28.11.17

A "animalidade" em nós!

novembro 28, 2017 0 Comments
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A selva urbana tem produzido cada vez mais seres desumanizados, incapazes de reterem sentimentos que perdurem e invadindo tudo e todos em benefício próprio. Não sei quais serão as desculpas, se é que existem, para mim são sobretudo faltas, de amor-próprio, de respeito por si e pelos outros e uma essência para lá de cinzenta. Penso que até estarei a ser algo generosa na avaliação, mas uma vez que quero acreditar que ainda existem alguns, uns quantos de nós que serão capazes de salvar os restantes da perdição, não vou escurecer demasiado o cenário.

A "animalidade" em nós arrasta as vontades que parecem colidir com a do outro. Ou estás comigo ou contra mim, não existe meio-termo. O tudo ou nada, passou, há muito, a ser mais nada do que qualquer outra coisa. O EU passou a ter demasiada importância, mais do que tudo o resto e seguramente mais do que todos os outros, também eles a quererem ser alguma coisa visível e palpável.

Até que poderia aplicar aqui uns quantos provérbios elucidativos da coisa, mas hoje não me apetece ser gráfica, por isso dispensem lá os bonecos e leiam com clareza o que está realmente claro. Somos fruto do que construímos, para o bem e para o mal. Só vamos até onde os nossos pés nos levarem, quer saibamos correr ou apenas caminhar. Nunca chegaremos mais longe, nem mais alto, se formos incapazes de olhar de cima para baixo, porque uma vez subindo, teremos que saber fazer o percurso inverso, vindo de volta ao que já fomos, quando começámos.

Está muito complicado de entender? Concordo, até eu me baralho quando percebo que já há muito deixei de perceber o que quer que seja sobre a natureza humana. Mas vou continuar a insistir na aprendizagem, podem chamar-me louca, mas acredito piamente que ainda existem mais modelos intactos, sem qualquer ponta de conspurcação emocional. Se não o fizesse, já há muito que teria começado a nadar para a ilha e nem os "animais" reais me impediriam.

Ver e ter gente muda-nos!

novembro 28, 2017 0 Comments
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Para quem escreve, ter e ver gente é fundamental porque absorvemos gestos, sons, desejos e olhares, que depois acabamos a retratar, num momento ou noutro!

Para mim, que até sou algo bicho do mato, sair, falar com quem não conheço, expondo-me ainda mais, movimenta-me as energias e força-me a socializar de forma diferente. Os escritores também têm este problema, o de construírem um mundo muito seu, onde estão resguardados dos tempos dos outros, e no qual se soltam completamente, sem receios, ou até com muitos, mas sem forma de impedirem o que são, e tem de sair.

Haverá quem pense que escrever é fácil e que bastará juntar um monte de palavras, aparentemente soltas e largando-as para que as "gramem" os outros, mas é muito mais do que isso, porque ocupa e rouba muito de nós e porque se não o fazemos, ficamos vazios, como se algo tivesse deixado de acontecer quando era suposto.

Por vezes soa a maldição, a um castigo maior, porque deveria ser possível tirar esta pele que se cola e não nos permite ser muito mais, ou talvez ser tanto, porque menos nunca será uma opção. Se cansa? Sim, claro, porque o cérebro gira e gira, até mesmo quando falam connosco estamos a navegar em projectos, em algo que nos apetecia desatar a escrever, ou no que precisávamos de fazer enquanto os outros discorrem as suas ideias. Raio de coisa...

Tão bem que agora entendo quem se torna eremita, sem dar muita margem para que os possam invadir, impedindo-os de funcionar nos seus próprios termos. Por vezes  gostava de me retirar não tendo que fazer intervalos e quebrando o ritmo que apenas eu me deveria poder impor. Mas pronto, há que saber adaptar e há que ter gente por perto também, afinal de contas, é de cada um e por cada um que me chegam as palavras, e isso é algo que sozinha não saberei fazer, pelo menos não tão bem.

É possível que um amor cure outro!

novembro 28, 2017 0 Comments
Don't break my heart

É possível que um amor cure outro. Existe a possibilidade de sobrevivermos ao que se colará para sempre, mas que assim mesmo nos permitirá voltar a sentir. Algumas dores, as mais profundas, arrancam pedaços que nunca restauramos, mas podemos encontrar, algures no caminho mais sinuoso, um amor que nos salve.

