24.3.21

E se fosses tu?

março 24, 2021 0 Comments



E se fosses tu? E se te julgassem pelo que nem acreditas ser capaz de fazer? E se alguém te olhasse com menos atenção apenas por ter sido olhado de forma errada?

Só tens forma de saber ao que te sabem os recomeços quando de repente te "cobram" decisões que já havias descartado. Só quando te enchem o coração do que tanto sentias precisar, é que percebes que te faltava quase tudo. Só quando ouves dizer que te amam é que te permites amar de volta, com muitos medos no início, mas cheia de vontade de deixar a vida seguir o seu curso, seguindo-a. Só quando te imaginas sem quem já te está na pele, é que percebes a falta que já te faz por ter passado a fazer parte de ti.

E se fosses tu a ter que provar do sabor amargo da dúvida? E se simplesmente deixasses o amor acontecer e já não te cobrasses mais recuos, até porque avançar se torna TÃO mais difícil? E se já não precisasses de manter para ti o segredo que te apetece gritar ao mundo? E se a pessoa por quem já nem arriscavas esperar chegasse hoje e te pedisse para que fosses sua? E se os "ses" desaparecessem todos agora, por um passe de mágica, será que te deixarias envolver pela magia do amor?

22.3.21

Sei lá...

março 22, 2021 0 Comments



Sei lá do que digo saber, porque sei cada vez menos sobre o amor. Sei do que sinto e nem sempre do que quero pensar. Sei lá, ainda não, do é suposto saber para que se apaguem as dúvidas e me invadam as certezas. Sei lá...

Será que a vida chega por estarmos prontos, ou ao invés irrompe coração fora para nos acordar? Que papel nos cabe e o que conquistamos enquanto achamos que temos que simplesmente seguir, sem muitos desvios, ou desviando-nos de tudo na esperança de poder fugir? Quanto tempo mais nos damos para que o que recebemos seja verdadeiramente o que nos cabe? Porque nos ocorre desistir quando até sabemos porque continuar?

Sei lá do que digo quando pareço estar a dizer o que foi ensaiado. Sei lá porque acordo a querer o que não quero, teimando que sou outra e de outra forma. Sei lá porque tive que esperar tanto para me dizer que já sei o bastante para me mudar. Sei lá porque motivo és a pessoa que a minha reconhece e  continuo sem saber porque te mereço afinal.

21.3.21

E se morrer com a falta de ti?

março 21, 2021 0 Comments


É verdade que já quase que morri de saudade de ti. É verdade que agora, depois de já ser esta mulher que ajudaste a formar, passei a entender tanto, tão mais do que antes, quando apenas me ocupava a julgar o que não parecias capaz de me dar, quando na verdade é que me deste muito. É verdade que estou muito mais só e solitária desde que a tua voz se esfumou e passaste a ser apenas a presença que por vezes sinto nos sonhos, mas que nunca mais passará de lá para cá. É verdade que tomei por garantidas as horas que pareciam muitas, enquanto me debatia com a minha incapacidade de as multiplicar para te incluir. É verdade que deveria ter usado do que chamava de inteligência emocional para inteligentemente te dizer o que subtraí e como eu gostava de o poder mudar. É verdade que foste o primeiro homem que amei e não o sabia.

Perdemos tanto tempo à procura do tempo que os nossos precisam, para acabarmos a dar-lhes apenas uma ínfima parte do que nos reclama o coração. Sofremos com o que dizemos ser o certo, mas certamente que apenas quando nos colocamos nos "sapatos" de quem nos carregou, nos tornamos grandes o bastante para os amar como são, com todas as falhas, dúvidas, medos e incapacidades. Lamentamos os abraços que nos faltaram, mas quando os podemos dar, sem reservas nem cobranças, gastamos o melhor de todos a diminuir o que deveria ser sempre grande. Adiamos as conversas longas e bebemos muito pouco do que depois nos cruzará a mente esgotada perante tanta culpa. Julgamos mais do que elogiamos e de repente, num dia que até pode ter sido de sol, nada do que importava antes o volta a ser.

É verdade que continuo a lembrar-me de ti, quando tenho o que me preocupa, ou quando sou abençoada com o amor que gostarias que tivesse tido, antes, muito antes da tua partida. É verdade que nos dias bons , enquanto caminho mais serena, de sorriso em riste, mas igualmente tão sozinha que me apetecia correr para os teus braços e esconder-me até que o mundo me pudesse voltar a receber. É verdade que não voltarás a ter dias especiais, mas passaste a ocupar todos os que certamente me restarão, de mansinho em alguns e cheios de saudade em muitos ouros. É verdade, nunca mais te voltarei a ter...

20.3.21

Pelo que esperas ainda?

março 20, 2021 0 Comments



Não esperes mais pelo que apenas te atrasará as passadas antes tão determinadas. Não te negues o prazer de ter prazer com alguém, quando até já o testaste e aprovaste. Não abandones a dança que  teu corpo deseja para que os movimentos te acordem do sono que nem foi assim tão reparador. Não digas "não" demasiadas vezes, ou de contrário o sim nunca sairá dos lábios que já beijaram até que o ar deixasse de circular, mas a vida acontecesse.

Pelo que esperas ainda e enquanto te adias? O que tanto te assusta se afinal até te consideras corajosa? Para onde precisas de te virar para que o ângulo deixe de ser duvidoso? Quem te fez tão mal para que te esquecesses de olhar para o todo o bom do que te rodeia?

Não podes avaliar e reavaliar sem decidir. Não deves retirar-te da equação que mudará a tua vida para sempre. Não te deves assim tão pouco para que te contentes com as migalhas que foste espalhando, talvez para saberes o caminho de volta. Não recuses o amor que te chegou, mesmo que percebas que o pediste com tanto detalhe, que acabou por se te revelar. Está aqui. Estás tu também, mais inteira do que nunca e está a pessoa que moveu a tua pessoa o bastante para que a reconhecesses.


