14.4.22

Chegar a casa!

abril 14, 2022 0 Comments


Os lugares serenos e a tranquilidade que nos envolve quando nos sabemos conduzir, precisa de processos, alguns mais longos, mas sempre necessários. O que entendemos por "casa", será sempre e apenas a emocional, porque a outra, a física, muda e muda-nos no processo. Os lugares que conquistamos quando conseguimos ser nós primeiro, deixando os outros do lado de lá, ou de outra forma estaremos sempre a menos e a querer o que nunca parece chegar, têm nome, o nosso e um rosto que nem sempre refletimos, mas no qual nos reconhecemos.

Sentir que sei o que digo de cada vez que o faço, nem sempre foi pacífico, mas agora, no hoje em que me reconheço, percebo que não poderia ser de outra forma. Foram tantos os que não ficaram, por escolha ou porque escolhi escolher-me, que me forço, regularmente, a olhar para trás, não vá aceitá-los de volta, impedindo-me de estar verdadeiramente em casa. Já não sei ser menos e já não aceito o pequeno, mas também já cobro muito menos, porque quem não souber o que fazer de mim, não terá o que fazer comigo.

Os lugares por onde fui passando, sem qualquer receio de mudar, prepararam-me para o meu lugar emocional. Cheguei, finalmente, por isso a mudança só voltará a ser física, tudo o resto foi mudado e no processo recebi de mim TUDO o que estava devidamente armazenado. Quando os sons que nos saem sem que os precisemos de filtrar, soam a verdade, o que quer que nos possam dizer de falso ou dissimulado, não cola, não permanece e não enfraquece. 

Os lugares que nos constroem são todos os que validamos, sem fugas para a frente e sem arrependimentos que nos matem devagar. O que nos chega fazia falta e o que vemos com clareza encaixa-se sem esforços nem peças desencontradas. Os momentos que nos permitimos nos dias que começam connosco dentro, serão sempre os melhores.

13.4.22

Beijos no dia do beijo!

abril 13, 2022 0 Comments



Beijos, os meus e os teus. Beijos que nos damos até quando não temos toque, mas tocando-nos sempre com a intensidade que transportam. Beijos que nos ligam e que falam do que já não podemos mais dizer. Beijos novos, diferentes, mas carregando tanto de ti, que dificilmente não passariam o que também há em mim. Beijos, porque beijar nos enlouquece, afastando-nos dos males de que o mundo padece e aquecendo cada pedaço que teremos que tocar, talvez para confirmar que ainda continuamos aqui, um no outro, a sorver o calor, o sabor, o tempo e os momentos que não se repetem, porque nenhum beijo é igual. Beijos que confirmam o que por vezes arriscamos duvidar. Beijos, beijando sempre e a qualquer hora dos dias que já não passam da mesma forma. Beijos que preciso de receber para que o antes não se repita e que terei que dar para que saibas que é a ti que estou a beijar. Beijos, os maiores motores de intimidade e os únicos que permitem tudo o resto. Beijos dos quais nenhum de nós foge, porque sem cada um dos muitos que teremos que dar, o que quer que pudesse seguir, pararia. Beijos que têm toda a história que contaremos quando e enquanto nos beijarmos. Beijos, porque quando se beija não se mente. Beijos, os que gostaria de te dar agora, mas que estão guardados para quando nos voltarmos a beijar. Beijos sim, muitos, todos os que conseguirmos roubar. Beijos que te peço quando o teu sorriso me incentiva a ser eu. Beijos, porque enquanto os der estarei contigo e sempre que os receber, saberei porque razão me estás a beijar.

12.4.22

Como é que te respiro?

abril 12, 2022 0 Comments



É difícil resistir-te quando te vejo assim, a moveres-te de forma tão sensual, que até o ar parece circular de forma diferente. Ainda não sei o que fazer com a tua entrega, nem com os olhares que me ofereces, porque em cada um sinto que me vês realmente. Por vezes pareces ler tudo o que tenho dentro, as tuas palavras saem como preciso de as ouvir e o teu toque, suave, mas a acontecer sempre no tempo e momento certos, preenchem os espaços que encurtas a cada dia mais, para que te ame sem questionar. É difícil resistir aos beijos que te carregam inteira, estás sempre disponível e nunca me roubas o que me levaria a tranquilidade. Doseias o que me devolves, dando-te a uma velocidade que me acelera, mas também permite ir mais devagar, para que viaje em todas as partes de ti, até pelas que ainda não conheço. 

