Faz por brilhar e brilha com luz própria, porque a felicidade está nas coisas mais pequenas, mas que te iluminam e carregam de energia. A serenidade arranjará forma de te manter positiva quando a felicidade quase te fugir e a espera nunca será desesperante se entenderes que ela te melhora e ajuda a reconhecer cada traço que te compõe.
Faz por manter o sorriso, dobrando-o em tantos risos quantos a tua alma precisar, porque de cada vez que ela se restaura, o melhor de ti aflora em cada poro e centímetro de pele. Quando e de cada vez que estás bem contigo, tudo à tua volta tem um lugar pré-definido e cada passada acontece para te levar MESMO a algum lugar. Sempre que percebes a tua linguagem interior, sem descodificadores em língua estrangeira imperceptível, tipo mandarim, o que é suposto ser feito sê-lo-à na perfeição.
Faz por não te defraudares enquanto permaneces na busca interminável pelo topo e vai subindo devagar, mas confiante de que a viagem será sempre mais importante do que a meta, mas que chegar também te dará o que te arriscaste a procurar.
Faz por seres sempre tu desde que acordas, porque seguramente dormirás mais confiante.
Deixei que a tristeza me invadisse e me recordasse dos momentos em que cada vez sou apenas eu. Senti uma inveja deliciosa dos casais para quem fui olhando, enquanto partilhavam as histórias comuns e trocavam carícias. Tentei, sem qualquer efeito prático, imaginar como seria estar ao lado de quem nunca saísse do meu lado e me assegurasse de que juntos seríamos mais fortes. Alheei-me um pouco das conversas, tirando o som de cada um e olhando-os como se tivessem legendas numa outra língua. Passei por um ser de outra dimensão, mas já me vão conhecendo e sabendo que o meu mundo é muito peculiar, no entanto carrego desejos que serão comuns a outras mulheres e sou capaz de me colocar numa história mais cor-de-rosa, mesmo que não tão real.
Desta vez fui a única mulher sem parceiro, mas acabei por me lembrar da razão pela qual permaneço, sem qualquer ansiedade, à espera que a espera eventualmente acabe e me permita misturar-me com os comuns mortais, sendo mais inteira. Desta vez percebi que muitas outras se seguirão e que eventualmente entenderão porque permaneço assim. Desta vez foi algo estranho e o sabor dos beijos não chegaram à minha boca...
Como será que reagem as pessoas que nos reencontram quando já galgámos mais degraus emocionais e nos sentimos invadidos pela serenidade e conhecimento?
A sensação de já não precisarmos de explicar nada, até porque as explicações na maioria das vezes carecem de conhecimento prévio por parte de quem ouve, aligeira tudo e torna até o aparentemente difícil, demasiado fácil. O que antes nos fazia navegar em águas turbulentas passa a ser reavaliado, de contrário manteríamos o que não nos mantém e sustentaria de forma errada.
Que olhares nos dispensam os que já não sabem para onde olhamos e com que finalidade?
Precisamos de identificar o que nos permite foco e determinação para prosseguir e isso vale sobretudo para o amor. Quando ele chega e não avança, sendo morto por razões que nem sempre a razão explica, morremos um pouco e deixamos para mais tarde o que deverá ser sempre feito com urgência, porque viver é para agora.
Que respostas já nos conseguem dar os que antes nem se dignavam perguntar, sobre nós, o que sentíamos e o que estaríamos dispostos a fazer acontecer?
Quando nos despimos da pele que nos cobria e nos deixava vulneráveis, fortalecemos cada célula e passamos a controlar bem mais do que o respirar.
Contarmos a nossa história faz-nos incorrer num perigo imediato, não porque a contemos de forma errada, mas simplesmente porque na maioria das vezes somos narradores pouco fiáveis das nossas próprias histórias, acentuando o que nos parece verdadeiro, mas arredando imensos capítulos e fabricando uns quantos.
Todas as histórias têm mais do que um protagonista e se não os ouvimos na íntegra, corremos o risco de analisar precipitadamente os eventos. Quem conta uma história, fá-lo por norma com verdade, mas na realidade é a sua verdade e nem sempre se desenrola como a consegue ver.
"Contar uma história é inevitavelmente assumir uma posição moral" - Escreveu o psicólogo Jerome Bruner.
Contamos histórias para atribuir sentido à nossa vida, jurando a pés juntos que nos trataram de uma determinada forma quando merecíamos o contrário e explicando porque razão tratámos alguém de uma outra forma, porque obviamente o mereceriam. Somos seres peculiares e detestamos não controlar os acontecimentos que nos arrancam tantas emoções, por isso assumimos que as circunstâncias modelam as nossas histórias. Mas tudo apenas para dizer que se mudarmos a nossa história, poderemos mudar a nossa vida. Se nos mantivermos em prisões imaginárias, nunca iremos procurar a tal liberdade que obriga à mudança.
Mudar obriga a crescimento e nem todos desejam crescer, porque é estranho, difícil e porque acima de tudo nos responsabiliza, apenas a nós, por tudo o que fizermos. Temos que nos libertar da história que vimos contando sobre nós e começar verdadeiramente a viver a nossa vida, porque apenas assim nos libertaremos das grades emocionais.
Vai devagar com os julgamentos precipitados e com a necessidade constante de catalogares os outros baseado no que carregas. Convém que te recordes que há pouco tempo atrás o mundo como o conhecias parou e o TUDO que te parecia ser importante, deixou de o ser!
Se já identificaste quem são os elementos âncora da tua vida, vais ter que os afastar para recuperares o teu poder. Quem te suga, afasta dos sonhos e impede de acreditar, não deve permanecer. Quem não se importa com o que sentes e escolhe a via mais penosa para te penalizar, deve ser riscado e enviado de volta para o seu "encantado" mundo da escuridão, porque a verdade é que algumas pessoas alimentam-se fervorosamente do mal. Quem não tem amor não vê amor. Se decidiste que tens um plano a cumprir, começa por arredar do teu cenário os que NUNCA acreditam no que sabes e podes fazer. Quem está connosco por nós, será bem-vindo, todos os outros funcionarão apenas como carga extra.
Procura os elementos foguetão, os que te elevam e transportam para o mundo que desejas criar, enchendo-te das forças que por vezes te faltam. Rodeia-te de quem te vê e conhece tão bem, que só te poderá envolver de mais confiança e determinação. Escolhe a equipa vencedora e terás muito mais probabilidades de vencer.
O amor e a falta dele, transforma-nos para melhor e para pior. Somos o reflexo de tudo o que construímos e do muito que nos faltar, para entendermos que apenas teremos o que formos capazes de doar.