13.3.23

Quando é que sabes de ti?

março 13, 2023 0 Comments



Só sabes o que te danificou quando a paz te é roubada e os dias desatam a correr ao contrário. Apenas entendes do que afinal não conseguiste entender, quando falhas dar-te as respostas às tuas próprias perguntas. Só percebes o quanto já caminhaste, quando finalmente olhas para trás e vês o quão muito ou pouco conseguiste percorrer.

Não saltes etapas e não aceites amores que te deixem sem qualquer amor-próprio. Não te revolvas na cama que deveria estar a albergar bem mais do que desejo, porque quando dois corpos se tocam para duplicar o prazer, sentindo-se para lá do coração e lendo a alma sem legendas, acabam por se transformar em tudo o que se pretende manter por perto. Não sintas receio de usar os NÃO que te salvarão sobretudo de ti e NUNCA tomes como certo o "demasiado tarde", porque para estares bem contigo, respeitando-te em cada etapa, estarás sempre a tempo.

Só sabes que afinal sabias muito pouco, quando e de cada vez que te rendes aos lugares que nunca conservam o sabor e aos sons que desaparecem à velocidade do teu pensamento, Apenas te recuperas quando percebes que, algures num tempo e momentos que ainda não eram os teus, deixaste de ser tu mesma.

11.3.23

Quem sou quando não estou a ser eu?

março 11, 2023 0 Comments


Há muito que me desencontrei da minha habitual sensatez e discernimentos. Faz algum tempo que deixei de usar o tempo a meu favor, sem me oferecer o poder que me deveria caber inteiramente. Deixei de me recordar dos momentos em que estava apenas eu ao leme do barco que fazia velejar, para onde e como quisesse e há muito que deixei de me querer em primeiro luga. Os custos emocionais revelaram-se demasiado grandes para suportar e a fatura vai ter que ser paga por mim.

Quem sou quando não estou a ser eu?

Provavelmente uma cópia bem fraca dum original que tanto "trabalho" me deu a lapidar. Fui sentindo os avanços no meio dos muitos e inevitáveis recuos, mas de repente, depois de ter escolhido o que não me define, passei a ver de forma turva o que até já era claro. Sei que os processos não poderão ser saltados e que por isso mesmo terei que me testar enquanto testo as melhores opções, mas a burrice emocional envolta num amor sem freio, colocou-me a galopar sem direção definida. Não me perdi, não ainda, mas já estive mais longe de reencontrar a saída que até tinha um sinal em letras garrafais. 

Há muito que entendi que não estou na direção certa, sobretudo porque tudo passou a soar a errado, mas escolhi munir-me duma teimosia pouco eficaz e a ineficácia nos processos relegou-me para o fim da fila. Há muito que pareço ter desistido de mim, mas sei que ainda vou conseguir voltar ao ponto de partida e recomeçar.  

9.3.23

Será que te vives intensamente?

março 09, 2023 0 Comments



O que vives intensamente, mas devagar e sem as pressas que te afastam do que é perfeito, permite que a perfeição se instale e que o que desejas passar passe eventualmente. Tudo o que escolhes ser enquanto estás a ser tu mesma, nunca te defraudará, deixando-te em metades, porque serás sempre inteira em qualquer olhar e em todos os toques. O amor que decides partilhar de cada vez que amas, porque será sempre uma escolha amar quem te ama, deverá representar-te na íntegra, de contrário não será amor. 

As viagens que começamos, sem que saibamos em que paragens seremos verdadeiramente forçados a parar, deveriam carregar-nos e aos sonhos que amealhámos enquanto e pelo tempo que nos permitimos sonhar. As eternas buscas pela perfeição nos outros e as cobranças que nos falhamos cobrar, desviam-nos do essencial e impedem-nos de viver em pleno. As perguntas que lançamos, achando que as sabemos responder, apenas nos inundam de muitos mais pontos de interrogação, levando aos inevitáveis finais mal resolvidos.

O que aprendes, mesmo que ao teu ritmo, mas sem que te escuses a olhar em todas as direções, levar-te-á para o que fará sentido acumular, porque será exatamente isso que terás para dividir. O que sentes, sentindo que te define, definirá os que permanecerão e todos os que inevitavelmente acabarão por partir.

8.3.23

Quem é esta mulher?

março 08, 2023 0 Comments



O que ela tem de melhor é a capacidade de ser segura enquanto frágil. Mostra o que deseja ver espelhado nos outros e retrai o que os magoaria sem remédio. O que ela consegue quando se afasta, embrulha-se na paz que se lhe cola por estar a ser do formato certo. O que ela oferece de melhor é o coração gigante que todos acolhe, mas de onde retira os que lhe falham. O que permite, enquanto se permite ser mais e melhor, é que a amem de forma ritmada, sem atropelos nem cobranças. O que ela faz de melhor enquanto faz tudo o que lhe cabe, é cuidar de quem nunca lhe sairá das veias, porque a alimentam do que sozinha não produz.

