Há dias em que as nossas sensações nos enganam, em que o que está bem dentro de nós nos faz mal e nos leva a "gritar" o que não queremos e o que não devemos. Há dias que não deveriam começar, porque não temos como os terminar da forma certa!
Tenho que aprender a não esperar dos outros o que sou, porque o sou demasiado. Sou demasiada pele, demasiadas palavras e emoções. Sou muito desejo, um mar revolto e tranquilo. Sou o sol que brilha e se esconde por detrás de nuvens ameaçadoras. Sou o chão arenoso que magoa os pés e a areia fina de uma praia deserta. Tenho que aprender que existem coisas das quais só poderemos ter metade e que o tudo nem sempre é o que preciso. Hoje a minha alma chorou comigo, fez-se cinzenta e não me permitiu cuidar de quem já me cuidou. Hoje a minha alma deixou-me mal e fez-me mal. Hoje não queria ser eu. Hoje precisava de não ser tão exigente e de não usar as palavras que por vezes também me ensombram, porque esperam sempre a colocação certa e porque querem receber na proporção do que conseguem dar.
Cada pessoa tem os seus próprios mundos, medos escondidos, incapacidades, travões e limites. Terei que o aceitar e entender, porque dificilmente chegarei até onde preciso e desejo e é por isso que bem dentro de mim senti que não estive à altura. Deixei passar o que me estava a fazer bem, a manter-me acordada e desejada. Estou triste, porque sinto, bem dentro de mim, que falhei e deixei-me mal. Está a doer tanto que me apetece gritar comigo, mas a voz não sai, apenas as palavras que se comportam como a minha maldição, essas caminham sempre soltas e independentes porque não as consigo conter.
Vou-te contar tudo o que quero que saibas. Ninguém me conseguiu dar tanto em tão pouco tempo. Nós sentiamo-nos em sintonia. Pensávamos de igual forma. Riamos do mesmo e sabíamos quando é que o outro precisava de carinho e de colo, mesmo sem o pedir. És a pessoa pela qual esperei e com quem sei que tudo se encaixará nos lugares certos, deixando o meu coração inquieto, mas pronto para ser apenas de um outro, teu.
Nunca ninguém me irá amar como tu. Nunca ninguém conseguirá deixar-me com esta sensação de que pertenço a alguém, querendo ser a única pela qual decidirás novos rumos e com quem os planos passarão do papel. Nunca ninguém conseguiu que o meu corpo conhecesse e quisesse o único que o poderá ter e tocar sempre. Isto são factos! Nunca ninguém conseguirá fazer-se amar como o faço a ti, dando-te o que nem precisas de pedir. Nunca ninguém saberá como te tocar, envolvendo-te nos beijos que não poupo porque beijar-te é ter-te, sentir-te e saborear-te. Nunca ninguém te manterá de forma consistente, no futuro que apenas visualizo contigo, se ao menos perdesses o medo de me perder.
Vou-te contar que és tu e que sempre foste porque te reconheci e porque já te tive antes. Espero que o consigas entender. Vou-te contar que te quero mesmo comigo e que se não o soubesses antes, já o teria entendido agora. Vou-te contar cada uma das histórias de que fui feita, num passado no qual não estiveste, mas que esteve sempre contigo por perto. Vou-te contar dos amores que não permaneceram, é que não teriam como, porque era de ti que estava à espera. Vou-te contar porque é que não deves desperdiçar um amor assim, é que este, o meu, já é mesmo teu!
Feelme/Ouvir-te! Tema: Sentimentos! Imagem retirada da internet
Ouvir-te, saber o que pensas e como sentes, fazia parte da minha rotina, mas agora faz apenas parte de tudo o que não deixo de recordar de ti e de nós!
Acabámos a não acabar o que se começou com tanta intensidade, a não permitir que apenas os sentimentos ditassem para onde iríamos a seguir, mas a vida é tudo isto e tudo o resto do qual não podemos abdicar e ficámos assim, cada um no seu lugar de sempre.
