19.9.18

Como se cura o desamor?

setembro 19, 2018 0 Comments
believer in shade believer in silence and elegance believer in ferns believer in patience believer in the rain —  W.S. Merwin, from “Empty Water” in The Rain in the Trees, (Knopf; 1 edition, March 12, 1988)


Raios que partam os amores não correspondidos, porque são eles que nos forçam a dar demasiados passos atrás, questionando tudo o que já tinha sido avaliado e passando a olhar de lado para os que arriscam aproximar-se. 

Quem é que se lembra de culpar o desamor quando o amor nos foge? O que nos mata não é o muito que nos querem, mesmo que pareça demasiado. O que nos mata é a morte lenta a que nos condenam quando nos impedem de receber o que estamos prontos a dar.

Como se cura o desamor? Com muita paciência e não desistindo de tudo aquilo que nos compõe, porque nem sempre seremos nós a falhar, por vezes seremos apenas um prato demasiado cheio. O desamor é a reacção natural de quem não consegue legendar o que ouve. Não basta querer para que se consiga dar na proporção do que precisa quem parece precisar de nós. O desamor é a fuga para a frente e a única defesa de quem não quer ser magoado, por isso magoa primeiro.

"Desamem" os que amam demasiado. Recusem o que vos deixará frágeis e nas mãos de quem não saberá o que fazer com elas. Desarmem-se as barreiras que resolvermos baixar, porque apenas elas nos poderão proteger de quem "desama" mal começa a amar intensamente. Proíbam-se as palavras enganadoras e desenganem-se os que acreditam bastar amar para que o desamor não se instale. Aprisionem-se os que mantêm presos, com muito pouco ar que valha a pena respirar, quem só queria poder aspirar amor, devolvendo-o. Encontre-se antídotos poderosos que nos salvem do risco que corremos quando arriscamos amar e ficaremos todos a salvo, mortos, inertes e vazios, mas sem qualquer dor que valha a pena referir...

Foi uma mentira, sobretudo minha...

setembro 19, 2018 0 Comments
DorianJespers


Foi uma mentira sim, começou por ser, talvez não conscientemente, mas como me intrigavas tanto, porque te via como uma peça rara, com quem nunca, nas minhas andanças amorosas, me tinha cruzado, decidi que te conquistaria e fui bem sucedido!

Demorou, até para mim e quase que desisti, mas fi-lo várias vezes ao dia, regressando sempre com a curiosidade ainda mais aguçada. Quando te vi não foste o que esperava, eras mais, parecias maior do que eu, e não era na altura, tinhas um misto de força e de doçura que me enlouqueceram de imediato. Tudo em ti se encaixava, a forma altiva quando falavas de ti, segura e conhecedora, e os olhos caídos quando te elogiava, quando largava, inconscientemente, palavras que nem sabia conseguir pronunciar, estava maravilhado, aparvalhado, estava definitivamente apanhado por ti.

O primeiro beijo foi roubado, tentaste fugir, mas eu tinha planeado de que forma te deixar presa e incapaz de reagir. Senti os teus músculos retesarem-se, a pressão que fizeste nas cochas, receosa de que me atrevesse a tocar-te. Os teus seios ficaram tão próximos que os poderia ter esmagado de prazer, mas resolvi tirar-te o ar, preferi ver como beijavas quando percebesses que não haveria fuga, e o teu beijo veio, contigo, com toda a paixão que acabei a viver mais tarde. Senti do que eras feita e adorei todos os minutos em que estivemos assim, colados um no outro, apenas nós.

Foi uma mentira a relação que comecei, mas terminei irremediavelmente apaixonado, a amar da mesma forma que me amavas tu, mas como em tudo na vida, e sobretudo nas mentiras, acabamos sempre a pagar pelos erros e da forma mais dura. Quando percebeste que o meu amar era apenas isso, sem mais nada que o suportasse, sem quaisquer planos para poder ficar e construir alguma coisa contigo, saíste. Recusaste ser como eu, um ser pequeno e egoísta e tomaste uma das decisões mais difíceis da tua vida, abandonar quem amavas para continuares a ser a mesma mulher.

Dir-te-ia umas quantas verdades, agora se pudesse, mas percebi que o teu NÃO foi tão determinado quanto o és tu e a tua forma de amar. Vou continuar a respeitar-te pela capacidade que demonstras em querer o que é teu por direito e a não aceitares nadas. Vou continuar a amar-te, agora que já sei como fazê-lo, e vou continuar a culpar-me por não ter sabido manter a mulher que me mudou realmente. Pena que tenha sido tarde demais, pena que eu seja uma besta insensível e agora verdadeiramente sozinho, como fica quem não sabe o que significa dar tudo o que ainda teria para receber.

18.9.18

O que seria perfeito?

setembro 18, 2018 0 Comments
possibly the most beautiful eyes in the world


Por vezes escondo-me para que nada do que já considero ser demasiado, possa ser avaliado de forma errada Por vezes sei bem mais do que digo, mas escolho manter para mim o que aparentemente apenas a mim servirá. Por vezes espero, num desespero consciente, que venha alguém que me entenda, me leia e me impeça de esconder. Por vezes acredito, mas em muitas outras apenas sigo, eu mesma, com as defesas sempre em alta. 

O que seria perfeito era ter-te, como és, como te conheces e em cada um dos dias que guardas apenas para ti. Nada contaria mais do que a história que escreveríamos juntos, ao mesmo tempo e com a mesma entrega. Tudo se encaixaria sem qualquer esforço, se nos esforçássemos para não falharmos ao outro, não de vontade e não por pequenez e egoísmo. O que seria perfeito, no meio de tanta perfeição, porque é assim que nos vejo, era o acordar a dois e o adormecer acompanhado de sonhos, os meus e os teus.

