21.8.24

Quando é que o amor vai chegar?

agosto 21, 2024 0 Comments



Parece que precisamos sempre de dar nome às coisas, catalogando o que por vezes é tão somente um nada ilusório. Parece que somos sempre céleres a querer que tudo tenha uma explicação, ou um olhar que se identifique até à distância. Parece que nos tornamos tão previsíveis no que toca aos sentimentos, que acabamos a gastar de pouco tempo para ver além da cortina.


O amor tem tantas definições quantas as pessoas envolvidas, mas nunca será apenas um episódio  temporário, mesmo que o tempo conte ao segundo. O amor que nos envolve, o nosso por alguém, nunca crescerá na dor e desilusão. O amor como o entendo, tem sempre pontos em comum e as certezas que os apaixonados escolhem, porque apenas assim saberão permanecer e continuar. O amor é uma casa cheia de sorrisos e os cheiros que se colam nas peles que roçam uma na outra para se fixarem. O amor é o silencio necessário para quando nada mais precisar de ser dito e o barulho inevitável quando a necessidade de dizer tudo nos supere e transcenda. O amor NUNCA é a mentira, sob nenhuma circunstância, porque o amor não precisa de se defender, até porque NUNCA ataca. O amor é o que conheço bem e já consegui provar, e que sabor tinha a boca que não me dizia o que queria ouvir, mas o que precisava de saber. O amor que senti, mas que deixei ir, não me levou para lugares escuros ou de desalento, ao invés passou a servir de bitola para qualquer outro que chegasse.

Parece que já todos amámos uma vez que fosse na vida, mas bem maior e melhor do que sentir, é ter a certeza de que sentem de volta. Parece que os amores não se repetem, nem deveriam, mas se os amores que chegarem não nos deixarem saudades nem lembranças que se colem, então teremos que continuar a desejar que nos encontre, mas sem pressas nem receios que nos tolhem a visão quando estiver por perto.


18.8.24

Vejo-te nos meus sonhos!

agosto 18, 2024 0 Comments

Vejo-te sempre nos meus sonhos, mas apenas para perceber que é só lá que existes. Vejo-te com os olhos de quem ama e tem amor de volta, mas ele depressa termina, após cada acordar. Vejo-te com os sorrisos que me entram alma dentro e é a eles que me tenho agarrado para continuar a sorrir. Vejo-te nos meus sonhos e juro que te sinto de cada vez que te toco. És feito duma matéria que não se dissolve ao primeiro embate e tens a consistência dos que nunca exitam perante o que precisam de ser e de fazer. Vejo-te nos meus sonhos e raramente sinto vontade de acordar, porque neles, em cada um desde que te conheço, as dúvidas nunca me invadem, ao invés sou invadida por uma onda de certezas que me permitem a segurança dos que são amados. Vejo-te nos meus sonhos, mas é apenas lá que existes como preciso...

Contamo-nos mentiras sempre que queremos acreditar no que nunca existirá. Forçamo-nos a sentimentos que nos matam aos poucos, mas insistimos, na esperança de que se materializem. Atiramo-nos para lugares desconhecidos e acabamos cada vez mais estranhos, acedendo a que o norte se desregule. Lamentamo-nos após inúmeros lamentos, mesmo que saibamos o que precisa de ser feito. Contamo-nos mentiras, mas apenas para acabarmos com o que restou de nós e que até era bom.

Via-te nos meus sonhos, mas acabei por regular cada um, situando-me de forma corajosa, porque apenas me cabe viver na minha realidade. 

14.8.24

Mesmo que ainda não te ame!

agosto 14, 2024 0 Comments



Mesmo quando for difícil de amar, continua a amar-me pelos dois. Mesmo quando as minhas certezas te deixarem de respirar incerto, assegura-te de que estás a amar-me como esperas e precisas. Mesmo e quando não souberes do que já sei, promete-me que vais tentar entender e que não desistirás de me manter junto a ti. Mesmo que a minha dor atual te pareça impossível de curar, acredita que tens tudo o que preciso para parar de perseguir o arco-íris. Mesmo que ainda não te tenha dito de que forma me salvaste de mim, preciso que me leias com atenção e que não desistas do que me prometeste. Mesmo que ainda não te ame, sei que tens exatamente o que procurava quando achava já não estar à procura. Mesmo que as minhas palavras ainda te soem lentas e arrastadas, acredita que a minha velocidade de pensamento me levará para o meu lugar de sempre, e que lá, tal como desejas hoje, sentirás porque motivo te faço sentido e deixo tudo com sabor a certo. Mesmo que as minhas defesas estejam demasiado altas e alertas, não te permitas duvidar de quem sempre soubeste que eras, porque apenas a tua certeza me impedirá de fugir. 

Obrigada por teres estado sempre aí, até quando não te consegui sentir!

11.8.24

Julguei...

agosto 11, 2024 0 Comments



Juguei que precisava de amor quando te conheci. Achei que me fazia falta ter quem me preenchesse o coração na altura tranquilo e resignado. Sonhei, muitas vezes depois dos nossos primeiros beijos, que beijar-te iria ser simples e revelador do desejo de ambos. Acreditei, porque era crente no amor que começava a sentir, que me saberias amar de volta, mas percebi, bem cedo por sinal, que amar é uma escolha consciente e que tinhas escolhido, conscientemente, não precisares de o fazer.

