17.8.22

Leva-me para casa!

agosto 17, 2022 0 Comments



Leva-me para casa. Segura-me as mãos e diz-me que vai tudo ficar bem. Aperta-me forte nos braços que sempre me abraçaram mais do que o corpo que sinto frágil e sem que o reconheça, porque me susteve corajosamente todo este tempo. Leva-me para casa, mesmo que não saiba o que representa e que morada escrever para que me reencontre enquanto finjo não estar em lugar nenhum. Tira algum do peso que me verga os ombros e mantém-me de pé, porque não posso cair, não ainda e sobretudo não agora. Leva-me para casa já que pareces saber onde fica e até dizes ter-me reconhecido enquanto abria a porta que o meu coração tanto desejava fechar. As janelas já não pareciam deixam passar a luz e as cores das paredes, as de dentro e de fora, estavam a escorrer como se o quadro tivesse sido mal pintado, mas foi assim mesmo que me viste e tens sido tu a manter-me acordada, até quando os sons não me chegam, ou acabam por ser tão altos que nem ouço o coração bater. Leva-me para casa enquanto consigo quere-lo, querendo que o que me afastou me deixe regressar. Leva-me para casa, nem que seja ao colo, mas não me deixes continuar por aqui, assim, muito mais tempo.

16.8.22

Nunca sabemos nada!

agosto 16, 2022 0 Comments



Nunca parecemos saber o suficiente e raramente descodificamos os outros ou sequer conseguimos ler-lhes os sinais, é pelo menos essa a sensação com que fico a cada dia!

Falamos, falamos, analisamos, tentamos seguir padrões, acreditando que os sinais levam a algum lado, mas depois surgem pessoas no nosso percurso que nos mostram que nos dias de hoje nada parece seguir conforme planeado, já ninguém reage ao que é suposto, deixando-nos inevitavelmente desarmados e incapazes de lidar com o que não conhecemos.

A normalidade também pode ser boa, saber com o que contamos e com quem, dá-nos segurança, permitindo-nos saber como começar ou de que forma terminar e não existe mal nenhum em ser previsível. Nos dias de hoje parece que andamos todos a funcionar em código, com imensos botões que colocamos bem visíveis, mas sem qualquer instrução. Forçamos a que os outros a pensem, imaginem e façam perguntas que raramente voltam com respostas, ou seja, andamos como que a balançar-nos em cordas, sendo alguns mais malabaristas que outros, mas acabando, uns e outros, de cara no chão.

Podia ser tudo tão simples e claro, mas pronto, ou entramos no jogo, ou saltamos fora. Por enquanto vou-me deixando ir, tentando perceber onde rebentam as águas, mas não sou das que morrem na praia, por isso, devagar até que posso ir, mas a rastejar é que não, no way!

15.8.22

Sinto a tua falta...

agosto 15, 2022 0 Comments



Mesmo o cinzento do céu não abafa o verde das árvores que em breve terão pinceladas de um castanho-mel. Até as nuvens que correm velozes permitem continuar a sentir o calor que virá das pessoas certas, das que ligam para um simples olá, das que se preocupam mesmo e que nos provam que a amizade uma vez instalada permanece.

Já não te tenho tantas vezes, mas sabemos ambas que estamos lá, aqui, em todas as frentes, uma para a outra, partilhando-nos e às nossas preocupações, rindo das tolices e quase chorando das derrotas inevitáveis, porque nem sempre se vence. Sinto-te diferente, uma mulher determinada, de mente mais disposta e aberta ao que será bom para ti. Acho que percebeste finalmente que afinal controlas bem mais do que julgavas, que tens algo a dizer que merece ser ouvido e é por isso que aceito os teus conselhos, porque o fazes de forma a provar-me que nem sempre estou certa, ou tão simplesmente, que tenho que aprender a ceder. Sinto-te a falta. Falta dos nossos momentos de análise desenfreada da vida, das partilhas, dos medos, das esperanças, dos amores mais ou menos correspondidos e das nossas vidas num todo, porque já estamos por aqui há umas quantas décadas.

Ainda há verde, muita cor, mesmo que envolta em alguma solidão, sobretudo porque apenas sentimos falta do que acaba a fazer falta realmente. É bom que saibas que já embarquei em mais uma "viagem" promovida por ti e espero sinceramente que desta vez tenhas mesmo razão, até porque estou a precisar de que precisem de mim como atestas.



12.8.22

O que é que quero?

agosto 12, 2022 0 Comments


Quero acreditar que te digo sempre tudo e que o que faço, fazendo-o contigo dentro, me representa e ainda acrescenta o que possa ter deixado passar. Quero, porque preciso, que saibas o quanto moves o meu universo, tirando-me da minha zona de conforto, mas confortando-me perante o que na realidade até consigo fazer. Quero querer-te sempre desta forma, ou mais se possível, porque ainda estou a descobrir os teus sabores. Quero que acredites que amar-te está a ser um desafio que pretendo vencer.

Nada substitui o toque, os olhares que olham para conseguir mesmo ver e os momentos que nos oferecemos para que o outro nos ofereça o que tem. As relações carregam etapas e têm uma sequência que por vezes baralhamos, mas apenas para regressarmos ao ponto de partida, porque é de lá que se começa. Somos feitos de uma massa própria que por vezes esconde o que tivemos, ou fomos incapazes de conquistar e é com ela que devemos trabalhar para que um novo lugar se abra e alguém consiga entrar.

Quero, mais hoje do que ontem, que saibas o que já sei de mim, porque apenas assim me terás inteira. Quero o teu coração tranquilo, mesmo que a bater desenfreado por mim. Quero que cada novo beijo te forneça os códigos que me descodificam e quero que me continues a querer assim, como já és capaz de mostrar e prometo que te mostrarei o que ainda receberás por me teres escolhido. Quero um amor simples e seguro, mesmo que envolto em mil inevitáveis inseguranças e quero que esta viagem nos leve sempre de volta ao que já sabemos querer um do outro.