Onde é que fico em tudo isto?
Onde é que fico em tudo isto? Onde é que me encaixo no muito que continuo a querer fazer supostamente para mim e por mim?
Words can change the world
Onde é que fico em tudo isto? Onde é que me encaixo no muito que continuo a querer fazer supostamente para mim e por mim?
Estás proibido de te preocupar comigo, porque de cada vez que o fazes, tenho que revolver os meus dias, imprimindo ainda mais determinação ao que sou e faço, para que seja bem feito. Se estiver bem também estarás, é uma equação simples, na teoria, mas sempre que esperas que me restaure, à velocidade que te parece certa, a minha é alterada, tendo que reajustar o tempo de que preciso para que seja mais fácil deixar de te ter. Quando esperas que sofra menos com a tua ausência emocional, acabas a lembrar-me da razão pela qual passei a sofrer por ti.
Não quero que te preocupes comigo porque não o sabes fazer bem e porque tomas para ti o que resolvo bem mais depressa e melhor. Não quero que te afastes do teu foco e que é tão somente o de te saberes olhar, entender e cuidar, já que pouco me cabe fazer para que tenhas algo real e palpável feito. Não quero que percas horas, de qualquer dos teus dia, a tentar saber de que forma conduzo os meus sem ti, porque antes de me saber tocada já era eu e porque depois do tudo que nunca chegou a acontecer, cá continuarei, a conduzir-me da forma mais serena que conseguir, para que o teu sabor me abandone os lábios.
Estás proibido de te preocupar comigo, primeiro porque fico sempre bem, até quando provo do que julgava nunca poder ser amargo e depois, logo depois de entender e aceitar que nenhuma parte do mundo gira à minha volta, regresso ao que já tinha armazenado e sereno o coração que até gostava de sentir agitado, mas não para que me consuma. Estás proibido de te preocupar comigo, não se o teu caminho não se cruzar com o meu.
Já gostei mais de gostar de algumas pessoas, de o querer e de estar disponível. Já tive momentos de compreensão extrema, mas os extremismos carregam sempre maus resultados e os meus acabaram de igual forma. Já fui muito diferente do que sou hoje, mas não tenho nem saudades.
Não poderia ser eu a curar-te. Não poderia ser eu a manter o teu coração sarado. Não poderia ser eu a manter-te ligado a mim, não para sempre e não enquanto não soubesses ligar-te a quem te soube amar. Não poderia ser eu a dizer-te o que deverias dizer-me, porque não seriam as tuas palavras e porque não as dirias apenas a mim.
O coração tem memória só para que saibas. Ele lembra-se de tudo o que o fez bater e de quem o deixou sem vontade de muito mais, achando até que o ar não lhe faria falta. O coração, esse poderoso músculo que te condiciona, mas impulsiona para tudo na vida, tem uma memória poderosa e já sabemos todos o poder do amor. O coração carrega a maior função desta e de outras vidas, amar para que possamos permanecer, resistindo até às mais duras batalhas. Ele guarda, religiosamente, a felicidade que lhe fez o sangue circular com mais velocidade. Sabe replicar cada segundo no qual nada mais importava, nem mesmo o sol, porque segurou a temperatura que o aqueceu quando e enquanto o desamor dos outros o perseguiu. O coração tem memória e é por isso mesmo que se recusa a abandonar o que o alimenta.
Falar contigo não sabe ao mesmo, não quanto ter-te e abraçar-te naqueles abraços que não parecem terminar. Falar contigo não sabe a cada um dos beijos que te dou com toda a minha alma. Falar contigo sossega-me, mas não arranca o desespero de me saber demasiado longe, porque longe será sempre não te poder tocar.
O que escolhes fazer quando não pareces estar a fazer o suficiente? Não podes, nem deves acordar apenas para sobreviver aos dias, porque nada te será devolvido se não souberes como pedir o que na realidade até já tinhas. Nenhuma outra forma de ti acontecerá se permaneceres assim, incapaz de te mudar e de aceitar que ou evoluis ou te perdes.