22.4.24

O> que fazes com o teu tempo?

abril 22, 2024 0 Comments



Tempo, aquele que uso a meu favor e o que deixo correr à velocidade que me sobra. Tempo, o tempo que me resta, mas que permanece uma incógnita, sobretudo porque não me garanto o uso adequado. Tempo que já vivi e o que ainda planeio manter vivo na vontade de continuar a viver, por mim e para quem me pertencer.

Não me recordo do tempo que deixei quando fiquei para trás. Não me esqueço da felicidade que o tempo me permitiu em tantos momentos, pequenos para alguns, mas tão grandes pela tabela que eu mesma criei. Não sei quando foi que o tempo me afastou da chama que sempre uso para não me queimar sozinha. Não desvalorizo o tempo que me levou em viagens inusitadas e é por isso que agora, após tanto tempo de análise, planeio continuar a usar para o mesmo fim. 

Quanto tempo te dispensas quando estás a dispensar aos outros o que de mais valioso possuis? Quanto tempo levas a encaixar amores inesperados e o que fazes com o tempo quando eles terminam? 

Já tive, no tempo que me calhou, a possibilidade de validar o que me pareceu importante e é assim que o pretendo manter. Já fui pouco tempo para quem me amou sem reservas e já fui o tempo perdido de quem não me reconheceu. Já soube melhor o que fazer do meu tempo, mas já fiz as pazes comigo por todo quanto desperdicei.

20.4.24

Não é não!

abril 20, 2024 0 Comments



Não entendo a intenção na dor. Não aceito a pequenez de quem diminui e magoa. Não partilho de sentimentos vazios e não fico em lugares onde seja apenas uma figura difusa e sem forma ou formato. Não vivo para quem não sabe viver comigo e recuso-me a respirar o ar dos que apenas sobrevivem de máscara.

Não me retirem a felicidade de que sou feita, até quando me sinto triste e mal entendida. Não me cataloguem ou julguem igual, porque não pretendo colagens. Não me arranquem os sorrisos que ofereço sem esforço e não me forcem a mostrar o pior de mim, porque também o tenho. Não se sintam refletidos em imagens que não entendem e não tentem entender o que parecerá sempre uma língua nova e desconhecida.

Não sou a que pede o que lhe deve ser dado e não dou se for continuamente indesejado. Não queiram iniciar as viagens que já faço por ter roteiros defindos e não se agarrem à indefinição como desculpa, porque nunca saberei de que forma desculpar os que não olham, não conseguem ver e não escutam o que deveriam já ter ouvido. Não esperem por diferente enquanto o igual me continuar a marcar qual ferro em brasa.

Não entendo os que recusam entender-me quando sou clara, coloco legendas e até uso língua gestual. Não aceito os que já me recusaram antes e não partilho, porque me recuso, males de almas que não se redimem. Não vivo para ninguém se não souberem de que forma viver comigo e não coloco gostos no que for declaradamente feio.

16.4.24

Será que sentes saudades de ti?

abril 16, 2024 0 Comments



Será que sentes saudades de ti? Será que te lembras de quem eras quando desejavas, ardentemente, transformar-te na pessoa que já és hoje? Será que passaste a sonhar outros sonhos e a ansiar pelo que afinal sempre te pertenceu? Será que és feliz na caminhada que escolheste fazer, sabendo que a felicidade é um estado de espírito?

Estares onde é suposto, evoluindo e crescendo por dentro, permite-te ser visto de forma diferente por fora. Passares para os outros o que tens, quando fazes por ter tudo cada dia mais, mostra-lhes o quanto é possível e natural que evoluamos naturalmente, uns mais do que outros, pelas histórias, escolhas e coragem até em momentos de fraqueza. Quereres diferente enquanto tudo é tão pequeno e igual, faz de ti a pessoa para quem se olha, por vezes com estranheza. Teres-te em primeiro lugar, impede-os de te terem sem que para isso se esforcem, porque os forçarás a formatos diferentes e nos quais te encaixes. Permitires-te sentir e dizer o que carregas, afastará os que se carregam com dor e sem esperança.

Será que sentes saudades dos sorrisos sem cobranças e das corridas para lugar nenhum? Será que escolhes ser feliz mesmo sabendo o quão raro e valioso é cada respirar? Será que sabes mesmo quem és, agora que acreditas saber o que importa?



14.4.24

Como está o teu coração?

abril 14, 2024 0 Comments



O coração é o lugar onde vais queres morar com sentimentos bons, porque a não os serem, muito pouco de ti se aproveitará. O coração que tantas vezes alimentamos à pressa, ou que nem sequer nutrimos, é o que nos impede de secar por dentro, porque apenas com ele no lugar certo e cheio de todas as emoções que nos permitem andar por aqui, mais seguros e sem dores que nos derrubem, é que não somos apenas mais um. O coração que deverás escutar com atenção, envolvendo-o da razão que não lhe cabe por competência, porque de contrário tornar-se-à no teu pior inimigo.

