29.4.24

O que já soube...

abril 29, 2024 0 Comments



me perdi de mim umas quantas vezes, mas apenas para me voltar a encontrar. estive em caminhos novos e escuros, mas já soube como os iluminar. me dei sem receber de volta, mas também tive em iguais proporções. fui o doce sabor na boca de alguém, mas saboreei, com enorme prazer, bocas que não terei como esquecer. chorei logo após inúmeras gargalhadas, mas me senti incapaz de derramar uma lágrima que fosse. 

Nada como um dia depois do outro para que tudo se coloque em perspetiva. Sabermos o que ser e o que fazer até quando nada mais parecer poder ser feito, seguramente que fará de nós seres mais fortes. Aceitar as derrotas, entendendo que as vitórias poderão ser efémeras, confere-nos mais realismo, porque apenas seremos tão grandes quanto o conseguirmos sentir.

fui tão amada, que quase me senti consumir pela incapacidade de amar na mesma prroporção e esforço. recebi as flores que me coloriram o jardim interior, mas vi os dedos sangrarem por espinhos ocultos. acreditei mais nas habilidades que me definem, mas foi com cada uma que cheguei até aqui, inteira, mais forte e ainda mais habilitada. senti o corpo esgotado por tanto amor feito, mas o tive vazio e inerte por imensa falta de amor.

27.4.24

O que é que te posso chamar?

abril 27, 2024 0 Comments



O que é que te posso chamar? Que palavras posso usar que não usem, erradamente, o que representas para mim? O que te posso chamar quando até a dormir chamo por ti, talvez até de forma desesperada perante a possibilidade de já não me responderes? Que poder exerces sobre mim quando até o teu cheiro me impede de funcionar e a falta dele me leva para lugares de onde quero rapidamente voltar? O que é que te posso chamar para que saibas, exatamente e sem qualquer dúvida provável, que é a ti que chamo?

Se sobesse escrever, saberia de que forma manter, para sempre, o que significas na minha vida. Se o meu olhar te conseguisse passar o que vejo de cada vez que o dirijo para ti, saberias já quem és para mim. Se o teu nome não me consumisse tanto pelas vezes que por ele grito em silêncio, seguramente que gritaria bem alto, para que me ouvisses verdadeiramente e soubesses como me responder. Se amar-te fosse um exercício simples e tranquilo, talvez não houvesse tanta intranquilidade boa no amor que te ofereço. Se já me amasses como tantas vezes esperei, a espera teria terminado.

O que é que te posso chamar, quando te chamo incansavelmente e não te oiço nas respostas que me escreves, mas que te sentes incapaz de verbalizar? O que é que te posso chamar, agora que chamo como sei que gostaria de ouvir? 


22.4.24

O> que fazes com o teu tempo?

abril 22, 2024 0 Comments



Tempo, aquele que uso a meu favor e o que deixo correr à velocidade que me sobra. Tempo, o tempo que me resta, mas que permanece uma incógnita, sobretudo porque não me garanto o uso adequado. Tempo que já vivi e o que ainda planeio manter vivo na vontade de continuar a viver, por mim e para quem me pertencer.

Não me recordo do tempo que deixei quando fiquei para trás. Não me esqueço da felicidade que o tempo me permitiu em tantos momentos, pequenos para alguns, mas tão grandes pela tabela que eu mesma criei. Não sei quando foi que o tempo me afastou da chama que sempre uso para não me queimar sozinha. Não desvalorizo o tempo que me levou em viagens inusitadas e é por isso que agora, após tanto tempo de análise, planeio continuar a usar para o mesmo fim. 

Quanto tempo te dispensas quando estás a dispensar aos outros o que de mais valioso possuis? Quanto tempo levas a encaixar amores inesperados e o que fazes com o tempo quando eles terminam? 

Já tive, no tempo que me calhou, a possibilidade de validar o que me pareceu importante e é assim que o pretendo manter. Já fui pouco tempo para quem me amou sem reservas e já fui o tempo perdido de quem não me reconheceu. Já soube melhor o que fazer do meu tempo, mas já fiz as pazes comigo por todo quanto desperdicei.

20.4.24

Não é não!

abril 20, 2024 0 Comments



Não entendo a intenção na dor. Não aceito a pequenez de quem diminui e magoa. Não partilho de sentimentos vazios e não fico em lugares onde seja apenas uma figura difusa e sem forma ou formato. Não vivo para quem não sabe viver comigo e recuso-me a respirar o ar dos que apenas sobrevivem de máscara.

Não me retirem a felicidade de que sou feita, até quando me sinto triste e mal entendida. Não me cataloguem ou julguem igual, porque não pretendo colagens. Não me arranquem os sorrisos que ofereço sem esforço e não me forcem a mostrar o pior de mim, porque também o tenho. Não se sintam refletidos em imagens que não entendem e não tentem entender o que parecerá sempre uma língua nova e desconhecida.

