6.4.22

Se ainda me amas, prova-o!

abril 06, 2022 0 Comments



Se ainda me amas, vais ter que o demonstrar. Se a vida que a minha representa na tua te importa, vais ter que o dizer. Se sentes que não precisas de sentir mais nada, nem ninguém para além de mim, vais ter que o provar.

As coisas mudam, a vida não permanece apenas, move-se e leva-nos aos lugares que importam a cada um. Os sentimentos não se mantêm estáticos e nada do que tivemos nos início se assemelha ao que somos hoje. Os momentos que nos oferecemos são mais serenos, mas contêm toda a intensidade que nos fez esbarrar um no outro. O calor que os nossos corpos passam, chegando da forma certa ao outro e provocando o que mais nenhum parece ter conseguido, é o que ainda nos consegue manter juntos.

Se ainda me amas, mesmo que não saibas quanto nem por quanto tempo, vais ter que me deixar sentir todas as partes que as minhas precisam de saber suas. Se a vida que agora temos a dois for mais completa do que aquela em que ambos nos lambuzámos, sem demasiados cálculos, mas muito conscientes da necessidade de sermos apenas nós, vais ter que abdicar do que já não poderá fazer falta. Se ainda me amas não te demores, porque o tamanho do meu amor nunca servirá para diminuir o que sinto por mim mesma. Se ainda me amas vem, mas faz por ficar.

5.4.22

O que é afinal garantido?

abril 05, 2022 0 Comments


Nada do que nos garantem é garantido e por isso seguimos, alguns de nós, com medo até da sombra, vendo o que não parece estar, mas estando prontos para o que tiver que vir. Nada do que já sentimos antes, nos ensina a sentir depois e vamos saltando etapas, remetendo-nos ao que já dominamos, pelo menos aparentemente.

" Sai da tua zona de conforto". Excelente conselho, mas também passível de provocar danos irreversíveis, se nos reportarmos às relações e ao papel que o coração desempenha, ele, o tal orgão totalmente autónomo e impossível de refrear. 

Nem sempre acordamos com vontade de lutar contra o mundo, mantendo as armas sempre prontas para possíveis ataques. Por vezes cansa acordar cansado de tantas lutas internas, sobretudo quando vemos os que se arrastam, sem esforços desmedidos e que ainda assim aparentam ser mais felizes com as NÃO escolhas, ou escolhendo apenas seguir sem questionar. Não raras vezes acabamos a julgar sem matéria, apenas baseados no que fomos sentindo ao viver, ou enquanto nos impedíamos de experimentar. Nem sempre respondemos às perguntas que nos fazem sem noção, provocando vazios nas respostas que deixarão de ocorrer. Nem sempre o que nos garantem acontece, mas por vezes o que aconteceu nunca mais se toma por garantido.

4.4.22

Como fazer o amor durar?

abril 04, 2022 0 Comments



De que forma podemos fazer um amor durar?

Hoje fui inspirada por um texto de Marcos Bulhões e deixo-vos o link Como fazer o amor durar porque vale a pena ser lido, e é por esse motivo que vou usar algumas das minhas palavras, com tudo o que pareço ter acumulado, para "oferecer" o que já aprendi sobre relações e não apenas as amorosas.

Se a vida e a forma como nos conduzimos nela, não for o suficiente para nos ensinar o que teremos que aprender, a bem ou a mal, então andar por aqui será em vão, uma jornada desperdiçada e um insulto aos que tanto gostariam de poder ter ficado, construindo uma história. Se as dores, as maleitas, as palavras mal usadas e os azedumes dos outros, impactarem demasiado no que dizemos ser e na forma como administramos os nossos dias, então continuamos imberbes, pequenos e analfabetos.

O amor por filho requer muita abnegação, ele tem que vir sem prazo de validade e com muita pesquisa (agora até já temos o tio google, por isso não existem desculpas). Os filhos são-nos confiados e quando algo ou alguém não é nosso, e acreditem que não o são mesmo, o cuidado redobra e a necessidade de apontar para o lado iluminado da lua, cresce. Quando e de cada vez que lhes mostramos o quanto nos respeitamos, amamos e cuidamos, estaremos tão somente a impedir que se permitam ser destratados, ou pouco amados, menos do que na verdade merecem. Amar um filho é saber quando o deixar partir, estando sempre do lado certo da sua vida, aquela que ele/ela vai recordar sempre e para onde voltará quando o resto do mundo não lhe souber dar colo. Amar um filho incondicionalmente, liberta-nos das amarras das obrigações, dos telefonemas de conveniência, das histórias que são apenas relatadas e não contadas, dos seus amores e desamores, os mesmos que terão que ter o carimbo do enorme amor que viveram com os seus e que nada ou ninguém conseguirá quebrar. Só se ensina o que se conseguiu aprender e só se passam emoções quando não as camuflamos, abrindo-nos para as fragilidades de que somos feitos. Este é o amor maior, o que não se compara a nada e que por isso deverá tabelar todos os outros.

O amor pela nossa metade inteira tem mais porras. Precisa dos melhores ingredientes e do tempo certo de cozedura, porque se o tentarmos adiar ou antecipar, o resultado nunca poderá ser o esperado. Os pés atrás, as dúvidas, as questões mal respondidas ou que nem sequer são feitas, as cobranças e as inúmeras tentativas de adivinhar, são o que seguramente nos empurrará para fora do muro. O amor por alguém que nos reconheceu e aceitou deverá ser alimentado e cuidado TODOS os dias. Saber do que sabe o outro, olhar para o ver realmente, sentindo tudo o que sente e lendo o que apenas os olhos encontram forma de dizer, tem resultados práticos reais. No amor não poderão existir limites, não para a entrega e nunca para a disponibilidade. As palavras deverão sempre ser usadas, até sem som, porque quem nos conhece e connosco inicia uma viagem que se quer longa, coloca sempre as legendas certas.