Como está o teu coração, será que o escutas com atenção? Como estás quando o tens pleno de amor, mas bem regado de razão e bom senso? Como estarão os que fazem parte dele e para onde envias os que saem quando apenas estiverem a ocupar espaço?

O coração, o meu, tem-me dado que fazer, mas já nos vamos comunicando numa língua comum, ou assim o obrigo. O coração que planeio continuar a fazer bater por mim e comigo na dianteira, não tem total poder sobre como e a quem amo, porque a qualquer momento posso escolher deixar de o fazer. 

12.4.24

O que preciso de ser?

abril 12, 2024 0 Comments


Não tenho que ser, nem preciso de querer que me queiram pelo que julgam saber de mim. Não me escudo em desculpas que nunca desculpariam o que não me representasse e jamais, em nenhum dos momentos que uso para estar comigo, poderia passar o que não tenho.

Não sou parecida com o que dizem ser desejável, provavelmente porque torna tudo menos dificil de entender, mas também não dificulto o que para mim será sempre fácil. Não busco os mesmos lugares, mesmo que saiba o quanto tornaria a minha vida mais simples, se simplesmente seguisse, na passada dos outros, pelos caminhos que já desbravaram. 

Não preciso do que aparentemente é necessidade comum e dificilmente me ouvirão reclamar do que não cuidei, porque é a mim que cabe caber no mundo que escolho. Não vou sem saber de que forma voltar e nunca começo o que souber não poder terminar.

Não sou feita da massa que todos mexem e remexem, até no mesmo recipiente, porque planeio ser muito mais, todos os dias, para mim, vazando-me inevitavelmente para os que amo. Não canto num timbre comum, mas sei de que forma me encantar com as músicas que eu mesma escolho e no final sou quem importa.

O que precisaria afinal de ser para poder pertencer? Provavelmente TUDO excepto quem já sei que não sou e é por isso que NÃO pretendo mudar.

10.4.24

Quantas perdas te vestem?

abril 10, 2024 0 Comments



Perdas inevitáveis quando, inevitavelmente, te deixas levar pelo que sabes não ser real. Batalhas que se avolumam e que perpetuam a guerra, arrancando-te os pedaços que tanto te custaram juntar. Momentos que te impedes de viver, enquanto vives de forma forçada, o que sabes ser de mentira.

Não te iludas por demasiado tempo, não quando já tens todas as respostas e quando partes dos teus dias deixam de ter sabor. Não te massacres perante a incapacidade de quem afinal nem conheces, porque apenas estarás a relegar-te para segundo plano. Não aceites o inaceitável em nome dum amor que apenas criaste no teu imaginário fértil, porque ele cairá tão depressa quanto chegou, e sem aviso, como o fazem quase todos os amores. Não te dispenses dos lugares que já ocupavas, apenas para que possa caber quem nem sequer desejou entrar. Não aceites o não como resposta para o que deveria ser um sim definido e sincero.

Perdas que se colam a todos, aos que perdem por escolha e aos que escolhem, durante demasiado tempo, não perder o que julgavam valer a pena. Perdas que nos recordam do quão bom era não ter por perto quem nunca nos desejou o bastante para nos manter. Perdas que demoram a aceitar, mas que nos permitirão entender melhor quem somos e o que fazemos por aqui. Perdas, porque fazem parte de qualquer processo, mas que nunca nos poderão levar a que nos percamos de nós.

6.4.24

Do que é que gostava?

abril 06, 2024 0 Comments



Gostava de ser egoísta, tanto, que preocupar-me apenas comigo fosse o que soubesse fazer melhor e nenhum remorso me inundasse a alma. Gostava de não precisar de pedir para ser gostada, não à minha maneira, porque já o saberias. Gostava, muito, de já ter as respostas que fui buscando mal te comecei a amar e gostava, ainda mais, de não ter que me preocupar com perguntas sem resposta.

Todos os caminhos que vou fazendo e que escolhei incluir no meu roteiro emocional, têm-me levado aos lugares certos, sinto-o, porque vou entendendo os motivos pelos quais ainda os percorro. Todas as escolhas, até as que nem parecem ser minhas, têm-me mostrado os pedaços inteiros, fazendo de mim uma mulher ainda mais determinada e forte. Todos os beijos que nunca desperdicei, foram-me sabendo ao que sou capaz de dar enquanto amo e é com TODA a certeza que percebo amar como apenas poderia acontecer.

Gostava de não precisar de reiniciar a nossa história de cada vez que algo se quebra, ou que alguma ponta se mantém irremediavelmente solta. Gostava de viver o simples, o certo e o real. Gostava de saber como voltar de cada ida e de poder regressar sempre que sentisse vontade. Gostava de poder pesar e medir o quanto gostas de mim.

Todas as vontades que mantemos até quando parecem não ser o que nos melhoraria, permitem-nos avançar mesmo após alguns recuos. Todos os sonhos que conseguirmos sonhar acompanhados, até quando sozinhos, seguramente que servirão para que se tornem realidade e é por isso que uso cada minuto de todas as longas horas, para te manter no lugar que reservei apenas para ti.