3.5.21

Escolhi escolher-me!

maio 03, 2021 0 Comments



Escolhi bem a caneta com a qual escrevi o que ainda me faltava dizer-te e disse tudo, sem qualquer receio de que fosse lido ao contrário, ou com julgamentos que não terei forma de contrariar!

Dizer que te amava nunca bastou. Gritar-te que eras apenas tu nunca te sossegou e o meu sossego partiu mal te confessei os sentimentos que não tinhas forma de acompanhar. Pedir que me aceitasses não seria natural nem possível, não para quem desconsiderou tudo o que carregava e simplesmente partiu. Chorar foi o que não encontrei forma de fazer e certamente que teria adiantado de muito pouco.

Escolhi, sem qualquer cuidado, passar para o papel o que ainda me estava tatuado no coração cansado de tanto amar sem retorno e retornei a mim mal o fiz. Não me reconhecia na mulher que te implorava pelo que deveria seria meu por direito. Não me sossegava enquanto te oferecia o poder que não te pertencia e por isso mesmo o recuperei, porque nunca deixei de me sentir tola, até quando sentia os abraços que me rodeavam o corpo, mas não sossegavam a mente. 

Escolhi bem o momento de te enviar o que encerraria a nossa viagem emocional e mal o fiz, desfiz o que nunca deveria ter começado.

2.5.21

Quem tem razão?

maio 02, 2021 0 Comments



Não quero ter sempre razão e deixei de me importar com as culpas de que alguns se alimentam para que todos os outros possam ser culpados. Não sei do que vivem os magoados da vida, todos os que buscam razões para terem a razão maior, impedindo-se de ver o que realmente existe de bom por aqui. Não entendo os que deixaram de entender que apenas povoam parte do mundo e que ele não se compadece com os de mente pequena e coração desajustado. Não me sinto tola por desistir dos tolos que por aí proliferam, é que eles dão mais trabalho do que aquilo que valem, mesmo que lhes somemos o peso.

O amor prepara-nos para os revezes que os ódios de estimação provocam, conseguindo que nos afastemos para que possamos continuar com o que fazemos melhor e que passa por sermos as pessoas que outras gostarão de ter por perto. O amor é a arma invisível, mas certeira, que protege os bem resolvidos dos mal-amados. O amor, para quem ainda se lembra do que provoca, é o antídoto para quem adormece com a boca amarga e acorda com o mesmo e exato sabor.

Não quero ter sempre razão, mas recuso-me a dá-la a quem nunca saberá distinguir o certo do errado e por isso erra indiscriminadamente. Não quero que as razões erradas me levem a aceitar o inaceitável, não hoje e certamente que não a partir de hoje.

1.5.21

Como é que te cuido?

maio 01, 2021 0 Comments



O cuidado com que te cuido vem de todo o amor que veio contigo!

Quando somos dois tudo passa a dobrar, o respeito, a entrega, o amor e até o receio de não darmos na proporção do que recebemos. Quando sentimos quem nos sente e dizemos o que também ouvimos, repetidamente, porque já não temos forma de nos calar, os silêncios nunca mais se voltam a instalar.

O que desejo enquanto me regulo pelo que também pareces desejar, é que recebas de mim tudo pelo qual foste esperando, confiante de que te chegaria e ansioso para que não tardasse. O que planeamos juntos, mesmo sabendo que teremos que ir seguindo separadamente até que aconteça, tem mais força, carregando-nos a ambos.

O cuidado que nos dispensamos é o que vai importando enquanto o resto do mundo deixa de nos importar.


30.4.21

Quero voltar a acreditar!

abril 30, 2021 0 Comments



E se de repente perceberes que já tens quem te fazia falta e que podes, pela primeira em muitos anos, acreditar que é a pessoa certa?

Existem pessoas que nos chegam para que voltemos a acreditar no futuro com um brilho no olhar e para que o desejo de atenção genuína nos alimente a que também nos sentimos capazes de dar. Falam sobre os temas que conhecemos, mostrando-nos outros ângulos e aceitando receber os nossos. Dão-nos tempo em toca do que carregamos e ampliando-o para que caibamos em todas as perguntas inevitáveis, respondendo a tudo o que formos capazes de responder. Atiçam-nos os desejos há muito resguardados, acordando-nos para o que afinal até já sabíamos querer.

E se de repente sentíssemos que nos faz falta um abraço genuíno e que os beijos que guardámos já têm uma boca onde pousar?

Seremos sempre a pessoa que uma outra conseguirá reconhecer, se sairmos dos lugares onde nos escondemos para nos protegermos das dores que nos fizeram crescer, mas que também ampliaram a vontade de não voltar a ter vontade de amar, porque o amor alimenta e acorda, mas também parte e enfraquece.

