23.9.20

O que é que já aprendeste com a idade?

setembro 23, 2020 0 Comments



O que é que já aprendeste com a idade? O que é que te permites agora que sabes quem és e que te reconheces em cada sentimento? O que é que o mundo te consegue ainda dar e de que forma te dás agora, retirando o que já não deve permanecer?

Mais velho, mais sábio! Deveria ser desta forma, mas o formato de muitos que escolhem envelhecer mal por não serem capazes de largas as amarras que os prendem à angústia e à culpa que arremessam aos outros, não lhes acrescenta qualquer sabedoria. Crescer emocionalmente resolve tantas questões, das pequenas às aparentemente gigantes, porque elas terão sempre a dimensão de quem as olha. Olhar para o agora, quando resolvemos o antes, imprime uma certeza absurdamente coerente ao amanhã e no meu amanhã vou querer-me bem maior e muito mais capaz de me superar neste desafiador e frágil equilíbrio a que chamamos de vida.
O que é que acreditas ter armazenado que te possa verdadeiramente servir enquanto continuas a tua caminhada? O que é que vês enquanto te olhas e prossegues ainda mais determinada? O que é que te falta ser e saber? O que é que ainda não saboreaste e que lugares ainda não te acompanharam? O que é que podes refazer enquanto fazes acontecer tudo à tua volta? O que é que ainda esperas para começar?

22.9.20

Muda-te para mudares!

setembro 22, 2020 0 Comments



Deixa-te ir devagar e embalada num ritmo que te faça sentido. Permite-te respirar de forma tranquila, deixando para depois o que não precisas de resolver agora. Aprende novas habilidades e usufrui do talento que afinal também tens. Reconhece-te nos silêncios, mas usa os sons para te dizeres o que precisas de ouvir. Procura o teu equilíbrio, ou permite que te encontre enquanto te manténs disponível para este estranho, mas maravilhoso mundo novo. Faz diferente, faz melhor, faz com alma e entrega. Faz o que apenas faz bem e nunca te faças mal, esquecendo-te de que és a pessoa que importa mesmo. Faz por saberes como se faz, mas não deixes de fazer por ainda não saberes.

Permite-te apreender o que te rodeia e percebe, em cada novo acordar, o que precisas verdadeiramente de mudar para que mudes da única forma possível, a que estará sempre certa. Permite aos outros que te entendam e reconheçam e facilita o processo que te facilitará o percurso. Permite-te ser mais e melhor, porque mesmo que tenhas deixado de acreditar, poderás ter sempre uma nova versão e ser a pessoa que a tua pessoa interior identifica.
Fica contigo mais vezes e abstrai-te dos que apenas te consomem e te impedem de estar alinhada com a tua energia. Fica no teu lugar seguro, mas arrisca novos, porque até os mais distantes e irreconhecíveis se poderão tornar surpreendentemente naturais. Fica em cada momento como se fosse o único e estarás a replicar muitos mais.

21.9.20

Porque razão ignoramos a razão?

setembro 21, 2020 0 Comments



Porque razão precisamos de caminhar tanto, na maioria das vezes, até sabermos que chão estávamos verdadeiramente a pisar? Porque não pode tudo ser mais claro, rapidamente, ao invés de lento, escuro e inseguro, até que a segurança nos invada de volta?


Quando escolhemos manter as dúvidas, alimentando-as religiosamente, a clareza afasta-se, como que a dar-nos tempo reavaliarmos. Quando precisamos de nos testar até ao limite, acabamos por limitar alguns dos avanços tão duramente conquistados. Quando não nos respondemos de imediato, suspendemos as questões, mas apenas para as enfrentar depois, porque não há como fugir à realidade, nem à nossa essência.

Porque razão escolhemos ignorar a razão e entregamos os sentimentos e as emoções nas mãos erradas?

20.9.20

Quando é que fica mais fácil?

setembro 20, 2020 0 Comments



Quando é que fica mais fácil? Quando é que nos permitimos continuar, acordando para novos inícios, criando novas memórias e aceitando o que terminou? Quando é que paramos de procurar desculpas e entendemos que alguns erros acontecem por escolha consciente? Quando é que o amor passa apenas a sê-lo, não importa a latitude e independente da estação do ano, ou de qualquer outra ocorrência mais ou menos previsível? Quando é que nos damos as únicas respostas possíveis?