Não sou a que pede o que lhe deve ser dado e não dou se for continuamente indesejado. Não queiram iniciar as viagens que já faço por ter roteiros defindos e não se agarrem à indefinição como desculpa, porque nunca saberei de que forma desculpar os que não olham, não conseguem ver e não escutam o que deveriam já ter ouvido. Não esperem por diferente enquanto o igual me continuar a marcar qual ferro em brasa.

Não entendo os que recusam entender-me quando sou clara, coloco legendas e até uso língua gestual. Não aceito os que já me recusaram antes e não partilho, porque me recuso, males de almas que não se redimem. Não vivo para ninguém se não souberem de que forma viver comigo e não coloco gostos no que for declaradamente feio.

16.4.24

Será que sentes saudades de ti?

abril 16, 2024 0 Comments



Será que sentes saudades de ti? Será que te lembras de quem eras quando desejavas, ardentemente, transformar-te na pessoa que já és hoje? Será que passaste a sonhar outros sonhos e a ansiar pelo que afinal sempre te pertenceu? Será que és feliz na caminhada que escolheste fazer, sabendo que a felicidade é um estado de espírito?

Estares onde é suposto, evoluindo e crescendo por dentro, permite-te ser visto de forma diferente por fora. Passares para os outros o que tens, quando fazes por ter tudo cada dia mais, mostra-lhes o quanto é possível e natural que evoluamos naturalmente, uns mais do que outros, pelas histórias, escolhas e coragem até em momentos de fraqueza. Quereres diferente enquanto tudo é tão pequeno e igual, faz de ti a pessoa para quem se olha, por vezes com estranheza. Teres-te em primeiro lugar, impede-os de te terem sem que para isso se esforcem, porque os forçarás a formatos diferentes e nos quais te encaixes. Permitires-te sentir e dizer o que carregas, afastará os que se carregam com dor e sem esperança.

Será que sentes saudades dos sorrisos sem cobranças e das corridas para lugar nenhum? Será que escolhes ser feliz mesmo sabendo o quão raro e valioso é cada respirar? Será que sabes mesmo quem és, agora que acreditas saber o que importa?



14.4.24

Como está o teu coração?

abril 14, 2024 0 Comments



O coração é o lugar onde vais queres morar com sentimentos bons, porque a não os serem, muito pouco de ti se aproveitará. O coração que tantas vezes alimentamos à pressa, ou que nem sequer nutrimos, é o que nos impede de secar por dentro, porque apenas com ele no lugar certo e cheio de todas as emoções que nos permitem andar por aqui, mais seguros e sem dores que nos derrubem, é que não somos apenas mais um. O coração que deverás escutar com atenção, envolvendo-o da razão que não lhe cabe por competência, porque de contrário tornar-se-à no teu pior inimigo.

Como está o teu coração, será que o escutas com atenção? Como estás quando o tens pleno de amor, mas bem regado de razão e bom senso? Como estarão os que fazem parte dele e para onde envias os que saem quando apenas estiverem a ocupar espaço?

O coração, o meu, tem-me dado que fazer, mas já nos vamos comunicando numa língua comum, ou assim o obrigo. O coração que planeio continuar a fazer bater por mim e comigo na dianteira, não tem total poder sobre como e a quem amo, porque a qualquer momento posso escolher deixar de o fazer. 

12.4.24

O que preciso de ser?

abril 12, 2024 0 Comments


Não tenho que ser, nem preciso de querer que me queiram pelo que julgam saber de mim. Não me escudo em desculpas que nunca desculpariam o que não me representasse e jamais, em nenhum dos momentos que uso para estar comigo, poderia passar o que não tenho.

Não sou parecida com o que dizem ser desejável, provavelmente porque torna tudo menos dificil de entender, mas também não dificulto o que para mim será sempre fácil. Não busco os mesmos lugares, mesmo que saiba o quanto tornaria a minha vida mais simples, se simplesmente seguisse, na passada dos outros, pelos caminhos que já desbravaram. 

Não preciso do que aparentemente é necessidade comum e dificilmente me ouvirão reclamar do que não cuidei, porque é a mim que cabe caber no mundo que escolho. Não vou sem saber de que forma voltar e nunca começo o que souber não poder terminar.

Não sou feita da massa que todos mexem e remexem, até no mesmo recipiente, porque planeio ser muito mais, todos os dias, para mim, vazando-me inevitavelmente para os que amo. Não canto num timbre comum, mas sei de que forma me encantar com as músicas que eu mesma escolho e no final sou quem importa.

O que precisaria afinal de ser para poder pertencer? Provavelmente TUDO excepto quem já sei que não sou e é por isso que NÃO pretendo mudar.