22.12.21

E quando a luz se apaga?

dezembro 22, 2021 0 Comments



Olho para os teus olhos e percebo que a luz se apagou. Já não me vês e também já não partilhas dos mesmos sonhos. Olho e tento ver para onde fomos ambos bem como o amor que nos juntou, mas não encontro qualquer resposta.

Então é isto que acontece quando a chama se esfuma. Passamos a navegar nas mesmas águas, mas um vai e o outro vem de volta, focado numa margem diferente. Então é assim que se passa a sentir a solidão estando acompanhado. Deixamos de produzir e procurar momentos a dois, agora corremos para a multidão que nos esconde de nós e impede de nos olhar-mos, como estou a fazer agora, desesperadamente à procura de algo que me diga que ainda vale a pena, mas nos teus apenas o vazio.

Focámo-nos nos nossos e nas responsabilidades, mas deixámos de lado a criança que deveria ter sido mantida viva. Deixámos de nos segurar na nossa "ilha" e fomos invadidos pelo comum, sobrepondo-o ao que é importante. Afastámo-nos, sem demasiada programação, mas programando o fim inevitável. Adiámos o que deveria ter estado sempre aqui e perdemos os dois.

Olho para os teus olhos e eles estabelecem contacto, algo tristes e talvez incrédulos, porque certamente deixaram de se recordar do que nos aproximou. Olho bem fundo dos teus olhos e sorrio-te em confirmação, porque a verdade é que desistimos ambos. Olho-te, uma última vez, para que me possas ver afastar e desta vez sei que não me pedirás para ficar.

21.12.21

Estamos incrivelmente mais sós e solitários!

dezembro 21, 2021 0 Comments

Segundo parece, estamos cada vez mais sós nesta multidão de gente que vai e que vem sem nunca sequer olhar duas vezes. É o que vemos noticiado em todo o lado e também ouvimos de pessoas mais ou menos próximas. De repente desatámos a querer que nos cuidem em todos os percursos, mas escolhemos não cuidar de ninguém. Dá trabalho, é um facto, mas um dia poderá também tocar-nos de forma violenta e depois?

A solidão emocional é bem pesada e diminui até os seres mais fortes. Já a física, como a que nos forçaram, restringe as necessidades básicas de colo, de abraços sentidos e do calor que mais nada consegue. Estar por escolha é restaurador e benéfico a muitos níveis, mas a que nos é imposta por desamor, torna-nos menos capazes de superar as intempéries da vida.

O que estás a fazer da tua solidão? O que conseguiste aprender com a privação de amor, da tua e da dos que supostamente seriam as tuas pessoas? O que deixaste danificar de ti e do que te rodeia, porque nada andará apenas á tua volta? O que planeias fazer para mudar?

20.12.21

Olho por olho e dente por dente!

dezembro 20, 2021 0 Comments



"No olho por olho e dente por dente, o mundo poderá acabar cego e sem dentes" - Mahatma Gandhi

Andar em lutas constantes só serve para nos fazer escorrer as energias, e no final acabamos da mesma forma, cada um com as suas ideias e todos em pontos opostos da vida que se quer suave, nobre e viável. Já não dou para esse peditório e deverias fazer o mesmo. Recolhe-te e usa o silêncio para te reestruturares. Quem te disse que precisavas de ter sempre uma opinião? Aceita que por vezes nada sabes e que por isso te deverás focar no teu quadrado, permitindo que cada um tenha o seu.

A tolerância parece cada vez mais distante. Os dedos apontados, as trocas de informações desinformadas, a falta de empatia e a incapacidade de nos colocarmos no lugar do outro, está a devastar-nos bem mais do que o vírus. 

Se não te serve, segue em frente, não pises e repises, não ataques para te servir de defesa, ao invés protege-te da incapacidade de verem para além do óbvio. Cada pessoa tem a sua forma própria de sentir, sofrendo mais ou menos, por escolha ou desconhecimento, o teu papel, a acreditares que existe, é o de guiares, com generosidade e tempo, ou de tão somente permitires, porque não te cabem todas as mudanças do mundo e a primordial começa contigo.

TANTO trabalho provarmos aos outros que estão errados, que podes escolher provar-te certo.

19.12.21

Quem é o meu homem certo?

dezembro 19, 2021 0 Comments



Será que me é permitido escolher ou definir o homem que considero certo para mim?

Claro que tudo o que a mim me diz respeito me é permitido, e pretender ter alguém, preferencialmente para sempre, é não só legítimo, como desejável. Assim sendo, ou é alguém que me acrescenta e move, estimulando-me, ao invés de me abanar e deixar com os pelos eriçados em sítios que nem sabia ter, ou não o é de todo. Por esta altura do campeonato, com a minha idade, percurso e aprendizagens, já sei, com TODA a certeza, que tipo de homem NUNCA poderei aceitar.