Já sei porque soube quem eras...

setembro 20, 2020 0 Comments


 Já sei que és a razão pela qual me afirmei e passei a saber ler tudo o que carrego. Não precisei de muito mais do que amar-te para saber qual o poder do amor real, aquele que se cola a todas as células que se movimentam para que não me possa parar e siga, devagar, mas de forma determinada. És tu a razão pela qual já não me culpo nem magoo, porque preciso apenas de me lembrar de como era olhada e o que dizias esperar de mim. Não voltei a precisar de ouvir o quanto sou especial, porque passei a acreditar mesmo e acreditando posso ser e fazer tudo. És a razão pela qual me sosseguei o bastante para saber o que fazer depois de ti e já foi tanto o que conquistei, que acordo e adormeço a agradecer-te até pelo que não deixaste. Já sei como me vias e porque me achavas grande, é que afinal sou mesmo e tenho o mundo inteiro a redesenhar cada uma das linhas que comecei em pequenos rascunhos. Ainda não naveguei em oceanos contigo, mas o rio que correu enquanto nos amámos trouxe-me a este mar cujas ondas me levam ainda mais longe, mais perto do que sempre fui capaz de ver e sem ondas que me impeçam de me banhar na luz e até na escuridão. Já sei porque razão vieste e também já sei o que nos devíamos de outras vidas, por isso nos pagámos num amor veloz, mas tão intenso que me consegui lembrar de quem eras e porque te procurei tanto. Não te mantive aqui, porque ali, do outro lado de nós, continuarás à minha espera e eu voltarei a saber quem és.

18.9.20

Há quem já não queira querer!

setembro 18, 2020 0 Comments




Há quem atravesse oceanos para procurar respostas sobre amores mudos, surdos e tão cegos, que nem o objecto do dito amor o consegue ver. Há quem encontre e reencontre a sua alma gémea, talvez porque existam muitas, ou tão somente porque teriam simplesmente que desistir de a encontrar. Há quem nunca ache nada no que toca a relações profundas, porque profundidade apenas em águas quentes e também há quem mergulhe, uma e outra vez, sem ter feito o reconhecimento do lugar e arriscando uma profunda "dor de cabeça".


O que nos está reservado será sempre o que formos capazes de desejar, de lutar para ter e da capacidade de manter o que nos serve, até quando esteja a servir muito pouco. Já ninguém deseja o "trabalho" que as relações dão, agora o take-away está no ranking dos desejos maiores, mesmo que nada de grande de lá advenha, comida...

Há quem procure longe o que sempre esteve debaixo do seu nariz, talvez por culpa das máscaras que alteram a visão periférica, esta pelo menos é uma desculpa actual, só não sei qual usavam antes do dito cujo vírus, mas certamente que seria igualmente válida. Há quem escolha não ter ninguém que lhe prove que esteve sempre errado, e escolha os que lá vão acertando na falta de determinação, e interesse, desinteressando rapidamente os que também vivem de forma tão acelerada, que continuam parados. Mas também há quem ainda saiba o que precisa de ser e de fazer para confortavelmente viver cada relação com a entrega que se impõe.

16.9.20

Porque não nos dizemos nada?

setembro 16, 2020 0 Comments
Infernal loneliness – summer_coffee_blog

Não te digo o que estou a pensar com receio de que penses exactamente o contrário. Não arrisco as palavras que nos poderiam juntar porque posso estar a perceber mal os sinais. Não te procuro o olhar, mas olho-te quando estás na direcção contrária e tento imaginar como seria se já fosses a minha pessoa importante. Não consigo deixar de me sentir mais mulher e importante mal te aproximas, mas deixo que a distância se instale, desculpando-me com os passos que espero sejam dados por ti.

Aqui estamos hoje, face-a-face, bem próximos e sentindo que os meus lábios poderiam até tocar os teus se me aproximasse, se acreditasse, se me deixasse voar nesta vontade de simplesmente ter vontade de ti. Aqui estou a sentir que o que sinto é real e que não posso estar errada. Aqui estás, a sorrir com os olhos e igualmente à espera que te sorria de volta. Aqui temos, um e outro a possibilidade de mudar este dia, acrescentando-nos em todos os outros...

Não te digo o que para mim até seria natural e simples, mas não estou pronta para uma rejeição determinada, a mesma que me faria passar a duvidar do resto do mundo. Não te digo nada, mas tenho tanto dentro que me parece difícil não rebentar. Não te digo nada e se nada disseres certamente que nos iremos arrepender os dois, um dia, num lugar lá à frente onde a vida será menos completa e segura, se ao menos nos assegurássemos do hoje.