23.12.23

Quem sou e como sou?

dezembro 23, 2023 0 Comments




Sou todas as histórias nas quais participei ativamente, de forma fugidia, ou até com mais medos do que coragem. Sou melhor quando me foco nos objetivos, mas pioro a olhos vistos quando e de cada vez que me afasto do que sei ser certo. Sou tantas coisas a todas as horas, que por vezes acabo os dias com receio de ainda assim não ter sido o suficiente. Sou tão inexplicavelmente segura das minhas inseguranças que nunca permito que me impeçam de continuar, até quando o caminho é mais sinuoso. Sou menos sem o amor que escolho sentir e é por isso que decido que amar vai sempre valer a pena. 

Gosto de me conhecer melhor enquanto faço por me reconhecer em cada toque, ação ou movimento. Gosto de gostar de ti de forma genuina e de nunca gostar do que me vira o mundo ao contrário, o que acontece sempre que não te tenho. Gosto de perceber que te faço gostar por todas as emoções que te provoco. Gosto de sentir que sinto a mil à hora e que nunca me travo do que considero ser tão genuíno quanto é o que sinto por ti. Gosto de me sentir bem quando te faço bem. Gosto do sabor dos beijos que busco na tua boca e que até quando me roubam o ar nunca me impedem de respirar.

Sou quem ainda vai e vem numa tentativa constante de te conquistar, mas sabendo que sou muito mais do que a mulher que te escolheu amar. Sou esta que vais tendo e conhecendo, esperando vir a ser a que fará com que saibas amar.


20.12.23

Quem é que te levanta ou derruba?

dezembro 20, 2023 0 Comments



Quem é que pode desejar viver em modo "catástrofe" o tempo todo e todo o tempo útil duma relação? Quem poderá alguma vez escolher manter as janelas e as portas protegidas dum potencial "furacão", estando obvia e claramente preparado, mas sem nunca conseguir deixar entrar a luz? Quem é que pode aceitar que a segurança nunca seja um momento, mas apenas uma vontade?

Como é que se restaura a confiança em quem a arrancou, qual erva daninha, derramando-lhe tudo o que potencialmente destruirá o que até poderia nascer de forma bonita?

Os sinais estão sempre visíveis, até para os mais distraídos e mesmo que as emoções se interponham à razão, sabemos, de forma razoável e indiscutível, que quem não nos respeita, nunca saberá de que forma nos amar. Quem nos usa para poder subir uns quantos degraus na auto-estima quebrada, apenas nos quebrará a vontade de construir algo que permaneça. Quem nos retira da equação, enquanto adiciona outros, outras, muitos, mesmo que apenas mais um, dificilmente saberá como nos dedicar um lugar visível. Quem brinca com os sentimentos alheios, alheia-se da realidade e acredita, piamente, que só existe uma forma e formato. Quem nunca foi devidamente amado, provavelmente nunca saberá amar.

Quem é que pode escolher nunca ser escolhido?

19.12.23

O que tem sido mais difícil?

dezembro 19, 2023 0 Comments



O mais difícil é e será sempre começar!

Estou, a cada dia, mais consciente do que preciso de mudar em mim, para ser mais plena e menos séria, parando de cuidar de tudo como se de um assunto de Estado se tratasse. Sou um ser em constante evolução, mesmo que entre em conflito comigo e me tenha que forçar a reavaliar, escolhendo caminhos que serão seguramente mais pacíficos.

O mais difícil tem sido encaixar um modelo novo de amor, mas que a ser bem sucedido, revelará uma mulher mais preparada, desinibida e ligeira.

Agir por impulso quando sou impulsionada a questionar o que sempre considerei ser certo, tem-me fustigado qual chicotada física. Dizer o que carrego dentro, passando por ser a detentora da verdade, tem-me feito tolerar umas quantas mentiras mal camufladas, mas infligido dores que me vão transformando e nem sempre para melhor. Sentir menos parece ser do consenso geral e na verdade se generalizar, se me camuflar e misturar com o rebanho, conseguirei passar entre os pingos da chuva, ganhando bem mais no final. Pedir o que faz com os meus pedidos sejam naturais e simples, por ter aprendido a escolher a melhor paleta de cores, não me diminui, ao invés confere-me um poder que desconhecia e que na verdade todos temos, que é o de usar os outros para nosso benefício pessoal. É feio? Declaradamente sim, mas é, mais do que antes, um ritual de sobrevivência.

O mais difícil tem sido desistir do amor como o pareço ter fantasiado, porque a verdade é que nunca esbarrei em nenhum como tantas vezes escrevi e sonhei.

Estou, declarada e determinadamente, uma mulher diferente, mas sei que serei, pela primeira vez, a maior beneficiada.

18.12.23

Não, não quero...

dezembro 18, 2023 0 Comments


Não quero ser a única a derramar a cola que nos mantém juntos, porque preciso do que também tens para oferecer. Não quero ser apenas eu a querer-te, tanto, que quereres-me seja um exercício demasiado fácil. Não quero ser a parte difícil duma relação que nunca me facilitou a vida. Não quero cultivar mágoas que nos afastem para sempre. Não quero sentir que nunca me quererás o bastante para que repouse o coração e a alma. 

Não existe forma de te continuar a amar se não me amares de volta. Não há como sentir que há algo para permanecer, se nunca perceber do que aparentemente já teremos. Não tenho vontade de usar demasiado os "nãos" que nos escurecem os dias e mantêm em claro nas noites demasiado longas. Não quero precisar de outros abraços que não os teus, nem de beijos novos que me saibam aos sabores que já tinha desistido de procurar.

