28.11.16

De que se veste o meu diabo?

novembro 28, 2016 0 Comments



De que se veste o meu diabo? O meu não veste Prada, nem quaisquer roupas de griffe, isso é certo, mas anda por aí bem disfarçado com capas e roupagem que o dissimula, que me faz pensar e repensar no que me acontece!

O meu diabo é aquele que me achocalha as ilusões, que me permite ver como as pessoas são realmente por dentro, do que são feitas e porque se comportam assim, ou assado. Graças a ele, não têm outra hipótese senão a de se revelarem. Dentro de uma roupagem invisível, o meu diabo está sempre presente e bem acompanhado. Cuida de me manter alerta e mesmo sendo a antítese do bem, se não fosse por ele, sei que as quedas aconteceriam muitas mais vezes. Por vezes confundem-nos e consideram-me bem mais diabo do que sou realmente. Talvez já se tenha colado demasiado e não lhe seja imune. Talvez sejam os olhos demasiado críticos, a julgarem a minha rispidez. Talvez e pior ainda, estejam mesmo certos e já nem o consiga disfarçar.

De quantos diabos poderemos ser feitos, com ou sem roupa? De quanto tempo, depois de já andarmos há algum por aqui, precisamos para nos revelarmos, com ou sem tridente? De quantos lados seremos feitos, quando percebermos que nem só de santos vive o homem?

Gosto de enfrentar o meu diabo. Gosto da minha força para não lhe permitir excessos, porque o nosso pacto passa por ser apenas "picada", quando me distrair, porque já somos companheiros de inúmeras cruzadas, tantas quantas as vidas que ainda iremos ter!

Amar só pode ser!

novembro 28, 2016 0 Comments



Amar só pode ser estar sempre pronto para cuidar, acompanhar e procurar. Amar é falar, com o coração aberto, sobre tudo o que se sente, como se sente e deseja. Quando se ama a vontade de tocar, de ver, de olhar e de gritar todas as palavras que nos irrompem bem de dentro nunca se segura, porque vão saindo descontroladas, exageradas, mas a fazer sempre tão bem e a darem de nós, como nem sempre o corpo consegue por não estar por perto!

Não concebo, não quero e recuso, um outro amor que não corra já, na minha direcção, como o faz o teu. Gosto de ti, cada segundo um pouco mais. Cada dia, ao acordar, tenho que agradecer pelo momento que nos juntou e que me fez aceitar-te, a ti, logo a ti. Não te quero nem vou deixar ir, mesmo que seja difícil e que tenhamos que nos dar colo em dias mais cinzentos. Até quando as lágrimas surjam para nos lavar por dentro, assim mesmo, sei que não vou desistir de ti. Não vou permitir que o que está lá fora invada o que apenas nós, aqui dentro, conseguimos construir.

Amar só pode ser chegarmos ao dia em que o dia em que os nossos corpos poderão confirmar que fomos mesmo feitos para estarmos juntos. Já te senti, bem dentro de mim, sem nunca teres estado, mas é tão fácil entender o que me darás e como nos daremos, apenas porque te amo e sou amada por ti como acho que só pode ser.

Amar só pode ser este sentimento, multiplicado por todo o desejo que vamos acumulando até que sermos apenas nós, um com o outro, finalmente aconteça!

Frio por dentro, na alma!

novembro 28, 2016 0 Comments
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Por vezes também é assim, o frio invade-me e o medo transforma a minha consciência em medo. Medo de não estar no caminho certo. Medo de que não seja este o meu percurso e medo de que ele não se cruze com o teu. Em noites como a de hoje, em que me ri de todas as brincadeiras sempre contigo no pensamento, mas em que olhei milhares de vezes para as horas que não passavam, acabo a pensar no que ando afinal a fazer. Quem sou eu e porque quero o que não posso ter? Já sabia que não seria fácil, não tinha como, mas insisti em permitir que entrasses no único lugar que deveria manter fechado, sobretudo de ti. Permiti que invadisses o coração que tanto me faz viver e sorrir à vida, como me traz para baixo de tanta saudade, desejo e necessidade de ti.

Frio por dentro, na alma, num corpo que ainda não tiveste. Frio em mim, tanto hoje, que enregelei de medo. Frio pela consciência do recomeço, e eu sei o quanto não quero ter que recomeçar. Frio pelo desalento que me provoca não ter como te tocar. Frio na escolha unilateral e na perceção de um amor a uma voz. Frio por ter o frio que sentem os que não são amados.

Sabemos sempre, mesmo quando o tentamos ocultar, o que esperar de alguém que não espera por nós. Nós sabemos que decisões tomar e quando seguir em frente. Sabemos ao que sabem os sabores amargos, os que permanecem dos beijos que não beijam mesmo. Sabemos que quando o frio se instala, tudo o resto já terminou!

