3.1.18

Se eu não precisasse de ti assim...

janeiro 03, 2018 0 Comments


Se eu não precisasse de ti assim, que me sentisses como te sinto e que me quisesses como te quero, então o que estarias a fazer aqui?

É claro que terás que estar onde e como estou, de contrário seríamos apenas nós, individualmente, sem qualquer ligação e sem termos o que fizesse falta ao outro. Mas será que te fiz falta, alguma vez, será que precisaste de algo mais na vida que construíste, com muros tão altos que nem me atrevi a espreitar?

Se eu não precisasse de quem precisa de ti assim, se não quisesse mais do que já consegui para mim, do que adiantaria ter-te olhado e desejado?

Inventem, por favor, uma máquina para os danificados, para todos quantos se sentiram, algures no passado, tão doridos, que nenhum amor, por mais forte e intenso que seja, lhes consiga retirar a armadura. Inventem pessoas mais prontas, com corações restaurados e capazes de retribuir o que alguns ainda se esforçam por dar. Inventem drogas mais duras, não das que viciam, mas das que aliviam e deixam o sangue correr. Inventem corajosos, loucos por tudo o que seja capaz de enlouquecer o coração, permitindo-lhes, de alguma forma, perceber que apenas terão se se deixarem ver.

Se eu apenas precisasse de mim, nunca te teria incluído, mas a verdade é que decidi que não quero este percurso se for solitário. Quero seguir de mãos dadas, em lugares comuns, com quem mude o que eu não sou capaz e com quem seja o que eu não tenho. Se eu não precisasse de te amar, jamais terias sentido a minha pele, ou conseguido ter o meu olhar. Se eu não precisasse de te imaginar no meu futuro, não teríamos sequer tido um passado para mencionar e o meu presente seria bem mais leve e resolvido.

2.1.18

Quando não somos nós, nada funciona!

janeiro 02, 2018 0 Comments
Woman Wearing Blue Two-piece Dress Sitting on White Armchair Near Beach


Não queiras acreditar que te bastará quereres, para seres. Para seres tu, a pessoa que se acerta na vida de alguém, porque quando não somos nós, nada funciona!

Porque é que num minuto estamos em total sintonia, e num outro imediatamente a seguir, já nada bate certo ou faz sentido? O que é que vemos antes, ou não conseguimos ver de todo? O que muda em nós, se é que algo muda eventualmente, para que erremos tanto? Não serão erros, mas sim ondas energéticas que se cruzam na mesma frequência, mas e porque todos teremos a nossa, quando ela muda, colide e afasta-nos.

Quando não somos nós, nada funciona. Nem que exista amor a baldes. Nem que consigamos mover o Universo. A pessoa certa existe, algures e por isso queremos e merecemos encontrá-la. Não sermos nós, significa que não dançamos as mesmas músicas. Não temos o mesmo acordar e adormecemos a horas distintas. Não sermos nós, impede-nos de sentir a pele arrepiar-se e as borboletas na barriga. Não sermos nós, faz-nos desistir rapidamente e sem qualquer dor demasiado incómoda. Não sermos nós é apenas isso, não somos quem o outro reconhece e não reconhecemos quem chegou.

O amor não é unilateral e não podemos simplesmente sentar-nos, à espera, porque se não chegar logo, se não nos abanar as estruturas e se não nos fizer correr, até em piso irregular, nada, nem ninguém, terá forma de o activar.

Não sermos nós é tão somente uma inevitabilidade, não a morte do que temos, porque alguém, algures, irá reconhecer-nos...

Nós, as mulheres, fingimos bem, certo?

janeiro 02, 2018 0 Comments


Nós, as mulheres, fingimos bem, certo? Julgo que já todos os homens, pelo menos os minimamente crescidos, saberão que as mulheres fingem, muito e bem, bastando que o queiram. E onde é que isso as leva? Pois, isso ficará para outros posts.

Então é assim, quando se lembrarem, os machos de algibeira, de falar sobre as suas enormes qualidades sexuais, pensem no que se baseiam para lá chegar. Será na resposta das mulheres, na forma como gemem e gritam, por vezes até demasiado alto para ser real? UI, então pensem outra vez, porque as probabilidades de terem sido enganados são massivas. A prová-lo temos as admiráveis conversas sobre o depois de, que em grupo se desenrolam. Se alguns de "vós" as pudessem ouvir, certamente que se encheriam de vergonha e se mudariam para Marte.

