17.7.22

Agora és meu amigo?

julho 17, 2022 0 Comments


Pior do que seres o meu ex, aquele que não ficou e a quem a vida levou de mim, é seres meu amigo, porque como amigo não te posso cobrar o que não tiveste vontade de fazer. Ao seres o amigo, as palavras, ou metade delas, terão que permanecer guardadas em mim por muito mais tempo, quem sabe para sempre. Se me escolheste para amiga e se te aceitei neste novo papel que ainda preciso de saber representar, os abraços poderão até voltar a acontecer, mas mais frios e condescendentes e não terei forma de os recusar.

Tanto que te queria como a pessoa que já foi e que deixou de ter um rosto no presente. Tanto que precisava de já não ter que precisar de ti, não nesta nova versão aparentemente moderna e na qual não gastamos tempo com as mágoas e os amargos de boca. Tanto que precisava de te poder abanar, cobrando-te o que nos impediste de ter. Tanto que sinto ainda, enquanto me forço a fingir que deixei de nos sentir e que estou resolvida e tranquila, serenando a mente que não cessa de me espicaçar e perguntar o que deixei de saber responder.

Pior do que simplesmente me forçar a esquecer-te, é lembrar-me, todos os dias, que continuas por aqui, querendo ser o amigo que protege, vigia e se certifica de que me mantenho de sorriso nos lábios. Pior do que te odiar, porque é o sentimento certo em oposição ao amor, é precisar de fingir que gosto o suficiente de ti para te considerar um amigo.

Amores para sempre?

julho 17, 2022 0 Comments



Os amores são para sempre, até os que terminam. Quem o diz? Quem já os sentiu na variação certa. Quem os viveu para além do que se convencionou como difícil e quem soube que sabor lhe dar, mesmo não o tendo recebido de igual forma.

Vou esperar que continue a desejar dar mais, dando sentido ao único sentimento que nos quebra por inteiro, mas que também nos eleva e melhora. Sei que quando tiver um amor que seja capaz de me ver como seguramente será visto, derrubando muros e largando as ideias feitas, ambos sentiremos que o amor para sempre faz sentido.

Lembro-me de todos os amores que tive, dos mais pequenos e inocentes, aos trabalhados com afinco, jurando que os recebia como os sonhara. Recordo com um sorriso nos lábios as peripécias e até consigo rir dos choros que prolonguei, quando achava que o mundo iria ruir. Lembro-me dos sentimentos que se me colavam na alma de cada vez que um amor tinha rosto, toque e voz. Lembro-me de mim, mais madura e endurecida, mas tão apaixonada que amar me devolvia a inocência da meninice. Lembro-me de achar que amaria para sempre e agora sei que não estava enganada.

Os amores para sempre curam-nos de cada incapacidade, nossa e de quem fomos amando, porque para sempre será o sentimento que nos uniu e esse nenhum será capaz de arrancar!

16.7.22

Sentir ou dizer?

julho 16, 2022 0 Comments

Já tentei dizer o contrário do que sentia e já tentei sentir o contrário do que dizia, mas e porque ser eu me deu TANTO trabalho, só me permiti algumas "brincadeiras" temporárias, voltando rapidamente ao meu lugar de sempre. 

A forma como encaras e encaixas a vida tem a ver com o teu olhar para dentro e que advém de muitas horas de perguntas que desejas ver respondidas, ou do pouco que te dedicas, não entendendo que dessa forma nunca te dedicarás verdadeiramente a alguém. Temos a obrigação de ser felizes, porque a nossa realidade, esta que vivemos agora, é a única que nos cabe e deve ser honrada. A felicidade chega após a conquista de desafios autopropostos, a felicidade é o que sentes enquanto estás a fazer sentir, da forma certa, as pessoas que amas; A felicidade são os silêncios nos quais te ouves como mais ninguém consegue e por isso te enches de palavras com sentido: A felicidade são as escolhas conscientes e que mesmo não prometendo finais antecipados, não te defraudam.

Já fui tentada a acreditar no impossível e já me senti impossibilitada de acreditar no real, mas em nenhum dos processos desisti de estar inteira, sendo a pessoa a quem iria pedir contas caso aceitasse o inaceitável, ou me contentasse com o pequeno. Já fui inundada de amores que tomei por garantidos e já fui impedida de amar quem me sabia a sabores novos, mas NUNCA e em nenhum momento, até nos mais difíceis, deixei de acreditar que o amor que me cabe saberá como me encontrar. Já fui muito feliz sem o perceber, mas hoje sei que a minha felicidade é tão percetível, que ignorá-la seria a minha maior loucura. 

Porque escrevo afinal?

julho 16, 2022 0 Comments



Escrevo porque tudo o que faço, sinto e vejo, tem a forma das palavras e é apenas com elas que acabo por mostrar o melhor de mim, fazendo-me entender e dando aos outros o que também me alimenta. Escrevo como penso, penso como respiro e acabo por escrever como amo e amar para mim tem que ser um estado natural, uma necessidade, uma vontade de ser vista como me vejo. 

Por vezes dou comigo a pensar que outro talento poderia ter se não fosse capaz de me por em palavras, mas nunca chego lá, porque já não seria eu e sou-o SEMPRE em todas as situações, até nas más, mesmo que ache e saiba que sou muito mais e que tenho muito do que falta a algumas almas. Quando termino de delinear e executar os meus começos de dias, sento-me no mesmo lugar, de frente a um ecrã que me olha e incentiva, esperando que dispare a primeira palavra, porque depois dela já nada poderá ser parado, nada voltará para trás e o que quer que me segurava solta-se e deixa de ser apenas meu.