Perder-te. Ver-te ser arrancado, enquanto lutava com todas as minhas forças para te manter, levou parte de mim. Perder-te. Saber que nunca mais te tomaria nos braços e que o teu riso se silenciaria até me ensurdecer. Perder-te. Entender que vivi demasiado pouco de tudo o que tinhas para mim, fez-me sentar no chão e não querer voltar a levantar.

É possível, agora sei e acredito, que chegue quem nos carregue ao colo e assegure de que a vida poderá voltar a ter cores brilhantes. Se nos dermos tempo. Se nos aliviarmos do peso de ter que ser, enquanto deixámos de perceber o que isso significa, é possível que um amor chegue e nos salve.

Passei longos dias a recordar quem foste, o que tínhamos e até onde nos foi permitido evoluir. Os meus dias passaram a correr ao contrário e nunca mais soube ao que sabiam beijos genuínos. Acordar era igual a adormecer, porque estava parada, quieta e sem qualquer movimento que suportasse a minha nova realidade. A minha pele era tocada para que se mantivesse limpa, mas perdeu qualquer sensibilidade e tom. Falar era um exercício hérculeo e nada do que dizia, quando eventualmente o fazia, parecia ter qualquer relação com o presente. Os meus olhos deixaram de querer ver e apenas olhava quando era vista.

É possível, acabei por aceitar e até agradecer, que me salvem e que o amor retorne para donde nunca deveria ter saído. É possível voltar a sorrir e a reencontrar os sabores até dos citrinos com sal. É possível, bem possível, que um dia deixe de procurar por respostas e que aceite que não ficaste, não me continuaste a abraçar, porque terias que ir. É possível, como tudo parece realmente ser, que eu pare de querer chorar e volte a amar!

27.11.17

Se for demasiado amor...

novembro 27, 2017 0 Comments
Que foto mais perfeita!


Se for demasiado amor, será tão pouco quanto o é quando não chega!

Equilíbrio, é disso que falo. Dar na proporção certa, não sendo muito mais do que se precisa, apenas o bastante, para que se queira voltar. Usar de bom senso, para não estar onde não se é desejado e para correr até onde nos procuram. Ter chama, que arda com o calor certo, aquecendo sem queimar, iluminando sem uma luz que ofusque. Conseguir um amor que não sufoque, mas que esteja presente e que nos prove que só poderia ser esse.

Nunca será demasiado se nos soubermos dosear, mesmo que tenhamos que morder a língua, recolhendo-nos para não ficarmos demasiado expostos, nem muito visíveis. Teremos que saber como fazer com que nos desejem, não desaparecendo por muito tempo. Ser, ter, estar, dar, recebendo, sim, sobretudo recebendo e exigindo que cresçam connosco, não sendo o único músico da banda. Tudo se resume ao que queremos realmente construir e até onde chegar. Temos que ser quem faz falta ao outro. Precisamos de ter o que ainda não conseguíramos encontrar antes.Vamos ter que procurar estar onde nos desejam.Temos que saber dar o que nem sabíamos ter,
recebendo porque para isso nos demos.

Se for demasiado amor para ti, vou querer que me digas. Se estiver muito em cima, arriscando sufocar-te, terás que me "empurrar" de mansinho, recordando-me que muito de mim, impedirá que o suficiente de ti sobreviva. Se for demasiado amor para mim, eu sei que te avisarei, sussurrando-te ao ouvido que não precisas de te esforçar tanto, precisas apenas de me recordar porque foi que te escolhi.

Já estamos bem para lá do ponto onde nos encontrámos. Já nos conseguimos tocar, dentro, percebendo do que é feito o outro. Já nos amámos, misturando os corpos e permitindo que os cheiros se colassem, não em demasia, apenas para que se saibam reconhecer, em qualquer tempo ou lugar.

Querer-te nunca será demais!

novembro 27, 2017 0 Comments
White String Lights


Nunca será demais querer a quem me quer, sentir o que me fizerem, realmente sentir por dentro, estando ao lado de quem me moveu, da forma certa!

É a ti que quero querer e bastará que o consigas fazer da mesma forma, não esperando pela próxima vida. Bastará que não te arrastes, a não ser que seja no meu corpo, que me deixes vir em ti e contigo, assim mesmo, sem meias palavras, eu toda.

