20.9.24

E se de repente fizer sentido?

setembro 20, 2024 0 Comments



E se de repente descobrires que tens o poder de reescrever toda a tua história, incluindo novas personagens, mudando os cenários e adaptando o roteiro? E se na força de tudo o que quase te derrubou, descobrires do que és verdadeiramente feita e fizeres ainda melhor? E se os "ses" implesmente deixarem de existir e te virares para os lados que mudarão cada um dos que, teimosamente, mantiveste escondidos? E se um dia, não do nada, alguém te voltar a recordar do quanto és especial e acreditares?

Vou percebendo, verdadeiramente e cada dia mais, que temos o que somos e que emanamos, sem qualquer margem para dúvida, o que passarmos a carregar. Talvez por isso tenha deixado de querer por metades e sobretudo a não querer ou permitir que me queiram por menos do que sou. Sinto que estou ainda mais madura e segura de que conseguirei ir onde desejar, ultrapassando qualquer desafio, por mais duro ou estranho. Vou percebendo de que forma sou vista e sentida e vou-me permitindo sentir de novas formas, ouvindo palavras que ninguém usara antes, evitando-me as desnecessárias repetições.

E se de repente perceberes que o teu "esforço" para que te entendam quando te ouvem, não acontece com quem aconteceu na tua vida? E se te deixares ir, vivendo e saboreando o que, a não ser muito mais, será uma deliciosa coleção de emoções a recordar? E se já tiveres encontrado quem te procurava?

14.9.24

E se?

setembro 14, 2024 0 Comments


Como seria uma relação sem os "ses" que me vergaram? Para onde poderia verdadeiramente olhar, sem receio do que pudesse ver e sendo olhada em todo o processo? Ao que me saberiam os beijos nos quais tivesse mesmo sido beijada, eu, por mim e comigo em cada um?

Saber quem sou, o que quero e preciso, nem sempre se afigura fácil para os que comigo se cruzam, talvez porque não entendam o quanto demorei até chegar "aqui". Saber o que tenho que repetir, até à exaustão se necessário for, torna-me mais segura e confiante, afinal de contas já são uns quantos anos a cuidar do que tenho dentro. Saber que nunca saberei tudo o que move os outros, ao invés de me derrotar, afasta-me das energias que não me servem e que fariam de mim alguém que não serviria aos seus.

Como teria sido a relação na qual me entreguei, como sempre faço, se tivesse existido o mínimo para ser considerada e que palavras teria ouvido, se me tivessem sido dirigidas?

11.9.24

O som das nossas vozes!

setembro 11, 2024 0 Comments

 


A tua voz sempre mexeu comigo, tal como a minha sempre te levou para lugares de desejo e sonho. O teu olhar, bem fixo no meu, de alguma forma sempre me desnudou, deixando-me sem defesas, ou sem qualquer vontade de me defender. A tua história sempre me intrigou, mas a minha nunca te deixou indiferente. Dizias que o nós teria que ter acontecido, ou de contrário tudo permaneceria num contínuo rodopiar sem direcção. A tua voz foi o que me acompanhou até quando não estiveste fisicamente e a minha entrou-te tão dentro, que a reconhecerias em qualquer outro mundo ou planeta, palavras tuas.

Nunca seremos indiferentes a quem nos parece destinado, tal como amais conseguiremos fugir do que antecipadamente nos entregaram, mesmo que demore. Reconheci-te de uma outra vida e percebi, no mesmo segundo, que te tinha reencontrado, não no momento certo, como se tal existisse, mas quando me fazias falta.

A tua voz foi, tantas vezes, a minha companhia ao acordar, porque me recordava de cada variação, emoção e sentimento e sempre que me deitava, pronta para me permitir estar pronta para ti. A minha voz colou-se a cada um dos sons que usaste para me "enfeitiçar" e é assim que permaneço, consciente de que nunca mais voltarei a ter uma outra que se assemelhe. 

8.9.24

Fui ao meu baú!

setembro 08, 2024 0 Comments



Fui ao meu baú e vasculhei todas as emoções que tive a felicidade de viver. Percebi o que já sabia, porque sempre soube que era muito coração, mas envolto nas razões que encontro para continuar a conseguir viver comigo. Fui espreitar o meu passado amoroso e não consegui deixar de sentir vontade de ter toda aquela vontade outra vez. A verdade é que já fui TÃO amada enquanto amava, que é seguramente por isso que assim permaneço crente em amores reais, verdadeiros e cuidadores. Já tive quilómetros de palavras que nunca soaram a divagações. Já fiz planos mentais enquanto me impedia de apenas reagir e já adormeci TÃO confiante em mim e em quem amava, que as forças redobraram, ampliando a mulher que sei ser hoje. Já fui inocente, por algumas horas, enquanto tentava, em vão, esquecer o mundo e apenas ser e sentir. Já fui a pessoa mais importante da vida de alguém, porque soube de que forma dar importância a quem mudava os meus dias. Fui ao meu baú amoroso e não conseguia parar de sorrir, sentindo a alma mais quente pela certeza de ter dado e sentido TUDO o que me cabia. Fui lá atrás, mas apenas para me assegurar de que a palavra amor esteve sempre ao meu lado e que JAMAIS descurei, nem por breves segundos, quem me trouxe o que hoje ainda permanece.

Sei ser eu comigo. Sei usufruir da minha companhia e sei como sentir o que nunca me inibo de passar. Mas sou capaz de repetir cada palavra pronunciada com sentimento e verdade, recordando cada emoção e sentimento e colocando-os nos tempos e momentos certos, porque foi por eles que mudei TODA a minha via emocional. Fui moldada pelo amor que senti quando quase tinha desistido de o voltar a encontrar e é por ele que agradeço, todos os dias, não apenas pelo que me fez sentir, mas pelo que aprendi enquanto me doava.

