10.11.22

Tanta saudade...

novembro 10, 2022 0 Comments



Tanta saudade do que não tive e do que acreditei poder viver. Tanta vontade de apenas sentir vontade, conseguindo mesmo saborear a pessoa que a minha precisa de ter. Tanta desilusão e desejo de poder arrancar cada um dos pedaços que se colaram, talvez para que nunca me esqueça do que errei ver. Tanta saudade do que consigo sonhar, mas que nunca trago de volta para "aqui". Tanta falta de amor...

Estar assim, sentindo assim, só pode ser mais uma lição para aprender. Falhar assim, permitindo que mais um amanhã tomasse conta dum ontem errado, só pode ter sido uma ingenuidade descontrolada e cega. Estar assim, sem que entenda por que motivo acabei assim, revolta-me a mente cansada e endurece-me o coração castigado. Estar assim foi por decisão, mas acabei por afastar a escolha que me cabia de não ter que me sentir assim.

Tanta saudade de beijos reais e sem pensamentos de grupo. Tanta saudade de ter nos braços quem me tivesse acolhido, a mim, apenas a mim. Tanta saudade de não precisar de me perdoar, porque estaria mesmo a viver. Tanta saudade de um amor que se parecesse com o meu. Tanta saudade de já te ter aqui, no lugar que teríamos escolhido os dois.

9.11.22

Quero saber o que é o amor!

novembro 09, 2022 0 Comments



Quero saber o que é o amor, aquele que alguém sentirá por mim com entrega e sem desvios. Quero saber ao que sabe ter quem me inclua sem reservas, reservando-me o melhor que tem e conseguiu ser. Quero, ainda nesta vida, sentir que mudo a vida de alguém e que a minha passará a ter as cores que já uso. Quero uma alma resolvida e pronta, porque apenas assim fará sentido que a minha o esteja. Quero que a felicidade me enfeite os lábios que apenas serão beijados por quem sabe o que tem para mim.

Ainda vou esbarrando em quem apenas se deixa passar sem nunca olhar, mas esperando ser visto. São a cada dia mais os que se arrastam por cada nascer e pôr do sol, acreditando que ainda terão outros tantos. Não consigo deixar de analisar as dores de alma e os amargos de boca autoinfligidos por tantas almas perdidas, que o desalento acaba por se colar, visto não os poder salvar a todos.

Quero saber ao que sabe um amor simples, sem demasiadas lutas internas nem esforços desmedidos. Quero que a pessoa que escolhi me queira por saber o motivo, sem precisar que o mundo o valide. Quero que os meus olhos apenas se pousem na pessoa que me souber ver. Quero a cada dia mais, arriscando permanecer assim, como me encontro, de bem comigo, livre por o poder decidir e liberta de amarras que não me alimentam o coração. Quero o que sei não ser demasiado, porque já percebi que existe.

7.11.22

O tempo no meu tempo!

novembro 07, 2022 0 Comments



Estou assumidamente fascinada com o tempo. Correr é o que tenho feito e quase que arrisco dizer que não o vou deixar de fazer, mas desacelerar e contar cada minuto do meu temo passou a saber-me muito bem. É tanto o que já deixei passar e são tantas as pessoas que já estiveram na minha vida, mas que partiram, que o tempo me merece imenso respeito. Os momentos de alegria intensa que se colaram, mas que também se esfumaram, forçam-me a perceber que importante é o que tenho, o que vivo, sinto e sou capaz de passar.

Estou fascinada com o que já não está mais aqui, mas pratico o desapego diariamente e sei, melhor hoje do que no meu ontem onde era afinal tão imberbe e pequena, que ter a capacidade de escolher ser eu e no meu formato me dá a liberdade que ninguém rouba e a paz que ninguém quebra. Estou fascinada com o que me fascina, mesmo e até com o mais pequeno, porque na realidade significa apenas que estou mais viva do que nunca e que renuncio, veementemente, ao desamor e ao que importa tão pouco, que de forma alguma poderá mexer com o meu tempo. Estou fascinada com a habilidade instalada de não se dizer coisa alguma e de se "cuspir" palermices que não movem nem sequer o ponteiro mais pequeno do relógio. Mantenho o fascínio nos que se desmentem a cada dia, mentindo para não caírem no vazio das vidas que criaram. Estou fascinada com o retorno do Universo e ele é mesmo justo, tanto quanto somos imaturos, ou maus, ou pequenos, ou até burros.
É tanto o que me fascina por estar atenta, que só me posso prometer não ceder a descuidos que me roubem o que realmente pode fazer muito por mim. Recuso-me a desistir de mim e do que me define, mas passei a ter tempo para não desistir dos que ainda poderão ser salvos por mim ou até pelo tempo que decidirem oferecer-se.