Nunca será demais que te reforce o que representas para mim, que não pare de te martelar, com toda a minha força, cada sentimento que muitos matariam por sentir, uma vez que fosse. Nunca será demais que te "grite" que te amo, MESMO, da mesma forma que comecei, mas conseguindo que cresça, TANTO, que arrisco rebentar, eu e tu, mas juntos, no mesmo prazer e na mesma sintonia. Nunca será preciso, não para mim, que te expliques, que te desculpes, que recomeces, bastará que voltes, que retornes ao que já conheço, que sejas o "tu" que eu consigo querer assim. Nunca te refugies nos "nunca" que usas, diz que sim, aceita, escolhe, escolhe-me.

Eu sei o que terei que te insuflar para que respires melhor, do meu ar, da minha vontade, do meu desejo, de mim toda, para ti todo e nunca mais precisarás de precisar seja do que for, porque te bastarei!

26.11.17

Devemos amar-nos agora!

novembro 26, 2017 0 Comments
Confesso que preciso de sorrisos, abraços, chocolates, bons filmes, paciência e coisas desse tipo. Caio Fernando Abreu


Devemos amar-nos agora, muito e enquanto podemos, porque num minuto tudo pode mudar e depois nada do que deixarmos por fazer poderá ser retomado!

Sabes bem de que forma te amo, até porque nunca deixo de o dizer e porque gosto do efeito que ainda provoco de cada vez que te faço sentir que és tudo o que sempre procurei. Sei que o teu amor é proporcional, que a tua vida se encaixa de forma perfeita na minha e que nunca precisamos de precisar de muito mais do que de nós mesmos. Sei que quando oferecemos do nosso precioso tempo, aos outros, é apenas com um desejo insuportável de nos voltarmos para nós, outra vez.

Já não estamos mais novos, mas agora a nossa visão de futuro é mais clara , e claro se torna sempre tudo quando nos encostamos um no outro, e ficamos, por longas horas, a falar da nossa história, bebendo um bom vinho e olhando a luz que é reflectida através da nossas felicidade. Já não sabemos muito bem como tudo começou, e que sentimentos teríamos realmente nessa altura, mas percebemos que cresceu connosco e que a nossa sensatez foi sempre a melhor julgadora. Quando tínhamos arrufos parvos, quando nos atrevíamos a zangar com a pessoa mais importante da nossa vida, TU, EU...

Amarmo-nos agora é a nossa maior prioridade, não encontro nada que deseje mais, mesmo nos sonhos que ainda tenho por concretizar. Se não estiveres comigo, todos os sabores amargarão e tudo o resto estará apenas onde não me faz falta!

Ver-te, mesmo, enquanto te olho!

novembro 26, 2017 0 Comments
Black & white photo couple sleeping in bed holding hands.


Ver-te e sentir o teu toque acendeu a minha vontade de te ter. O teu olhar ainda guarda o que pareço procurar, mas também ele está diferente, pareces ter viajado demasiados mundos em apenas umas semanas. Ver-te e estar aninhada nos teus braços, já não é igual, porque agora também eu sou uma mulher nova, diferente, mais preocupada com o que me pode fazer mal e tu ainda me podes fazer muito mal. Ver-te e sentir os beijos que a minha boca reconhece, deixa-me com vontade de apenas ter vontade de ti, sem passados, sem lugares obscuros, sem caminhos carregados de pedras...

Nós não nos resistimos, é um facto, mas até fazer amor contigo foi novo, mais atento, menos inocente. Agora, o que quer que faças, digas, ou pareças sentir, terá que ser entendido por mim e isso vai certamente tornar tudo mais difícil.

- Lara minha querida, estou aqui, confia por favor, é a ti que quero.

Não duvido que queiras, mas será apenas a mim? Não duvido dos teus toques, sobretudo quando percorres os meus lábios com os teus dedos e pareces estar a memorizá-los, mas no que pensas enquanto penso em ti?

Falámos de tudo. Houve algum choro à mistura, meu de dores acumuladas e teu de culpa. Dissémos o que estava guardado e não pode acontecer entre quem pretende mais do que uns quantos presentes, sem futuro à vista. Amámo-nos, uma e outra vez, até nos esgotarmos e não sermos capazes de dar mais.

Vi-te adormecer, enquanto te beijava e segurava a mão que encaixaste na minha. Não me desliguei um segundo, mesmo em total exaustão e fiquei a olhar para o homem que me tem feito revolver céu e terra para voltar a ser a mesma. Estás num sono tranquilo e de respiração compassada, mas com quem sonharás e por onde viajarás? Estás sereno e eu num turbilhão que me continua a querer matar-me por dentro.