15.1.22
14.1.22
Estou de volta e desta vez para ficar!
Estou de volta e desta vez para ficar. Cheguei e vi o que já sabia existir, mas que me parecia demasiado difícil de atingir. Estou de volta ao lugar de onde tive que sair para aprender o que de outra forma me teria levado mais do que uma vida, esta e metade de outra.
Os anos não passaram em vão para mim, absorvi cada um, passando a usar convenientemente o que me permiti aprender. Fui boa aluna, até mesmo nos momentos de maior distracção. Revi bem a matéria, anotando mentalmente tudo o que serve no agora. Cruzei-me com imensos e bons professores, mas também fui levada ao engano pelos que pareciam saber bem mais do que eu, não porque o tivessem dito, mas porque assim o considerei, talvez pelas longas viagens, só que na verdade nada se mede apenas em quilómetros percorridos, mas sobretudo pelas paragens e ajustes de rota.
Estou de volta à mulher que sempre soube que seria e mesmo que a volta tivesse sido grande, dada ao contrário e com mais medos do que coragem, cheguei e recuperei o que coloquei no meu caminho. As escolhas couberam-me na íntegra, até quando achava não estar a escolher. Dei os primeiros passos para cada uma das entradas para onde apontei e abri as portas que me permiti ver. Estou de volta ao tempo e momento em que, e uma vez mais por escolha, já me encontro habilitada a estar na dianteira de qualquer e todo o "veículo" que me decida a usar. Estou de volta e se alguma vez tiver que voltar a partir, será apenas para onde me puder continuar a sentir.
Que desculpas usas?
13.1.22
Insiste e recomeça, se preciso for, mas depois aceita!
Quando te permites mudar de ideias, tentar, insistir e ir à luta, consegues ver o todo da situação e é depois de toda essa entrega interior que te reergues e segues em frente.
As perdas amorosas deixam-nos capazes de nos doparmos para adormecer a dor, mas tal como reconhecem os sábios, porque já o viveram, às tantas a vida muda de velocidade, metendo uma nova mudança e mostrando-nos estradas nunca antes vistas. Temos que nos permitir fazer o luto de qualquer quebra emocional, porque apenas depois poderemos olhar e ver outra vez, sem pesos nem cobranças.
Amar requer coragem, porque estar com alguém a quem queremos muito, deixa-nos num lugar de enorme vulnerabilidade e risco. Acabamos por mergulhar num oceano sem saber o que vamos encontrar e será tão assustador quanto mais gostarmos da pessoa que reconhecemos. Mas já estar apaixonado, ui, isso é o mergulho na piscina rasa, vemos o fundo, queremos porque sim, a não fazer qualquer sentido, mas permitindo que as emoções andem aos saltos, descontroladas e sem qualquer nexo, mas felizmente passa, ufa!
Quando te permites entender o sinal de stop que te enfiaram cara dentro, acabas sempre por agradecer pelo inevitável e eminente acidente.
12.1.22
Será que te sentes mesmo livre?
A liberdade não se coaduna com a dor que nos infligem os que não sabem porra nenhuma sobre o amor. Podemos, SIM, amar, respeitar, dar espaço e confiar em quem nos move o coração da forma certa. Podemos e devemos permitir que a individualidade de cada um se mantenha e que os sonhos permaneçam intocáveis, porque é através deles que continuamos de pé. Podemos ver para lá do óbvio e não interferir no que cada um já construiu.
Quando somos livres e saboreamos tudo o que nos fornece a capacidade de decidir, de estar onde nos fizer sentido e de ir e vir tantas vezes quantas as que precisarmos para poder evoluir, não damos ao outro o poder de nos roubar o que tanto tempo leva a conquistar. Quando amamos de forma incondicional, sem cobrar o que não pretendemos dar e oferecendo a felicidade que eventualmente teremos de volta, passamos a levitar ao invés de andar e se decidirmos correr, será apenas para estarmos mais cedo no lugar que nos sossega a alma. Quando sabemos o que esperamos de quem nos chega e que nunca poderá ser a responsabilidade de nos sarar as feridas, até porque não terão como saber o que as causou, amamos sem pesos nem amargos. Quando a pessoa que a nossa deseja tem a "carroça" demasiado vazia, a viagem passa a ser mais ruidosa do que proveitosa e é aí que a devemos redirecionar e continuar sozinhos.