Como é que vemos os outros?

novembro 28, 2016 0 Comments


A forma como vemos os outros é que faz de nós pessoas mais ou menos bonitas, interessantes, ou interessadas e capazes de investir e de mudar. Por vezes descobrimos num sorriso escondido, alguém como nós, que pensa e sonha com a mesma intensidade e é nessa altura que nos revelamos e mostramos o que somos.

Não é de todo fácil olhar com olhos imparciais, sem julgar e sem pré-conceber. Não é fácil deixarmos para trás as nossas fundações e apenas entender e escutar. Não é fácil ouvir sem ter que responder, apenas lendo cada palavra e sentindo cada sentimento. Não é fácil deixarmos de ser nós, para acolher o outro e para o desculpar do que aparentemente não nos bastar.

Em dias como o de hoje, consigo sempre sentir-me um pouco mais próxima, mais "dentro" do outro, daquele ou daquela que tantas vezes vi e ouvi, mas nunca escutei com a devida atenção. Existem dias em que pareço sair de mim e vaguear pelo mundo que os outros construíram, conseguindo entendê-los mais e melhor.

Por vezes questiono-me sobre o que vejo eu nos outros de cada vez que os olho. Nem sempre vejo o melhor e por vezes acabo a esperar pelo pior, enganando-me e punindo-me pela pequenez. Esses serão os dias abençoados, porque na verdade, o BOM, de muitos que povoam o meu Universo acaba a chegar!

O que o corpo nos faz!

novembro 28, 2016 0 Comments
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Quantos não saberão a letra da mesma música? Quantos não estarão, neste momento, a partilhar a cama e o corpo com alguém deixando sempre a alma de fora? Será que ela perdoa mesmo o que o corpo faz?

Não é possível, nem sustentável, por muito tempo, sem que acabemos a morrer por dentro, ter um corpo que não nos completa. Querer-mos apenas trocar sensações físicas que não se acompanham com o desejo de estar com quem realmente nos poderia dar o prazer que procuramos. Quantas vezes não se força o corpo a chegar até onde ele necessita, porque morreria aos poucos com a falta de toque, mas abafando o grito de um nome diferente? Quantas vezes não sonhamos estar com quem ainda não tivemos e que não nos sai da cabeça, que se implantou em nós e nos impede de continuar a fingir por muito mais tempo? Quantas vezes procuramos no lugar errado pela pessoa certa?

O que o corpo faz a alma e o coração apenas perdoam, se for no tempo e momento que conseguirmos encaixar, como se encaixa, em nós, quem reconhecemos. O que o corpo faz de cada vez que o permitimos, é dividir o prazer que nos passa quem amamos. O que o corpo faz, quando somos capazes de mostrar o que temos dentro, é multiplicar por dois o que apenas um não consegue.

É contigo que quero ter todo o prazer. É o teu nome que quero gritar depois de me sentir completa e satisfeita. É contigo que desejo que o meu corpo não precise de se desculpar pelo que a alma desejou e pelo que o coração pediu. Quero que sejas tu, sempre e de cada vez que me sentir rebentar de desejo. É contigo que serei capaz de ultrapassar qualquer barreira e ser, realmente, eu.

O que o meu corpo faz, apenas pode ser com o teu!

27.11.16

Será que ainda te lembras?

novembro 27, 2016 0 Comments




Lembras-te do amor que fazíamos, loucos, sedentos e incapazes de nos satisfazermos?

Será que ainda te lembras da sensação que nos assolava quando nos víamos, quando ainda não nos tínhamos completamente, mas já precisávamos de todos os minutos e segundos para sermos felizes?

Eu consigo lembrar-me do frio na barriga. Do prazer de te tocar. Do sabor da tua boca e de como nunca me cansava de ser beijada por ti. Será que ainda te lembras das horas passadas, a dizer tudo e quase nada, apenas por não sabermos como sair um do outro? Os assuntos atropelavam-se. O desejo de nos tocarmos quase que nos enlouquecia e deixava a alucinar. A capacidade de nos magoarmos, pelo medo de sairmos, para sempre, marcados a ferro pelo fim do que mal começáramos, revolvia-nos numa loucura eminente. Será que ainda te lembras das promessas, dos jogos de palavras e das buscas de buracos no amor que ambos dizíamos sentir?

Testámo-nos até à exaustão. Procurámos explicações que sabíamos não terem como existir e mantivemo-nos, saudavelmente loucos, até enlouquecer cada pedaço de ambos os corpos. Mas porque é que me lembrei de ti agora? Simplesmente porque nunca te esqueço e porque o que me deste e tivemos juntos jamais poderá desaparecer, não nesta vida, nem em muitas outras que ainda teremos.

Se o medo de me magoar não fosse tão grande, ainda arriscaria sentir-te de novo. Arriscaria abraçar-te por inteiro, adormecendo ao teu lado, sabendo que acordaria segura e em paz. Se soubesse que ainda te lembras, corria a pedir-te que corresses para mim e me transformasses na mulher que viste quando me olhaste!