Como se faz então? De que forma se conseguem certificar de que estão a dar prazer, realmente, à vossa mulher? É simples, ela terá que ser a VOSSA mulher, em toda a acessão da palavra, porque se for uma das muitas quecas circunstanciais, lamento mas nunca saberão a verdade, nem mesmo se perguntarem. Quem nos pertence, e com quem temos muita pele, afectos, amizade e respeito, não terá forma de nos enganar, porque os corpos ajustar-se-ão de forma perfeita, e saberão um do outro a cada instante. Não é possível que um homem atento e que conheça toda a sua "ergonomia", sua, dela, claro, não perceba se está ou não a ter prazer.

As mulheres possuem séculos de experiência no que diz respeito às necessidades masculinas, sobretudos as físicas, e sempre que os oiço queixar das célebres dores de cabeça, a primeira ideia que me ocorre é sobre as suas performances, suas deles, dos homens, porque uma mulher bem cuidada, a quem se ligam os botões certos, nunca foge do que lhe deixa mais viva e completa. Todas nós sabemos, e olhem que nem sequer vem em manuais, que até as dores de cabeça desaparecem e que o efeito lifting é realmente visível.

Quando virem uma mulher madura com a pele bonita, com os olhos brilhantes e com os lábios de sorriso pendurado, saibam que ela não precisa de fingir, porque tem ao lado (e não vou arriscar referir as outras posições fulcrais) o homem certo, aquele que não tem que se vangloriar de nada, porque bastará que olhem para a sua mulher.

Como é que o teu amor me mudou?

janeiro 02, 2018 0 Comments
Taking up permanent residence in front of the fire 'til spring


Já somos nós há tanto tempo, que nem me consigo lembrar de quem era antes de ti. Já fazemos, TUDO, tão em sintonia, que certamente não sobreviveríamos se nos separassem. Já não perdemos tempo e há muito que é assim, com quem nos leva de nós, porque apenas juntos fazemos sentido.

Como é que o teu amor me mudou? Mudou o que acreditava ter, quando na verdade tinha tão pouco que nem vale a pena referir. Mudou a importância que passei a dar às coisas e as menos importantes foram para o fim da fila. O teu amor, que se misturou no meu, fez de ti a pessoa mais importante da minha vida. Os nossos filhos são a extensão do que cativámos juntos, mas tu és a mulher que me enche e preenche e é por ti, e contigo, que mudo até de hemisfério. Como é que o teu amor me mudou? Tornou-me mais paciente, focado nos resultados e não nos problemas. Ensinou-me a relativizar mais e a dar-te a razão que sempre pareces ter. O teu amor é de um tamanho que me abafa, ainda hoje, mais de 4 décadas depois, mas o ar que me tiras deixa-me, curiosamente, a respirar melhor. O teu amor é o conforto que encontro em cada regresso a casa, porque me recebes sempre da mesma maneira, com o sorriso que mais ninguém tem e com aquela voz que me deixa mudo. O teu amor também se zanga e é exigente com as minhas pequenas manias, cada vez mais pequenas. O teu amor sopra-me, com a meiguice de que és feita, as palavras que me acalmam quando os outros me testam demasiado. O teu amor é o que esperei e bem mais, quando ainda apenas um miúdo, soube ver que serias a mulher que ficaria...

Alguns de nós, os mais audazes, abrem as mãos e o coração ao que lhes é oferecido, trabalhando para não perderem um grama do que tanto demora a conquistar. Alguns de nós e eu sou seguramente um deles, carregam a sorte que os carregará vida fora, sentindo o verdadeiro sabor do amor, o que conseguem retribuir. Alguns de nós não tomam por garantido quem os olha, passando a certeza de que o amor verdadeiro é feito.

1.1.18

Qual é a melhor parte de mim?

janeiro 01, 2018 0 Comments
P I N T E R E S T @lindsayfuce--    #love #couple #fashion


Se o melhor de ti for eu, e se o melhor de mim fores tu, então o melhor de nós estará irremediavelmente comprometido, porque ninguém deverá ter poder para subtrair o que precisamos para não cair.

Qual é a melhor parte de mim? Seguramente que todas as partes que junto, com todo o cuidado, parecendo-me por vezes peças infindáveis de imensos puzzles, mas que já vou dominando melhor e que resultam no todo de que sou feita. O melhor de mim sou eu de cada vez que acerto nas escolhas e até quando erro, por me ter distraído, porque sou sempre fiel ao que tanto me esforço por criar. O melhor de mim surge, sempre que o melhor de cada um dos outros, os que se cruzam comigo, me dão um pouco mais. O melhor de mim acontece sempre que percebo o que não resulta se me desviar, e porque vou acertando as rotas e regressando a "casa".

