30.8.18

O que é que muda quando mudamos?

agosto 30, 2018 0 Comments
Wine in Art - Drink With Your Eyes


Por vezes o que muda somos nós, não é o que nos rodeia, o que nos falta ou sequer temos a mais, por vezes é apenas mais um dia, o dia, aquele em que escolhemos escolher o que nos transforma. 

Não tem que ser explicável, ou muito analisado. Não tem sequer que fazer muito sentido, porque talvez até o faça, mas de repente aceitamos a mudança que já nos envolvia e mudamos tudo à nossa volta. De repente algumas pessoas desaparecem do cenário e o mundo passa a girar de forma mais lenta, mas na velocidade certa.

Mas o que é que muda afinal quando mudamos? Muda o essencial. Mudam as expectativas que poderão ser ampliadas, mas que já são absorvidas e entendidas sem a ajuda de qualquer legenda. Muda o foco e a vontade de que tudo chegue com um sabor diferente, mais real, mais zen. Muda a capacidade de nos ouvirmos e de não termos medo de estar simplesmente a continuar, porque a vida é isto e ela precisa de ser vivida com o devido respeito. Muda a colheita e passamos a ver e a tocar tudo o que plantámos antes. Muda a vontade de continuar a mudar, porque estáticos não nos servimos nem somos capazes de crescer.

Vai sempre haver um dia, pelo menos para a maioria de nós, em que sentiremos a mudança em cada veia e músculo e é então que o sangue passará a fluir de forma a passar-nos o que verdadeiramente nos faz falta, nesse dia tudo fará sentido!

Coração temporariamente Indisponível!

agosto 30, 2018 0 Comments
photography resmi


Quando ele, o meu coração, se arma de escudo e espada para afastar potenciais inibidores de tempo e paciência, então fica temporariamente indisponível. Nem sempre conseguimos armazenar a energia que parece faltar aos outros, talvez porque nos faça mais falta e não a possamos dispensar. Por vezes, se não na grande maioria delas, precisamos de nos saber afastar dos que apenas querem porque sim, mas nada acrescentam e é por isso que o meu coração está temporariamente indisponível, mas feliz, pleno e totalmente capaz de recomeçar quando assim o decidir. O meu coração não carrega mágoas, nem sequer dores desnecessárias, já acumulou a sabedoria que o levará até quem saberá de que forma o preencher e acrescentar e só nessa altura voltará a ter o botão ligado.

Não deixa de ser engraçado ouvir os que se assustam com a indisponibilidade, como se não querer não fosse escolha minha, mas uma inevitabilidade, quem sabe um trauma, ou algo MUITO pior. Nops, nada disso, apenas exerço a minha liberdade de escolha. Estou focada em mim, nos meus projectos e na vontade de não ter vontade de mais ninguém, não a nível amoroso.

O meu coração está temporariamente indisponível, mas eu prometo que quando voltar, vai saber quem está pronto e capaz de o receber!


28.8.18

Barreiras mentais!

agosto 28, 2018 0 Comments


Nós somos o que pensamos e por norma pensamos a uma velocidade estonteante, colocando personagens em verdadeiros filmes que produzimos, realizamos e nos quais somos as estrelas, para o bem e para o mal. Nós somos o que pensamos, de cada vez que pensamos que não seremos capazes, não teremos forma de chegar ao outro, ou pior ainda, que não serviremos.

As nossas barreiras mentais, aquelas que deixamos ampliar até não termos mais forma de nos controlarmos, refreiam-nos e impedem-nos de vermos a realidade como ela é! 

Estarmos em dois, sendo mesmo dois, força-nos a juntar tudo o que o outro representa para nós, não nos demovendo de entender o que representamos para quem passou a ser a nossa parte mais importante. Sermos dois "obriga" a que passemos a procurar cada vírgula, todos os sons e sensações que deixarão o outro tão completo quanto passaremos a ser. Sermos dois transforma-se numa montanha russa constante, da qual precisamos desesperadamente de descer, mas que não arriscamos desacelerar com receio de perder a viagem.

