16.5.21

Quem manda no meu coração?

maio 16, 2021 0 Comments



O meu coração não é, nem será, o primeiro ou o único a sentir a dor que provoca a falta de amor. O meu coração, por mais que lhe fale e explique, mantém-se totalmente entregue e devotado ao teu, numa teimosia que nos magoa a ambos e que ainda assim não nos leva a lugar algum. O meu coração insiste em esperar por ti e é assim que me impede de voltar a amar quem até já me escolheu.

Já é tanto o que diz a minha cabeça, argumentando que sem bom-senso não haverá lugar à sensibilidade que nos ensina a fugir do incerto, ou a ficar, sem receios, no lugar que o outro será capaz de ocupar. Está em constante luta interna com o que se diz ser o maior músculo, mas que ainda assim bate, pulsa e atormenta o corpo e a alma com as suas escolhas absurdas. Rebate tudo o que sabe não ser certo, mas não se acerta com a vontade e o desejo, nem com a lógica ou a burrice instalada. A minha cabeça quase que se rende perante a possível impossibilidade de contrariar o pulsar do coração, mas ainda assim se não me agarrar a ele para sobreviver, certamente que serei apenas mais uma "a morrer de amor".

O meu coração não foi seguramente o primeiro a provar do sabor amargo da recusa e mesmo que nunca se tenha recusado a dar mais do que recebia, acabou endurecido e incapaz de entender quem o fez bater. O meu coração nunca esteve errado, sei-o agora, mas de nada nos adianta que teime em me provar que se sabia certo, porque erradamente escolhemos ambos a pessoa que não nos servia.

15.5.21

Qual é a tua velocidade de aceitação?

maio 15, 2021 0 Comments



É sempre veloz a vontade de ter vontade de alguém, mas é igualmente lento o processo de aceitação e de determinação quanto aos recomeços.

Porque será que tendemos a fantasiar o outro, de forma a que complete o que achamos que nos falta? Porque motivo não podemos apenas aceitar quem chega, sendo quem sempre foi e sem que nem uma vírgula precise de ser ajustada? Porque esperamos pelo que nem nós nos sentimos capazes de dar, desenhando cada contorno dum rosto que apenas deveríamos querer colado ao nosso?

Já não me lembro de quando é que tudo se tornou tão difícil, e o que antes até me sabia a pouco e a natural, de repente passou a ser escrito e apontado ao pormenor, numa lista mental, mas definitiva. O que foi que mudou, ou o quanto terei mudado para que de repente, do que me parecem agora pequenos momentos, nada do que me dizem me soa a seguro ou a possível? Que lugar emocional é este a que nos atiramos, quando somos forçados a conhecer o pior dos outros, mudando o melhor de nós?

É sempre mais veloz a necessidade de recuo perante o inexplicável, talvez porque avançar nos force a ceder ao que só poderia ser BOM se o permitíssemos, mas ainda assim dúbio demais para voltarmos a acreditar. É sempre pesado e errado que desatemos a pesar os outros nas mesmas balanças!


14.5.21

De que forma mudas a tua forma?

maio 14, 2021 0 Comments



De que forma deixas entrar um amor novo quando o velho se instalou até te afastar do que julgavas ser fácil e natural?

Mesmo que o "para sempre" não exista, existirá certamente a tua vontade de que este amor dure e caminhe para lá do que foram os que não sabiam onde te encontrar, de que forma deveriam ceder, vendo-te realmente e afastando o exterior, a imaginação e o desejo que cedo se constrói do que nem sempre existe. Até quando te refreias com medo de deixar de ter medo e simplesmente arriscar, uma vez mais, esperando que seja a última e sabendo que apenas terás o que importa se te importares com quem te conseguiu mover?

