21.9.20

Porque razão ignoramos a razão?

setembro 21, 2020 0 Comments



Porque razão precisamos de caminhar tanto, na maioria das vezes, até sabermos que chão estávamos verdadeiramente a pisar? Porque não pode tudo ser mais claro, rapidamente, ao invés de lento, escuro e inseguro, até que a segurança nos invada de volta?


Quando escolhemos manter as dúvidas, alimentando-as religiosamente, a clareza afasta-se, como que a dar-nos tempo reavaliarmos. Quando precisamos de nos testar até ao limite, acabamos por limitar alguns dos avanços tão duramente conquistados. Quando não nos respondemos de imediato, suspendemos as questões, mas apenas para as enfrentar depois, porque não há como fugir à realidade, nem à nossa essência.

Porque razão escolhemos ignorar a razão e entregamos os sentimentos e as emoções nas mãos erradas?

20.9.20

Quando é que fica mais fácil?

setembro 20, 2020 0 Comments



Quando é que fica mais fácil? Quando é que nos permitimos continuar, acordando para novos inícios, criando novas memórias e aceitando o que terminou? Quando é que paramos de procurar desculpas e entendemos que alguns erros acontecem por escolha consciente? Quando é que o amor passa apenas a sê-lo, não importa a latitude e independente da estação do ano, ou de qualquer outra ocorrência mais ou menos previsível? Quando é que nos damos as únicas respostas possíveis?

Já sei porque soube quem eras...

setembro 20, 2020 0 Comments


 Já sei que és a razão pela qual me afirmei e passei a saber ler tudo o que carrego. Não precisei de muito mais do que amar-te para saber qual o poder do amor real, aquele que se cola a todas as células que se movimentam para que não me possa parar e siga, devagar, mas de forma determinada. És tu a razão pela qual já não me culpo nem magoo, porque preciso apenas de me lembrar de como era olhada e o que dizias esperar de mim. Não voltei a precisar de ouvir o quanto sou especial, porque passei a acreditar mesmo e acreditando posso ser e fazer tudo. És a razão pela qual me sosseguei o bastante para saber o que fazer depois de ti e já foi tanto o que conquistei, que acordo e adormeço a agradecer-te até pelo que não deixaste. Já sei como me vias e porque me achavas grande, é que afinal sou mesmo e tenho o mundo inteiro a redesenhar cada uma das linhas que comecei em pequenos rascunhos. Ainda não naveguei em oceanos contigo, mas o rio que correu enquanto nos amámos trouxe-me a este mar cujas ondas me levam ainda mais longe, mais perto do que sempre fui capaz de ver e sem ondas que me impeçam de me banhar na luz e até na escuridão. Já sei porque razão vieste e também já sei o que nos devíamos de outras vidas, por isso nos pagámos num amor veloz, mas tão intenso que me consegui lembrar de quem eras e porque te procurei tanto. Não te mantive aqui, porque ali, do outro lado de nós, continuarás à minha espera e eu voltarei a saber quem és.

18.9.20

Há quem já não queira querer!

setembro 18, 2020 0 Comments




Há quem atravesse oceanos para procurar respostas sobre amores mudos, surdos e tão cegos, que nem o objecto do dito amor o consegue ver. Há quem encontre e reencontre a sua alma gémea, talvez porque existam muitas, ou tão somente porque teriam simplesmente que desistir de a encontrar. Há quem nunca ache nada no que toca a relações profundas, porque profundidade apenas em águas quentes e também há quem mergulhe, uma e outra vez, sem ter feito o reconhecimento do lugar e arriscando uma profunda "dor de cabeça".


O que nos está reservado será sempre o que formos capazes de desejar, de lutar para ter e da capacidade de manter o que nos serve, até quando esteja a servir muito pouco. Já ninguém deseja o "trabalho" que as relações dão, agora o take-away está no ranking dos desejos maiores, mesmo que nada de grande de lá advenha, comida...

Há quem procure longe o que sempre esteve debaixo do seu nariz, talvez por culpa das máscaras que alteram a visão periférica, esta pelo menos é uma desculpa actual, só não sei qual usavam antes do dito cujo vírus, mas certamente que seria igualmente válida. Há quem escolha não ter ninguém que lhe prove que esteve sempre errado, e escolha os que lá vão acertando na falta de determinação, e interesse, desinteressando rapidamente os que também vivem de forma tão acelerada, que continuam parados. Mas também há quem ainda saiba o que precisa de ser e de fazer para confortavelmente viver cada relação com a entrega que se impõe.

