19.3.22
18.3.22
Vai na frente!
Vai na frente e prepara-me o caminho. Toma a dianteira e permite-me repousar, deixando de me preocupar com o que até consigo fazer, mas não faço assim tão bem. Mostra-me do que és feito e usa a tua força para acrescentares a minha. Sê o meu refúgio e o lugar no qual não precisarei de me esconder de ninguém, porque me manterás a salvo. Vai na frente e mostra-me o quanto estás capaz de fazer crescer o amor que me tens.
Nem sempre conquistei a coragem que me sossegaria o coração, porque escolhia a força aparente e a determinação que me quebrava por dentro, mas fortalecia aos olhos dos outros. Nunca tive, sei-o agora, quem me desse o colo que dizia não precisar e me assegurasse de que não teria que saber tudo, nem fazer tudo o resto sozinha. Aceitei, sem questionar, que nunca iria esbarrar na minha versão masculina, no homem que me conduziria, deixando-me liderar e que me amaria, permitindo-me chorar, quebrar e duvidar, mas apenas para juntar de volta todas as peças, jurando-me que não iria fugir, até porque não teria por onde.
Vai na frente, eu deixo e desta vez peço e agradeço. Vai na frente, mas não me largues a mão que passou a procurar a tua, sabendo que já sabes um pouco mais e que por isso posso respirar mais devagar, permitindo que a cabeça repouse no teu ombro seguro. Vai na frente ciente de que te seguirei sem medo, porque já lá estive, mesmo que sozinha, mas pronta para voltar a cada lugar contigo. Vai na frente desta vez e prometo que te revezarei na próxima, porque também irei estar onde te fizer falta, permitindo-te a segurança e o calor que o meu amor já te consegue passar. Vai na frente, mas olha para trás de quando em vez para que saibas que te continuo a seguir e que confio nos passos que os meus acabarão a repetir. Vai na frente, pelo menos hoje, porque preciso de te ver de outro ângulo, tranquilizando-me com as escolhas que me farão escolher melhor, mesmo que já tenha feito a mais importante.
17.3.22
Dias de mais cor!
16.3.22
Sei o que estás a lamentar!
Sei que estás apenas a lamentar o que deixaste escapar e te deixou a descoberto. Sei que já sabias o que pretendias fazer e que não ficaste com nenhum pingo de remorsos. Sei que não aprendeste nada sobre o amor, mas também sei que não me cabe ensinar-te.
Quando não somos a parte que acerta o outro, nada do que fizermos alguma vez será bem feito. Há tanto que deve ser visto e revisto em cada reinício, que se o falharmos, as chances de falhas monumentais serão maiores. Somos feitos de massas específicas, queremos o que poderá não fazer sentido para quem não quer de igual forma e não raras vezes dizemos o que não soa a coisa alguma, não a quem diz o oposto. Quando o que vemos no nosso futuro está, há muito, no passado de quem se cruzou connosco num presente que apenas servirá para que nos possamos reavaliar, avançar será tão errado quanto esperar pelo que não poderá acontecer.
Sei que estás apenas a lamentar que tenha descoberto quem és e o que carregas, mas que muito provavelmente terei tão somente atiçado a tua capacidade de dissimulação e que regressarás mais forte do que antes.
15.3.22
Dias diferentes!
E se estivesses mesmo aqui?
Se ao menos sentisse que a minha ideia de perfeição se encaixava e que conseguiria ser para ti o que representavas na minha vida, tudo o que sempre desejei já se teria instalado. Se o tamanho do amor que me dizias ter fosse realmente grande, nunca me teria sido dada a possibilidade de duvidar, quando o que sempre quis foi a pessoa que parecias representar, mas o que mais querias era tão somente que te quisesse. Se o que temos dentro bastasse para tocar quem nos toca, e chega sem aviso, mas numa espera que se eterniza, todas as estradas que percorremos, muitas delas sem saída, passariam a ser as certas. Se tudo o que fui considerando poder ter fosse mesmo meu, hoje, ou algures num tempo possível, o coração que continua a bater de forma inquieta, sossegaria, deixando-me bem mais pronta e tranquila. Se a forma como chegaste contrariasse o que nunca consegui ter, nem sequer de ti, não estaria apenas a falar do que sobrou.
E se estivesses mesmo aqui? E se tudo o que prometeste, quando nem sequer soava a promessas, mas tão somente a confirmações, tivesse sido cumprido, quem seria eu e em que lugar emocional estaria? E se nunca tivesses considerado desistir, será que ainda me manterias por perto, sabendo que uma vez contigo, dificilmente estaria com mais alguém? E se não me tivesses roubado a capacidade de voltar a amar, quem amaria hoje e de que forma estaria a receber o que me recusaste?
Se ao menos tivesse bebido menos de todas as palavras que usaste, ouvindo-as com atenção, menos coração e mais dúvidas, certamente que hoje não estaria a duvidar de todos quantos passam, mas não ficam porque não permito. Se ao menos não tivesses levado o que me pertencia e acreditei bastar para que me recompusesse do que não bastou, porque um amor que nos liga todos os botões é tão raro quanto serão os que amam sem condições, já não precisaria de escrever sobre ti. Se ao menos soubesse porque motivo me impediste de te oferecer tudo o que dizias precisar e que até tinha, não me negaria os corpos que poderiam manter o meu vivo. Se ao menos já tivesse parado de doer e as perguntas se sumissem como foste capaz de o fazer, deixando-me tão vazia que mais ninguém parece conseguir que consiga ser eu outra vez, o que vim fazer já estaria feito. Se ao menos não tivesse respondido à pergunta que mudou todo o meu percurso emocional, a tua presença nunca validaria a ausência que impuseste. Se ao menos soubesse como te esquecer...
14.3.22
Quem é a mulher que vejo?
Quem vejo agora e de cada vez que me atrevo a olhar-me com atenção?