5.5.22
Aprender a viver no hoje!
Aprender a viver no hoje é cada vez mais premente, porque nada do que possamos ter tido ontem nos bastará, se não o sentirmos no único momento que temos e que é o agora. Aprender a interpretar os sinais, sobretudo os nossos, poderá livrar-nos de muitos males desnecessários e seguramente que passaremos a ler melhor os outros, ajustando as suas palavras ao que verdadeiramente são. Aprender a aceitar os inevitáveis avanços e recuos necessários a qualquer início de relação, também nos deixa mais capazes de avançar sempre que nos soe bem e a recuar quando já não fizer sentido.
Quem disse que sermos dois era fácil, ou mais previsível para os que pensam, sentem e vivem em moldes idênticos? Ninguém, porque nenhum tolo o poderá jamais garantir. Onde andam os que já deveriam andar juntos, a viver o que ainda não lhes tinha sido permitido, mas que lhes cabe por direito? Que lugares os levaram para tão longe que não se souberam ver, mas que os aproximaram pelo que ainda teriam que viver?
Precisamos de aprender a escutar com atenção tudo o que ouvimos, afastando o que por vezes nem sequer é dito e dizendo apenas o que fizer sentido no momento, porque é o que nos segurará quando as dores forem demasiado fortes. Temos que aprender a entender os motivos que subtraem as palavras que julgamos merecer ouvir, mas que acabarão por surgir, quando fizerem mesmo falta. Apenas aprendendo o suficiente sobre o outro saberemos como nos passar à velocidade que lhes saberá a certo e apenas assim estaremos realmente a viver cada nova experiência.
4.5.22
O que sou para ti de cada vez que me tocas?
O que sou para ti de cada vez que me tocas? De que forma vês cada parte de mim, será que separas as que não te movem, assustam ou impedem de funcionar, ou apenas as misturas, desejando que te façam eventualmente sentido? O que sou, mesmo, para ti, quando e de cada vez que sinto que não estou a ser o suficiente? O que precisas de ter, pensar, sentir ou fingir, para que sintas algo comigo?
Já estivemos no mesmo ponto e momento. Já fomos tão cúmplices que nenhuma intimidade nos afastou, tal como a falta dela não nos demoveu de sermos e termos mais. Já acreditámos no que parecia ser natural, certo e capaz de espicaçar a nossa capacidade de nos bastarmos. Já percebemos que o nosso amor nos impede de procurar por um outro, mas parecemos perceber cada vez menos deste modelo de emoção, que parece envolto em mais dúvidas do que certezas. Já me despi de corpo e alma, mas ainda te vejo cheio de roupa e de armaduras, a deixares escapar pouco do que provavelmente explicaria tudo. Já te quis longe, sem as dores que me infliges por seres incapaz de me sentir e reconhecer, mas continuo a querer-te perto o bastante para perceber do que afinal percebo de mim, de quem sou e do que terei que me permita ter-te. Já me encolhi no chão, no canto oposto aquele de onde me vejo e para onde olho quando me quero ver. Já acreditei ser muito mais do que aquilo que mostro, mas e se for mentira, a minha mentira assumida e que me impede de aceitar que ainda não me aceitaste?
O que será que sou para ti de cada vez que julgo estar a ser tudo?
Dias que nos renovam!
1.5.22
Quando serei a tal de alguém?
Será que ainda terei como ser a "tal" de alguém? Será que saberei como passar o que já armazenei, primeiro para mim e depois para quem chegará com tudo, para que tudo receba?
Penso muito menos no que provavelmente até já deveria ter chegado, porque agora vivo da forma mais serena e revolta que consigo, sendo o vento que agita o mar, mas também ameniza as temperaturas altas. Vou a menos lugares, mas estou cada vez mais inteira em todos onde me encontro. Não me fixo no que ainda não chegou, mas sei de tudo o que me chegará, porque para isso trabalho e porque sinto todas as emoções que provocarão quando estiverem aqui, no meu hoje. Já sou parte de todas as partes boas que construí, mas que ainda reavalio, corrijo e melhoro, por isso não cedo a avaliações externas, mesmo que considere umas quantas, porque também analiso bem menos os que se constroem como melhor lhes serve.