Juguei, num qualquer dia que já me parece TÃO distante, que teria o que nos bastaria a ambos e que juntarias o que eras e sentias, de forma voluntária, para que o que escolhessemos construir fosse à prova de vida. Achei que tinha avaliado bem a pessoa que me pareceia ter "achado" num Universo de tantas almas sedentas de amor, mas na verdade tinha sido apenas eu a desejar o que nunca chegou. Sonhei acordada e em muitas noites demasiado longas, que o sonho se materializaria e que NADA do que não sou me seria pedido, porque sou única e não carrego o que outros "modelos" tanto te parecem interessar. Acreditei, ainda por algum tempo, que me saberias encontrar no meio da multidão, mas a tua cegueira não era temporária.

Juguei que já sabia o suficiente sobre a natureza humana, mas apenas para perceber que só preciso de me conhecer para que o resto se encaixe. Julguei que tinha encontrado o amor que me serviria, mas na verdade apenas me atirei para o deserto emocional onde me encontro, mesmo que com a esperança de não me perder. 

7.8.24

O que vês quando me estás a ver?

agosto 07, 2024 0 Comments


O que vês quando me estás a ver? Provavelmente nada, porque para se ver há que saber para onde e de que forma. O que ouves quando me escutas? Será que são as minhas palavras, com os meus sons e da forma que falo, ou será que arranjaste forma de escrutinar, filtrar, ou até desvalorizar o que tanto repito, insisto e persisto, mas apenas para me iludir? Será que te dói ver-me em tantas dores, ou será que já as aliviaste, as tuas claro está? Será que seres tu é que conta, ou será que apenas contas com o que te torna a pessoa que na verdade sempre foste? Será que alguma vez provaste o inequívoco sabor do amor, ou será que ainda o procuras, ofegante e consciente da velocidade do tempo? 

Tudo o que nos força a demasiadas questões sem resposta aparente, ou tempo útil, apenas nos remete para o lugar do morto e para o vazio que se instala em noites de solidão acompanhada. Tudo o que não vem de forma natural ou simples, jamais transformará o tempo que o nosso tempo nos fizer perder. Tudo o que nos for oferecido em formato de presente mal embrulhado e naturalmente envenenado, apenas servirá para nos infligir mortes lentas. Tudo o que não souber a novo, jamais passará de reles repetições, muito provavelmente de vidas e amores mal vividos. Tudo o que não for nosso, jamais nos pertencerá em pleno.

O que vias de cada vez que me olhavas e não me conseguias ver? Seguramente que saberás a resposta.

2.8.24

Saudades de quem? De mim!

agosto 02, 2024 0 Comments



Estava com saudades de mim. Saudades de quando acordava tranquila e segura de que apenas eu me segurava emocionalmente. Estava com saudades dos sorrisos para dentro e das gargalhadas sonoras, quase sempre pelos mesmos motivos, um bom filme, um livro surpreendente, ou o nada que é tanto. Estava com saudades de pensar no amor como algo libertador e simples, ao invés de dúbio e manipulador.

O truque está em seguir as minhas passadas, ao meu ritmo e deixando para trás quem não me souber seguir. O segredo para não precisar de segredos, é viver com as "janelas" abertas, permitindo que o ar circule, quente ou frio, mas real. A magia, porque ela acontece a todas as horas, é continuar a acreditar que me basto e que não me devo impôr ou justificar.

Estava com saudades de ter as horas do dia apenas para o que desse na real gana, sem pressas e sem necessidades que não as minhas e aquelas que acolho dos meus. Saudades de não ouvir desculpas sem nexo e de não ter que reviver, vezes sem fim, as dores que me infligiram por tremenda falta de amor. Estava com saudades de aceitar e de entender que algumas pessoas apenas se poderão cruzar comigo, mas que jamais as deverei permitir ficar. Saudades de palavras verdadeiras, saídas de bocas descomprometidas. E não é que no meio de tanta saudade, esbarrei em mim, naquela que sempre fui e na que agora também me tornei após mais umas quantas aprendizagens? Mas apenas para perceber que não preciso de continuar a ter saudades, porque afinal já estou de volta a mim. 

29.7.24

Medo, do quê exatamente?

julho 29, 2024 0 Comments



Que medo é este, precoce, de estar sozinho? Que vontade é esta, agora, de querer pertencer, mesmo que no final de cada dia se pertença cada vez menos? Que incapacidade é esta e que aparenta ser inata, de se gostar genuinamente de alguém?

Cresci a ouvir que por amor se faria tudo, mas tenho esbarrado em pessoas que por falta de amor deitam tudo a perder e fazem até o que jamais considerariam aceitável ou possível. Aprendi, espero que não demasiado tarde, a não esperar por quem não espera e a não fazer por entender quem recusa o propósito da vida, das relações e do amor-próprio.

Que pessoas são estas que nos entram vida dentro qual fantasmas, porque as sentimos, mas raramente conseguimos ver no nosso elemento? Que tratados são estes que agora se assinam, mas apenas para que se prendam ao que nunca lhes permitirá momentos de paz? Que lugares se criam e recusam apagar, mesmo que novos sejam construídos, com histórias bem mais coloridas e reais? 

Aceitei, como o fazem os que se envolvem de sabedoria, a não pedir pelo que nunca me seria dado, evitando-me as perdas inegáveis do bem mais precioso que possuo, o tempo. Caminhei e continuarei a fazê-lo, por lugares inóspitos, com subidas árduas, mas que apenas me fortaleceram e afirmaram. Orei, e agora faço-o com maior frequência, pelo dia em que já não precisaria de me segurar, explicar, ou sequer impôr e todas as minhas preces estão a ser atendidas.