Esta aventura tem-me mostrado por dentro de uma forma tão real, que nem um psicólogo arranjaria talento, experiência ou sequer sabedoria para mo explicar. Os pedaços de mim saem com vida própria, soprando o que alguém, algures, precisa de ler, de ouvir e de entender. Escrever é inevitável, é a minha fonte de energia, o que me mantém em alta quando quase perco a fé no mundo. Faço-o porque quero muitos sorrisos, sentimentos, tremores na espinha, sonhos e desejos que podem ser concretizados. Se for sabendo, a cada passo, que consigo tudo isso, então sairei mais engrandecida, uma pessoa mais verdadeira e que será sempre para os outros o que forem capazes de me dar.

14.7.22

Estou num lugar "novo"!

julho 14, 2022 0 Comments



Estou num lugar "novo" no qual avalio e reavalio tudo o que fiz por ser e sendo, preferencialmente, ainda mais completa e serena. Estou finalmente sozinha, sem as pessoas de quem a minha pessoa cuidava, sabendo que poderia ser muito mais e já o era na verdade, mas receando o momento em que a minha principal função se esbatesse e passasse a ser primordialmente a mulher. Estou num mar que passou de revolto a demasiado tranquilo e agora só me resta equilibrar ambas as partes de mim, porque fui sempre duas, com dois pares de mãos que abraçavam e dois corações que se estendiam para que coubessem as pessoas que depois de mim, serão as mais importantes desta e de outras vidas, de outras porque só poderão já ter sido meus e senti-los desta forma, com uma ligação que os desliga da responsabilidade de me fazerem feliz, mas sendo-o para que sosseguem e vivam de forma plena a vida que lhes ofereci quando os concebi. Estou num lugar novo, vazio de sons e de cheiros familiares, mas pleno de memórias, de planos e de ainda mais sonhos. Estou no lugar onde terei que me saber reinventar, pela inevitabilidade, mas no qual saberei melhor quem sou e o que é suposto continuar a produzir. Estou num lugar que me acolheu, mas continuo sem saber onde pertenço, talvez porque seja de todos, até dos que ainda não pisei, mas querendo, muito mais agora, que a viagem comece sem data para voltar. Estou num lugar "novo" e dele só poderei sair renovada, porque sei que acabarei ainda mais forte e capaz de usar o tempo a meu favor. Estou num lugar "novo" e ainda só agora o comecei a perceber.

13.7.22

O dia de te tirar de mim chegou!

julho 13, 2022 0 Comments



O dia em que deixaria de te sentir de cada vez que ligas teria que chegar. O dia em que nada do ontem me interessa para o hoje, onde estou comigo e sem nada de ti, porque nada restou, acabou de se instalar. O dia em que nada do que dizes faz sentido ou me importa, porque o teu discurso desgastou-se, tal como tu mesmo quando percebeste que te daria trabalho, é este, é agora.

Não importa se fui uma tonta apaixonada e se me deixei levar pelo que parecias oferecer. Nem sequer importa se me desiludi, porque apenas contabilizo os dias em que me encheste e preencheste de certezas, desejos e vontades que não via satisfeitas há muito. O que temos é o que conseguimos carregar e sinto que te carreguei todo, à minha maneira, sonhando com o que poderias realmente ser. O que conquistamos é a capacidade de desmultiplicarmos a razão, porque por vezes ela apenas atrapalha, mesmo que nunca nos engane. O que guardamos para sempre é tudo o que nos permitimos sentir, sabendo que nos demos de forma inteira e real.

O dia de te tirar de mim chegou finalmente, mas gostei da viagem, adorei os toques e preservarei as palavras, essas foram muitas, tantas que certamente as voltarei a ouvir de uma outra boca que não a tua, mas que saberá o que fazer com a minha!

Quando não podes simplesmente dizer...

julho 13, 2022 0 Comments



Quando é que opinas demasiado e quando é que deixas o essencial por dizer? Encontrar o equilíbrio no início das relações, e até que já se tenham ambos sentido o conforto do outro, é muito mais difícil do que o que pomos por palavras. Algumas pessoas têm uma enorme mestria para nos deixarem a sentir bem e livres na nossa capacidade de exprimir o que desejamos, mas já outras...

O que é que te posso dizer e quando? Na minha modesta opinião, se tivermos que andar em bicos dos pés, falando demasiado baixo e não olhando intensamente nos olhos, apenas para não perturbar o outro e o seu espaço, então bardacaca, porque ou é, ou é. De que forma consigo conhecer-te, saber o que pensas quando pensas em mim e até onde te sentes capaz de ir por mim, se não o perguntar? De que forma te conheço os gostos e atiço os limites, se não te espicaçar? De que forma nos conseguimos entender e ler, se formos sendo sempre demasiado polidos e metidos na concha?

O que é que te poderia afinal ter dito, sem que te tivesses sentido  mortalmente atingido? Teria sido bom que mo fizesses saber, porque saber de ti seria a diferença entre ficarmos, porque te encaixavas, ou desistirmos porque eras demasiado diferente. De que forma esperavas que fosse o meu formato e o que é que te manteve de pés atrás, enquanto os meus seguiam determinadamente na tua direção? 

Menos com menos só dá mais na matemática, porque em qualquer outro quadrante da vida, sobretudo no amoroso, apenas o mais com mais nos certifica do que precisamos de ter a dois, de contrário ser um passará a bastar.