13.11.22
12.11.22
Gostava tanto de gostar de ti!
Gostava tanto de gostar de ti da mesma forma como te amo!
Por norma só sabemos do que vivemos, ouvimos ou de alguma forma conhecemos, mas contigo foi diferente, irrequieto, pesado, intenso e doloroso. Andei sempre perdida a tentar dar nomes a cada situação nova, mas fiquei sem letras do vocabulário para reusar, acabando por me sentir verdadeiramente usada. Gostar de alguém parece ser o processo natural, no entanto e porque o coração por norma decide tomar a dianteira, amar é consideravelmente mais fácil.
Já não vou ter no futuro o mesmo tempo, ou oportunidades que no meu passado, por isso escolhi continuar a gostar de mim o suficiente para te deixar ir. A pessoa que antecipo do meu lado tem que ser sobretudo meu amigo, velando o meu sono para que os sonhos não me impeçam de viver e vivendo comigo o que mais ninguém conseguiu fazer. Um novo amor, a acontecer, terá que saber de que forma reescrever uma história comum, retirando-lhe todos os episódios obscuros. Ter por perto quem se lembre de mim a cada acordar, de mim em primeiro lugar, começa a parecer uma realidade distante, apenas porque os dias parecem ser poucos para que se esqueça de quem nos abraça sem cobrar e nos beija simplesmente por conseguir amar.
Gostava de não precisar de desgostar de quem me afagou o coração, mas também o dilacerou para sempre, porque já me provei que amar nunca será suficiente, não quando gostar parece carregar o peso do mundo.
11.11.22
Aqui estava eu...
Aqui estava, como sou, de braços abertos e pronta para receber quem julgava ter reconhecido. Aqui estava, sem demasiados medos, mas cheia de receios que se revelaram fundados. Aqui estava, até ao dia em que precisei de me retirar, desistindo do que afinal nem sequer tivera.
Não levei mágoas na bagagem. Não me escudei em desculpas, até por que nunca as uso e não me impedi de mostrar quem era, mas nem assim consegui ver-te. Foi sempre tão fácil acreditar que eventualmente o poderia fazer, sabendo que o que dizia e a forma como me conduzia me refletiam na íntegra e que isso bastaria. Fui eu sem as máscaras que normalmente me cobrem a face e o coração, mas depressa me arrependi de baixar os muros que me protegiam sobretudo de mim, porque tendo a julgar os outros pelo que sou.
Aqui estava, sem nunca bastar e sem ser a que eventualmente mudaria o curso de uma vida aparentemente desejada. Aqui estava, sozinha como antes, tendo apenas por companhia o que me arrancaria todo o sabor doce que me brota dos lábios, porque é com eles que beijo e me passo. Aqui estava eu, mas consciente de que não poderia estar por muito mais tempo. Aqui estava, eu e tão somente eu comigo...
10.11.22
Tanta saudade...
Tanta saudade do que não tive e do que acreditei poder viver. Tanta vontade de apenas sentir vontade, conseguindo mesmo saborear a pessoa que a minha precisa de ter. Tanta desilusão e desejo de poder arrancar cada um dos pedaços que se colaram, talvez para que nunca me esqueça do que errei ver. Tanta saudade do que consigo sonhar, mas que nunca trago de volta para "aqui". Tanta falta de amor...
Estar assim, sentindo assim, só pode ser mais uma lição para aprender. Falhar assim, permitindo que mais um amanhã tomasse conta dum ontem errado, só pode ter sido uma ingenuidade descontrolada e cega. Estar assim, sem que entenda por que motivo acabei assim, revolta-me a mente cansada e endurece-me o coração castigado. Estar assim foi por decisão, mas acabei por afastar a escolha que me cabia de não ter que me sentir assim.
Tanta saudade de beijos reais e sem pensamentos de grupo. Tanta saudade de ter nos braços quem me tivesse acolhido, a mim, apenas a mim. Tanta saudade de não precisar de me perdoar, porque estaria mesmo a viver. Tanta saudade de um amor que se parecesse com o meu. Tanta saudade de já te ter aqui, no lugar que teríamos escolhido os dois.
9.11.22
Quero saber o que é o amor!
Quero saber o que é o amor, aquele que alguém sentirá por mim com entrega e sem desvios. Quero saber ao que sabe ter quem me inclua sem reservas, reservando-me o melhor que tem e conseguiu ser. Quero, ainda nesta vida, sentir que mudo a vida de alguém e que a minha passará a ter as cores que já uso. Quero uma alma resolvida e pronta, porque apenas assim fará sentido que a minha o esteja. Quero que a felicidade me enfeite os lábios que apenas serão beijados por quem sabe o que tem para mim.
Ainda vou esbarrando em quem apenas se deixa passar sem nunca olhar, mas esperando ser visto. São a cada dia mais os que se arrastam por cada nascer e pôr do sol, acreditando que ainda terão outros tantos. Não consigo deixar de analisar as dores de alma e os amargos de boca autoinfligidos por tantas almas perdidas, que o desalento acaba por se colar, visto não os poder salvar a todos.
Quero saber ao que sabe um amor simples, sem demasiadas lutas internas nem esforços desmedidos. Quero que a pessoa que escolhi me queira por saber o motivo, sem precisar que o mundo o valide. Quero que os meus olhos apenas se pousem na pessoa que me souber ver. Quero a cada dia mais, arriscando permanecer assim, como me encontro, de bem comigo, livre por o poder decidir e liberta de amarras que não me alimentam o coração. Quero o que sei não ser demasiado, porque já percebi que existe.
7.11.22
O tempo no meu tempo!
Estou assumidamente fascinada com o tempo. Correr é o que tenho feito e quase que arrisco dizer que não o vou deixar de fazer, mas desacelerar e contar cada minuto do meu temo passou a saber-me muito bem. É tanto o que já deixei passar e são tantas as pessoas que já estiveram na minha vida, mas que partiram, que o tempo me merece imenso respeito. Os momentos de alegria intensa que se colaram, mas que também se esfumaram, forçam-me a perceber que importante é o que tenho, o que vivo, sinto e sou capaz de passar.
6.11.22
Será que já desisti do amor?
Será que o medo de te expores aumenta de cada vez que esbarras em quem te derruba? Será que passas a escudar-te do mundo quando te perdes no teu próprio quadrado de vida? Será que são os outros que te amargam, ou és tu que desistes de encontrar quem te asseguraria de que o amor ainda existe?
Tudo o que é novo é passível de carregar boas e más experiências, se as evitarmos não vivemos, mas se as abraçarmos poderemos acabar marcados, qual ferro em brasa, para sempre. Ninguém parece ser o que mostra e ninguém consegue mostrar ao que vem, não de início e não quando seria fácil desistir. Estamos a padecer, coletivamente, de incapacidades que nos mutilam o órgão principal e nos atiram para a solidão e para o vazio.
Será que ainda temos alguma forma de salvar os perdidos, os que parecem ter desistido de usar apenas a camada visível, com receio de serem forçados a ver os outros? Será que querer bastará para que nos queiram? Já percebemos todos que não!