28.5.22

Já estás na minha pele!

maio 28, 2022 0 Comments


Começaste por ser aceite pelo coração, o tal que ou bate desenfreado, ou regressa aos batimentos normais, sem se interessar por mais nada, nem ninguém. Depois a minha mente decidiu analisar-te, para perceber se terias alguma das características que tanto me importam e sem as quais jamais embarcarei numa aventura emocional. Gostei de cada uma, revi-te em todos os comportamentos e senti-te em todas as emoções, mesmo nas que receaste mostrar. Depois e só depois é que veio a pele, não menos importante, porque ou nos entranhamos, ou estranhamos sem volta.

Já estás na minha pele, cada pedaço de ti tem-se vindo a juntar a cada pedaço de mim, impedindo-me de voltar apenas a ser eu no que quer que faça. Para qualquer decisão, para os passos que antes dava solitária e até para as decisões que tenho que tomar, estás lá, aqui, sendo parte do que já sou e permitindo que me sinta mais completa e acompanhada. Já estás na minha pele e passei a sentir o que sentes, a tristeza, as desilusões, mas também os prazeres, as conquistas e sobretudo e mais importante ainda, o amor que me tens, esse sinto-o mesmo que ainda me atreva a questionar a forma e a origem.

Sei que duas pessoas jamais poderão ser apenas uma e que tentar nem sequer é realista, mas podem fazer mais sentido, podem querer de forma parecida, ajustando os gostos, ou vivendo-os separadamente, porque o prazer de uma crescerá até à outra. Sei que te escolhi primeiro, mas apenas enquanto já me escolhias.

26.5.22

Estás tranquilo?

maio 26, 2022 0 Comments


Quando estou tranquila sei que te sossego. Quando recebo o que dizes sentir por mim, acreditando, permito que o teu amor cresça, sem reservas e reservando-me o melhor de ti. Quando deixo de duvidar e afasto as inseguranças, seguro mais o que estamos a construir. Quando e sempre que te dou apenas o que já armazenei, da melhor forma, percebo que me dou como precisas e acertamo-nos ainda mais.

Gostar de ti tem sido uma viagem completa, sem momentos parados, porque nos impusemos uma velocidade que estamos a conseguir acompanhar, mas com curvas sinuosas e crateras que parecem abrir-se nem sabemos de onde. Querer que me queiras tanto quanto aprendi a querer-te e já nem me conseguindo lembrar do antes, do dia que antecedeu o primeiro e no qual tudo parecia correr com total controlo, por vezes fragiliza-me, mas também me permite acreditar nas relações. Esperar que a espera termine para que saibamos exatamente o que significa estarmos a percorrer o mesmo caminho, está finalmente a serenar-me.

Quando me impeço de te testar e sei que o faço muitas vezes, permito que te mostres mais e que também pares de te segurar, defendendo-te do que NUNCA seria capaz de te infligir. Quando nos armamos menos e deixamos livres os braços que servirão apenas para os abraços que nos restauram, o ar torna-se mais leve e o respirar natural, como é suposto. Quando nos sabemos amar da exata forma que esperamos ser amados, as peças que faltavam encaixam-se.

25.5.22

Mais fácil ou difícil?

maio 25, 2022 0 Comments



Porque é tão difícil tornar as coisas mais fáceis?

Não entendo o que justifica tantos recuos e avanços, quando até já se percebeu que se quer manter a viagem. Talvez e porque quando menos se espera, chega uma palavra, um olhar ou um gesto que mudam tudo, arrefecendo o ânimo e enregelando a alma. Os medos deixam-nos mais sensíveis, já para não falar das dúvidas, mas a verdade é que a realidade de cada um influencia as atitudes, até as que não se tomam.

Porque é tão difícil simplesmente respirar, usufruir, aceitar e prosseguir?

Não seríamos tão humanos se não procurássemos o lado escuro da lua, por isso deixamo-nos ir pelos caminhos mais duros, passando ao lado dos mais suaves e que até nos curariam de vidas passadas. Deveríamos respirar mais lentamente, evitando acelerar o que deverá ser vivido devagar. Deveríamos perceber que nem sempre se percebe tudo à primeira e que as respostas às perguntas que não devemos fazer em cada início, mas que estarão sempre presentes, chegarão para que sejam cada vez menos. Deveríamos ser capazes de sentir o que sente a pessoa que a nossa aceita, para que nunca a chegássemos a magoar. Deveríamos fazer tanto, quando o amor é grande, mas ainda assim nunca passaremos conseguir fazer o suficiente.