Quem é esta mulher agora e o que fez para que tudo nela parecesse já feito?

Esta mulher não escolheu navegar em águas revoltas, mas nunca se permitiu "afogar" nas ondas inevitáveis que sempre enviam os que fogem da paz. Passou a nunca mais passar pelos dias sem os sentir e até quando parecia não conseguir sentir nada, jamais se impediu de estar presente. Esta mulher quer tudo o que ainda lhe falta viver e recusa o passado no qual viveu como melhor podia e sabia. Acredita ter aprendido com os erros, mas oferece-se margem para continuar a crescer com a dor que os erros futuros provocarão. Esta mulher não sabe tudo, mas permanece pronta para continuar a ver o mundo de formas novas e diferentes. Esta mulher sabe que ainda viverá para conhecer o amor que merece! 

5.3.23

Confiar no amor enquanto se ama!

março 05, 2023 0 Comments


É tão doce o sabor do conforto que a confiança nos coloca na boca. É tão intensa a intensidade com que nos conseguimos entregar a um amor verdadeiro, que passamos a acreditar que todos o desejam de igual forma. É tão forte a vontade de ser tudo na vida de alguém, que acabamos a perceber porque razão também nos provoca um medo gelado de falhar, não na vontade, mas na leitura das regras, ou de contrário nunca iremos fazer o que fará bem ao outro.

Amar deveria ser fácil, mas parece que raramente começamos pelo lado e tempo certos. Amar sentindo que o que damos se pode multiplicar, enche-nos e preenche-nos de ainda mais amor, mas não raras vezes acabamos a voltar ao princípio, vezes sem conta, até que o caminho se defina. Amar ainda parece acarretar tantas instruções, que ser emocionalmente instruído se torna numa tarefa quase impossível de completar.

É tão doce o sabor da boca que nos beija verdadeiramente, enquanto nos está a beijar, que tudo à volta deixa de importar!

2.3.23

De que força somos feitos?

março 02, 2023 0 Comments


Somos feitos de caixas cheias de força, mesmo que fraquejemos perante o que por vezes até parece pequeno. Somos, eu, tu e nós quando juntos, todo o amor que partilhamos e fazemos crescer, mesmo quando arrisca diminuir, dia sim e dia também. Somos as pessoas certas quando nos acertamos, e as mais erradas quando perdemos o norte e nos debatemos por entrar e permanecer na normalidade. Somos a soma de tudo o que já começou por ser pouco, mas que pretendemos ver multiplicado, sem que no entanto saibamos quando e de que forma. Somos todos os lugares por onde passámos e todos aqueles que ainda saberemos construir juntos, até que outras histórias se escrevam, reescrevendo as que nos couberam viver. Somos um verdadeiro caso de estudo!

O que foi que nos trouxe até ao hoje?

Muita loucura. Tempos fora do tempo como o conhecíamos. Sonhos em formatos novos e ainda por documentar. Sabores que ainda precisamos de determinar, porque volta e meia amargam.

Somos todos o resultado do que nos incitamos a aprender e não raras vezes acabamos por ensinar a alguém o que já nos coube viver.

28.2.23

Viagens de muita idas e voltas!

fevereiro 28, 2023 0 Comments



Viagens que me levam nos pensamentos que sempre uso para me saber direcionar. Percursos nos quais recordo muitos outros para os quais fui cheia de esperança, mas voltei esventrada do que eu mesma criara. Idas e vindas numa estrada que passou a ser tão cruel quanto o tempo que a demorava a percorrer. Tormentas em alcatrão mesmo que sem ondas altas. Viagens que fazia para que percebesse até onde seria capaz e ir e a verdade é que fui sempre, mesmo que voltar me trouxesse ao único mundo que tenho. Viagens que muito provavelmente precisei de fazer para saber um pouco mais sobre mim, mas que de bom grado esqueceria se ao menos mo permitisse.

Será que escolhemos, de alguma forma, conscientes ou não, quem decidimos precisar, ou somos apenas peões em jogos sem instruções?

Ir, mesmo que num percurso habitual, nunca mais será igual e vir, olhando para o quanto já "caminhei", passou a saber-me aos sonhos que não consegui pôr em prática, até quando achava que estava a ser e a dar tudo. Transpôr os limites da minha capacidade emocional preparou-me para muito, é nisso que quero acreditar, mas arrancou uns quantos pedaços da alma que desejava ter mantido intacta. Aceitar o inaceitável e ainda assim continuar, insistindo e persistindo, não fez de mim uma mulher mais resiliente, apenas me ajudou a entender o que ainda me falta conquistar.