10.1.18

Se não estás deixo de estar, até comigo...

janeiro 10, 2018 0 Comments
Some day.

Se não estás, não durmo, ou faço-o aos pedaços, vendo-te de cada vez que abro os olhos e sentindo-te sempre que os fecho. Se o teu corpo não abraça o meu, a minha fragilidade agudiza-se e sinto a loucura a espalhar-se, pelo sangue, deixando-me viva, mas dorida. Se não estás, também não estou eu, não aqui e não em lugar algum. Se não estás paro de pensar, ou penso de forma tão lenta que nada parece servir-me. Se não estás não tenho boca que me beije, nem mãos que me percorram o corpo que tão bem conheces...

O meu coração agora está sempre ao rubro e deixa-me a acreditar que preciso, realmente, de ti. O teu amor é de um doce que o meu doce replica e saboreamo-nos, juntos e ao mesmo tempo. O teu sorriso, mal chegas, sossega qualquer distância mais prolongada e juntamos as historias, as que deixámos de viver com a falta que nos fazemos e as que tivémos que viver, para além da distância. O que trazes fica, e de alguma forma assegura-me do que me dás, mas não chega, nunca chega, quero sempre mais e mesmo que deixasses reservas de ti, iria continuar a precisar que estivesses.

Nunca pensei admitir que preciso de alguém, assim, como preciso de ti. Agora rendo-me sem qualquer defesa, mas na verdade deixei de precisar de me defender, és tão igual ao que planeei, que todos os planos anteriores se esfumaram.

Se não estás deixo de estar, até comigo e depois, vou percorrendo o que me resta. Sei que deveria regressar ao meu eu, aquele que tinha o que lhe bastava, mas desse já provei e gosto bem mais do agora, do nós e do amor que nos une. Agora quero ser capaz de fazer tudo, sem qualquer medo de estar a fazer em demasia, porque como até já previa, quando amamos a pessoa que nos ama da mesma forma, conseguimos dosear o que carregamos.

Se não estás também não quero estar e não importa com quem!

Porque será diferente contigo?

janeiro 10, 2018 0 Comments
protection

Da minha primeira vez que te vi, logo no primeiro olá e no primeiro beijo onde me perdi para sempre, percebi que não teria como fugir, já não, até porque deixei de o querer fazer.

Não sei porque será diferente contigo, mas já nem preciso de me justificar e porque o que nos sabe bem deve permanecer. Quem nos der o que nos faz falta, deve ser ouvido, sentido e desejado, o bastante para que o desejo nunca nos abandone. Quem conseguir chegar e firmar o que pretende, desde que bata com o que pretendemos nós, os quês e porquês da vida deixarão de ser importantes.

Porque será diferente contigo?

Na verdade é diferente com todos os que nos chegam. Todos nós carregamos missões, algumas bem impossíveis, porque por mais que se tente passar o que não possuem, vão querer, quase sempre, ter da forma errada, mas como conhecem. Contigo é diferente na essência, na vontade de apenas ter vontade e sem fios agarrados, mas suficientemente presos para que possamos voltar, sem cobrar e sem ter que esperar demasiado. Contigo é diferente porque és feito da mesma massa, gostas de saborear o prazer, podendo dar-lhe um nome, mas depois de devidamente catalogado, segues em frente, para uma outra forma de amor, igualmente importante e declaradamente bem-sucedida. Contigo é diferente porque não és o meu oposto, atraímo-nos pelas semelhanças e serão elas as únicas a segurarem-nos. Contigo é diferente porque tornas tudo tão fácil, que só percebo que estou a amar, quando dizes que me amas, de outra forma é apenas estar, sentir e respirar.

Da primeira que te toquei e logo na primeira, sentir-te fez-me sentir do que sou feita e sei que fui feita para ti, talvez por isso seja mesmo diferente...

9.1.18

Porque queremos sempre o que não temos?

janeiro 09, 2018 0 Comments
Eu quero esse chapeu!!


