Beijos e chocolates. São duas paixões, dois desejos latentes, que nunca recuso, que mexem comigo e que me conseguem enlouquecer! Não sei qual poria em primeiro lugar, até porque chocolates tenho sempre e não dependem de ninguém, apenas do meu desejo. Já os beijos...
Sei que um beijo bem dado, com sabor aveludado quente e bem partilhado, é tão bom quanto o melhor dos chocolates. Se estiverem juntos, oh meu Deus, vamos e voltamos do céu em apenas alguns segundos. Conheço algumas pessoas, raras, que não gostam de chocolates, mas de beijos. Bem, de beijos parece que uns quantos, sobretudo homens, passaram a gostar menos, Lamento, mas é o que me dizem as respectivas mulheres. Talvez eu tenha uma explicação para o facto. Beijar é deveras um acto mais íntimo que qualquer outro e ao contrário do sexo, nunca conseguiremos beijar alguém, de ânimo leve, se o sentimento que nos unir não for realmente forte. Beijos são sinónimo de amor e por isso só quem ama quer beijar, a toda a hora, falando menos e sentindo mais. Quando o amor se vai... O Roberto Carlos tem uma canção assim.
Para mim é certo que uma combinação explosiva passa por um bom beijo, recheado de um chocolate de leite. Queria agora, menos chocolate e mais beijos achocolatados. Uma boca sedenta de mim, beijos sem pressa, prolongados e línguas que se tocassem. Não existe melhor passagem de amor, um bom beijo liga-nos os motores e deixa-nos prontos para tudo!
De que são feitas as lágrimas? De dores, de risos, de todas as quebras, conquistas e perdas irremediáveis!
Lavam-nos por dentro e por isso devem-se deixar rolar, já não as seguro nem as temo, porque são o reflexo do que consigo sentir e permitem-me ser apenas mais humana, mais mulher, com fragilidades, inseguranças e medos, mesmo que infundados.
As lágrimas são feitas de tudo o que vivencio, de pedaços de matéria que poderá até nem ser minha, mas que sinto bem dentro de mim, porque sou real, feita de emoções das quais não quero abdicar. Já derramei imensas, já preenchi lagos que não existiam antes. Mudei paisagens áridas, fiz crescer vegetação, alimentei-me a mim e a quem me rodeava, porque de cada vez que choro, de cada vez que permito que as lágrimas rolem, fico mais preparada e mais resolvida.
Choro de filmes lamechas, choro de ver chorar, choro quando não consigo tirar dores que mesmo passando para mim não amenizam o outro. Choro porque sou eu, porque quando e sempre que o faço respiro mais fundo, afasto os cabelos, as sombras e sigo em frente, aliviada e livre.
Sei do que são feitas as lágrimas e acarinho-as tanto quanto todos os sorrisos e gargalhadas, porque sou composta de tudo!
Foi tudo dito e feito e acabámos resolvidos, eu e tu!
No nosso antes, cuidávamos para que não restassem dúvidas, para que soubéssemos do que falava o outro, estávamos atentos e tínhamos tempo. No agora ficou tudo enublado, fomos e viemos demasiadas vezes e acabámos a não deixar rasto. Parámos de nos ler. Confundimos tudo e perdemos a vontade de querer e de entender.
As relações têm dois pontos, o de começo e o de fim. Pelo meio ficarão apenas os que sobreviverem, os que conseguirem ajustar e reajustar rotas. Não devemos reclamar, sobretudo quando tentámos tudo, quando cobrimos todas as frentes e testámos as opções, até as que não eram visíveis. Não podemos, em momento algum, deixar de nos carregar, como o fazíamos quando éramos apenas nós. O outro seguirá o seu percurso e certamente que terá deixado algo válido e que iremos considerar para o futuro.
Dizem-me que não se deve abandonar nada pelo meio, que falar cura, que olhar e ver coloca tudo no lugar certo. Dizem-me que se falharmos, acabaremos a levar o outro para uma outra vida, naquela onde teremos que o resolver e arrumar, parando de nos arrastar e a ele connosco. Acho que prestei atenção, que me tocou dentro e que me assustei pela quase maldição, ou karma. Não nos quero "presos", por isso preciso de ser eu a decidir como e quando te arrumar. Não vamos voltar a falar, porque acabou tudo a ser dito e ficou finalmente feito!
Sorrir para ti era o que gostava mais de fazer, era o que me lavava por dentro e repunha o que ia perdendo!
Forçavas cada sorriso meu, porque bastava pensar-te, bastava-me saber que sabias de mim, que te importavas e que me querias, para que desse comigo a sorrir, sem que controlasse os movimentos e me sentisse até um pouco tola.
Sorria bem mais do que faço agora, porque sabia onde estavas, ouvia-te e sentia-te tão próximo que quase te conseguia tocar. Sorria de mim e desta capacidade que tenho de te querer desta forma.
Sorria apenas com a ideia de sentir esse corpo, que misturado com o meu, faria de mim a única mulher que precisava de ser.
Não sou apenas eu que conto, não sei nem consigo sorrir apenas de mim, preciso que estejas presente na minha vida, que faças parte até do que ainda nem planeei, que me queiras verdadeiramente e que te sintas capaz de arriscar e de tentar. Sozinha não basto. Sozinha não terei as razões que me ofereces só por existires.
Não queria que este sentir passasse, precisava de continuar a ter sorrisos, até na alma e sobretudo nos lábios que já beijaste muito. Não te queria largar tão cedo e certamente que iria sorrir com as emoções que te passaria quando to pudesse dizer, se ao menos pudesse sorrir com o sorriso que me darias de volta.
Analisamos imensas coisas, pesamos e medimos mais umas quantas, sabemos o que não está a correr bem, mas raramente, procuramos um plano, e quase nunca traçamos metas. Se não te faz feliz, então não te serve. Se te magoa e te deixa zangado com o mundo, a duvidar de qualquer espécie de futuro, então está mais do que na hora de mudares.
Temos medos, claro, foi isso é que nos ensinaram, a duvidar de tudo o que corre bem e a aceitar tudo o resto como se fosse uma inevitabilidade. Haja pachorra! Aguentas e pronto, até porque podes esperar. Pois é meu amigo, mas se esperares demasiado, vais apenas engrossar a já ENORME lista de pessoas deprimidas, cansadas e incapazes de dar, nem que seja, um passo atrás, para depois seguir em frente.
Já experimentastetraçar um plano, o TEU plano e segui-lo? Já olhaste bem para o que querias, lá atrás, no princípio de tudo e para o que realmente atingiste? Se o que dizes teres conseguido passar por paredes, tachos, sofás, carros e outros bens idênticos, vais mesmo querer reafirmar que tens o que importa? Duvidaria. Olharia com olhos bem abertos para tudo o que me coubesse nas mãos, porque se fosse apenas "isso", então não teria conseguido NADA.
Lamento informar-te que o que o dinheiro compra não faz parte dos bens que permanecerão, não quando já te restarem poucas forças, menos discernimento, e simplesmente agarrarem em ti, e te colocarem, assim como se faz a um cadeirão, num lugar onde não impeças a passagem.
Só terás realmente conseguido alguma coisa, quando fores a tua pessoa mais importante e quando puderes decidir a teu favor, para que os outros sejam beneficiados. E quando mandares em ti mesmo, indo e vindo, entrando e saindo tantas vezes quantas forem precisas para te reajustares.
O amor e a falta dele, transforma-nos para melhor e para pior. Somos o reflexo de tudo o que construímos e do muito que nos faltar, para entendermos que apenas teremos o que formos capazes de doar.