De um amante para outro!
De um amante para outro, o que é verdadeiro não tem forma de ser contestado. De mim que sempre esperei por quem já me esperasse, deixo para ti a confiança no processo que o amor carrega e é nele que me apoio para estar devidamente apoiada por ti. Deste lado da vida que fui capaz de construir, primeiro comigo, depois para ti que surgiste quando a luz de repente se apagara e a noite me inundara, para a vida na qual estás tão confortável que receber-me e incluir-me só poderia ser natural. De um coração a bater qual cavalo livre, para um outro que ora precisa de ser sossegado, ora se deixa ir, mas sentindo ambos sem demasiadas questões.
Já sei que consigo viver sem ti, porque foi assim que me encontraste, sozinha, mas a repensar o quanto ainda queria continuar sem querer demasiado e pior ainda, sem que me quisessem. Já sei ao que sabe saber de alguém, sem máscaras, sem quês nem porquês, apenas a dar tudo o que pretende receber de volta. Já sei, porque o disseste, tudo sobre ti e sem que tivesse que te perguntar o que afinal só poderia ser natural e a explicar o que já não tens que provar. Já sei que o amor pode ser cego, mas que também consegue ver de forma bem clara e a afastar tudo o que possa ser errado.
Deixas em mim o que ainda não sei explicar, mas que afasta o que poderia perder se te perdesse de alguma forma. Caminhas comigo, devagar quando estou pensativa, mas também corres ao meu lado para que afaste os pensamentos que me sujariam a alma. Já não temos como nos afastar do que apenas o amor consegue, porque deixou de importar de que forma chega, o que importa realmente é que chegou.
De quem confia realmente em ti e se apoia na mesma plataforma que construiu, segura, mas livre o bastante para que não pudesses passar despercebido, deixo a dedicação que sempre pus em tudo. Do olhar que sempre te conseguirá ver, não tendo ninguém no meio, ao lado ou em qualquer outro lugar que o perturbe, estou finalmente a saber o que significa ser olhada de volta e vista.