As barreiras mentais são alertas do nosso sistema de defesa pessoal, mas nem sempre estão certos, muitas vezes, grande parte delas, são apenas medos ampliados e desenfreados, medo sobretudo de estarmos errados e de precisarmos de recomeçar outra vez...

27.8.18

Quando te afastas da emoção...

agosto 27, 2018 0 Comments
EM


O que é que te chega quando te afastas da emoção? O que pediste, certinho e direitinho, sobretudo discernimento, uma visão mais ampla e menos estupidez natural. Assim mesmo, curto e grosso.

Somos, obviamente, seres pensantes e envoltos em emoções e para falar a verdade estamos a cada dia menos preocupados com os outros, mas usamos toda a emoção que nos sobra da pior forma, pensando o impensável e vendo o que não existe.

Quando te afastas o bastante da emoção e permites que a razão venha contrabalançar os pratos, antecipas o que deve ser dito e feito, sem dramas desnecessários. Falas quando é suposto fazeres-te ouvir e calas-te quando mais nada deve ser dito. Foges do que não te serve e magoa, ou aguentas de forma estóica cada revés, sabendo que o resultado final beneficiará todos os envolvidos. 

Não deixes que tudo se quebre, de forma irreversível. Decide de forma determinada e impõe o que apenas fará sentido se carregar o sabor certo. Não adies. Não olhes para o lado. Não sorrias se sentes vontade de chorar e não carregues mais do que o teu corpo permite. Não queiras ser para lá de humana, porque arriscas desumanizar-te para sempre.

Quando te afastas da emoção e acertas cada ponteiro, as horas passam a passar sem percalços de maior, sendo apenas um dos meios de ditar o tempo, porque o que importa em cada uma terá que ser determinado por ti!

26.8.18

Não controlo nada, nem mesmo os sonhos...

agosto 26, 2018 0 Comments
il-vaso-di-pandora-blog: “ Il corpo, incendio vivo che brucerà il tuo corpo. Di sete. Sete infinita. Sete che cerca la tua sete. E in essa si distrugge come l’acqua nel fuoco. Pablo Neruda ”


É assim que te sonho de todas as vezes que o faço, sem que tenha qualquer controlo, como nunca tive quando passei a querer-te como apenas eu pareço entender!

Vinhas a andar, na mesma rua onde te encontrei a primeira vez, de olhar distraído, mas de porte seguro, com um sorriso misterioso nos lábios que já beijei tantas vezes e senti o meu corpo estremecer. Acho que ensaiei, ou tentei, umas quantas frases de conveniência, mas não me saía nada coerente, e certamente que perceberias o quanto ainda mexes comigo, por isso desisti, e fiquei imóvel, quase encolhida no carro, com receio que me visses, mas ansiosa para que chegasses e pudesse ouvir a tua voz, sentir o teu beijo a pousar na minha face, inalando o teu cheiro e armazenando-o nem sei por quanto tempo mais.

Alguém te aborda e absorvo cada gesto. A forma como gesticulas com as mãos que já me abraçaram, que me apertavam forte e me faziam gemer de uma dor envolta em tanto prazer, que a minha corrente se espalhava para cada pedaço de um corpo que já foi teu, que se misturava tão bem em ti e que precisa que o voltes a tocar. Era isso que te iria pedir, se fosse suficientemente corajosa, se parasse de me importar com o que pensarias, se ao menos me deixasse ir e arriscasse ter-te uma vez mais.

Aceitas a boleia que te oferecem e entras no carro que te leva para bem longe de mim. Fico a olhar o vazio, acho que nem pestanejo. Tive vontade de vos seguir, de viver o reencontro como o venho sonhando, mas fiquei sem reacção. Encosto-me pesada no banco, sinto os olhos molhados e a face quente com a torrente de lágrimas que escorrem de bem dentro de mim. Está a ser um pouco mais do que imaginei, está a ser duro perceber que ainda continuas tão vivo e que não me serás indiferente ainda por muito tempo. Não te ultrapassei, ainda te amo da mesma forma e continuo a querer que me queiras, um pedaço que seja.