Já te ouvi hoje e por alguns minutos tudo se voltou a encaixar. O que vi em ti, a tua intensidade, fez-me recordar de nós. Temos um novo ano a caminho e tantas incógnitas, quantas nos dá o céu que não sabemos se permanecerá azul ou negro, como por vezes é negro o meu desespero, com ou sem as estrelas de que necessitamos, não para nos guiar, mas para nos recordar que existe algo, alguém, que talvez cuide de nós e que nos possa explicar o que fazemos aqui afinal.
Ouvir-te é regressar ao lugar onde já fomos tanto, no qual nos permitimos sonhar com o que temíamos não poder acontecer, mas que assim mesmo sabia a casa, ao nosso espaço, a mim e a ti. Ouvir-te, de olhos fechados, é ver-te, e agora, sem qualquer mágoa, é ter-te de novo.
Vou querer um excelente ano para ti. Um no qual possas recomeçar, tal como o irei fazer eu e estou a sorrir para te aquecer a alma e incentivar. Adoro-te e tu sabes!
Quero que me vejas a mim, que não precises de fechar os olhos e de a imaginar. Preciso de saber que estás inteiro, comigo, que sou quem sonhaste um dia, mas para isso terás que o permitir. Terás, por uma vez, que deixar de a ter nos teus braços quando é a mim que apertas, quando me afagas os cabelos e te sinto o olhar distante. Vou-te pedir, apenas mais esta vez, que me abraces forte quando me amares esta noite e que seja mesmo comigo. Se me erguer, se recuperar o que me tiraste e não pareces capaz de repor, então aí já será tarde.
Sentimos, mal nos vimos, que poderíamos ser um nós diferente, talvez mais arrojado e meio-louco. Sentimos a capacidade de querer para além do que querem os outros, debitando as palavras que apenas para nós fazem sentido. Sentimos, no instante em que nos beijámos, eu a medo e tu à descoberta, que o sabor era natural e que carregava uma memória que não identificámos. Sentimos, em todos os momentos de silêncio, que pouco seria preciso dizer, para que tudo fosse realmente dito.
Deveria ser a mim, mas se não consegues, perdoo-te, deixo-te ir e prometo que voltarei a ser amada como sempre esperei. Se não fores tu, estou preparada para o aceitar, porque já não parece doer, porque já sinto os meus pés firmes e capazes de me elevarem outra vez. Se não é a mim, devolvo-te o tempo que precisas para a teres de volta. Luta, corre, pede, implora, mas não desistas, porque por um amor assim, sei que o faria!
Comparo sempre, mesmo quando acho que não o estou a fazer. Continua a ser inevitável, os beijos, a voz, o olhar, tudo serve para "testar" quem não se deveria assemelhar a ti. Mas eu, deste lado, continuo a desejar que sim. Quero quem te tenha nos poros. Quem me toque da mesma forma, para que eu consiga abandonar o meu corpo e apenas usufruir. Quero quem seja capaz de falar e de me prender a atenção, de me deixar a absorver cada palavra.
Não deveria, eu sei, mas ainda não te arranquei de mim!
- Já te ordenaste a ti mesma? Já te sentaste a racionalizar como eu sei que fazes tão bem, para pores um ponto final numa relação que só aconteceu dentro da tua cabeça?
- Não!
- Mas é claro que não. Conheço-te, sei que o que te impões acontece, por isso minha querida amiga, salta desse lado, foge e sossega o teu coração para que um outro possa entrar. Eu preciso de te ver feliz.
Comparo sempre, porque o que me levou até a ti e me deixou ficar, era bom, era o que queria. Comparo sempre, porque me moldei à forma como o meu corpo se sabia encostar ao teu, sendo olhada tão dentro, como dentro ficavas sempre que te pedia. Comparo sempre, porque escolhi cada característica tua, mesmo que de forma indelével e incompreensível. Comparo sempre, porque me sabias a regresso a casa.
Sei que vou ter que pôr um ponto final nisto e aceitar que ninguém poderá ser como tu, nunca mais, nem próximo sequer. Sei, mas porque sou muito toque e palavras, vou continuar à espera que chegue quem te arranque e me poupe a mágoa de ter que te deixar ir!
O amor e a falta dele, transforma-nos para melhor e para pior. Somos o reflexo de tudo o que construímos e do muito que nos faltar, para entendermos que apenas teremos o que formos capazes de doar.