar e é quando cai, fria e intensa, que nos deixa perceber o quanto é importante que valorizemos tudo o que chega, porque será sempre no momento certo e nem um minuto depois. A chuva de hoje já foi um sol radiante "ontem" o que significa que ainda continuas por aqui, por isso agradece.
Work smarter, not harder!
"Work smarter, not harder" (trabalha de forma inteligente e não demasiado). É muito claro para mim, agora, que não fomos ensinados a sobreviver neste mundo tão desafiador e volátil, no qual já nada se parece com nada e onde o que anteriormente seria uma norma, simplesmente deixou de fazer sentido. A inteligência é o que nos salva e permite permanecer em cima dos muros de papel. A inteligência emocional, que é a que coordena o pragmatismo com o coração. Fazer bem nos dias que correm, é possível para os que já sabem quem são, até onde conseguem ir e o que nunca permitirão de si e muito menos dos outros. Hoje temos acesso a TUDO e não existem desculpas no que diz respeito à falta de conhecimento, porque ele está à distância dum clique. Hoje podemos TUDO, desde que isso signifique crescer em contínuo. Hoje ser Mulher, para mim que o sou obviamente, é TUDO o que desejei lá atrás e que sempre visualizei como sendo possível. E é mesmo!
Trabalha de forma inteligente para que as tuas incapacidades não te afastem da corrida na qual deverás cortar a meta, usufruindo do percurso e não te concentrando apenas nos lugares cimeiros, porque devagar também te levarás até onde os mais fortes chegam. Trabalha as tuas habilidades naturais e reforça-as para que te destaques pelo que és e não pelo que tens, porque o que quer que seja, seguramente que não estará contigo no fim da vida, mas já o que fores e mantiveres dentro, servir-te-á para tudo, sobretudo para nunca estares só enquanto sozinha. Trabalha o que ainda não atingiste e torna-o palpável e possível e verás o quão poderosa passarás a ser. Trabalha, afincadamente, o teu amor-próprio, porque quando o conseguires, todos à tua volta o saberão e nunca mais serás desrespeitada, não na tua cara e nunca por quem apenas usa a dissimulação e as mentiras para camuflar a pequenez que sente perante ti. Trabalha a integridade e o respeito pelos outros, porque esse é o maior legado que deixarás aos teus filhos, uma vez que não vivemos numa bolha e dependemos do que somos para atrairmos quem já é maior e mais sábio, de contrário apenas terás lixo. Trabalha o corpo para que ele acompanhe a mente e te sustente as passadas que terás que dar, até quando o cansaço ameaçar instalar-se. Por fim e NÃO menos importante, ama com tranquilidade, sem apegos, sem cobranças desmedidas e sem esperanças vãs, porque do outro apenas receberás o que for e não o que achas ser necessário para a tua felicidade, é que ela começa dentro e NUNCA a encontrarás fora de ti. Com tudo isto apenas te posso desejar a mesma felicidade que carrego, porque ao saber-me a pessoa mais importante da minha vida, estendi aos outros apenas a importância que merecem.
11.3.22
Do que se encarrega a vida afinal?
A vida encarrega-se de te mostrar os lados certos de cada uma das pessoas que se cruzam contigo e os errados também, por isso cabe-te selecioná-los, mantendo-os ou fazendo com que partam tal como chegaram. A vida não te força às ditaduras do sangue, da amizade ou sequer do amor, as escolhas são integralmente tuas e ao fazê-las deixarás de ter do que reclamar. A vida nunca é injusta, pedindo-te o que não tens forma de dar, no entanto testa-te continuamente e por tempo indeterminado, certificando-se de que as tuas respostas são conscientes e agindo em conformidade.
Quem não tiver um lugar, um propósito ou sequer um motivo para te fazer mover adequadamente, não servirá para nada mais do que generosas lições que te cabem aprender e com as quais deverás memorizar os lugares menos seguros, escapando ao que apenas te impedirá de avançar. Quem já te tiver dado tudo o que não te serve, ou não tenha rigorosamente nada para te dar que seja digno de registo, poderá simplesmente evaporar-se, deixando o ar mais rarefeito.
Quem é que ainda incluis no teu circulo seguro, ou que deveria ser, caso não o tenhas considerado? Quem és tu quando estás rodeada de quem te aguça os instintos, ou te espicaça a tranquilidade, sendo mais do mesmo? Quem permites que te toque o coração, acordando-te o corpo e os sentidos? Por quem ainda procuras agora que já sabes do que precisas?