18.9.20

Há quem já não queira querer!

setembro 18, 2020 0 Comments




Há quem atravesse oceanos para procurar respostas sobre amores mudos, surdos e tão cegos, que nem o objecto do dito amor o consegue ver. Há quem encontre e reencontre a sua alma gémea, talvez porque existam muitas, ou tão somente porque teriam simplesmente que desistir de a encontrar. Há quem nunca ache nada no que toca a relações profundas, porque profundidade apenas em águas quentes e também há quem mergulhe, uma e outra vez, sem ter feito o reconhecimento do lugar e arriscando uma profunda "dor de cabeça".


O que nos está reservado será sempre o que formos capazes de desejar, de lutar para ter e da capacidade de manter o que nos serve, até quando esteja a servir muito pouco. Já ninguém deseja o "trabalho" que as relações dão, agora o take-away está no ranking dos desejos maiores, mesmo que nada de grande de lá advenha, comida...

Há quem procure longe o que sempre esteve debaixo do seu nariz, talvez por culpa das máscaras que alteram a visão periférica, esta pelo menos é uma desculpa actual, só não sei qual usavam antes do dito cujo vírus, mas certamente que seria igualmente válida. Há quem escolha não ter ninguém que lhe prove que esteve sempre errado, e escolha os que lá vão acertando na falta de determinação, e interesse, desinteressando rapidamente os que também vivem de forma tão acelerada, que continuam parados. Mas também há quem ainda saiba o que precisa de ser e de fazer para confortavelmente viver cada relação com a entrega que se impõe.

16.9.20

Porque não nos dizemos nada?

setembro 16, 2020 0 Comments
Infernal loneliness – summer_coffee_blog

Não te digo o que estou a pensar com receio de que penses exactamente o contrário. Não arrisco as palavras que nos poderiam juntar porque posso estar a perceber mal os sinais. Não te procuro o olhar, mas olho-te quando estás na direcção contrária e tento imaginar como seria se já fosses a minha pessoa importante. Não consigo deixar de me sentir mais mulher e importante mal te aproximas, mas deixo que a distância se instale, desculpando-me com os passos que espero sejam dados por ti.

Aqui estamos hoje, face-a-face, bem próximos e sentindo que os meus lábios poderiam até tocar os teus se me aproximasse, se acreditasse, se me deixasse voar nesta vontade de simplesmente ter vontade de ti. Aqui estou a sentir que o que sinto é real e que não posso estar errada. Aqui estás, a sorrir com os olhos e igualmente à espera que te sorria de volta. Aqui temos, um e outro a possibilidade de mudar este dia, acrescentando-nos em todos os outros...

Não te digo o que para mim até seria natural e simples, mas não estou pronta para uma rejeição determinada, a mesma que me faria passar a duvidar do resto do mundo. Não te digo nada, mas tenho tanto dentro que me parece difícil não rebentar. Não te digo nada e se nada disseres certamente que nos iremos arrepender os dois, um dia, num lugar lá à frente onde a vida será menos completa e segura, se ao menos nos assegurássemos do hoje.

14.9.20

Um dia serás minha...

setembro 14, 2020 0 Comments

O que é que pode estar no final da tua estrada? Quem é que desejas ver do lado de lá, à tua espera? Com quem sonhas depois de já te teres posicionado no sonho real?

- Um dia serás minha.

Foi assim que te ouvi falar, bem próximo dos lábios que julguei sentir beijados, mas apenas me passaste um recado e deixaste, com todo o sentimento de que és feito, a vontade de que um dia também eu tenha vontade de ti. Senti que o meu corpo se arrepiava sem que tivesse qualquer controlo para o refrear. Senti que muito provavelmente já sentiria algo por ti e mesmo que os teus olhos se mantivessem firmes nos meus, não cedi, mas quase deixei de respirar. Senti que apenas estaria a gastar o tempo que já deveríamos usar ambos, mas o meu medo de voltar a um passado que me magoou, deixou-me ainda mais magoada. Senti que não sou forte o bastante para arriscar contigo, mas as palavras permanecem até hoje e dou comigo a desejar ardentemente ser tua.

O que é que nos impedimos e acabamos inevitavelmente a adiar? Que sons precisamos de ter dentro para que os barulhos da vida não nos impeçam de viver? Quem queremos ser afinal enquanto sentimos que não somos o suficiente? Quando é que vamos parar de aceitar o óbvio?



Quero que o amanhã não demore mais e que te possa voltar a ouvir dizer o que já não precisa de ser explicado. Quero simplesmente querer-te e deixar para a vida o que ela certamente nos terá reservado. Quero recomeçar do ponto onde era apenas eu, cheia de força e a acreditar no que tenho. Quero e pronto, está decidido!