Sou uma mulher de palavras, de pensamentos rápidos e práticos e NADA lamechas. Sei relativizar, analisar e permitir fraquezas, desde que as mesmas não sejam tatuagens que nem com laser se apagam. Posto isto, de que forma poderei aceitar quem não saiba juntar umas palavrinhas que formem uma frase com sentido? Para onde levaria quem ainda não soubesse o que faz aqui e do que me adiantaria ter quem não usasse as emoções, com a desculpa de poder ser usado e magoado?

Mas vamos por partes. Não sou atraída por "miúdos" e com isto entenda-se homens MUITO mais jovens do que eu. Porquê? Pela simples razão de que já sou mãe de três e nem eles me cansam com a dita imaturidade que vem com a data de nascimento, e essa ninguém muda. Sou mais adepta da "paridade" e por isso fui determinando que os mais velhos, ou da mesma idade que carrego, seriam mais próprios. Vai desta, recebo umas quantas bofetadas para acordar. Os ditos homens mais velhos, carregam o síndrome do "no meu tempo era assim, ou assado". Não há paciência! O que aparentemente passou a ser verdadeiramente importante, pasmem-se, prende-se com as refeições. Se não comem à mesma hora, nem que seja um segundo a mais ou a menos, ficam com a birra. Se não podem fazer as compras no local habitual, ou se lhes falta um ingrediente essencial, cai metade do mundo. Se o clube perde, estamos todos lixados com F. Se o governo e afins não os satisfaz, ficam dias inteiros a dissertar sobre o quão perdidos andamos todos. Pronto, vou dar a mão à palmatória e admitir que me caíram no colo os piores. Castigo talvez. Mas vamos juntar mais umas quantas. A barriguinha cresceu e já é tudo menos inha. Vida saudável que é bom, ou algum movimento que não passe pelo engraxar dos sapatos, é mentira. Ora aqui a JE, que é tudo menos conformada, parada e encaixada em padrões etários, merece no mínimo alguém que se mova e não apenas dum sofá para o outro. Eu escrevi que iríamos por partes, mas as ditas já vão longas e continuo sem encontrar o tal.

. E estás à procura?

. Não.

. Ora e então como planeias encontrar?

. Podia por exemplo cair-me no colo, desde que não tivesse excesso de peso.

Pronto, já servi o meu propósito e exorcizei, por hoje, uns quantos demónios, por isso não vos canso mais e vou só ali acrescentar uns items a esta já longa lista. Ser uma mulher que escreve dá nisto!


Tenho uma voz distinta, minha!

dezembro 19, 2021 0 Comments

Sei que nem sempre me enquadro, talvez por ter conquistado uma voz algo diferente, mais minha, mas que por me definir, total faz-me sentido. Não ando só porque a estrada existe e não falo para ser notada, prefiro que me ouçam.

Quando nos sentimos bem na nossa pele e vemos, diariamente, melhorias, conseguindo fortalecer a mente, cola-se a ideia de super poder que inevitavelmente nos torna mais fortes.

Sei que nem sempre me enquadro no que parece ser expectável, sobretudo duma mulher, mas entendi que me cabe a mim, em primeiro lugar, saber quem sou, para então depois reconhecer  os que aceito que o sejam comigo.

Ter uma voz distinta permite-me manter intacta as conversas com as quais me envolvo e apenas dessa forma poderão chegar, com alguma substância, aos que me ouvem, de contrário seria apenas mais uma.

18.12.21

Já aprendi a viver no momento!

dezembro 18, 2021 0 Comments

Viver o momento, bem mais fácil pensar do que fazer, mas com calma e determinação será tão possível quanto acordar e recomeçar. Todos os dias são dias novos e é em cada um que nos é dada a possibilidade de fazer diferente e melhor.  Já deixei de lado os inúmeros "nunca" que atirei para o universo e que me foram devolvidos com uma enorme chapada de nome realidade. Somos capazes de tudo aquilo a que nos propusermos e este ano, por sinal o meu ano NOVE, que na numerologia significa um ano de fecho de ciclo, decidi arrumar tranquilamente o que NÃO pretendo levar para o meu ano UM.

Agora dou comigo a sentir de forma mais intensa, mas a relevar e a desprezar, tranquilamente, o que não me acrescenta. O tempo passou a correr tão mais veloz do que consigo com ambos os pés, que o meu respeito por ele é indubitavelmente maior. Tanto que ainda pretendo ser e fazer. Tantas viagens físicas e emocionais a preparar. Tanto amor para compartilhar com os que me conseguem amar de volta, mas tanta capacidade de me desligar do que não me pertence.

Viver no momento, dizendo o que me sopra a mente; Sorrir para os que me pedem sorrisos com olhos inertes e falar apenas o que importa ser ouvido; Viver agora e não mais tarde; Viver com qualidade enquanto a mente e o corpo me acompanharem; Viver para passar o que sei e aspirando reter dos sábios o que aprenderam; Viver sem cobrar, porque cada um dará o que tiver, mas nunca deixar de me viver com o que estiver a sentir e a sonhar, porque no final apenas a mim terei contas a prestar.