Porque é tão difícil amar sem cobrar?

24.5.22

Não desistas, não ainda!

maio 24, 2022 0 Comments



Não desistasnão ainda, dá-lhe tempo, tenta percebê-lo, lê-o melhor e o "esforço" seguramente que acabará por compensar!

Não desistas de quem parece ter sabido como te tocar. Não desistas de um amor que surgiu quando mais nenhum te parecia já ser possível. Não desistas de tudo o que vos une, de cada pequeno nada em comum e que até se tem transformado no muito que já te atreveste a sentir.

Os medos, as dúvidas e as incertezas vão sempre existir, mas podes escolher confiar, deixando que ele veja como és e olhando-o como ele na realidade, porque algumas pessoas foram feitas para estarem juntas, para se tornarem mais completas, fornecendo, cada uma, o seu pedaço de história e ajustando o que ambas procuravam. Os medos impedem-nos de tanto, que já nada do que éramos antes, nem a coragem que parecíamos ter perante a vida, tem forma de nos conseguir confortar nos momentos mais desafiantes. Os medos atiram-nos até para a chuva, deixando-nos de alma ensopada e numa solidão que se entranha na pele e na carne. Os medos fazem-nos esquecer de tudo o que já fomos capazes de suportar, vencendo cada etapa e passando às seguintes, mais capazes e confiantes.

Se desistes, vaticino que muita dor estará à espera, na vossa esquina, para um e para outro e que acabarão tão magoados, que o afastamento emocional com os outros será ainda maior e mais difícil de suportar. Dá-te mais uma chance, mesmo que seja a última e se mesmo assim não resultar, estarei aqui para te dar o abraço que te encaminhará, aliviando-te de alguma dor e garantindo que terás mais dia depois do cinzento e que sobreviverás a tudo, mas não sozinha.

Não desistas, não ainda e persiste, já que resististe tanto tempo.

23.5.22

A primeira vez de muitas!

maio 23, 2022 0 Comments



Como foi, está a ser e imaginas que será mais uma primeira vez?

Os começos e muitos recomeços a que a vida nos obriga, nem sempre são suaves e carregados de arco-íris, porque a realidade tem sempre uma forma, "real", de nos fazer caminhar com os pés primeiro. A primeira vez que acreditei já não a ter que voltar a repetir, fez-me aprender de que forma me mover, sentindo e oferecendo o prazer que me moveu durante umas quantas décadas. A minha primeira vez foi bonita e simples, mesmo que envolta na complexidade da inocência, mas acabou por se transformar na que pautaria todas as outras. Tive mais umas quantas, todas diferentes, mas sempre iguais na entrega e no desejo que apenas o amor provoca. Tive corpos e mãos que me tocaram, sabendo como e onde e olhares que se misturaram no meu, falando muito para além das palavras. Fui sempre eu em cada primeira vez e senti, sem qualquer surpresa, que estaria mesmo a recomeçar, mas em começos que nunca se assemelharam a nada remotamente parecido. 

Os amores que me entraram alma dentro, sem pedir permissão, aconteceram quando era suposto, mesmo que me surpreendessem pela enorme entrega que colocava em cada um. Tive-os de diversos formatos, mas sempre com uma forma comum, a minha, porque nunca me afasto demasiado do que sou na essência, de contrário nunca me chegariam a conhecer.  As primeiras vezes testaram-me alguns limites, levando-me a crescer mais um pouco e a saber do que aparentemente nem sabia, mas que envolvia, muito bem, no que sentia e fazia crescer, porque apenas dessa forma os amores crescem. Tive beijos que me ensinaram a beijar e outros que me forçaram a ensinar de que forma queria ser beijada; Tive toques que reconheci de imediato e outros que levaram mais tempo a tocar-me por dentro; Tive quem me fizesse sonhar estando bem acordada e tive os que me acordaram mal me atrevi a sonhar; Tive as experiências que mantenho ainda hoje, porque sou feita de todas, mas deixei-as no lugar que lhes pertence, "lá", com as pessoas que as provocaram. 