10.9.20

Já tenho luz que me baste!

setembro 10, 2020 0 Comments
chiquinha tranca 10


Já há tanto de mim que reconheço, que o que falta aos outros perceber e a forma como falham saber quem sou, me importa muito pouco, até porque deixei de me importar com os seus nadas. Já não me interrompo, nem aos pensamentos que me levam para todos os meus lugares prováveis e possíveis. Já não sonho com amores desmedidos, nem sinto falta do que afinal nunca me faltou, porque sentir tem que fazer sentido e tem que se ajustar ao que soubemos acumular. Já não há ninguém, vivo ou por nascer, que me tire a paz que mereço para que os que amo usufruam de todas as gotículas de esperança, determinação e positividade de que sou feita. Já não fica dentro do meu peito nenhuma saudade, vivi tudo da forma que me sabia a certo e certamente que não cheguei "aqui" por nenhuma coincidência. Já só danço as músicas que me elevam e parei de tentar elevar os que estão tão surdos com os barulhos que eles mesmos fazem, que nada mais me resta fazer a não ser desejar que se reencontrem. Já não receio as partidas, foco-me bem mais nas chegadas e agora sei que chegarei a casa a tempo.

Já tenho luz que me baste para que nunca arrisque a escuridão que rodeia tantas almas sozinhas por incapacidade e corações vazios por escolha. Já não terei como sentir a solidão de que se queixam os que não se esforçam por ser as suas melhores companhias, porque me faço acompanhar dos sentimentos que me deixam a sorrir por dentro. Já não deixo NADA por me dizer, porque aos sempre disse tudo!

9.9.20

As pessoas interessantes são interessadas!

setembro 09, 2020 0 Comments
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As pessoas interessantes são interessadas. Sabemos isso porque gostamos de quem faz perguntas e quer verdadeiramente saber as respostas a cada uma. Somos por norma atraídos por quem olha de forma curiosa e por quem ainda não perdeu a inocência. As pessoas que corrigem o errado e se adaptam às mudanças inevitáveis, movem-nos e motivam-nos, porque a sua recusa em aceitar o mediano, leva-nos a querer ser maiores.
As pessoas interessantes são vistas a uma distância considerável e é por esse motivo que começamos logo por considerar a importância que poderão ter na nossa vida, certificando-nos de seguida que a têm mesmo. As pessoas interessantes são-no porque há muito deixaram para trás a pele da vitimização, arregaçando as mangas e recuperando o poder que sempre lhes pertenceu.

7.9.20

Corações demasiado solitários para recomeçarem!

setembro 07, 2020 0 Comments
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Corações que querem ser amados todos os outros enquanto se impedem a eles mesmos de sentir amor. Corações que falham bater no ritmo certo porque receiam o poder do amor. Corações que nunca souberam ao que saberia ter outro inteiramente para si, despertando o que de melhor carregam, os sentimentos que mais nada consegue.
Não ter certezas. Não saber quem sabe de nós a todos os momentos. Não sentir as borboletas que nos movem bem mais do que o corpo. Não ter as saudades que apenas se satisfazem com um abraço e milhões de beijos, porque beijar a boca que se cola à nossa é o que nos alimenta. Não ser livre o bastante para escolher a quem amar...
Quem quer um coração que não bombeia o sangue que chega a cada célula e nos recorda de que estamos vivos? Quem se dispõe a ser tão tolo que jamais sentirá o que apenas alguns afortunados conseguem? Quem já desistiu de sonhar com o amor?
Corações empedernidos e que por isso mesmo pararam de sentir o que os faz bater enquanto batem de forma errada. Corações que habitam este lugar de incertezas e que se refugiam num medo infundado. Corações que escolhem não sofrer, mas que sofrem tanto com a dúvida, que nunca mais terão certezas. Corações demasiado solitários para recomeçarem.

5.9.20

O sítio onde nunca estive soa assim...

setembro 05, 2020 0 Comments
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O sítio onde nunca estive soa assim. O coração que nunca me pertenceu e que por isso nunca me amou como esperei, teria esta força e gentileza. As estrelas que povoam o meu céu carregam a luz com a qual estas notas me iluminam. Os dedos que saberiam como percorrer as teclas dum qualquer piano, tocariam uma melodia como esta e muito provavelmente sentir-me-ia lá, no lugar onde nunca estive, mas que tão bem recordo sempre que a oiço. Algumas peças, como esta, têm o poder de me transportar para o lugar onde nunca sentiria medo, no entanto vivo "aqui", com o medo de nunca sentir algo tão profundo, tão natural e certo e de não poder voltar ao sítio onde penso nunca ter estado, mas que me deixa com saudades de ter o que me pertence, porque apenas assim me teria de volta. O sítio onde nunca estive soa assim e quando me permito ouvi-lo, sei porque razão preciso de o encontrar.