Felizes apenas em filmes?
Será que apenas conseguiremos ver amores pelos quais se lutam e dos quais nunca se desistem em filmes? TRISTE!
Words can change the world
Será que apenas conseguiremos ver amores pelos quais se lutam e dos quais nunca se desistem em filmes? TRISTE!
O que dizes e o que oiço. O que pensas e colocas nas palavras que me inundam e o que escolho entender quando na realidade entendo muito pouco. O que pensas de mim e o que receio que penses enquanto ainda tateias, sem muito jeito, pela mundo que já sou e do qual não fizeste parte. O que ainda nos falta fazer para que mais fique feito e nos poupe as dores, as avaliações desmedidas e os sons que apenas deveriam transportar amor.
Nem sempre oiço, de forma isenta, o que me atiras, talvez porque precises de me descodificar, ou de ter num lugar emocional mais seguro. Nem sempre sou tranquila o bastante para te tranquilizar quando te enches de dúvidas. Nem sempre sei o que fazer do que pareces querer fazer de mim e é isso que nos confunde.
O que dizes e o que permito chegar. Tudo o que ainda manténs dentro e que tento rebater, falando-te de mim, por vezes até à exaustão, mas recebendo sempre tão pouco. Tanto que pareces precisar de te proteger, seguramente que não de mim, mas de quem represento, a outra metade de uma vida que ainda não estás pronto para viver, mas que desejas tanto quanto a mim. O que dizes quando ultrapassas as inúmeras perguntas que dançam, perigosas, na mente que te lança algumas rasteiras, talvez para que saibas, MESMO, o quanto precisas de saber de mim para que saibamos ambos o que fazer de nós. O que dizes, amiúdes vezes, soa-me às perguntas que deixaste por fazer algures na tua vida anterior, mas que me soam a setas de fogo que me queimam as poucas seguranças que conquisto. O que me dizes, porque também o pensas, deixa-me, inevitavelmente, a pensar no que ainda te falta dizer.
Nunca fui dada a muito arrojo, ou a cometer loucuras em nome do amor, passei sempre demasiado tempo a medir, a pesar e a retrair-me, mas de repente tudo mudou. Levaste-me à praia num dia de inverno frio, mas cheio de sol e de cores que se misturavam com o mar revolto. Passeámos de mãos dadas, em silêncio. Percorremos a praia até chegarmos à ponta e vermos as dunas que se erguiam imponentes, criando uma barreira entre nós e o mundo. Olhaste-me com ar malandro e cheio de desejo.
Sinto falta de cumplicidade, de tempo a dois, da partilha que sempre deverá existir num casal, quando se sentem realmente unidos, com interesses comuns e sendo dois enquanto se mantêm seres individuais e completos. Sinto falta de me enroscar num corpo para além do meu, de me sentir parte de alguém, de ter pele, sons que entrem bem de mim e de quem me queira tanto, que não consiga conceber a vida sem me ter por perto. Já não me recordo de como será estar em pleno no universo de alguém e de ouvir os "amo-te" todos que me faltam. Já nem tenho o sabor que os beijos que mereço deixariam, porque com eles iria saber-me preenchida entendendo que era a outra metade inteira de alguém.
Hoje foste tu que me acordaste. Senti os teus lábios carnudos, molhados e sequiosos da boca que abri julgando que ainda sonhava. Abracei-te reconfortada e feliz por teres vindo até mim, ter-te logo cedo é bom, é um despertar para a vida e é saber que já me pertences. O depois foi natural, o meu corpo reagiu de imediato, percebi que me tiravas a pouca roupa que me cobria e preparei-me para te sentir. Fechei os olhos e parti na viagem que me preparaste. Ninguém como tu sabe como me "ligar", como arrancar os meus suspiros e gemidos. Só tu me enlouqueces, sempre e todos os dias.
O homem que te quer porque te deseja e admira, versus os homem que quer MESMO ficar contigo, por ti e por tudo o que lhe fazes sentir!
Por muito que o mundo tenha evoluído e avançado no que diz respeito às relações, parte dele ainda está preso a convenções, maioritariamente masculinas, e por isso esperando eles apenas pelo que conhecem, querendo reagir ao que lhes chegar, de forma previsível, porque o desconhecido alarma e desarma. O feminismo, como hoje é apregoado, está a danificar os poucos homens que nos restam e convém não esquecer que são mesmo poucos, ao contrário do "bando" de mulheres que povoa este universo e como se não lhes bastasse, cheias de ideias inovadoras que os fazem sentir quase obsoletos. Agora, com a maior das naturalidades, as mulheres dizem não precisar dos homens, açambarcando o que antes lhes cabia por direito. São opinitivas, expressam sentimentos como quem escolhe sapatos e chegam-se à frente para conquistar uns quantos homens Alfa, poucos, muito poucos, mas sendo elas mais dominantes e invasivas.
Menos meninas, muito menos, se o que desejam é ter mais. Mordam a língua quando quiserem desatar a ser intensas, esperando por reações que não estão contempladas nos manuais masculinos, porque isso os deixa tão desconfortáveis que acabam a bater em retirada, diminuindo, ainda mais, as possibilidades de "acasalamento".
O problema maior vem, claramente, da minha geração, que desmistificou ou tipificou TANTO os papéis masculinos e femininos na educação dos filhos, que o resultado só pode ser uma mistura incompreensível e desadequada, que leva a que ambos os sexos se sintam cada vez mais perdidos. Afeminar os homens ou masculinizar as mulheres não é o caminho e a prová-lo, a quantidade de provas documentadas no que as relações dizem respeito. Estamos em total falência de comportamentos, provocando um efeito de onda gigante, que acabará por nos engolir, caso insistamos no trilho. Às mulheres o que é das mulheres e para os homens o que sempre lhes coube fazer, frisando que me estou a referir a comportamentos amorosos. Não concordam? Então esperem mais 1 ou 2 décadas e vão sentir os reais resultados de tanta mistura num mesmo copo.