10.2.24

Como seria se tivéssemos sido?

fevereiro 10, 2024 0 Comments



Se me visses e se fosses capaz de me sentir, sentirias o quanto o amor me mudou. Se estivesses na mesma sintonia e não te forçasses a ser quem na verdade nunca reconheci, reconhecerias as mudanças que operaste em ti para que finalmente pudesse caber. Se nunca tivessem existido tantos "ses" na vida que juntaste, ano após ano, até me conheceres, já me terias visto há muito. Se conseguisses ler o que carrego dentro, agora que entendo e aceito que apenas me fui carregando a mim, saberias do que padeço, porque a verdade é que nunca consegui estar no teu lugar certo.

Sentir enquanto estamos, e estar sem que o sentimento nos envolva em demasiadas perguntas sem resposta, é um lugar novo para muitos, provavelmente para os que nunca olharão demasiado para o agora, não vá ele permanecer. Sentir a dois, sem reservas, mas reservando-nos o direito de não precisarmos de nos fazer anunciar, porque seremos sempre bem vindos, é o que desejam, para lá dos sonhos, os que anseiam parar de sonhar, começando a viver. Sentir que o mundo nos posiciona no exato momento e lugar no qual seremos únicos e diferentes, é o que deveremos saber exigir, nunca abdicando do que ainda pretendemos conquistar.

Se me conseguisses ver para lá do que projetas nos outros, saberias de que forma aceitar as diferenças que me tornam única. Se não estivesses demasiado voltado para o que já viveste, talvez fosses capaz de viver comigo o que te negaste. Se deixasses no passado o que o meu presente não contempla, até porque não alimento o que já não me representa, quiçá não teríamos como desenhar um futuro possível. Se me tivesses aprendido a amar quando mais precisava, não precisarias agora de provar o que já não pretendo reconhecer, porque percebi que nunca tive a quem amar...

7.2.24

Aceitas o meu amor?

fevereiro 07, 2024 0 Comments


Se me perguntarem quem tenho sido e que caminhos tenho escolhido, saberei bem o que responder, porque percebo que as escolhas foram sempre minhas!

O que conseguiste sentir quando sentias intensamente e com toda a entrega que o coração pede? Para quem olhaste quando já te tinhas olhado o bastante para saberes de que forma te querias olhada e não apenas por fora? Onde te agarravas quando ambas as mãos se mantinham soltas de quem as poderia ter agarrado? Que medos te assolaram, se é que alguma vez aconteceu, de te imaginares sozinha?

Se me oferecessem o que nunca me permiti negar, sei bem que sabores passariam a passar pelos meus lábios. Se o amor como o sinto e desejo me conseguisse encontrar, seguramente que me encontraria pronta e capaz de o aceitar.

6.2.24

E agora o que faço?

fevereiro 06, 2024 0 Comments


O que fazer com a sensação de não te conseguir esquecer? Para onde ir, se vou sempre para onde te encontro? Do que fugir se apenas pareço continuar a fugir de mim? Quem sou hoje, quando nada parece existir sem ti e apenas me transporto, a cada dia mais pesada e tão mais leve de mim? Que perguntas fazer se não oiço, com atenção, nenhuma das respostas que me libertariam de ti? Como manter presas as horas que me roubam o amor que te tenho e que nunca me deixam ter nada que permaneça. De que forma regressar à pessoa que já era, quando ser nunca antes foi questionável?

Se não te amarem como te sentes capaz do fazer, não faças demasiado para o mudar, ao invés muda de sujeito e abandona a atividade que destinaste a quem se manteve inerte e passivo. Se as escolhas de quem falhou escolher-te te incluirem quando já não o esperavas, por te terem ensinado a desistir, desiste sem dores nem lamentações. Se seres em demasia, para quem assim o entendeu, te deixar incrédula pelo tanto que ainda te sentes capaz de dar, não dês e usa cada gota contigo e para quem o conseguir desejar. Se os dias te ensombrarem as noites que se alongam e prolongam até te esqueceres do quanto o sol precisa de brilhar, sobretudo para ti, interrompe o ciclo que criaste apenas na tua mente e acorda pronta para viver todas as horas que excluiste.

O que fazer com o inevitável recomeço, que já não será do mesmo ponto, mas que terá que te revalidar e sarar? Para onde poderás ir se já não fores para os mesmos lugares? Quem passarás a ser quando voltares a ser quem já reconhecias muito antes de apenas fugires? Que perguntas novas colocarás, a ti em primeiro lugar, para que outros as respondam sem evasivas? Quantas horas tomarás, para ti, para que mais nenhuma seja vivida em vão? Quem serás quando já souberes exatamente quem és?

3.2.24

As voltas e reviravoltas da vida!

fevereiro 03, 2024 0 Comments



As voltas que a vida dá em torno de todas as voltas que damos, por escolha, medos ou incapacidades. As dúvidas que alimentamos quando não nos focamos em nós. Os olhares que depositamos em quem tarda a olhar-nos, servirão, um dia, para que nos reposicionemos e regressemos às origens. As desculpas que nos soam a falso, sobretudo se proferidas por nós, acreditando que estaremos mais protegidas, apenas acontecem porque nos negámos direitos inegociáveis.

Nada como um dia após mais outro, mesmo que ainda necessitemos de muitos, para que nos dobrem a vontade e para que saibamos onde e quando parar de teimar. Nada como algum egoísmo e recusa em continuar a ceder, para que mais nada de nós tenha que se vergar aos que não cedem ao amor. Nada como a certeza que se instala quando sabemos quem somos, para que não aceitemos quem nada parece saber sobre si mesmo. Nada como desistir do nada para que o tudo acabe por chegar.