Porque queremos sempre o que não temos? Porque querer algo diferente de nós, do que somos e de onde estamos, é assim o que parece atrair-nos e fazer-nos mover. Mais, sempre mais um pouco, porque para muitos parar é pensar e pensar é ter que mudar.

Temos a casa com 3 quartos e sonhamos com a de 4, porque assim teríamos um escritório. Temos o carro que tanto custou a pagar, mas já espreitamos o Audi, o Mercedes, o... what ever. Temos o marido fiel, mas queremos o marido arrojado e já agora habilidoso na cozinha. Temos a mala Mark Jacobs, mas os olhos fogem para a Louis Vuitton.

Querer amanhã, sem viver hoje, no can do, no entanto parece ser esse o propósito, ou a formatação. Sonhamos com o que queremos alcançar e desvalorizamos o que já é nosso. Olhamos para a frente, e para cima, e raramente para o lado em que até já está o que antecipámos. Queremos o que não temos para encontrarmos forma de continuar por aqui, achando que aceitar e usufruir é morrer, mas mortos já estarão os que nunca encontram prazer em nada do que existe realmente.

Neste momento, agorinha mesmo, também eu queria um homem com o H no sítio, com charme, humor, tempo para mim, que me cuidasse, amasse e que me quisesse sem me sufocar. Neste momento queria o que não tenho, mas julgo que até já merecia!

Quando é certo, é, e pronto!

janeiro 09, 2018 0 Comments
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Eu ouvi-a dizer que eram muito amigos, os melhores amigos durante vários anos, mas que do nada, ele decidiu que queria algo mais!

- Nem penses que vou estragar tudo apenas porque não tens a quem dar umas quecas.

Ele explicou, veemente, que não, que se tratava de algo real e que sentia que poderia dar certo e deu. Fantástica a forma como se envolveram um no outro, como apenas o sexo foi acrescentado, porque afinal já tinham tudo o resto. Agora eram bem mais do que amigos com benefícios, eram um casal, conheciam-se melhor do que ninguém, já tinha falado sobre tudo e sobre os nada das suas vidas ainda muito no início. Agora os prazeres dele podiam ser alimentados por ela, e os sonhos dela construídos e apoiados por ele.

- Quantos anos já se passaram?
- Quase doze e ainda estamos aqui, os dois, desta forma tão tranquila, ele pelo menos é.
. O que gostas mais no teu companheiro? E olha que escolhi chamá-lo assim, mesmo sabendo que são marido e mulher, porque sinto que te acompanha mesmo.
- E pensas bem, porque eu gosto de tudo, sem tirar nem pôr, ele é o meu porto seguro, o meu impulsionador, a pessoa que me apoia sempre em cada projecto novo, quem me faz rir à gargalhada e quem me limpa as lágrimas porque sou uma chorona insuportável. Ele é o meu amante, incrível por sinal, até nisso sou sortuda. Amo este homem como sempre acreditei ser possível.

Gosto de saber que há quem seja da forma certa, quem se teste e experimente, provando de sabores que à partida poderiam até nem resultar, mas que a acontecer mudam a vida toda. Gosto da sensação, inevitável de prazer que senti, porque me permiti acreditar que é possível, que existe o nosso melhor lado, aquele que será tão certo que se colará para sempre. Gosto de me manter a acreditar que também eu, um dia, estarei com quem é tão certo, que não poderia ser outro, ou de outra forma.


8.1.18

O amor é mesmo fácil...

janeiro 08, 2018 0 Comments
I think my Knight in Shining Armour must be riding a Donkey cause he never seems to get here

Estamos em completa sintonia, eu acredito que o amor pode ser fácil, se estivermos com o mesmo grau de entrega e devoção. Fácil é saber do que sabe o outro e ao que sabe também, mantendo na boca e no coração o que se misturará em nós. Fácil é não procurar o que não existe, reforçando o que já somos e bebendo de cada nova descoberta. Fácil é termo-nos sem pressas, usando o tempo que criamos um para o outro. Fácil é amar e pronto, sem querer perceber o que mais ninguém percebe, porque o amor é inusitado.

