14.7.22

Estou num lugar "novo"!

julho 14, 2022 0 Comments



Estou num lugar "novo" no qual avalio e reavalio tudo o que fiz por ser e sendo, preferencialmente, ainda mais completa e serena. Estou finalmente sozinha, sem as pessoas de quem a minha pessoa cuidava, sabendo que poderia ser muito mais e já o era na verdade, mas receando o momento em que a minha principal função se esbatesse e passasse a ser primordialmente a mulher. Estou num mar que passou de revolto a demasiado tranquilo e agora só me resta equilibrar ambas as partes de mim, porque fui sempre duas, com dois pares de mãos que abraçavam e dois corações que se estendiam para que coubessem as pessoas que depois de mim, serão as mais importantes desta e de outras vidas, de outras porque só poderão já ter sido meus e senti-los desta forma, com uma ligação que os desliga da responsabilidade de me fazerem feliz, mas sendo-o para que sosseguem e vivam de forma plena a vida que lhes ofereci quando os concebi. Estou num lugar novo, vazio de sons e de cheiros familiares, mas pleno de memórias, de planos e de ainda mais sonhos. Estou no lugar onde terei que me saber reinventar, pela inevitabilidade, mas no qual saberei melhor quem sou e o que é suposto continuar a produzir. Estou num lugar que me acolheu, mas continuo sem saber onde pertenço, talvez porque seja de todos, até dos que ainda não pisei, mas querendo, muito mais agora, que a viagem comece sem data para voltar. Estou num lugar "novo" e dele só poderei sair renovada, porque sei que acabarei ainda mais forte e capaz de usar o tempo a meu favor. Estou num lugar "novo" e ainda só agora o comecei a perceber.

13.7.22

O dia de te tirar de mim chegou!

julho 13, 2022 0 Comments



O dia em que deixaria de te sentir de cada vez que ligas teria que chegar. O dia em que nada do ontem me interessa para o hoje, onde estou comigo e sem nada de ti, porque nada restou, acabou de se instalar. O dia em que nada do que dizes faz sentido ou me importa, porque o teu discurso desgastou-se, tal como tu mesmo quando percebeste que te daria trabalho, é este, é agora.

Não importa se fui uma tonta apaixonada e se me deixei levar pelo que parecias oferecer. Nem sequer importa se me desiludi, porque apenas contabilizo os dias em que me encheste e preencheste de certezas, desejos e vontades que não via satisfeitas há muito. O que temos é o que conseguimos carregar e sinto que te carreguei todo, à minha maneira, sonhando com o que poderias realmente ser. O que conquistamos é a capacidade de desmultiplicarmos a razão, porque por vezes ela apenas atrapalha, mesmo que nunca nos engane. O que guardamos para sempre é tudo o que nos permitimos sentir, sabendo que nos demos de forma inteira e real.

O dia de te tirar de mim chegou finalmente, mas gostei da viagem, adorei os toques e preservarei as palavras, essas foram muitas, tantas que certamente as voltarei a ouvir de uma outra boca que não a tua, mas que saberá o que fazer com a minha!

Quando não podes simplesmente dizer...

julho 13, 2022 0 Comments



Quando é que opinas demasiado e quando é que deixas o essencial por dizer? Encontrar o equilíbrio no início das relações, e até que já se tenham ambos sentido o conforto do outro, é muito mais difícil do que o que pomos por palavras. Algumas pessoas têm uma enorme mestria para nos deixarem a sentir bem e livres na nossa capacidade de exprimir o que desejamos, mas já outras...

O que é que te posso dizer e quando? Na minha modesta opinião, se tivermos que andar em bicos dos pés, falando demasiado baixo e não olhando intensamente nos olhos, apenas para não perturbar o outro e o seu espaço, então bardacaca, porque ou é, ou é. De que forma consigo conhecer-te, saber o que pensas quando pensas em mim e até onde te sentes capaz de ir por mim, se não o perguntar? De que forma te conheço os gostos e atiço os limites, se não te espicaçar? De que forma nos conseguimos entender e ler, se formos sendo sempre demasiado polidos e metidos na concha?

O que é que te poderia afinal ter dito, sem que te tivesses sentido  mortalmente atingido? Teria sido bom que mo fizesses saber, porque saber de ti seria a diferença entre ficarmos, porque te encaixavas, ou desistirmos porque eras demasiado diferente. De que forma esperavas que fosse o meu formato e o que é que te manteve de pés atrás, enquanto os meus seguiam determinadamente na tua direção? 

Menos com menos só dá mais na matemática, porque em qualquer outro quadrante da vida, sobretudo no amoroso, apenas o mais com mais nos certifica do que precisamos de ter a dois, de contrário ser um passará a bastar.

12.7.22

Estar sozinha é difícil!

julho 12, 2022 0 Comments



Estar sozinha é difícil, quem é que se atreve a dizer o contrário? Consigo percebê-lo quando o tempo me sobra, quando vagueio sem ser incomodada, sem que me cobrem o que quer que seja e por falta de hábito acabo a não saber muito bem o que fazer nem para onde ir, no entanto tenho-me comprometido em aprender, sabendo que me vou cuidar melhor, sendo a que decide e escolhe. Estar sozinha é difícil, mas podemos sair triunfantes, sabendo exatamente onde estamos e o que desejamos. Por sermos animais de hábitos, e porque nós mulheres fomos formatadas para cuidar, o que custa mais é "desprogramar". 