A liberdade que a minha determinação me ofereceu é demasiado preciosa para a deixar escorrer pelas mãos, as mesmas que rapidamente largarão os que ainda não legendaram o sentimento mais poderoso do mundo. A minha liberdade emocional tem-me permitido ver com clareza os que usam a noite para esconder o que lhes falta e que por esta altura jamais terá forma de chegar, por isso e ao invés de esperar, sentada, levanto-me e mudo de lugar.
11.1.22
O que achas que viste quando olhaste para mim?
O que achas que viste quando olhaste para mim? Quem te pareceu que poderia ser, para ti, depois de tudo o que percebeste que tinha? Até que lugares te permitiste viajar, levando-me para onde não antecipei nem escolhi? Quanto da realidade foste capaz de fantasiar, para que falhasses ver quem na verdade sempre fui?
Será que temos forma de entender o formato do outro, aceitando que não nos encaixamos, mas ainda assim esperando pelo que desejamos que aconteça? Os olhos da alma têm desígnios que o coração segue sem questionar, mas é aí que nos estatelamos ao comprido, ao esperar que a nossa vontade, desejo, ou amor bastem. As diferenças nem sempre nos complementam, na maioria das vezes apenas abrem fossos intransponíveis. As vidas que carregamos, nesta na qual nos cruzamos, são as legendas de todas as histórias que não queremos contar e o som das músicas que apenas soam a quem com elas se identifica.
O que acreditas poder mudar para que também mude, vire e revire até caber na tua vontade? Para que precisas afinal de quem não parece precisar de ti e que se tranquilizou o bastante para já não voltar a depender dum amor para ser feliz?
O que achas que viste quando olhaste para mim e criaste, sozinho, a pessoa que nunca terei forma de ser? Até onde vais permitir que a tua mentira te leve? Quero que saibas que de mim terás apenas a verdade, só tens que te arriscar a perguntar. De quanto tempo mais vais precisar para que pares de te mentir?
Não sei o que viste quando olhaste para mim, mas já eu sei que não vi a pessoa que me serve.
10.1.22
Sempre que telefonavas...
Sempre que telefonavas e que o teu timbre se misturava no meu, passávamos a ser, outra vez, as pessoas que já se tiveram antes e que acreditavam jamais poder existir mundo que os separasse. Era nas nossas longas conversas que nos levantávamos, mostrando o verdadeiro poder que carregávamos e que movia o outro ao ponto de fazer parar ambos os ponteiros do relógio. Sempre que nos oferecíamos o tempo que precisávamos para nos restaurar do que afinal não dominávamos, crescíamos na vontade de nos termos para sempre e acreditávamos, sem qualquer atrevimento de dúvida, que seria mesmo assim. Sempre que as tuas palavras faziam eco nas minhas, percebia porque motivo esperara por ti durante o que me parecera uma eternidade. Lembrávamo-nos das nossas partes mais importantes, oferecendo-as ao outro como se de um presente divino se tratasse e respeitando a respiração que se tornava ora ofegante pelo crescente desejo, ou tranquilo por todas as certezas que fazíamos questão de fazer existir. Sempre que telefonavas, e ainda me recordo de cada começo de conversa, nada mais importava, nem sequer o alimento que mantinha o meu corpo vivo, porque passava a viver de ti e por ti.
Foi com cada chamada telefónica que te passei a conhecer por dentro, sabendo de todos os teus medos, segredos e sonhos ainda por concretizar. E foi em todos eles que soubeste o que verdadeiramente precisava de ti. Passámo-nos muito mais do que amor, mas esse perdeu-se, algures num telefonema mais duro e no qual desistimos ambos, cada um à sua maneira e velocidade, mas ainda assim a ditar o que parecia ter tudo para vingar.
Sempre que telefonavas o meu dia mudava de cor e a certeza de que a felicidade tinha um nome, o teu, firmava-se nas gargalhadas descontraídas e nos sussurros de quem precisava de muito mais do que estava a receber. Foi com uma chamada telefónica breve que iniciámos o que o tempo nos parecia ter roubado, mas foi num outro bem mais curto que te ouvi dizer que desistias de mim e doeu mais do que o meu coração parecia poder aguentar, no entanto aqui estou, viva e ainda mais forte, a tentar que apenas o melhor de cada telefonema permaneça, porque é apenas assim que escolho lembrar-me de ti.