10.6.22

Há sempre outra margem!

junho 10, 2022 0 Comments

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  Na outra margem até pode haver mais e melhor, mas enquanto estou "nesta", vou usufruindo      inteiramente do que me proporciona.

Como dar amor, recebendo amor?

junho 10, 2022 0 Comments


De que forma podes saber ao que sabes a alguém? Que medidas podes usar enquanto medes o amor que tens para dar, mas receando que nunca chegue da forma que armazenaste, achando que era a certa? Que palavras deves usar enquanto te expões, para que saibam quem és e o que representas, mas sem que te deixes demasiado nua e vulnerável? Quando é que percebes que já ultrapassaste a linha que separa o suficiente do muito e que mesmo achando que o amor não se mede e por isso não afoga ou quase engole, acabas a engolir quem não precisa de tanto? 

Crescer emocionalmente, desenvolvendo habilidades e perceções que os outros deixam passar, estando demasiado distraídos, ou sabendo os custos que os envolvem, apresenta faturas bem altas e que deverão  ser pagas de imediato. Ter a confiança e sabedorias que nos fazem saber exatamente o que ser e fazer, não nos deixa confortáveis para dizer tudo e acabam sempre por nos fazer voltar ao eterno lugar solitário. Perceber que a capa nunca poderá abandonar os ombros, mesmo que em dias escaldantes, arrefece-te inevitavelmente o coração. Aceitar que o mundo não está pronto nem aberto para os que sabem mais, querem tudo e precisam de ser do formato que faz sentido para que tudo o resto faça verdadeiramente sentido, leva tempo, mas é esse mesmo mundo que o ensina, da forma mais dura.

De que forma podes dar amor tendo o amor que te serve? Que partes de ti poderás manter enquanto tentas fazer parte de alguém? Quando é que percebes que precisas de voltar as costas ao movimento que parecia levar-te a algum lugar, aceitando, sem demasiadas dores, que ainda não chegou o teu momento? O que ainda te falta saber para que mais nada precise de te fazer falta e sejas apenas tu, ao teu ritmo, com as tuas músicas e sem as pausas que apenas servem para te fazer duvidar? Para quando o merecido repouso do guerreiro?

9.6.22

Conheço-te tão bem!

junho 09, 2022 0 Comments



Conheço-te vai para lá de uma vida e sempre te mantiveste assim, consistente e teimosa, mas com uma sabedoria e tranquilidades que chega a enervar. Nunca fazes o que é suposto. Não segues tendências, não admites imposições e não te vergas a convenções. Não és fácil e contigo só se pode amar ou odiar, no entanto consegui tirar-te a fotografia logo no início e percebi que na verdade és doce, responsável, confiável, autónoma e incansável no que toca aos teus objetivos, porque tens um carácter construído sob muito trabalho. Sabes ouvir e fá-lo sempre que alguém próximo de ti necessita, eu mesma já te "usei" para tentar perceber se estou no caminho certo e se me mantenho na minha aparente consistência, sem desvios perigosos. Gosto do teu olhar que se vai moldando ao tempo e às emoções e que me envolve, acentuando as palavras e os gestos. Gosto do teu gostar seguro e intenso, porque tens sempre uma razão para gostar. Gosto de saber que nunca dirás o contrário do que pensas e que precisas de entender que te entendem bem, sem dúvidas de maior, mas pronta para retirar as mais teimosas. Gosto da sensação de segurança que passas, de sentir que contigo a casa tem os cheiros da infância e que as janelas se escancaram para que veja sempre o que está para fora de mim, mas que também me fazem olhar para dentro do que sou e de onde estou. Gosto de contar contigo para tudo e de saber que o teu tudo me inclui.


Sinto que já te conheço há tempo suficiente para te aceitar como és e para te ver para além dos outros e do teu ponto e momento na vida, porque mesmo sem comunicarmos com a frequência que desejaria, estás sempre lá e sempre aqui, onde preciso.