6.11.22

Será que já desisti do amor?

novembro 06, 2022 0 Comments



Será que o medo de te expores aumenta de cada vez que esbarras em quem te derruba? Será que passas a escudar-te do mundo quando te perdes no teu próprio quadrado de vida? Será que são os outros que te amargam, ou és tu que desistes de encontrar quem te asseguraria de que o amor ainda existe? 

Tudo o que é novo é passível de carregar boas e más experiências, se as evitarmos não vivemos, mas se as abraçarmos poderemos acabar marcados, qual ferro em brasa, para sempre. Ninguém parece ser o que mostra e ninguém consegue mostrar ao que vem, não de início e não quando seria fácil desistir. Estamos a padecer, coletivamente, de incapacidades que nos mutilam o órgão principal e nos atiram para a solidão e para o vazio.

Será que ainda temos alguma forma de salvar os perdidos, os que parecem ter desistido de usar apenas a camada visível, com receio de serem forçados a ver os outros? Será que querer bastará para que nos queiram? Já percebemos todos que não!

5.11.22

Já sei quem sou!

novembro 05, 2022 0 Comments


Deixei de me sentir estranha quando percebi que sou apenas diferente. Passei a abraçar as minhas peculiaridades, encaixando-me no meu próprio espaço e desapegando-me dos outros, porque o que pensam, sentem e acreditam ser certo, não me cabe por inteiro. Encontrei forma de não pertencer à matilha, "caçando" sozinha e crescendo em liberdade emocional, para que as escolhas me coubessem por inteiro. Procurei, como ainda faço, as respostas para as minhas próprias perguntas e no processo consigo elucidar uns quantos, evitando-lhes o "trabalho" a que me propus por vontade própria.

Amadurecer é um processo em contínuo, muitas das vezes doloroso, mesmo que necessário, mas sobretudo enriquecedor. Quando o fazemos por nós, estando atentos às emoções e empoderando os sentimentos, tornamo-nos mais resistentes aos embates, regressando ao lugar seguro de cada vez que a tempestade se instalar. Perceber que a opção mais acertada é percebermos quem somos porque ninguém o fará tão bem, confere-nos uma indescritível sensação de habilitação própria e controlo sob nós mesmos.

Não há como delegar a nossa vida ao acaso, ou aos outros, porque se o fizermos seremos inevitavelmente pisados e desiludidos. Ninguém pode ter a responsabilidade de nos fazer feliz e a mais nenhuma outra pessoa cabe o dever de nos segurar as mãos que já sabemos usar. 

Deixei de me sentir estranha quando percebi que a minha diferença me serve!

4.11.22

Num beijo...

novembro 04, 2022 0 Comments



O que passamos afinal de nós num beijo e em cada beijo? Tens ideia de quantas vezes sonhei com a tua boca na minha? Consegues contabilizar os sonhos que prolonguei para tentar que o teu sabor se colasse a mim?

Imaginar como beijaria a boca que largava os sons que tanto me entravam dentro, alimentou-me o bastante para que pudesses chegar. Não deixa de ser curioso que me tenha lembrado disso agora, talvez porque já depois de saber ao que sabes me tenha apetecido beijar-te.

Sei o que passámos nos nossos beijos, mesmo depois de nos termos imaginado tanto. Sei ao que me soube o primeiro, mesmo que não tenha acontecido quando e como tantas vezes retratámos. Sei quantas vezes nos colámos sem vontade de parar, para que os beijos falados fossem saboreados. Sei quem consigo ser quando te beijo, mas também sei o que deixei de ser por não te voltar a beijar.

Num beijo passo-me TODA e espero TUDO. Num beijo e em cada beijo regresso às emoções que recebia muito antes de te poder beijar. Num beijo encontro mais intimidade do que no amor que fizermos depois, porque a minha boca terá que aceitar a tua assim que te começar a amar.

Matava por um beijo teu hoje e por todos quantos me prometeste dar e disseste que nunca sairias da minha boca mal me pudesses beijar. Num beijo e com um beijo mostrar-te-ia agora por que razão me deverias continuar a beijar.