A primeira vez que decidi já não voltar a ter mais nenhuma, saiu-me trocada, trocando cada uma das voltas que me habituara a dar. Não me importei de me provar errada, mas importava-me saber o que ainda conseguiria provocar em quem chegasse e se instalasse por me conseguir ver. Não sei como é suposto ter mais uma primeira vez após umas quantas, mas pretendo aprender, estou sempre pronta a acrescentar outras páginas ao livro da minha vida e a juntar as legendas que me farão ler melhor. A primeira vez que acreditei que o amor por si só bastava, esbarrei na impossibilidade de usar o que julgava saber e percebi, da forma mais dolorosa possível, que nem sempre temos o que os outros acreditam precisar e foi com ela que tive uma ENORME vontade de que esta fosse realmente a minha primeira vez e que não soubesse NADA sobre a agonizante dor que a impotência, a minha, provoca. Mas como existe sempre uma primeira vez para tudo, seguramente que nas seguintes já saberei o que ainda me faltava.


22.5.22

O que é que um abraço não cura?

maio 22, 2022 0 Comments





O que é que um abraço não cura? Que dores se conseguem manter dentro depois de sentirmos os corações a bater, bem juntos e pelo tempo que o abraço durar? Quanto de nós conseguimos passar quando nos passamos em abraços sentidos, dando ao outro o tempo, o momento e o lugar que passará a ser apenas o que importa, porque tudo o resto deixará de importar?

Quando me abraças a distância esfuma-se, as dúvidas deixam de fazer sentido e o meu corpo reconhece o teu, percebendo que apenas poderás ser tu, por mais que tentemos fugir de nós. Quando o teu abraço chega, envolto no maior sorriso que consegues colocar, colocas nos meus lábios o que terás que beijar para que permaneça, pelo menos pelo tempo que estivermos abraçados. Quando me encaixo, sem qualquer esforço, nos braços que me recebem, sinto o que nem as palavras explicam e deixo que o mundo fique para lá de nós. Juntos, nos abraços que prolongamos para que as almas se reencontrem e falem de todas as vidas em que se encontrem e perdem, mas apenas para que se voltarem a tocar, o tempo pára de correr.

O que é que desejo quando sinto o teu abraço? Que me limpes os medos, afastando, para bem longe, o que nos impediria de estar perto. O que espero que aconteça quando e sempre que te vejo de braços abertos para me receber? Que já saibas o quanto estou em ti e sem vontade que o fim do abraço nos afaste do propósito que nos juntou e que me vejas e sintas como apenas sou para ti, para que nunca me soltes do abraço que seguramente continuará muito para lá do tempo que durar.

21.5.22

O silêncio pode ser de ouro, será?

maio 21, 2022 0 Comments


"O silêncio bem utilizado é a melhor ferramenta para desativar tensões, potenciar encontros e eliminar erros de linguagem. O silêncio pode facilitar a comunicação mais íntima e profunda entre as pessoas"!

Quem me conhece e acabou de ler isto, deve estar a achar que bebi algo bem forte, ou que passei a sofrer de uma doença mental irreversível. CALMA, porque também tive que ler isto 2 ou 3 vezes para lhe achar sentido e não é que consegui? O que está escrito no início do post, vem num livro cujo título sugestivo é este: "A arte de arruinar a sua própria vida". Porque é que o estou a ler? Bem até eu faço, por vezes, coisas sem qualquer nexo. Nada disso, foi pura curiosidade, foi mesmo o julgar de um livro pela capa.

Agora vamos lá tecer considerações. CLARO que sou avessa aos silêncios. CLARO que sendo a mulher das palavras, jamais poderia oferecer silêncios, muito menos para desativar tensões, porque tensa fico eu e deixo os outros a trepar paredes, se não tiver forma de dizer o que estou a sentir e a pensar. Potenciar encontros? Esta teve IMENSA piada. Senão vejamos: Não se diz nada, fica-se num silêncio típico dos cobardes e mesmo assim consegue-se potenciar um encontro? Expliquem-me lá esta, se conseguirem, mas como se eu fosse realmente, loura. Eliminar erros de linguagem. Óbvio, quanto menos se disser, menos se arriscas a dizer de forma errada. Simples!

Agora a parte com a qual concordo plenamente, mas apenas e só quando já existe uma relação bem sólida. "O silêncio pode facilitar a comunicação mais íntima e profunda entre as pessoas". Poder estar em silêncio com a pessoa que nos preenche, sem causar constrangimentos, sem levar a que o "outro" pense de forma errada, no que pensamos nós, significa que estamos solidamente instalados e que nos conhecemos, tão bem, que as palavras se tornam dispensáveis. Nem todos o conseguem, mas quem sabe não terá sido pela falta das palavras certas, usadas nos momentos certos. Já pensaram nisso?

Bem, na minha avaliação geral e eu que não a fizesse, deixo um conselho:

Vejam lá se não arruínam, mesmo, com a vossa vida, só por terem medo de usar vocabulário que até já aprenderam na escola primária!