7.6.22

Sei sim...

junho 07, 2022 0 Comments


Sei
que consigo amar-te com tudo o que carregas, até as imperfeições, desde que não me afastem. Sei o poder do meu amor e até aceito a forma como me vais amando, desde que não me diminua. Sei que vou ter que saber de ti devagarinho e que tiveste uma vida na qual nada de mim será escrito, e aceito, desde que reescrevas parte dela comigo e por mim. Sei da importância que preciso de ter para que sinta de alguma forma que te tenho, aceitando que nunca me pertencerás, porque não é suposto, desde que o meu coração possa chegar ao teu e o teu nunca silencie o meu. Sei o que sou capaz de fazer com o amor que já te tenho, porque ele tem crescido de forma sonora e consistente, mas preciso de saber o que farás com o amor que me dizes ter e prometo que o aceitarei, desde que não me saiba a sabores que sempre rejeitei. Sei que o respirar não pode ser pesado quando penso em ti, mesmo que me falte o ar quando sinto que poderei deixar de respirar por ti, e aguento, desde que não me culpes de te ter dado demasiado, porque não tenho outra medida. Sei o que quero e espero desta "relação" sem nome, sem rostos que não os nossos e sem lugares que nos pertençam, mas estou pronta para me refrear de cada vez que espere demasiado do que seguramente tardará, desde que eventualmente chegue. Sei mais do que pensas sobre esta avalanche de emoções inusitadas e sem comparação que as sustentem e só posso desejar que também o venhas a saber enquanto o tempo correr a nosso favor, mesmo respeitando que tens outra velocidade, desde que te consigas acelerar quando a estrada o permitir. Sei que te digo sempre TUDO o que precisas de ouvir e que NUNCA me impeço de te fazer entender o quanto passaste a importar para mim, estando até pronta para aceitar que o teu TUDO esteja muito próximo do POUCO, desde que ele eventualmente cresça.

Renovação diária!

junho 07, 2022 0 Comments
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                                     A palavra superação passou a ser uma das minhas favoritas!


Caçadores e caçados!

junho 07, 2022 0 Comments



Fizeram de mim um ser cerebral e por consequência analiso TUDO até à exaustão, percebendo que no que toca a relações, os homens, no geral, ainda não saíram da idade da caça, aquela na qual tinham que palmilhar, sem palmilhas que não existiam na altura, quilómetros e quilómetros para encontrarem uma presa. Ora bem, tirando os atuais caçadores, muitos deles de meia tigela, nada parece ter o interesse de antes e já nem a maioria das mulheres dão o mesmo trabalho. Que tédio!

Então isto tudo para dizer o quê? Que quando andam entretidos, os homens, a "caçar-nos", às mulheres, claro está, até fazem escalada em paredes a pique, mergulho em grutas recônditas e muitas outras coisas igualmente extremas, mas que não me ocorrem agora, também porque não sou dos seres mais visuais. MAS, e há sempre um MAS, mais cedo ou mais tarde, quando nos tornamos previsíveis, submissas e definitivamente caçadas, estragamos tudo, forçando a que os pobres recolectores tenham que iniciar nova demanda, satisfazendo a necessidade genética de encontrar desafios à altura.

- Então mas não querem lá ver que deixou de me dar pica? - Fala assim um gajo.

Já estou até a esfregar as mãos depois de ter teclado mais umas palavras, que não sou malabarista, para determinar o que podemos fazer para contrariar a coisa. Será que também passará por jogar, no sentido literal da palavra, mantendo-lhes o interesse latente e dando uma enquanto tiramos três?

- Explica lá bem isso.
- Vais ter que arranjar forma de te manteres sempre uns passitos à frente, dando a luta necessária para que te procure, mas não exagerando ao ponto de causar distrações, é que até o mais fraco dos caçadores sabe que por vezes a solução passa por desistir de uma estratégia para conseguir uma caçada bem sucedida. Percebeste?

Perceber até que percebo, mas tenho alguma dificuldade em ver as relações como puras manobras estratégicas, porque a acontecer, aí é que se iria de vez a vontade e a necessidade, que ainda mantenho, de chegar até a alguém sem que precise de mais do que o expectável. Recuso-me a ser caçada e mesmo sendo mulher, garanto que se for para arranjar alimento estarei à altura, mas se for para ser o alimento de alguém, então será conveniente que sejam MESMO capazes de MUITO mais do que táticas primitivas. A evolução impõe-se, sobretudo neste século, por isso atualizem-se os manuais, passando-se a dizer e a fazer exatamente o que se espera ter de volta, quer sejamos homens ou mulheres e seguramente que será muito menos cansativo que uma montaria aos javalis.