O amor por um amigo/amiga, é igualmente poderoso e por norma o mais duradouro. Todos os conselhos anteriores se aplicam, mas posso acrescentar a paciência educativa e a determinação com suavidade, porque fazer crescer e ter a habilidade de melhorar a perspectiva e as escolhas de alguém que amamos e que sabe da nossa história, acrescentando-a, confere-nos um título de permanência e permite-nos um envolvimento que é vetado aos demais.

Como fazer um amor durar? Amando em doses certas, mas  começando sempre por nos amar.

3.4.22

Há sempre tanto e tão pouco!

abril 03, 2022 0 Comments

Há sempre tanto que julgas saber, enquanto não és julgada ou avaliada, mas que eventualmente, num qualquer dia imprevisível, te acorda para a realidade que escolheste viver. Quando és apenas tu, no teu registo e sem que nada nem ninguém tenha como entrar ou intervir, deixas-te ir, sem demasiadas exigências, ou exigindo-te em demasia. Há sempre lugar para que mais te acrescente, isso até o saberás, no entanto se te encheres de ti mesma, considerando que nada te falta, de pouco valerá que te tentem dar ou ensinar o que quer que seja.

Somos feitos de todos os lugares por onde passamos e das muitas pessoas que nos marcam, por vezes a ferros. Somos a soma de muitas divisões amorosas, familiares e até profissionais, ficando com o que restar de cada uma e sentindo, amiúdes vezes, que ora se tem em demasia, ou sempre se terá o que não basta. Somos tão imperfeitos quanto o efeito negativo que produzimos nos outros, ou tão perfeitos que levaremos a que muitos se olhem com mais atenção, mudando não apenas os lugares, mas os nomes que lhes enfeitavam os lábios e que pareciam demasiado importantes para esquecer. Somos de uma anormalidade cada vez mais normalizada, ou tão normais que não caberemos em lugar algum. Somos demasiados a remar para o lado oposto e muito poucos a saber qual a margem mais segura. 

Há sempre uma visão que engana a nossa visibilidade e haverá sempre quem consiga ver o que nem sequer parece estar visível. Há sempre um dia que vem carregado do que mudará todos os outros.

2.4.22

Como é que te poderei sossegar?

abril 02, 2022 0 Comments



Venha o tempo e o momento. Venham os lugares que nos façam sentir em casa e com cada um o regresso tão desejado. Venha o amor que me prometeste para que o meu te seja devolvido com a mesma entrega e intensidade. Venha o que me cabe, porque apenas assim saberei onde caber contigo e por ti.

Dizes, mais vezes do que desejava, que pareço nunca dizer o que tenho dentro, mesmo que me esforce por te tranquilizar, assegurando-te que ninguém do passado virá para nos ensombrar. O teu corpo movimenta-se sempre com algum desconforto, até quando te toco para que me saibas tua, e sendo-o com tanta entrega, que me doem as entranhas pela incapacidade de te sossegar. Dizes sempre o que sentes e pensas da forma como nos penso, mas o medo nunca abandona o meu olhar quando me olhas, desesperado e a querer antecipar o que não pretendo fazer. Dizes tantas vezes que me amas, talvez porque precises de o ouvir, mas é com o maior dos meus sorrisos que te confirmo que deste lado tudo é igual, tão forte e determinado quanto foi o nosso início. Dizes o que não queria ter de ouvir, mas vou-te reservando, pacientemente e com tudo de bom que acordaste em mim, o que um dia te bastará, para que nenhuma palavra, por mais pequena, te impeça de acreditar.

Venha o tempo pelo qual tanto anseio, hoje muito mais do que antes, para que a "casa" que construo, com todo o amor de que sou feita, te possa finalmente confirmar que o que tenho nunca servirá a mais ninguém.

1.4.22

O que é que receias?

abril 01, 2022 0 Comments


Como abrir, de novo, o coração sem o espartilhar demasiado e sem o forçar a sentir menos ou a receber devagar? Que controlo acreditamos poder ter em relação aos que nos chegam, sem que descontrolemos o ténue equilíbrio que existe no mundo como o conhecemos? Qual a fórmula certa dos que parecem saber como ter e manter quem os reconhece, reconhecendo-os sem demasiadas avaliações, ou avaliando-os apenas pelo que são?

Não receio as noites vazias de gente, porque estou inteira em cada uma, mas gostava de saber como gostar mais dos outros, não lhes vedando o acesso já tão estreito e parando de recear o que me trarão, porque seguramente será o que me faz falta. Já quase que deixei de ter referências que me permitam ajuizar, avaliar e usufruir duma relação nova, mesmo que não as possa esquecer, posso claramente perder algum jeito (o que até que poderá ser bom, visto não ter sabido como manter relações). Dia sim e dia não, sinto vontade de ter mais um pouco de vontade, mas pareço continuar a gatinhar, demorando para me suster em ambas as pernas e simplesmente andar. Medos? Uns quantos, e mesmo que os tente afastar, sei que terão que andar por aqui para que ande de forma mais confiante e segura.

Não sei como mudar os chips, mudando-me no percurso e usufruindo um pouco mais de mim e do que ao dar acabarei por receber. Não sei fazer mais nem diferente, não no que concerne a relações e não para me poder encaixar, redefinindo as posições. Não sei do que sei afinal, sinto que é muito, mas que está direccionado para outras partes de mim. Não sei o que me direi, um dia, quando já nada mais estiver nas minhas mãos, mas acredito que me munirei de boas razões, porque as acumularei, após umas quantas tentativas e erros. Não sei se serei apenas eu, lá à frente, mas a acontecer, terei que me bastar.