E se de repente o hoje já não tivesse nenhum rasto do ontem que nos falhou?


29.4.21

E se?

abril 29, 2021 0 Comments



E se esta for a minha última noite contigo, o que serei capaz de te dar enquanto tentar não sentir o final do que ainda agora parece ter começado?  E se já não te puder voltar a envolver de tudo o que sou enquanto o fomos juntos e acreditámos que seria possível? E se nunca te tivesse amado como o sinto, contorcendo-me numa dor que me vem de dentro, até quando estavas no corpo que ainda te pertence?

Tiveste sempre demasiado medo do amanhã e precipitaste o que não pude parar, mesmo sabendo que não deixaste de me amar. Escondeste o que deverias mostrar e deixaste, para mim, o que preferia nunca ter visto. Soubeste exatamente o que dizer enquanto me dizias, de olhar determinado e seguro, que não era a mulher que te servia.

E se nunca mais for capaz de voltar a amar, o que restará de mim que valha a pena manter? E se amanhã acordar sem me lembrar do ontem onde estivemos de corpo e alma e me fizeste as juras que não foste capaz de cumprir? E se nem as memórias restarem enquanto te recuso a amizade que ofereceste, porque nunca seria o que me basta? E se nunca tiver respostas para as perguntas que me faço, porque escolheste já não estar?

Tive sempre toda a força deste e de outros mundos, mas não bastou. Escondi as dores que me fustigavam enquanto te sorria para que me quisesses querer, sem te ter realmente visto. Soube exatamente o que te dizer, de coração aberto e jurando-te que eras o homem que me servia.

E se nunca mais for capaz de acreditar, para que servirão os olhos que antes tudo viam e os lábios que se adoçavam para te beijar? E se esta for a minha última noite contigo?


25.4.21

Quem é afortunada por te ter?

abril 25, 2021 0 Comments



Sou verdadeiramente afortunada por te ter e reconheço, a cada dia, que tens tudo o que preciso, porque na verdade sempre precisei de alguém assim!

Tens a força que me segura quando desato a achar que sei tudo e que fico bem sem ti. Tens a sensibilidade que me falta quando me zango pelo que até nem te define, apenas por insegurança. Tens o amor que há muito pedi e hoje apenas peço que me continues a amar como apenas tu pareces saber.

Sou a mulher que conseguiste ver para lá da que em vão te tentei mostrar e por isso mesmo podemos falar da história que começou e que queremos manter. Sou mais teimosa e cabeça feita, mas é com muito tato que me ligas os botões e amacias os acessos de mau feitio. Sou muito mais para ti porque te reconheci e porque planeio dar-te o que armazenei, durante todo este tempo, acreditando que chegarias. 

Sou a tua mulher e é apenas dessa forma que pretendo passar os meus dias, contigo por perto.

24.4.21

De onde te vem a força?

abril 24, 2021 0 Comments



De onde te vem a força quando até já achas que a perdeste?

O que carregamos dentro surge sempre que nos fizer falta e é dessa forma que nos regeneramos dos que nos usam, amargam ou simplesmente nos forçam a afastamentos que vão para lá do tempo que afinal temos. Somos testados diariamente, por pessoas, condições físicas e até pelo tempo, mas podemos passar com nota positiva em cada um, se puxarmos do que já acumulámos para os momentos desafiadores. Acordamos para o que o mundo nos decidir dar, mas o que quer que venha será apenas o retorno do que atirámos, com mais ou menos atenção e acreditando, na maioria das vezes, que já nos teríamos livrado do que demos a provar. Adormecermos tranquilos, ou mais inquietos, dependerá do que formos capazes de aprender sobre nós, os outros e toda esta corrente universal que nos liga, mesmo que decidamos ignorar os que também andam por aqui.

O que tens para perdoar e quem também precisa de te desculpar pelo que arremessas, quando acreditas ter um universo inteiro a girar por ti?

Existirão sempre duas versões para uma mesma história e tudo o que contares será certamente recontado de forma diferente, com mais ou menos cores e a saber ao que sabem as dores de quem as usa e atira como se fossem verdades irrefutáveis. O que sentes quando te vitimizas, ou cresces para pareceres maior do que todos, diz mais de ti do que de tudo o que te acontece. A forma como recebes e processas o que não controlas, valida o que nem precisas de falar, deixando-te exposta aos que julgavam conhecer-te e confirmando-te aos que nunca deixaram de te ver.

O que ainda esperas que te digam, ou façam sentir, enquanto escolhes ver o mundo apenas pelos teus olhos? Que caminhos cortas, achando que chegarás mais longe, quando na verdade o que te cabe só poderá ser percorrido por ti? Quanto tempo mais vais tentar esticar o tempo que não te pertence?