O sonho vai terminando por aqui e eu acordo da mesma forma, desgastada e contigo em todas as células. No sonho és bem mais real do que foste na minha realidade, porque é lá que te encontro todas as noites. É lá que recordo as tuas formas e a forma como olhavas para mim. Não sei como será nos meu futuro, mas antevejo algo muito parecido e fico à espera que o sono se sobreponha ao sonho que se recusa a deixar-me, da mesma forma que me recuso a ficar sem ti.

25.8.18

Estás pronta para deixar ir?

agosto 25, 2018 0 Comments

Doutzen Kroes in “Easy Like Sunday Morning” for WSJ Magazine, March 2015  Photographed by: Josh Olins

O que te chegou veio com um propósito e acabaste por o entender, mesmo depois do ferro em brasa que te marcou a alma, porque a verdade é que ainda continuas por aqui, viva, mais destemida e ainda mais pronta! 

Estás pronta para deixar ir a parte de ti que se adiantou na viagem e encontrou o que nunca existiu? Já te sentes capaz de te perdoares, percebendo que por vezes a tua aparente força será a tua maior fraqueza? Consegues olhar para tudo com o distanciamento que te deixará livre? Estás pronta para deixar ir a dor e usufruir da limpeza interior que te deixou assim, como te vejo agora, mais bonita, mais em paz e mais disponível para o que terá que voltar? Estás pronta para aceitares que já o estás, há algum tempo e por isso mudaste, mudando-te?

Quando te perdes, mesmo que por breves momentos, vais ter que ser recordada do que é importante e é aí que te são enviados mensageiros, seres que te engrandecem e melhoram se estiveres atenta. Se te deres o tempo que tudo precisa para crescer e voltar a nascer, vais encontrar sentido até no que te pareceu mais pequeno, mas percebendo que só poderia ter sido assim. 

Estás pronta para deixar o que te segurou tempo a mais e finalmente voltar a voar? Já sei a resposta, porque tenho olhado com atenção para cada pequena mudança e agora, após o que me pareceu demasiado tempo, já voltaste a ser quem sempre reconheci!

24.8.18

Sei como me fazes sentir!

agosto 24, 2018 0 Comments


Sei como me fazes sentir. Tenho, em mim, todas as emoções que apenas tu consegues passar. Encontro, ainda e depois do primeiro dia em que te tive, as razões que seguram o meu coração, mesmo que a razão me persiga e force a decidir. Sei que preciso de manter as dúvidas, porque são elas que me mantêm viva e a esperar pelo que só pode chegar, na tua forma ou num formato muito próprio. Sei como me fazes sentir e é assim que quero continuar!

Dizem-me que te devo dizer tudo, mas o que não sabem é que já sei o que disse a mais ou nunca deveria ter dito. Opinam, tentam, sobre o que fizemos e fomos ambos, mas mesmo que me sinta por vezes bem mais tonta do que pareço, sei bem o que tive. Sei bem o que ouvi e senti. Sei quem foste e sei que ainda não me superaste. Dizem-me que te devo esquecer, mas esquecem-se de quem sou, do poder que coloco no que amo, porque amar é o que posso fazer, apenas eu, ao meu ritmo e sem que me meçam ou pesem. Sopram-me e gritam, tentando que não me perca, mas há muito que perdi a parte que te pertenceu e essa já ninguém terá forma de recuperar.

Sei ao que sabias, mas agora, de mansinho, estou a perder o que demorou a chegar e que se implantou no que nem julgava possuir. Sei como me fazias sentir mesmo antes de te saber, porque esperei uma vida inteira pela vida que me prometeste. Sei porque te aceitei e o que sonhei de ti, mesmo que não conseguisse que sonhássemos juntos. Sei o que deixei por fazer para que não te faltasse e tudo o que consegui que fosse feito, para que não me faltasses, mas ainda assim não adiantou. Sei como me fazias sentir e é por isso que aqui, neste lugar que tem um tempo onde apenas eu estou, continuas a estar, mesmo que longe. Sei o sabor da dor que já me moeu corpo e alma, mas que serve para que não te arranque, porque o escolhi assim e porque ainda não te superei.

Sei como me fazes sentir, ainda e é apenas isso que me segura!