15.4.22
O amor é um lugar estranho!
Estás à procura de uma história de amor, ou de uma vida com história?
Já percebi, por sentimento e observação, que nem sempre ficamos com quem amamos e que muito provavelmente deveríamos apenas querer ficar com quem caminhasse ao nosso lado, construindo algo de duradouro, respeitando-nos e cuidando de nunca desistir de nos cuidar. Não podemos ter as duas coisas? Também conheço uns quantos afortunados, ou iluminados, que a dada altura da vida escolheram o certo, mesmo que mais difícil, e é com esses que deveremos falar, bebendo do que nos puderem ensinar.
O amor é um lugar estranho, tem estradas com muitos desvios, lombas acentuadas e pouquíssima sinalização. O amor faz-nos navegar em mares nada serenos e não raras vezes até nos atira para desportos mais radicais, dos quais saímos sem ar e a duvidar da nossa sensatez. O amor, a eterna busca do que julgamos existir e que existirá mesmo, mas que duvidamos poder atingir e talvez por isso falhemos. O amor já tem updates, atualizações e não se assemelha, em nada, ao que nos contavam, romantizando o que também deverá ter muito pragmatismo, razão e "trabalho de casa". O amor que precisamos de sentir, nem que seja uma vez na vida, porque apenas depois teremos vivido, melhora-nos até quando corrompe. O amor, esse bicho papão, o parente distante e o código que descodificaria todas as mensagens religiosamente mantidas em segredo, não sei muito bem com que propósito. O amor que nos segue as passadas, lambe as feridas, permite um ombro sem cobranças, mas que nos cobra muito mais amor, porque teremos que saber como o oferecer. O amor que muitos dizem nunca ter sentido e que os aprisiona até nos sonhos que não sabem de que forma materializar.
O que procuras quando dizes não procurar nada, ou melhor, o que esperas que te encontre enquanto ainda te sentes vivo?
O amor que achas merecer terá que ser permitido, de contrário nunca saberá o que fazer da tua descrença, até porque só atrais o que és e só poderás sentir o que souberes passar. O amor existe para ti também e para que chegue só terás que já ter chegado ao teu lugar, aquele onde lhe darás permissão para que entre e mude tudo à tua volta.
14.4.22
Chegar a casa!
Os lugares serenos e a tranquilidade que nos envolve quando nos sabemos conduzir, precisa de processos, alguns mais longos, mas sempre necessários. O que entendemos por "casa", será sempre e apenas a emocional, porque a outra, a física, muda e muda-nos no processo. Os lugares que conquistamos quando conseguimos ser nós primeiro, deixando os outros do lado de lá, ou de outra forma estaremos sempre a menos e a querer o que nunca parece chegar, têm nome, o nosso e um rosto que nem sempre refletimos, mas no qual nos reconhecemos.
Sentir que sei o que digo de cada vez que o faço, nem sempre foi pacífico, mas agora, no hoje em que me reconheço, percebo que não poderia ser de outra forma. Foram tantos os que não ficaram, por escolha ou porque escolhi escolher-me, que me forço, regularmente, a olhar para trás, não vá aceitá-los de volta, impedindo-me de estar verdadeiramente em casa. Já não sei ser menos e já não aceito o pequeno, mas também já cobro muito menos, porque quem não souber o que fazer de mim, não terá o que fazer comigo.
Os lugares por onde fui passando, sem qualquer receio de mudar, prepararam-me para o meu lugar emocional. Cheguei, finalmente, por isso a mudança só voltará a ser física, tudo o resto foi mudado e no processo recebi de mim TUDO o que estava devidamente armazenado. Quando os sons que nos saem sem que os precisemos de filtrar, soam a verdade, o que quer que nos possam dizer de falso ou dissimulado, não cola, não permanece e não enfraquece.
