Perder-te seria impossível de entender e de aceitar, porque se te encontrei foi porque me fazias falta e sentido.
TUDO o que faço agora, mas mesmo TUDO, te inclui e me recorda de quem chegou para me mudar os dias. Ter-te dá-me mais poderes do que tinha antes e permite-me amar e sentir que me amas de volta, sem reservas, como sempre pedi, porque até não deveria ser impossível.
Perder-te seria, nesta altura, uma catástrofe de dimensões incalculáveis, até para os que dominam a física, por isso não quero e nem arrisco sequer sonhar.
Se falamos dessa possibilidade? Claro. Falamos de tudo o que nos poderá juntar ou separar, mas não gostamos da ideia, até porque há bem mais para descobrir e entender. Se nos imaginamos, agora, um sem o outro? Não. Já não. Se vamos conseguir fazer tudo o que nosreservámos? Espero bem que sim, tudo e muito mais, porque há muito para além do que sentimos.
Agora sei que existe uma música que te define e que a oiço, sempre, desde que acordo e até que me deito exausta de tudo o que me faltou fazer contigo. Agora sei para onde tenho que ir e o que fazer com tudo o que fazes comigo. Agora sei que te pedi e que mereço cada pedaço de amor que me dás. Agora sei porque esperei todo este tempo.
Perder-te seria lá atrás, foi lá atrás, porque agora já não temos mais como nos perdermos. Agora já nos conquistámos e estamos irremediavelmente, ligados. Perder-te, foi o que consegui
quando arrisquei deixar de pensar que existias. Quando me afastei do que representaste em tudo o que fui quando era tão sómente feliz.
Prometo que não te vou largar mais e só terás que me prometer que continuarás a ser o que já me mostraste. Do resto tratamos depois!
Os dias em branco certamente que serão iguais ao que estou a viver hoje. Não porque me falte assunto, mas porque a tua falta, neste momento, se tornou tão forte que me impediu de sentir qualquer outra emoção!
Estou a olhar para o ecrã, e o melhor que me sai é tentar falar do que me custa falar. Estou a sentir a tua falta, tudo igual até aqui, porque te sinto a falta desde que me passaste a pertencer, desde o primeiro minuto em que entendi que estarias, aqui, em mim, para me mudar. Estou a sentir a tua falta, e consigo sentir todas as dores que a ausência provoca. Dói-me por dentro, a alma, o corpo, e até consigo sentir o sangue circular, demasiado veloz para a velocidade que tenho hoje.
Ter-te comigo, pensar-te em cada segundo de todos os minutos, é o que faço agora, mesmo quando acho que estou noutra sintonia. Pensar no que pensas tu, de que forma passas as horas que não me pertencem, e que espaço ocupo no espaço que me soubeste ceder, tem-me tornado um ser semi-vivo, com muito a fazer, mas com pouca vontade de deixar que os dias apenas passem, sem ti.
Não estou habituada a dias em branco, nem a querer alguém assim, de forma tão intensa, que me faça repensar cada decisão tomada, e a olhar para o futuro, que tão bem planeei, de uma outra perspectiva.
SIM, vou ter que desacelerar. Já me disseram, ontem por sinal, que devo achar que tenho 20 anos, mas mesmo que não me sinta com quase meio século, também sei que para os 20 nunca mais!
Não deixa de ser interessante perceber que na realidade eu não era assim aos 20, era bem mais tranquila, deixava ir, agarrava-me aos meus livros, mergulhava nos sonhos e esperava pacientemente por eles. Hoje, bem, hoje já não tenho tempo a perder, preciso da minha sanidade mental intacta e sou "forçada" a levar-me ao limite. Eu explico, sou forçada, porque dificilmente fujo de um desafio, e muito dificilmente consigo um existência tranquila e na qual não ache que preciso de me superar. A sensação que tenho, de há uns tempos para cá, é que está tudo a chegar, em catadupa e se estiver a ser testada quero ver se passo com distinção. Mas pronto, vou tentar desacelerar em algumas coisas, porque até eu sei que exagero um pouco e que depois o cérebro se queixa, ele sobretudo, porque umas horas bem dormidas repõem os males do corpo. Não tenho forma de estar em todo o lado, para toda a gente, o tempo todo, de contrário, os que são especiais poderão sofrer e isso eu não permito.