O que seria perfeito, agora, se o recebesse? Os teus segredos, os que nunca contaste a ninguém. Os meus planos, entendidos e movidos a mais do que às certezas que carrego. Os nossos momentos, planeados e tão sagrados, que nenhum momento que não passasse por nós os impedisse. O que seria perfeito, neste momento, era aquele abraço, o que me está prometido e que virá de ti.


Tens vontade de mais?

setembro 18, 2018 0 Comments
Así me tienes amor ,a tu lado ,sintiendo él latir del corazón <3


Como é que ficas depois de nada parecer ser capaz de ficar gravado e implantado, não de forma suficiente, quando ele se vai embora?

- Tens vontade de mais?

Não me parece que precise de te responder. Sabes bem, porque o sentes, que não me bastas e que precisaríamos de muito mais para que não tivesse esta vontade de ti, de nós quando estamos no único lugar que nos interessa, juntos.

Que poder carrega a pessoa que nos envolve e de que forma nos alimenta sem que alimento algum pareça ser necessário? O que é que representamos para quem nos sente como nenhum outro, e nos carrega sem qualquer esforço, mesmo que a esforçar-se para que nos sobre o que nos faz falta? Que magia é necessária para que esbarremos em quem parecia estar à nossa espera?

Ter vontade de mais só pode significar que a nossa medida ainda não foi preenchida, mas que estamos perante quem nos inflama o desejo e nos impede de estagnar.

Tenho vontade de mais, mesmo quando pareces ter dado tudo o que tens!

16.9.18

És tu que me seguras à vida!

setembro 16, 2018 0 Comments
Pink Projects Passion


Quem é que nos segura à vida? De onde nos vem a vontade de continuar, mesmo que tudo seja difícil e doloroso? Qual é o nosso propósito e que noção de felicidade nos envolve, enquanto andamos, aparentemente, distraídos e a confiar na normalidade?

Se não estiveres não quero estar por aqui. Se não te puder ter, nada do que faça terá qualquer sentido. Se precisar de escolher onde lugar por onde nunca possas passar, então prefiro não conhecer lugar algum.

És tu que me mantens confiante e determinada, mesmo que nada nem ninguém seja absolutamente confiável. É por ti que continuo a ultrapassar cada obstáculo, esperando numa espera que ainda não me desesperou, porque já sei qual será o desfecho. És tu que me recordas do que deixo passar de forma desatenta, mas que servirá para que tenhamos o que nos manterá juntos. És tu que me respondes a tudo, até ao que não pareces saber, mas que compensas com esse sorriso que me preenche a alma. És tu que me amas num amor que devolvo, em cada partícula do que me compõe, porque és tu que me seguras à vida!

15.9.18

Nunca foste para mim...

setembro 15, 2018 0 Comments


Não era suposto termos ficado, não nesta vida e certamente que não nas anteriores. Não te reconheci, mas acreditei em cada palavra e por isso mesmo fez sentido que te pertencesse. Nunca foste para mim e até que o sabias, talvez por isso a tua intensidade quase me tivesse consumido, numa pressa que não entendia, numa urgência que apenas envolve os que sabem que vão perder, só não têm data, nem lugar.

Se o arrependimento matasse, morríamos sem saborear o que deveria ter chegado, mesmo que não ficando. Se alguém nos ensinasse a ver melhor quem nos procura e deseja, não saberíamos como desejar muito, pelo tempo que o tempo nos oferecer. Se calculássemos cada variável, eu pelo menos não estaria aqui, neste lugar onde sei o que tive de ti.

Nunca foste para mim e acredita que cheguei a duvidar, mas escolhi escolher a loucura que me invadiu e me impeliu a amar-te como nunca fizera antes, porque incluí todos à minha volta. Nunca foste para mim, mas assim mesmo sei que foste o que sabias e te era possível, por isso mantenho a sensação de grande e de um novo que o meu olhar nunca tinha visto. Nunca foste para mim, não para sempre, mas foste-o pelo tempo que mereci.

14.9.18

Haja coração...

setembro 14, 2018 0 Comments
coração                                                                                                                                                                                 Mais


A vida balança-nos, testa-nos e empurra-nos, mais ou menos devagar, para os lugares que escolhermos, porque a verdade é que somos sempre nós a dizer o que desejamos. Se o fazemos de forma clara ou dúbia, isso já é discutível, sobretudo para os visados. 

Andar por "aqui" é uma montanha russa sem paragens e haja por isso coração que aguente. Temos que entender que as subidas serão íngremes e violentas, com umas quantas descidas assustadoras e sem programação, mas no final a paragem chegará de forma suave e a trazer-nos de volta ao ponto de partida.

Haja coração que aguente as loucuras que lhe infligimos, achando que seremos sempre fortes e capazes, porque a verdade é que por vezes esbarramos em muros demasiado duros, acordando de sonhos que mais parecem pesadelos. Haja coração para tanta credulidade, ou ingenuidade disfarçada, a sua função não passa por nos alertar, ele apenas sente e usufrui. Haja coração para os risos que nos negamos e para os choros que já ninguém aguenta.

O que nos serve não nos pode magoar, não deliberadamente e nunca por maldade intrínseca, porque se for realmente bom e nos pertencer, então terá que deixar o coração aos saltos com a intensidade, mas tranquilo com as certezas.