O que se pode fazer de diferente, sem que as defesas subam demasiado e aceitando que nunca saberemos tudo, mas que poderemos bem reaprender, não importa a idade, nem a viagem? Que partes de nós terão sobrado de outros amores mal calculados, mas que de alguma forma nos reativaram a vontade de voltar a falar do que nos manteve acordados? O que precisamos de saber para sermos capazes de acreditar em quem não se inclua no que nos afastou do que deveria ter permanecido, cumprindo o que parecia caber em muito mais do que promessas?

De que forma afastas quem não parece querer sair de ti, até quando já expulsaste, segura e determinadamente, toda a insegurança que já não deverias ter nas mãos? Quando consegues entregar o corpo que se arrepia perante a vontade de voltar a ser tocado, mas que ainda assim se retesa perante o medo de não conseguir sentir da mesma forma nem com a mesma intensidade? De que forma te asseguras de que as gavetas fechadas nunca mais se voltarão a abrir, mas reabrindo a vontade natural de ter muitas outras para preencher? De que forma sobrevives a ti, o teu maior julgador e te libertas do que te segurou para não fazeres o que já sabes ser certo?

13.5.21

Não te desgastes com incertezas...

maio 13, 2021 0 Comments


Não te foques demasiado no tempo que supostamente ainda te falta viver, vive antes o hoje e o agora, firmando compromissos com o que deves ser capaz de sentir, mas sente mesmo.

Por vezes damos connosco a querer demasiado o que nem sequer é importante, mas a deixarmos passar o que TERIA que ser verdadeiramente incluído no que somos, temos e ainda precisamos de acrescentar. Por vezes aceitamos o inaceitável, adiando decisões que nos adiam as vontades e nos forçam a guardar mágoas imperceptíveis, mas reais. Por vezes reagimos mal aos que puxam dos galões para explicarem de que forma querem ser tratados, mas a verdade é que apenas dessa forma evitam os que não têm que permanecer, mesmo que tenham conseguido chegar.

Não te desgastes a esperar pelo que apenas virá se fizeres por o merecer, porque o como ou o quando não estarão nas tuas mãos, mas não te retraias perante o desejo de conquistares o que é teu por direito, ao invés lambuza-te na certeza de que apenas assim chegarás onde te souberes visualizar.

12.5.21

Para que lado gira o teu lado?

maio 12, 2021 0 Comments



O mundo não é sobre mim, é sobre nós!

Já todos fomos amados incondicionalmente, mal nascemos, assim que nos seguraram no colo que gostaríamos de ter para sempre, mas se não nos afastarem, como fazem os animais que também povoam o nosso Universo, nunca chegaremos a crescer e a entender que NADA, NUNCA será apenas sobre e para nós.

O amor próprio está muito em voga, bombardeiam-nos com a ideia de que teremos que nos saber amar para amar os outros e não deixa de ser verdade, mas o respeito e o amor próprios terão que vir com o crescimento emocional e com a consciência de que somos muitos e que a cada um caberá a sua importância e papel. Não podemos dissociar o outro para sermos nós. Precisamos de reconhecer que os outros nos validam, ensinam e proporcionam o crescimento que sozinhos não teríamos forma de adquirir. O amor deve ser para os outros, olhando para a sua essência e recebendo o que inevitavelmente nos fornecerão.

O mundo, a vida, os caminhos e as escolhas nunca serão apenas para ou por mim. As palavras que banalizamos e que lançamos para fora, com o risco de que magoem e mudem os dias, as acções e as intenções dos outros, têm que ser ponderadas e bem usadas. 

Os zangados, os cobradores oficiais do que tiveram e do que nunca lhes chegou, os pequenos por escolha e os que nunca encontram beleza em nada, nem em si mesmos, andam por aqui, por isso têm que ser reconhecidos, não ignorados ou afastados, porque a sua inclusão e percepção do que os rodeia e do efeito que provocam, devem ser salientados para que possam mudar e evoluir.

O mundo nunca será apenas sobre mim, até porque não gostaria de estar "aqui" sozinha, mas vou tentando, todos os dias, aprender de que forma reconhecer que as grilhetas do passado, as dores que me infligiram, os medos de que me rodeei e até as falhas que alimentei, poderão ser tratadas, cuidadas e analisadas para que se dissolvam e me permitam prosseguir. 