Gosto da tua forma de descomplicar, ainda mais, o que me esforço por simplificar. Por vezes rimo-nos ao mesmo tempo, bastando um olhar ou um toque. Como dizemos ambos, já somos crescidos o bastante para nos comportarmos como gente crescida. Fiquei quase incrédula quando te ouvi usar, pela primeira vez, a palavra aligeirar, porque eu aligeiro tudo. Relativizo o máximo que posso e não espero pela magia que não sei fazer. Gosto de ser gostada assim, de forma fácil e facilmente gosto de ti de volta.

Acho que estávamos na hora certa no único lugar possível e que jeito nos está a dar, darmo-nos, um com o outro. Acho que acabei por me provar, sem qualquer plano, que o amor é mesmo fácil!

Não, não és tu!

janeiro 08, 2018 0 Comments
"Deixa eu me perder no seu abraço..."


Nãonão és tu! O toque não é igual, o cheiro não se me entra dentro, nada me faz arrepiar nem querer mais, não és tu.

Os laços demoram a criar-se, as palavras têm que se acertar, a pele precisa de se reconhecer, e por vezes não é de imediato, mas quando acontece, cola-se, fica e recusa-se a sair. O processo de receber uma pessoa na nossa vida vai muito para além do corpo, tem regras muito próprias que nem se encaixam em regra alguma, faz de nós os seres mais tolos do planeta, ou os mais completos, mas qualquer que seja a variação, andar de corpo em corpo, não é para todos e a acontecer, suga-nos a alma.

Já provei deste sabor novo, mas não gostei. Não foi bom, fez-me arrepiar e não de prazer, doeu-me com uma dor que não consegui distinguir, que me deixou num vazio, num lugar que não conheço e continuaste a não ser tu.

Por vezes dou comigo no duche, a lavar a pele até que me doa, porque precisava que saísses, que te fosses. Gostava que parasses de me ensombrar. Que me permitisses simplesmente voltar a viver, a ser de outro e a encontrar a vontade de ter vontade, mas não me saio bem, não parece resultar e já sei que se não fores tu, não vou poder estar com mais ninguém, não agora e não ainda...

Vamos ser as nossas pessoas certas!

janeiro 08, 2018 0 Comments
... in the rain

Só tens que ouvir, com alguma atenção, o que as outras pessoas te dizem, e por vezes a mudança de tom conseguirá fortalecer-te, desviando alguns dos pensamentos que te confundem a mente e te apertam o coração!

Estamos tão embrenhados nos nossos hábitos, que nos impedimos de mudar de rua, de olhar para outra pessoa e de a deixar "entrar". Não sou das desconfiadas crónicas, não tabelo todos pelo mesmo, por norma, e até prova em contrário, acredito na boa fé dos outros e por isso acho que estou, habilitada a receber-te, dando-te algum crédito, ouvindo-te, sem falar, até que te possa avaliar.

Falaste-me no tempo e em como ele teima em correr rápido, forçando-nos a uma distracção letal. Falaste-me no que já fomos antes e de como os nossos sorrisos eram genuínos. Falaste-me, para me lembrares, de como já gostaste, tanto, de mim, que só poderias ter tido outra chance, sobretudo por acreditares que a vida não ta poderia recusar, não para sempre, e não porque nunca te atreveras a esquecer-me.

- Se me permitires começar por ser o amigo que te falta, se deixares que eu te prove que posso amar-te como esperaste, todos estes anos, eu prometo que me empenharei, a 300 por cento e que não te desiludirei um segundo que seja.

- Se me prometeres que serei a tua única mulher, se me souberes ouvir o bastante para me entenderes. Se nunca fugires de "nós" e nos incluíres, aos dois, em cada decisão, prometo que me empenharei a 300 por cento e que não te desiludirei na tentativa de te amar como me amares a mim.

Selámos o pacto, não com um beijo, que até já sabemos ao que sabe, mas com um aperto de mão, confiante, e deixámo-nos rir, soltando uma gargalhada que fez a chuva desaparecer, por breves segundos.