11.7.22
Dilemas do século!
Estamos a cada dia mais determinados, mas mais sozinhos. Já não parecemos procurar a nossa metade, talvez porque tenhamos entendido que somos um só e completos, mas estamos decididamente mais solitários, desconfiados, impacientes e inflexíveis.
Já não procuramos aprovação e estamos onde nos fazemos falta, mas passamos o tempo útil a falar do que ainda não temos e parece ser sempre tanto quando somos apenas nós. Estamos constantemente a planear o que nos deixa mais livres, mas sentindo-nos invadidos por uma prisão emocional que nos sentencia sem qualquer pena determinada. Já não usamos o "nós" vezes que bastem e o "eu" chega a ser exaustivo e revelador de enorme insegurança.
Estamos em constante fuga e assumimos que a dependência nos enfraquece, no entanto não parecemos mais fortes, não aos olhos dos outros. Já não dividimos o importante, mas subtraímos frequentemente o que multiplicaria o outro. Estamos mais egoístas e incapazes de olhar e ver, mas querendo e esperando ser vistos sempre. Já ninguém parece servir ou ser certo, mas continuamos erradamente a planar pelas mesmas pessoas com as mesmas características. Estamos mais duros e impacientes, mas reclamamos da impaciência alheia, levando o outro quase à loucura. Já não cuidamos do corpo nem o respeitamos, mas acabamos a noite a exigir que o valorizem e parem de usar. Estamos menos doces e compreensíveis e puxamos de palavras duras para dizer o que nos sairia bem melhor se ao menos nos ouvíssemos. Já começamos a perder muito antes de qualquer ganho e o triste é que no final ficamos todos muito mais longe uns dos outros.
10.7.22
O que é que nunca devemos dizer?
O que é que nunca devemos dizer enquanto lutamos contra a vontade de dizer tudo? Do que não se deve falar, ou que pensamentos nunca partilhar quando começamos a partilhar vidas? Quem é que nos é permitido ser, enquanto criam modelos da pessoa que supostamente somos? O que pode arruinar uma relação, demasiados silêncios ou a busca intensiva das palavras?
9.7.22
Não consigo deixar de pensar em ti!
Não consigo deixar de pensar em quem fui ou passaria a ser sem ti. Não tenho um nome, ou sequer um lugar que não te tenha, talvez porque esteja oficialmente apaixonada pela ideia de mim contigo. Não permito que as lágrimas corram da mesma maneira e mesmo que me doa o que te impedes de passar, já não passo sem os momentos que cresceram, sem planos, com muitos atropelos, mas com tanto amor, que já não consigo deixar de sentir a tua falta, até quando te tenho.
Gosto de planear e de ter ambos os pés em terra firme, mas a firmeza esfumou-se no minuto que precedeu a tua entrada na minha vida. Gosto, porque me aprendi a soltar, até da dor que sinto quando apenas estás nos sonhos que repito para que estejas em algum lugar. Gosto de gostar de ti, assim, sem qualquer amanhã, apenas no hoje que temos, repetindo-o tantas vezes quantas bastem para que vá escrevendo sobre nós. Gosto de todos os beijos com que me lambuzas de ti, passando-te tão bem e sendo tão intenso quanto é o que sentimos. Gosto de apenas gostar, sem ter que me explicar e sem que precises de me provar que também precisas de mim.
Não consigo deixar de pensar em ti, talvez porque me deixe de coração mais acelerado, mas igualmente tranquilo, ou tão simplesmente porque estou oficialmente pronta para apenas te sentir, mesmo que não me sintas de igual forma. Não consigo pensar em deixar de te amar, não para já...
Ainda decides com tempo?
Todos os dias, a cada minuto ou segundo das nossas vidas, somos levados a decidir e a fazer escolhas que poderão mudar tudo à nossa volta!