16.9.20

Porque não nos dizemos nada?

setembro 16, 2020 0 Comments
Infernal loneliness – summer_coffee_blog

Não te digo o que estou a pensar com receio de que penses exactamente o contrário. Não arrisco as palavras que nos poderiam juntar porque posso estar a perceber mal os sinais. Não te procuro o olhar, mas olho-te quando estás na direcção contrária e tento imaginar como seria se já fosses a minha pessoa importante. Não consigo deixar de me sentir mais mulher e importante mal te aproximas, mas deixo que a distância se instale, desculpando-me com os passos que espero sejam dados por ti.

Aqui estamos hoje, face-a-face, bem próximos e sentindo que os meus lábios poderiam até tocar os teus se me aproximasse, se acreditasse, se me deixasse voar nesta vontade de simplesmente ter vontade de ti. Aqui estou a sentir que o que sinto é real e que não posso estar errada. Aqui estás, a sorrir com os olhos e igualmente à espera que te sorria de volta. Aqui temos, um e outro a possibilidade de mudar este dia, acrescentando-nos em todos os outros...

Não te digo o que para mim até seria natural e simples, mas não estou pronta para uma rejeição determinada, a mesma que me faria passar a duvidar do resto do mundo. Não te digo nada, mas tenho tanto dentro que me parece difícil não rebentar. Não te digo nada e se nada disseres certamente que nos iremos arrepender os dois, um dia, num lugar lá à frente onde a vida será menos completa e segura, se ao menos nos assegurássemos do hoje.

14.9.20

Um dia serás minha...

setembro 14, 2020 0 Comments

O que é que pode estar no final da tua estrada? Quem é que desejas ver do lado de lá, à tua espera? Com quem sonhas depois de já te teres posicionado no sonho real?

- Um dia serás minha.

Foi assim que te ouvi falar, bem próximo dos lábios que julguei sentir beijados, mas apenas me passaste um recado e deixaste, com todo o sentimento de que és feito, a vontade de que um dia também eu tenha vontade de ti. Senti que o meu corpo se arrepiava sem que tivesse qualquer controlo para o refrear. Senti que muito provavelmente já sentiria algo por ti e mesmo que os teus olhos se mantivessem firmes nos meus, não cedi, mas quase deixei de respirar. Senti que apenas estaria a gastar o tempo que já deveríamos usar ambos, mas o meu medo de voltar a um passado que me magoou, deixou-me ainda mais magoada. Senti que não sou forte o bastante para arriscar contigo, mas as palavras permanecem até hoje e dou comigo a desejar ardentemente ser tua.

O que é que nos impedimos e acabamos inevitavelmente a adiar? Que sons precisamos de ter dentro para que os barulhos da vida não nos impeçam de viver? Quem queremos ser afinal enquanto sentimos que não somos o suficiente? Quando é que vamos parar de aceitar o óbvio?



Quero que o amanhã não demore mais e que te possa voltar a ouvir dizer o que já não precisa de ser explicado. Quero simplesmente querer-te e deixar para a vida o que ela certamente nos terá reservado. Quero recomeçar do ponto onde era apenas eu, cheia de força e a acreditar no que tenho. Quero e pronto, está decidido!

10.9.20

Já tenho luz que me baste!

setembro 10, 2020 0 Comments
chiquinha tranca 10


Já há tanto de mim que reconheço, que o que falta aos outros perceber e a forma como falham saber quem sou, me importa muito pouco, até porque deixei de me importar com os seus nadas. Já não me interrompo, nem aos pensamentos que me levam para todos os meus lugares prováveis e possíveis. Já não sonho com amores desmedidos, nem sinto falta do que afinal nunca me faltou, porque sentir tem que fazer sentido e tem que se ajustar ao que soubemos acumular. Já não há ninguém, vivo ou por nascer, que me tire a paz que mereço para que os que amo usufruam de todas as gotículas de esperança, determinação e positividade de que sou feita. Já não fica dentro do meu peito nenhuma saudade, vivi tudo da forma que me sabia a certo e certamente que não cheguei "aqui" por nenhuma coincidência. Já só danço as músicas que me elevam e parei de tentar elevar os que estão tão surdos com os barulhos que eles mesmos fazem, que nada mais me resta fazer a não ser desejar que se reencontrem. Já não receio as partidas, foco-me bem mais nas chegadas e agora sei que chegarei a casa a tempo.

Já tenho luz que me baste para que nunca arrisque a escuridão que rodeia tantas almas sozinhas por incapacidade e corações vazios por escolha. Já não terei como sentir a solidão de que se queixam os que não se esforçam por ser as suas melhores companhias, porque me faço acompanhar dos sentimentos que me deixam a sorrir por dentro. Já não deixo NADA por me dizer, porque aos sempre disse tudo!