19.3.21

Viagens ...

março 19, 2021 0 Comments


Viagens de volta. Lugares que já não nos servem, mas que serviram para que os percorrêssemos. Momentos que nos falam do certo e do errado e é-o sempre quando já não nos permitimos amar. Desculpas que nunca desculparão a incapacidade de seguir em frente, mesmo que os erros tenham existido, porque a verdade é que sem eles não estaríamos "aqui". Passagens mais ou menos seguras, mas ainda assim atribuladas o bastante para nos recordarem de que viver é isto e pode ser ainda mais. Jogos que por vezes perdemos, mas que passamos a dominar com a mestria de quem está verdadeiramente atento. 

Viagens de ida, mas a poder regressar, mais inteiro e seguro. Viagens que não devemos adiar porque já nos está no GPS da alma. Viagens nas quais deixamos de ser apenas nós e que nos tirarão dos silêncios que já não nos falam, até porque nos dissemos tudo, algures num tempo e momento em que não acreditávamos. Viagens, porque viajar livremente em sonhos e desejos que ninguém deveria poder reter, livram-nos de querer menos do que temos agora. Tenho umas quantas viagens para lamentar, mas estou determinada a mais uma porque nesta sei que estarás à minha espera. Vou arranjar forma de acertar com o teu formato e em cada pequena viagem contigo levarei para além de mim, tudo o que reservei para o homem certo. Tenho umas quantas rotas para redefinir, mas já me sinto capaz de voltar a acreditar nesta viagem, esperando, com TODA a determinação, que não precise de fazer mais nenhuma.

17.3.21

Quantas voltas já dei sem respostas?

março 17, 2021 0 Comments



Dou voltas e reviravoltas no mesmo lugar, querendo e esperando que o antes regresse e que o agora não me impeça de ter o que já era demasiado confortável para que me questionasse. Faço-me as mesmas perguntas, uma e outra vez, mas nenhuma das respostas me convence e por isso continuo de forma obstinada a perguntar pelo que já é demasiado claro. Forço-me a querer de forma diferente da que sinto, até porque já me senti assim e não gostei da falta de controlo enquanto tentava em vão controlar-me e retomar o poder que me pertencia. Paro-me de cada vez que continuar parece ser demasiado obscuro e irreal, mas a realidade é bem diferente da que antecipei enquanto apenas vivia, respirava, usufruía e era eu mesma, sem necessidade de me revelar ou esconder de alguém. Já não sonho sozinha, porque finalmente existe alguém que partilha do que já arrisquei antecipar, mas continuo a acordar da mesma forma, eu comigo e com muitos mais medos dos que carreguei enquanto dormia, achando, de forma inocente, que os apagaria a todos, um a um.

Dou voltas e reviravoltas, mas nunca saio do mesmo ponto onde me coloquei quando decidi desistir do que me cobraria uma mulher mais forte, mais arrojada e descomplicada. Dou votas e reviravoltas achando que tudo acabará, eventualmente, por se tornar tão claro quanto a vontade que tenho de ser amada por alguém como tu e de me render ao que me devolveria a pessoa que já fui antes. 

Ninguém nos garante o "felizes para sempre", mas se mesmo acreditando, escolhermos deixar de o esperar, lendo apenas ler o que tiver legendas e nunca arriscando leituras imprecisas, a serenidade acabará por se instalar e resistir deixará de ser uma necessidade. Ninguém escolhe por nós as "armas" a usar para que nos possamos defender do que eventualmente nos roubaria os silêncios reparadores, os lugares que já conhecemos e a pessoa que nos tornámos enquanto resistíamos ao desmoronar do que já foi tão simples e natural que naturalmente nos beliscou o corpo e alma quando não funcionou. Ninguém parece saber do que sei enquanto tento explicar o inexplicável!

Dou voltas e reviravoltas, mas não avanço o bastante para querer revirar a minha vida e apenas tentar.

16.3.21

Porque disseste que me amavas?

março 16, 2021 0 Comments



Disse que ta amava, mas menti. Passei-te as emoções que esperava receber dum outro, mas para mim nunca chegaram as que me faziam falta. Disse que te amava, mas estava errada, porque o amor não sabe ao sabor que se colou na boca, amargo, demasiado forte para me suavizar e tão vazio quanto ficavam os finais de cada noite. Disse que eras tu e apenas eu sei o quanto desejei  que fosse verdade. Disse que sem ti nada poderia ser igual, ou bom, mas menti...

Os começos têm contornos que os recomeços não entendem e por vezes escolhemos não nos afastar do que até nos deixaria sarados, por sermos demasiado fracos para agarrar a força que acabaria por se fixar, impedindo-nos de sermos levados pela corrente. Ter quem nos tem, sendo quem podemos e temos connosco, deveria bastar, mas bastará que a pessoa errada chegue para que nada mais pareça poder ser feito e não fazemos nada para o mudar.

Disse que te amava enquanto me amavas com a intensidade que tantas vezes sonhei num outro corpo, em todos os cheiros que parecem não ter como me abandonar e em cada beijo que devolvi, cerrando os olhos para que nenhuma luz me mostrasse a dura realidade. Disse que te amava quando já julgava ter a maturidade dos que caminham em linha reta, mas que também se desviam e reavaliam sempre que a estrada não os leve a lugar algum. Disse que te amava porque me soava bem, à esperança que em tempos perdi e ao desejo de voltar a ter desejo genuíno de alguém. Disse que te amava por cobardia e foi assim que me igualei a quem uma vez me mentiu, abandonou e transformou neste ser que já não reconheço.