14.6.22
As inevitáveis perdas!
É inevitável que se vá perdendo pessoas ao longo da vida, porque estaremos com os outros apenas pelo tempo que nos permitirem e seremos da dimensão que nos fizerem. É inevitável que se arrumem lugares e sentimentos, direcionando vontades, porque o que foi ontem, poderá deixar de o ser hoje.
As palavras carregam poder!
As palavras carregam poder e ninguém o deveria ignorar, porque quando as usamos, de cada vez que as temos escritas pela mão de alguém, saindo bem de dentro, saberemos que de alguma forma o que foi dito lhes pertencia. As palavras dizem muito de quem as usa e bem mais de quem as recusa. As palavras fazem-nos ganhar e perder pessoas. As palavras permitem-nos viajar por mundos aos quais não teríamos acesso se não as lêssemos. As palavras devem ser ditas e escritas na medida certa, sob o risco de deixarem de ter qualquer impacto.
13.6.22
Não ponhas ninguém em espera!
Não ponhas ninguém em espera, porque ninguém esperará por ti, mesmo que te tenha amado, ou ame ainda. Já todos vamos sabendo que quem não fica, quem não se esforça, quem não nos procura, ou o faz apenas quando lhe sobra tempo, não deixará que sobre nada de nós. Não ponhas ninguém em espera, não quem seja realmente diferente ou importante, porque um dia, quando finalmente te sentires pronta, capaz ou com coragem para, já não terás quem até tiveste antes.
Amor próprio!
O amor próprio carrega um poder que nos eleva nos momentos mais difíceis e de maiores dúvidas, porque nos sossega, quase de imediato, quando sabemos e percebemos o que temos e somos. O nosso olhar para dentro vê mesmo, usando as palavras que nos acertam e que a maioria não nos dispensa. As emoções pelas quais passamos enquanto resistimos a apenas passar pela vida, colocam-nos de volta o sorriso nos lábios.
Nada me danifica por demasiado tempo. Nada do que não me pertence fica por imposição alheia e nunca me imponho a quem não me reconhece. Nada do ontem me força a mudar o que sei que terei, porque o antevejo no meu futuro, mas também nada me impede de reavaliar, fazendo diferente e melhor.
O amor que aprendi a ter por mim vai direitinho para aqueles que alimenta, sem interrupções, julgamentos ou dúvidas. O amor que considero certo, acerta a minha vontade de um dia o encontrar, de forma simples e natural. O amor, esse aparente bicho papão, é o que me faz acordar e adormecer mais segura e confiante, porque não sei viver sem ele e recuso aceitar que subtraia ao invés de multiplicar. O amor deixa-me mais bonita, mais forte e até mais tola, mas feliz. O amor que sinto enquanto me sinto inteira e sentindo de que forma o sangue me corre nas veias alimentando-me o corpo, nunca me fará desistir de o querer por perto.
O que farias por amor e o que nunca serás capaz de fazer por não o teres? Até onde irias se o tocasses e a quem tocarias se te amassem como amas de volta? Que mundos mudarias, ainda mais, se usasses integralmente o amor que desejas sentir?
O que não nos mata...
12.6.22
Pimentos!
Para o Alexandre a Ana estava a ser uma agradável revelação, conseguiam conversar sobre tudo e usufruir de enormes silêncios, enquanto reviam embevecidos os filmes que lhes diziam tanto. As rotinas de ambos pareciam apenas fazer sentido se passassem por cada um e já quase viviam em casa um do outro, com um enorme à vontade, como se sempre tivesse sido assim. Por incrível que pudesse parecer a todos quantos os rodeavam, ainda não tinham tido qualquer intimidade física. Com eles tudo caminhava de uma forma natural, a encaixar cada pedaço da vida de ambos e a encontrarem motivação em pequenos-nadas.