O mundo tende a alimentar a cultura da fraqueza, da submissão e da adicção, mas somos MUITO mais do que aquilo que nos enfiam goela abaixo, somos TUDO o que entendermos poder fazer por nós, sendo a pessoa que todas as outras quererão seguir. Sejamos cautelosos, mas felizes, resilientes, mas livres; simples, mas resolvidos. Sejamos a nossa melhor versão a cada nascer de dia, agradecendo por cada nova oportunidade de deitar a cabeça na almofada e regressar ao sonho que nos manterá vivos.

10.5.21

Qual é a minha melhor parte?

maio 10, 2021 0 Comments

Painting by Monika Luniak


Acredito que escolho apenas ver as melhores partes de mim, mas certamente que terei as que também mudam, da forma errada, quem não as entende!

Escolho acreditar que sou sempre do formato certo, mas nem sempre me acerto de forma a que me possam ler até sem legendas, ouvindo o que digo e o que não consigo dizer enquanto me escudo nos medos de que também sou feita. Escolhi pensar que sou segura o bastante para me segurar quando não estou em sintonia com os que me escutam, mas não ouvem, mas depressa vou percebendo que ou me explico com mais clareza, ou acabo inexplicavelmente sozinha enquanto todos me rodeiam, fazendo um número que não conto e contando-me o que não preciso de saber.

Acredito que o tempo me tem fugido e que mesmo correndo dificilmente irei recuperar o que perdi, do amor, do que já deveria ter criado e de tudo o que crio, aparentemente apenas para mim. Fui acreditando no melhor dos outros, confiando que não seria a única, mas unicamente para me desenganar assim que me mostraram o que lhes faltava. Não deixei de acreditar no melhor do mundo e das pessoas que o povoam, mas aprendi, da pior maneira, que alguns apenas deambulam por aqui, de alma apagada e de coração  demasiado dolorido para que não magoem os que se atravessam, sem demasiada cautela, no que consideram ser o seu lugar.   

Acredito que ainda vou a tempo de ter tempo para os que importam e que me importarei cada vez mais comigo, porque apenas assim terei verdadeiramente a importância que me atribuir.

9.5.21

Estás energeticamente alinhado?

maio 09, 2021 0 Comments



Falamos muito sobre o alinhamento energético, mas não sendo de todo fácil, nem sequer percetível para muitos, tendemos a relegá-lo para segundo plano, quando na verdade tudo seria mais simples e possível se o fizéssemos da forma certa.

Sentirmo-nos por dentro da forma que teremos que ser por fora, passando aos outros o que poderão copiar e repetir, é um trabalho em progresso, um percurso nunca totalmente percorrido e um desejo que deveremos saber manter vivo. Estar alinhado foca-nos com o importante e afasta-nos do que não serve nem importa. Saber, exatamente, o que precisamos de ter, de ser e de dizer, diz mais de nós do que toda a treta com que nos entupiram o cérebro e na qual passámos a acreditar, duvidando de tudo o que se afaste milimetricamente, porque nos deixaria sem chão e inevitavelmente inseguros.

Falamos de mudanças reais para que tudo possa mudar ao nosso redor, mas ainda somos pouco ativos e conectados com o que sempre existiu por aqui, apenas tinha nomes diferentes, ditos e escritos em línguas que poucos dominavam. Falamos, cada vez mais, sobre o que deve estar ao alcance de todos, mas a democratização da felicidade não foi instituída e provavelmente nunca o será para os que não a buscam. Desenganem-se os que esperam por fórmulas mágicas, o conhecimento existe para ser usado por quem o procurar, os restantes serão apenas e só a personificação do "carneirismo" necessário. Falamos muito sobre a evolução da espécie para um bem maior, mas se nos recursarmos a busca dos recursos que até estão ao alcance de todos, acabaremos por alcançar muito pouco.