Vou-te dar mais tempo, toda a minha atenção e gerir os meus dias de forma ainda mais cirúrgica. Não prometo que não tenha que ir correr à meia-noite, mas pronto, isto foi apenas um à parte, não será sempre assim certamente.Vou-te dar mais tempo porque és mais importante que muitos e porque precisamos ambos do nosso próprio tempo, sem interrupções, para que o que venha a ser nosso, o possa ser realmente.
Vou ter que desacelerar, está prometido e para mim primeiro. Já determinei que no último período de cada dia, naquele em que entras tu, serei apenas eu, sem o resto de que sou feita, usando as palavras para um destinatário definido, para ti!
Quem se atreve a estar de volta a uma
relação, a começar do início, a arriscar e a querer o bastante para que
aconteça? Os que sabem que de outra forma nada do que fazemos nesta vida terá
sentido. Esses vão arriscando, caindo, levantando e aprendendo, por vezes à
força, mas determinados a serem bem mais, a chegarem mais longe e a darem na
proporção do que esperam ainda vir a receber.
Alguns ainda se atrevem a amar quem está do outro lado das
suas vidas, quem não conhecem, mas desejam o bastante para o permitir. Alguns atiram-se com tudo o que têm e são, achando que bastará. Alguns determinam
tempos e investem até que se esgote, ou eles mesmos acabem a desistir. Alguns mantêm
firme a determinação e a certeza de que a metade que os completará existirá ainda nesta vida. Outros haverá que se amargam tanto, que acabam a não
conseguir ver quem os olha. Outros, talvez a maioria, rejeitam a
dor, a que receiam lhes venha quebrar o sonho. Outros ainda,
jamais se conseguirão recuperar de amores dolorosos e de metades que não
conseguiram encaixar, esquecendo-se do sabor que tem ter
alguém que lhes pertença.
Ainda sei de quem se atreve, de quem se dá bem, de quem
consegue receber alguém que planeou e por quem esperou. Ainda me
animo perante os que têm amores que perduram no tempo, com todas as tempestades
emocionais de que somos capazes. Ainda me vou espantando com
os que não desistem e juram saber que o que lhes pertence virá. Ainda acredito,
eu mesma, que terei direito a saber para quem vim, quem me tomará de forma
segura, não arriscando perder-me, porque quando estou, quando sou e dou TUDO o
resto deixará de ter importância, porque é este o tamanho do amor que
me foi confiado.
Acredito que quem se atreve a amar acaba eventualmente por ser amado!
Para quem escreve, aceitar que "outros" o fazem de forma permanente, mas para nos servir e beneficiar, dá algum conforto, sobretudo num mundo que a cada dia se torna mais solitário e doloroso. Estar escrito nas estrelas, significa que acabaremos a encontrar um caminho e que seremos capazes de alcançar quem nos foi destinado. Estar escrito nas estrelas minimiza o receio de nunca ter quem valha a pena.
Gosto da sensação de ter "outros", muitos, de sentir gente à volta e de perceber como têm vindo parar até a mim, sempre e de cada vez que pareço precisar. Já não decido tudo sozinha. Já me vou deixando apoiar mais, aceitando que me guiem e me mostrem o lado que recuso ver. Gosto de colo, como qualquer ser, dou mais do que recebo, mas quando me chega, sento-me, enrosco-me e usufruo. Cada segundo que vivo agora, tem-se tornado tão precioso, que pareço saber que me vou, que não sou daqui e que me transformei numa alma velha.
Se estiver escritonas estrelas que a felicidade que eu sentir se espalhará tão rápido quanto o fazem as minhas palavras, então o que sou e a forma como me movimento, a MIL, fará mesmo sentido. Se estiver escrito nas estrelas que o que acumulei tinha um propósito e um destinatário, o único que me interessa, acho que ainda arranjarei mais umas quantas rugas de expressão, sobretudo junto à boca, de tanto sorrir. Se estiver escritonas estrelas que és "tu", prometo que te aceitarei e que o resto da minha vida será vivida para te incluir e para te deixar o espaço que deverás ocupar.
Se soubesse de que forma se escreveu a minha vida, provavelmente não a iria querer ler, porque não sei se teria coragem para seguir cada letra e para olhar com atenção cada capítulo sem mudar os parágrafos. Sei que escolheria novas expressões e arrancaria os pontos finais, substituindo-os por vírgulas, reservando-me o direito de decidir e de ir para onde me sinta eu e para poder partilhar o que já aprendi. De outra forma não faz sentido, de outra forma não quero!
O amor e a falta dele, transforma-nos para melhor e para pior. Somos o reflexo de tudo o que construímos e do muito que nos faltar, para entendermos que apenas teremos o que formos capazes de doar.