Fui ao baú das memórias e percebi quando nasceu a vontade de colocar por palavras o que julgava já não conseguir conter dentro. O meu primeiro livro foi escrito à velocidade de todos os sentimentos que estavam engarrafados e que alguém despertou, libertando-me. Fui ao meu passado emocional, permitindo-me o que faço questão de manter guardado, mas apenas para me certificar do que mereço voltar a ter o que já me pertenceu. Tenho uns quantos agradecimentos a fazer ao homem que me trouxe de volta ao que sempre fui, e mesmo que não o saiba, sabe o quanto foi amado e TODO o amor que me ofereceu enquanto e pelo tempo que sonhou comigo. Recuei uns quantos anos, tantos quantos usei para crescer emocionalmente e  voltei a sentir todas as emoções que num dia frio de Dezembro me aqueceram a alma, devolvendo-a ao lugar onde se encontra ainda hoje.

Já fui MUITO feliz, mas soube-o sempre!

1.9.24

O Adeus que me coube!

setembro 01, 2024 0 Comments



O Adeus é um lugar solitário. A sensação do nunca mais, do fim e de outros começos, fazem-nos sentir falhados, pequenos e insuficientes. O Adeus, mesmo que inevitável, deixa-nos com a sensação de inevitabilidade e falta de controlo. O Adeus, quando acontece e até quando não o desejavas, leva partes de ti que nunca mais terás como recuperar. O Adeus tem um sabor do definitivo que gostarias de ter sentido se não tivesse terminado.

De quantos Adeus precisas para saberes que os sonhos que arriscaste sonhar nunca chegarão a acontecer? De quantas mais palavras amargas e impregnadas do azedume que nunca usas contigo ou na vida que escolheste viver, sempre contigo na dianteira, ainda precisas, para saberes que sempre soubeste o suficiente? De quantos dos toques que não te eram dirigidos coseguiste sentir, sozinha, o que NUNCA te pertenceu? De quanto mais desamor precisas para parares de precisar do NADA?

O Adeus que deverá ser decidido por ti, vai continuar a ser um lugar solitário, tal como foi toda a viagem que fizeste sem que o roteiro alguma vez tivesse sido escolhido por ti. Mas o Adeus, ainda assim, vai libertar-te da dor que te auto-infligiste e por isso acabarás contigo de volta.

26.8.24

Não te quero na minha vida!

agosto 26, 2024 0 Comments



Não és suficientemente bom para mim. Não gosto da tua forma de gostar e decididamente não gosto de ti. Não me acrescentas, apenas roubas o muito que fiz por amealhar. Não tens uma aura bonita e a tua alma está tão escurecida, que tudo o que fazes e dizes soa ao fel que te sai da boca, ampliado pela aspereza do mundo que te coube e para o qual me arrastaste. Não és suficiente para mim, por isso não te quero na minha vida. 

Todo o amor que te tive foi arrancado por ti, mas a dor continua a persistir, talvez para que mantenha vivos os rastos que deixaste, talvez para que me defenda melhor dos que arrisquem chegar, ou talvez apenas porque o meu tempo ainda não tenha chegado. 

Não és suficiente para mim, sei-o bem melhor agora. Não me me colocas o sorriso nos lábios e de cada vez que o conseguiste, não durou e não permaneceu. Não és suficiente para mim, até que já o sabia, mas acreditei que o amor moveria montanhas, tal como sempre li e sobre o qual tantas vezes escrevi, mas apenas para entender que a realidade supera, de longe, a ficção. Não és suficiente para mim e nunca o conseguirias, mesmo que tentasses e a verdade é que nem isso fizeste. Não és suficiente para mim e por isso o Adeus foi inevitável.

21.8.24

Quando é que o amor vai chegar?

agosto 21, 2024 0 Comments



Parece que precisamos sempre de dar nome às coisas, catalogando o que por vezes é tão somente um nada ilusório. Parece que somos sempre céleres a querer que tudo tenha uma explicação, ou um olhar que se identifique até à distância. Parece que nos tornamos tão previsíveis no que toca aos sentimentos, que acabamos a gastar de pouco tempo para ver além da cortina.


O amor tem tantas definições quantas as pessoas envolvidas, mas nunca será apenas um episódio  temporário, mesmo que o tempo conte ao segundo. O amor que nos envolve, o nosso por alguém, nunca crescerá na dor e desilusão. O amor como o entendo, tem sempre pontos em comum e as certezas que os apaixonados escolhem, porque apenas assim saberão permanecer e continuar. O amor é uma casa cheia de sorrisos e os cheiros que se colam nas peles que roçam uma na outra para se fixarem. O amor é o silencio necessário para quando nada mais precisar de ser dito e o barulho inevitável quando a necessidade de dizer tudo nos supere e transcenda. O amor NUNCA é a mentira, sob nenhuma circunstância, porque o amor não precisa de se defender, até porque NUNCA ataca. O amor é o que conheço bem e já consegui provar, e que sabor tinha a boca que não me dizia o que queria ouvir, mas o que precisava de saber. O amor que senti, mas que deixei ir, não me levou para lugares escuros ou de desalento, ao invés passou a servir de bitola para qualquer outro que chegasse.

Parece que já todos amámos uma vez que fosse na vida, mas bem maior e melhor do que sentir, é ter a certeza de que sentem de volta. Parece que os amores não se repetem, nem deveriam, mas se os amores que chegarem não nos deixarem saudades nem lembranças que se colem, então teremos que continuar a desejar que nos encontre, mas sem pressas nem receios que nos tolhem a visão quando estiver por perto.