Os lugares que nos constroem são todos os que validamos, sem fugas para a frente e sem arrependimentos que nos matem devagar. O que nos chega fazia falta e o que vemos com clareza encaixa-se sem esforços nem peças desencontradas. Os momentos que nos permitimos nos dias que começam connosco dentro, serão sempre os melhores.
O que vejo e o que sinto!
13.4.22
Beijos no dia do beijo!
Beijos, os meus e os teus. Beijos que nos damos até quando não temos toque, mas tocando-nos sempre com a intensidade que transportam. Beijos que nos ligam e que falam do que já não podemos mais dizer. Beijos novos, diferentes, mas carregando tanto de ti, que dificilmente não passariam o que também há em mim. Beijos, porque beijar nos enlouquece, afastando-nos dos males de que o mundo padece e aquecendo cada pedaço que teremos que tocar, talvez para confirmar que ainda continuamos aqui, um no outro, a sorver o calor, o sabor, o tempo e os momentos que não se repetem, porque nenhum beijo é igual. Beijos que confirmam o que por vezes arriscamos duvidar. Beijos, beijando sempre e a qualquer hora dos dias que já não passam da mesma forma. Beijos que preciso de receber para que o antes não se repita e que terei que dar para que saibas que é a ti que estou a beijar. Beijos, os maiores motores de intimidade e os únicos que permitem tudo o resto. Beijos dos quais nenhum de nós foge, porque sem cada um dos muitos que teremos que dar, o que quer que pudesse seguir, pararia. Beijos que têm toda a história que contaremos quando e enquanto nos beijarmos. Beijos, porque quando se beija não se mente. Beijos, os que gostaria de te dar agora, mas que estão guardados para quando nos voltarmos a beijar. Beijos sim, muitos, todos os que conseguirmos roubar. Beijos que te peço quando o teu sorriso me incentiva a ser eu. Beijos, porque enquanto os der estarei contigo e sempre que os receber, saberei porque razão me estás a beijar.
12.4.22
Como é que te respiro?
É difícil resistir-te quando te vejo assim, a moveres-te de forma tão sensual, que até o ar parece circular de forma diferente. Ainda não sei o que fazer com a tua entrega, nem com os olhares que me ofereces, porque em cada um sinto que me vês realmente. Por vezes pareces ler tudo o que tenho dentro, as tuas palavras saem como preciso de as ouvir e o teu toque, suave, mas a acontecer sempre no tempo e momento certos, preenchem os espaços que encurtas a cada dia mais, para que te ame sem questionar. É difícil resistir aos beijos que te carregam inteira, estás sempre disponível e nunca me roubas o que me levaria a tranquilidade. Doseias o que me devolves, dando-te a uma velocidade que me acelera, mas também permite ir mais devagar, para que viaje em todas as partes de ti, até pelas que ainda não conheço.
Não sei por onde andaste toda a minha vida, que lugares nos distanciaram tanto para que demorasses, mas sei que agora estás aqui. Vivi para além de ti, tive amores que me fizeram acreditar no "para sempre" e outros tantos que me desviaram da tua rota. Fui pequeno para te conseguir ver, mas agigantei-me para te conseguir manter, aqui, no coração em primeiro lugar e seguramente que em tudo o resto que me move. Perdi os momentos que agora me contas, mas já me jurei acrescentar, num futuro que será o nosso, tudo o que saberei escrever contigo. Não sei quem foste quando não o eras comigo e quase que me dói imaginá-lo, mas sei o que serás pelo tempo que te tiver.
É difícil resistir-te, mas já deixei de tentar.
11.4.22
Quem é que sabe o que tenho dentro?
Quem é que sabe o que tenho dentro? Quem é que me conhece o bastante para que me oiça enquanto me escuta? Quanto da minha nudez é permitida a alguém, sem que me sinta demasiado exposta ou frágil? Quando é que sinto que posso repousar a cabeça, esquecendo o peso das palavras, até porque o conheço de cor? Quem me reconheceu quando me viu e quem será que me viu realmente quando achou que me reconhecera?