Estamos numa viagem que desejo sem fim anunciado, mesmo que ele já nos tenha ensombrado umas quantas vezes. Vejo-nos num caminho que pretendo suave, e mesmo que a vida nos atropele, espero que nunca sejamos, um para o outro, o lado sombrio da lua. Desejo que nos continuemos a desejar, alimentando bem mais do que o corpo, porque tudo o resto será um reflexo do que soubermos manter.

Não quero ser a que permanece à espera do que nunca deixa por dar, porque também eu consigo desistir de tanto esperar. Não quero continuar a saber o que significa não me conseguires querer.

17.12.23

Sabes que és bonita?

dezembro 17, 2023 0 Comments



Chamaste-me de bonita e ainda referiste que tenho um olhar penetrante. Elogiaste a minha voz, dizendo que te envolvia, tanto, que te sentias incapaz de dizer TUDO o que estavas a sentir. Tocaste-me o rosto de mansinho, sem me tentar beijar, mas preciso que saibas o quanto me senti beijada pela tua atenção e cuidado. Prometeste manter-te como precisasse, mas movimentando-te à velocidade que imprimisse, porque há muito me esperavas. Chamaste-me de bonita e não me soou a elogio barato.

- Estás danificada, ou dolorida para lá do reparável?

- Não, porque nunca permaneço demasiado tempo no que me rouba tempo.

Falaste sem reservas nem medos e em nenhum momento mediste ou pesaste o que dizias, seguramente que na ânsia de te passares como acreditas ser. Riste de forma desprendida e contagiaste-me pela aparente ausência de restrições. Soubeste como me receber, mas foste igualmente recebido como sei fazer. Abriste-te até te consegir ver a alma e mesmo que me tenha retraído, tomaste a dianteira sem esperar que te imitasse. Foste sendo e isso sentiu-se até quando te sentia as mãos firmes e fortes a segurarem as minhas, como que a impedir-me de desistir.

- Sabes que podes dizer tudo e que dificilmente me chocarás?

- Sei que eventualmente te ensombrarei com os muitos pensamentos a que me permito, mas percebo que já viveste umas quantas vidas para me aguentares.

Despedimo-nos a parecer um até já, porque foi rapidamente que viraste, acelerando na necessidade de me voltares a prometer, mas sem palavras, que estarias para ficar se te recebesse. Sentimo-nos sorrir no abraço que nos enlaçou a coragem de recomeçar e foi assim que nos vimos afastar, enquanto o sol nos brindava com uma nova esperança.

16.12.23

É demasiado tarde!

dezembro 16, 2023 0 Comments



Nunca é tarde, escolhemos dizer e acreditar, porque apenas assim manteremos, em aberto, a possibilidade de nos retratarmos, de mudarmos o que não cumprimos da forma certa, chegando até quem descurámos, mas...

Se ao menos tudo na vida pudesse ser linear, previsto e antecipado, quiçá as nossas escolhas não seriam mais acertadas. Se não esperássemos por segundas e terceiras chances, talvez conseguíssemos viver e vivenciar melhor a primeira que nos é oferecida.

Por vezes é tarde sim. Por vezes deixamos de ter a escolha de reincidir e de repetir o que acreditamos poder um dia mudar. Por vezes é tão tarde, que já nada nos resta sentir ou dizer sobre quem e o que nos magoou. É tarde para pedir desculpa, estou a ouvi-lo na música dos OneRepublic - "It´s too late to apologize". É tarde, mas mesmo que se diga que as desculpas se evitam, ao invés de se pedir, sabemos todos que se chegarem com sentimento verdadeiro, assumindo o que fizemos ou deixámos de fazer pelo outro, ainda poderá existir uma possibilidade. Mas será tarde quando nos escudarmos, repetidamente, no não erro, no deconhecimento, ou alheamento, porque nada nem ninguém entenderá que se magoe de forma repetida e descuidada. É tarde se julgarmos que continuaremos a ter o mesmo tempo de antena e palco. Será tarde quando relegarmos para segundo ou terceiro plano quem nos colocou no primeiro.

Há quanto tempo deixei de ser eu?

dezembro 16, 2023 0 Comments


Faz algum tempo que não sei quem sou, apenas eu, eu comigo. Faz tempo que os meus dias correm a correr, sem demasiados planos, não no que ao amor diz respeito. Faz tempo que sou quem não conheço ou sequer reconheço, talvez porque ande a sentir de forma solitária o que deveria ser a dois. Faz algum tempo, demasiado, que não saboreio lábios que me beijem a mim, apenas a mim, mas que percebo o quão pequeno tudo se torna.

NUNCA empurres o que consideras ser amor, porque dificilmente chegarás a algum lugar que te sirva. NUNCA peças pelo que te deverá ser dado sem condições e sem que te condicionem as crenças e o amor-próprio. NUNCA te foques apenas nos pequenos momentos bons, avalia e reavalia todos os que se tornaram tão maus que até a ti magoaste. NUNCA esperes pelo que a vida te recusou, uma e outra vez, achando que no dia seguinte poderia ser diferente. NUNCA ames sozinha, porque o teu amor NUNCA bastará.

Faz algum tempo que não danço à chuva de sorriso aberto, porque permiti que me fechassem tudo o que tenho de mais precioso, a alma pura, amor a baldes e risos que ecoam até dentro de quem os escuta. Faz tempo que o tempo deixou de correr a meu favor no campo amoroso, apenas por ter escolhido a pessoa errada. faz tempo que ser a pessoa errada de alguém me danificou, TANTO, que precisei de sair de mim para regressar EU outra vez. Mas faz tempo, pouco, mas seguro, que entendi que sozinha sou bem mais útil, sobretudo a mim.