Mas estar sozinha também nos enche de uma liberdade que ninguém rouba. Passamos a acertar os próprios passos, indo e voltando sempre que tivermos vontade. Tornamos os dias mais lânguidos, ou aceleramos cada viagem para estarmos onde precisamos. Também sonhamos com os colos que não temos, mas respiramos fundo perante a normalidade que nos acompanha e por sabermos que controlamos a nossa vontade.

Estar sozinha é difícil, porque me estão vedados os abraços que até acredito que mereço e cada um dos beijos que devolveria com tudo o que tenho dentro. Estar sozinha tem sido um misto de teimosia perante a determinação em não incluir ninguém e a vontade de que alguém valha a pena ser incluído. Estar sozinha é o que pareço precisar para entender qual o meu papel, mas espero fazê-lo com a brevidade que me impedirá de ficar demasiado confortável. Estar sozinha é difícil, mas já foi bem mais e é isso mesmo que me assusta!

11.7.22

Dilemas do século!

julho 11, 2022 0 Comments



Estamos a cada dia mais determinados, mas mais sozinhos. Já não parecemos procurar a nossa metade, talvez porque tenhamos entendido que somos um só e completos, mas estamos decididamente mais solitários, desconfiados, impacientes e inflexíveis. 

Já não procuramos aprovação e estamos onde nos fazemos falta, mas passamos o tempo útil a falar do que ainda não temos e parece ser sempre tanto quando somos apenas nós. Estamos constantemente a planear o que nos deixa mais livres, mas sentindo-nos invadidos por uma prisão emocional que nos sentencia sem qualquer pena determinada. Já não usamos o "nós" vezes que bastem e o "eu" chega a ser exaustivo e revelador de enorme insegurança. 

Estamos em constante fuga e assumimos que a dependência nos enfraquece, no entanto não parecemos mais fortes, não aos olhos dos outros. Já não dividimos o importante, mas subtraímos frequentemente o que multiplicaria o outro. Estamos mais egoístas e incapazes de olhar e ver, mas querendo e esperando ser vistos sempre. Já ninguém parece servir ou ser certo, mas continuamos erradamente a planar pelas mesmas pessoas com as mesmas características. Estamos mais duros e impacientes, mas reclamamos da impaciência alheia, levando o outro quase à loucura. Já não cuidamos do corpo nem o respeitamos, mas acabamos a noite a exigir que o valorizem e parem de usar. Estamos menos doces e compreensíveis e puxamos de palavras duras para dizer o que nos sairia bem melhor se ao menos nos ouvíssemos. Já começamos a perder  muito antes de qualquer ganho e o triste é que no final ficamos todos muito mais longe uns dos outros.

10.7.22

O que é que nunca devemos dizer?

julho 10, 2022 0 Comments



O que é que nunca devemos dizer enquanto lutamos contra a vontade de dizer tudo? Do que não se deve falar, ou que pensamentos nunca partilhar quando começamos a partilhar vidas? Quem é que nos é permitido ser, enquanto criam modelos da pessoa que supostamente somos? O que pode arruinar uma relação, demasiados silêncios ou a busca intensiva das palavras?

Irra que já fiquei cansada só de tentar enquadrar tanto pensamento. Decididamente incluir dá trabalho e há que haver disponibilidade mental para se ser bem-sucedido. Não há nada pior do que falar para o espaço, espalhando pensamentos que não parecem conseguir apanhar, mesmo que usemos bonecos. A aparência conta, já todos estamos de acordo, mas a conversa, os pontos em comum e o espírito ocupado com os neurónios certos, isso já só para os sortudos do planeta.

Vais ter que fazer algum trabalho de casa, por isso se gostas de uma mulher que usa as palavras com a velocidade da luz, é bom que saibas articular umas quantas, bem embrulhadas em pensamentos que se interliguem e já não é pedir muito. Se a mulher da tua eleição é virada para o desporto e alimentação saudável, não podes, nem deves, ser um cruzamento entre um javali e um porco da Índia, de contrário vais apenas embrulhar os "tachos". Se a dita cuja é das que dá o sim senhor e mais cinco cêntimos (troquei os centavos) por um pé de dança e sonha com o final da semana para mostrar a roupa nova justa e a maquilhagem exagerada, não podes ser do tipo pantufinhas e noite de cinema em casa com pipocas do micro-ondas. Poderia estar para aqui a dar vários exemplos de gostos e características, mas certamente que já percebeste onde quero chegar. Tudo tem um encaixe certo, tal como as peças dos puzzles e não adianta forçar nenhuma, porque somos o que somos e não mudamos por ninguém, mesmo que o arrisquemos no início, achando que cai bem.

Vou voltar à pergunta inicial que parece não gerar consenso, o que é que nunca devemos dizer a quem começou a viagem connosco? Eu sei o que não digo, mas já começo a querer dizer ainda menos. Também sei o que não pergunto e o que não preciso de ouvir, não até que já saiba exatamente o que comecei. Quanto a ti, pensa bem no assunto e talvez a tua taxa de sucesso aumente. Boa sorte!