Será que ainda provoco dúvidas nos que creem saber sobre mim?
Quando e sempre que sinto que ainda tenho muito para viver e experimentar, começo pelo início, sem procurar demasiado longe pelo que seguramente estará perto. Tenho um formato bem mais definido, mas entendo os que não se definem para o conseguir ver, porque não é de todo simples olhar para o complexo, simplificando-o, ou aceitar o simples sem qualquer complexidade.
Será que ainda poderei ser a pessoa certa de alguém que deseja parar de se acertar, por já ter o certo?
30.4.22
Quantos finais pode ter um fim anunciado
Quantos finais pode ter um fim anunciado? Quantas vezes teremos que ir e voltar até que já não se vá mais? Que dores nos magoarão tanto, enquanto não soubermos de nós, que magoem quem chegar, acreditando que nos reconheceu? Quando é que teremos que nos parar para que as dúvidas parem e voltemos às certezas que nos acertam o chão?
Nunca terei como te dizer o quanto importaste em mais esta viagem que aparentemente iniciei acompanhada. Não consigo, por mais que tente, sorrir menos a cada uma das minhas certezas e das escolhas de vida que já fizera antes, porque serão as que me assegurarão de que não poderei falhar. Tivemos uns quantos atalhos, muitos dos desejos que desejámos manter e sonhos que vamos ter MESMO que fazer acontecer, não eu contigo e seguramente que não da forma que antecipavas comigo. Nunca tive TANTO de bom para dizer e nunca disse TANTO a alguém de primeira viagem, mas porque me soube tão bem cada segundo de todas as horas partilhadas, vou continuar a guardar, no lugar mais bonito que tiver, o que foste capaz de me dar.
Não tenho medo da solidão, já não, porque nunca duvido do que tenho mesmo que continuar a fazer para que tudo o que me cabe se faça. Não reclamo da vida, NUNCA, abençoo sempre todas as lições e reconheço em cada uma a que me faltava aprender. Não fujo da certeza a cada dia mais provável, de me ver em longas caminhadas que farei, apenas eu, junto ao mar que me regenera a alma, sorrindo por cada um dos segredos que me foram permitidos revelar. A paz que agora me envolve será definitiva e a serenidade que uso servirá, sem qualquer dúvida, aos meus, os únicos amores com que me presentearam, porque a sua grandeza não deixou lugar para mais nenhum outro.
Quantos finais precisei de ter para saber que já tive tudo o que me fazia falta?
27.4.22
Faço por saber mais de mim!
Faço por saber mais de mim, porque apenas assim saberei o suficiente do que acabo a sentir por ti. Preciso de entender, ainda mais, o que me move, de forma negativa ou positiva, para que nunca me mova a ritmos errados contigo. Quero, hoje mais do que ontem, querer-te como precisas para que ainda me queiras mais e sosseguemos ambos.
Não sei se as probabilidades jogam a nosso favor, mas vou sabendo do que desejo que tenhamos enquanto nos tivermos nesta nova viagem. Faço poucos planos, mas planeio acrescentar uns quantos assim que o agora deixe de bastar e nos empurre para o que só poderá crescer. Preciso de muito pouco no que toca a promessas, mas quero que TUDO o que venha de ti me toque ainda mais, sabendo-me a certo até quando não o for completamente.
Faço, diariamente, exercícios que nos validam, mesmo que a medo, porque o erro é sempre mais provável do que as coisas certas que não nos deixam com certezas suficientes. Faço o que gosto e cuido de gostar muito de mim e da forma que te mostrará como pretendo ser gostada. Faço o caminho que me cabe para que vás cabendo inteiro na minha ideia de relação, mas não deixo de lado os caminhos que continuo a percorrer para que permaneça no único registo que me define. Faço por ser feliz, rindo e sorrindo de forma a que te contagie, porque preciso da tua felicidade, bem-estar e tranquilidade para receber tudo de volta. Faço como sei melhor, mas espero que me incentives a melhorar, ainda mais, para que encurtemos alguma estrada, mesmo que percorrendo as distâncias exigidas. Faço por gostar ainda mais de ti, todos os dias, esperando que nunca precise de te pedir que gostes verdadeiramente de mim.