Não sei por onde andaste toda a minha vida, que lugares nos distanciaram tanto para que demorasses, mas sei que agora estás aqui. Vivi para além de ti, tive amores que me fizeram acreditar no "para sempre" e outros tantos que me desviaram da tua rota. Fui pequeno para te conseguir ver, mas agigantei-me para te conseguir manter, aqui, no coração em primeiro lugar e seguramente que em tudo o resto que me move. Perdi os momentos que agora me contas, mas já me jurei acrescentar, num futuro que será o nosso, tudo o que saberei escrever contigo. Não sei quem foste quando não o eras comigo e quase que me dói imaginá-lo, mas sei o que serás pelo tempo que te tiver.

É difícil resistir-te, mas já deixei de tentar.


11.4.22

Quem é que sabe o que tenho dentro?

abril 11, 2022 0 Comments



Quem é que sabe o que tenho dentro? Quem é que me conhece o bastante para que me oiça enquanto me escuta? Quanto da minha nudez é permitida a alguém, sem que me sinta demasiado exposta ou frágil? Quando é que sinto que posso repousar a cabeça, esquecendo o peso das palavras, até porque o conheço de cor? Quem me reconheceu quando me viu e quem será que me viu realmente quando achou que me reconhecera?

A viagem vai ter que terminar, porque o cansaço pelo caminhar constante está a desgastar-me tanto que o coração já ameaça desistir. Quem é que consegue convencer-me de que afinal nunca estou errada, apenas mais crente? Eu não. Eu já não...

10.4.22

Sermos ou não sempre a nossa melhor versão?

abril 10, 2022 0 Comments



Sermos ou não sempre a nossa melhor versão?

Tudo o que nos permite desenvolver, crescer e melhorar é importante, mas ao invés de querermos ser apenas e sempre melhores, teremos que saber como viver melhor. Hoje já somos a nossa melhor versão e até o pior que nos tocou "ontem", serviu para que chegássemos a este ponto e lugar, MAS e ele está deliberadamente em maiúsculas, teremos que saber fugir dos excessos, porque já todos ouvimos falar de grandes cérebros, empresários, gurus da motivação e demais estrelas, que acabam por quebrar devido ao ritmo acelerado autoimposto. "Posso até trabalhar muito enquanto todos dormem, desde que possa dormir bem enquanto todos trabalham".

Não te iludas com as solicitações externas, se decidires ser mais culto, fazendo dezenas de cursos por mês, ou atingir o corpo perfeito, superando-te, que seja para teu benefício interno e externo, mas de forma realista e sem tabelas inatingíveis.

Queremos mais, legitimamente, no entanto a sensação de insatisfação poderá instalar-se, tornando-nos apenas mais um rato na roda e entrando em competições negativas e destrutivas. Não temos total controlo do nosso destino. Não podemos resolver tudo o que nos assola, porque a imprevisibilidade existe e não o entender deixa-nos sem entendimento real. Sei do que falo porque luto, diariamente, contra a necessidade interior de ser mais e de chegar mais longe. Vou aprendendo a aceitar que tudo deve vir com conta, peso e medida e que nada nem ninguém me deverá servir de tabela, a minha vida só poderá ser vivida por mim. Aceito os estímulos, os exemplos de superação e as conquistas alheias, mas nunca serão as minhas e os meus percursos poderão até nunca se cruzar com os que se cruzam comigo.

Sê a tua melhor versão vivendo-a. Não te projetes demasiado para o que ainda não tens, não és e não conquistaste. Estares aqui, percebendo o que ainda terás para dar e por consequência receber, já é melhoria que baste. "Faz o favor de ser feliz, enquanto podes"!