7.11.22

O tempo no meu tempo!

novembro 07, 2022 0 Comments



Estou assumidamente fascinada com o tempo. Correr é o que tenho feito e quase que arrisco dizer que não o vou deixar de fazer, mas desacelerar e contar cada minuto do meu temo passou a saber-me muito bem. É tanto o que já deixei passar e são tantas as pessoas que já estiveram na minha vida, mas que partiram, que o tempo me merece imenso respeito. Os momentos de alegria intensa que se colaram, mas que também se esfumaram, forçam-me a perceber que importante é o que tenho, o que vivo, sinto e sou capaz de passar.

Estou fascinada com o que já não está mais aqui, mas pratico o desapego diariamente e sei, melhor hoje do que no meu ontem onde era afinal tão imberbe e pequena, que ter a capacidade de escolher ser eu e no meu formato me dá a liberdade que ninguém rouba e a paz que ninguém quebra. Estou fascinada com o que me fascina, mesmo e até com o mais pequeno, porque na realidade significa apenas que estou mais viva do que nunca e que renuncio, veementemente, ao desamor e ao que importa tão pouco, que de forma alguma poderá mexer com o meu tempo. Estou fascinada com a habilidade instalada de não se dizer coisa alguma e de se "cuspir" palermices que não movem nem sequer o ponteiro mais pequeno do relógio. Mantenho o fascínio nos que se desmentem a cada dia, mentindo para não caírem no vazio das vidas que criaram. Estou fascinada com o retorno do Universo e ele é mesmo justo, tanto quanto somos imaturos, ou maus, ou pequenos, ou até burros.
É tanto o que me fascina por estar atenta, que só me posso prometer não ceder a descuidos que me roubem o que realmente pode fazer muito por mim. Recuso-me a desistir de mim e do que me define, mas passei a ter tempo para não desistir dos que ainda poderão ser salvos por mim ou até pelo tempo que decidirem oferecer-se.

6.11.22

Será que já desisti do amor?

novembro 06, 2022 0 Comments



Será que o medo de te expores aumenta de cada vez que esbarras em quem te derruba? Será que passas a escudar-te do mundo quando te perdes no teu próprio quadrado de vida? Será que são os outros que te amargam, ou és tu que desistes de encontrar quem te asseguraria de que o amor ainda existe? 

Tudo o que é novo é passível de carregar boas e más experiências, se as evitarmos não vivemos, mas se as abraçarmos poderemos acabar marcados, qual ferro em brasa, para sempre. Ninguém parece ser o que mostra e ninguém consegue mostrar ao que vem, não de início e não quando seria fácil desistir. Estamos a padecer, coletivamente, de incapacidades que nos mutilam o órgão principal e nos atiram para a solidão e para o vazio.

Será que ainda temos alguma forma de salvar os perdidos, os que parecem ter desistido de usar apenas a camada visível, com receio de serem forçados a ver os outros? Será que querer bastará para que nos queiram? Já percebemos todos que não!

5.11.22

Já sei quem sou!

novembro 05, 2022 0 Comments


Deixei de me sentir estranha quando percebi que sou apenas diferente. Passei a abraçar as minhas peculiaridades, encaixando-me no meu próprio espaço e desapegando-me dos outros, porque o que pensam, sentem e acreditam ser certo, não me cabe por inteiro. Encontrei forma de não pertencer à matilha, "caçando" sozinha e crescendo em liberdade emocional, para que as escolhas me coubessem por inteiro. Procurei, como ainda faço, as respostas para as minhas próprias perguntas e no processo consigo elucidar uns quantos, evitando-lhes o "trabalho" a que me propus por vontade própria.

Amadurecer é um processo em contínuo, muitas das vezes doloroso, mesmo que necessário, mas sobretudo enriquecedor. Quando o fazemos por nós, estando atentos às emoções e empoderando os sentimentos, tornamo-nos mais resistentes aos embates, regressando ao lugar seguro de cada vez que a tempestade se instalar. Perceber que a opção mais acertada é percebermos quem somos porque ninguém o fará tão bem, confere-nos uma indescritível sensação de habilitação própria e controlo sob nós mesmos.

Não há como delegar a nossa vida ao acaso, ou aos outros, porque se o fizermos seremos inevitavelmente pisados e desiludidos. Ninguém pode ter a responsabilidade de nos fazer feliz e a mais nenhuma outra pessoa cabe o dever de nos segurar as mãos que já sabemos usar. 

Deixei de me sentir estranha quando percebi que a minha diferença me serve!

4.11.22

Num beijo...

novembro 04, 2022 0 Comments



O que passamos afinal de nós num beijo e em cada beijo? Tens ideia de quantas vezes sonhei com a tua boca na minha? Consegues contabilizar os sonhos que prolonguei para tentar que o teu sabor se colasse a mim?

Imaginar como beijaria a boca que largava os sons que tanto me entravam dentro, alimentou-me o bastante para que pudesses chegar. Não deixa de ser curioso que me tenha lembrado disso agora, talvez porque já depois de saber ao que sabes me tenha apetecido beijar-te.

Sei o que passámos nos nossos beijos, mesmo depois de nos termos imaginado tanto. Sei ao que me soube o primeiro, mesmo que não tenha acontecido quando e como tantas vezes retratámos. Sei quantas vezes nos colámos sem vontade de parar, para que os beijos falados fossem saboreados. Sei quem consigo ser quando te beijo, mas também sei o que deixei de ser por não te voltar a beijar.

Num beijo passo-me TODA e espero TUDO. Num beijo e em cada beijo regresso às emoções que recebia muito antes de te poder beijar. Num beijo encontro mais intimidade do que no amor que fizermos depois, porque a minha boca terá que aceitar a tua assim que te começar a amar.

Matava por um beijo teu hoje e por todos quantos me prometeste dar e disseste que nunca sairias da minha boca mal me pudesses beijar. Num beijo e com um beijo mostrar-te-ia agora por que razão me deverias continuar a beijar. 

3.11.22

Tens sido a minha casa!

novembro 03, 2022 0 Comments



Tens sido a minha casa, o meu lugar de escolha e aquele para onde regresso para não me perder de mim. Fazes-me sentir parte de tudo o que constróis e é por isso que me vou reconstruindo para te devolver o que sempre me pareceu mais do que mereço. Viajas comigo nos sonhos que já não receio partilhar e consegues entrar em cada um, encontrando-me e trazendo-me de volta. Tens sido muito mais do que um amor novo, és o certo, o que me deixa a respirar de forma descompassada, mas tão tranquilo que já nem me lembro do que me fazia medo.

Esperei por ti metade da minha vida e porque já temos mais passado do que futuro, passei a querer viver cada dia como se fosse o último, mas vais-me sorrindo para que sossegue, assegurando-me de que teremos exatamente o que viemos para viver. Antecipei-te, até quando duvidei que chegasses, mas reconheci cada pedaço de ti mal te toquei. Passei a amar-te como um tolo mal entrei pela porta principal, a que escancaraste, como se tivesses estado sempre à espera, mas a verdade é que me tens amado de volta.

Tens sido a minha casa emocional, restaurando-me o corpo cansado de esperar e recordando-me, a cada minuto, que já cheguei e que só preciso de saber usufruir para te ter como mereço!