A vida dará todas as voltas que te cabem, quer o desejes ou não, por isso só te resta saber para onde te voltares, para que não precises de dar voltas ao contrário!

29.1.24

O Nada muda o Tudo!

janeiro 29, 2024 0 Comments



Nada muda tão rapidamente quanto um olhar. Nada nos diz mais de quem nos olha do que a direção que usa até quando parece ser a nossa. Nada nos segura e delimita mais do que os limites que nos colocam, sobretudo à forma como amamos. Nada nos faz desistir, plenos de convição e segurança, do que sabermos não ser a escolha.

Sê paciente quando e de cada vez que não souberes pelo que esperar e espera, da forma mais tranquila que conseguires, pelo dia em que TUDO se encaixará e fará sentido. Sê, sempre, a que escolhe aprender, apreendendo o novo, o real e o determinante. Sê da tua pele, com a cor, toque e sensações, mesmo que não se misture com outras. Sê assertiva e coerente, até quando pareces balbuciar palavras que pouco te definem. Sê a tua principal resposta, mesmo que ouças as de todos os outros.

Nada nos encaminha melhor do que a necessidade de ver para lá do que está no agora e apenas no momento. Nada como nunca ter mais do que NADA, para desatarmos a querer que chegue TUDO rapidamente. Nada como conseguir ler, adequadamente, o que uns quantos escrevem sem acentos ortográficos e de pernas para o ar, para nunca mais precisarmos de legendas.

28.1.24

O que ainda preciso de ser para ter?

janeiro 28, 2024 0 Comments


Com tanto para se ser e fazer, quem é que precisa de se focar no que não acontece, em quem não nos reconhece e em cada um dos momentos que nos deixam para baixo?

Se o que importa é o que faço com o que me chega, então escolho aceitar o que não posso mudar, mas tentando sempre que algo mude em mim no processo. Se amadurecer, sentindo-me mais confiante e forte, passar por momentos de fraqueza, de cada vez que me julgo de forma pequena e empobrecida, aceito sem reclamar demasiado. Se ter ainda mais do que me cabe, fizer caber umas quantas almas semi perdidas, tomarei para mim a tarefa de as ajudar a encontrar os lugares nos quais se sentirão em casa e muito provavelmente longe de mim. 

Com tanta vida, histórias novas e antigas por recuperar, do que me adianta focar nas que não terei como reescrever ou terminar?

Sou tanto agora, mas sabendo do quanto ainda conseguirei criar, criando os momentos e os lugares que me deixarão com toda a serenidade que apregoou, que aceito tudo o que não se me cola e não faz questão de ficar. Sou a minha versão melhorada a cada dia, e nunca, em momento algum, considero saber ou ter, nas mãos que apenas encho de coisas válidas e bonitas, o que basta, porque nunca me bastará apenas andar por aqui e ao sabor dos que nada parecem saber de mim.

Com tanto amor que carrego, porque raio deveria aceitar amores pequenos e sem sabor?

23.1.24

Não sei quem sou sem ti!

janeiro 23, 2024 0 Comments


Olá meu amor,

Há muito que parei de escrever para ti, mesmo que o faça mentalmente, tentando conjugar os verbos que nos definiam e recusando manter-me zangada com a tua partida. Digo-me e repito que não tínhamos mais tempo nem momentos e que a alternativa, se ficasses, seria ficarmos ainda mais desgastados e doridos. Tento convencer-me, mesmo que em vão, de que nada mais haveria a fazer ou a dizer, querendo acreditar que dissemos tudo. Os nossos últimos dias, e que dor se aloja agora no peito, por repetir o que nunca desejei que acontecesse, foram serenos e serviram de bálsamo a tanta mágoa e desencanto. Passeámos de mãos dadas nos inúmeros lugares onde deixámos parte de nós e recolhemos o que ficaria para memória futura. Deitámo-nos a altas horas da noite, recordando cada minuto de todos os anos que vivemos juntos e saboreámos os vinhos que armazenei para ocasiões especiais. Tentámos de tudo, mas falhámos, tu e eu, porque não soubemos de que forma sarar o que nos queimou qual ferro em brasa. 

Ainda não sei quem sou sem ti. Dou comigo a tocar em cada um dos objetos que faziam parte das tuas rotinas e que sempre tomei por garantidos. Nunca mais nada teve o mesmo sabor, e vou ouvindo, sem escutar verdadeiramente, o que me dizem as pessoas que tentam segurar-me, porque nunca me tinham visto cair. As horas passam tão lentas que quase me sinto flutuar, sem gravidade nem energia, mas de repente percebi que já se passou um ano e que devo ter hibernado, porque não me recordo de quase nada.

Quando é que nos afastámos tanto, que até o que sonhámos em conjunto se esfumou? Para onde deixei de olhar para que acabasses a ver outra que não eu? O que foi que deixei de ser, ou tu para mim, para que o NÓS se esvanecesse?

Há muito que desisti de entender o que nos abalrrou, mas preciso, desesperadamente, de saber quem sou, agora que sou apenas eu. Perdi-te mal nos perdemos de nós e o esforço para te recuperar apenas agudizou a distância que se instala quando o amor parte. Há muito que já não era amada, mas pareço ter sido a última a perceber.

Deixo-te um abraço apertado, com o desejo de que já saibas o que significa existires sem mim, porque se alguma dúvida te ensombrar, vais precisar de tudo o que és e tens para resistir.

Até sempre,

M M