Qual é a melhor parte de mim? É a que te faz sentir mais vivo e te atiça a vontade de seres diferente, vivo e pronto. Talvez não tenha apenas uma e talvez nem servisse a ninguém se assim fosse, prefiro acreditar que o conjunto engrandece o particular. O melhor de mim faz-te, seguramente feliz e quando o melhor de ti, que és tu mesmo em pedaços irregulares, vem, seguro até mim, as nossas melhores partes respondem, sem qualquer dúvida, à minha pergunta.

Por onde andam os amores bem-sucedidos?

janeiro 01, 2018 0 Comments


Por onde andam os que parecem ter-se reconhecido, imediatamente após se terem conhecido? Como ficou aquele amor onde ambos, de forma inusitada, parecem ter tropeçado um no outro? Para que lugar seguiram os que até chegaram a dar as mãos, aceitando que só faria sentido se fossem dois, mas apenas para as soltarem de seguida?

São tantos os amores que terminam à velocidade que começam. São imensas as pessoas que não querem gastar tempo a dar tempo ao que lhes concederia tempo de qualidade. São, cada vez mais, os que recuam perante a mais pequena adversidade, porque não estão preparados para não serem apenas eles, em cada decisão e também na solidão a que se vetaram. São tão visíveis os que já desistiram. Os que não dormem bem e comem ainda pior. Parecem feitos de uma massa própria que brilha no escuro, mas não de uma cor que se queira seguir ou que nos ilumine. Têm a cabeça baixa e os olhos não pousam, confiantes, nos olhos que os querem ver. São cinzentos, mesmo que com roupas coloridas. Falam as mesmas coisas e repetem o que cansa, rapidamente. Usam os "se" e os "mas" com uma frequência que nos fará desatar a correr, a nós os que sabem o que podem fazer por aqui. São tantos, cada vez mais, os que ficam de alma tão vazia que nada, mas mesmo nada os poderá salvar...

Por onde andam os amores bem-sucedidos? Precisávamos de os conseguir ver, para conseguirmos acreditar!

31.12.17

As saudades apertam, sobretudo nestas datas...

dezembro 31, 2017 0 Comments
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Quando abres mão de quem te quis como sempre desejaste, em alturas como esta, em que todos parecem festejar alguma coisa, tu festejas as mágoas que te começam a corroer, sem parar!

As saudades apertam, sobretudo nestas datas, se deixaste palavras por usar, acções por explicar e outros beijos, dentro de todos os que conseguiste dar, mas que ficaram a faltar. As saudades, de quem te fazia acordar pronto e adormecer tranquilo, apertam, mas apenas porque estamos numa altura em que todas as outras, as que deixaste arrastar, te cobram a cobardia e a ousadia de achares que voltarias, de alguma forma, a ter o que tiveste antes. Ela era o brilho no olhar que todos conseguiam ver. Ela era cada um dos risos que vinham em catadupa, enquanto rias sem saber do quê. Ela era a tua esperança num futuro menos cinzento, cheio de um vai vem infinito, mas que te manteria vivo. Ela era o corpo que o teu reconhecia e que se encaixava, sem qualquer esforço, mesmo que tivesses que te esforçar por não a deixares de satisfazer. Ela era a bebida que escolhias com todo o requinte e que te aquecia por dentro, adoçando-te a boca com que a cobririas. Ela era a que te dizia o que te custava ouvir, mas que assim mesmo sabias ser a verdade e por isso a aceitavas. Ela era quem tinhas, mas não tens mais...

As saudades só existem porque representam o que perdemos e as perdas são assim, duras de suportar, não importa quanto tempo passe. As saudades apertam, sobretudo nestas datas, porque a solidão e a visão de um mundo a fingir te afligem ainda mais. As saudades apertam quando era real e genuíno o amor que te dispensavam e assim mesmo recusaste vê-lo. As saudades apertam para quem irá continuar a ter saudades de tudo e é assim que te sentes hoje. É assim que te continuas a lembrar de mim. É assim que percebes o que já perdeste. É assim que passas a saber, porque o sabor amargo se apodera de ti, que depois de abrires mão da felicidade, poderás nunca mais voltar a ser feliz.

Lamento se estejas a sentir saudades de mim, mas isso apenas significa que me perdeste...