23.4.23

Tive um vislumbre de nós!

abril 23, 2023 0 Comments



Tive um vislumbre de nós e espreitei para o que seremos, quando finalmente o formos. Estive no nosso futuro sabendo que era apenas um presente e gostei de nos sentir lá. Percorri caminhos novos e cheios de desafios, mas desta vez não estava sozinha. Tive um vislumbre de nós e disse-me, mais do que uma vez, enquanto seguia de longe, mas suficientemente perto para sentir o amor que nos abraçava, que gostaria de já lá estar. Ouvi cada uma das palavras que nos oferecíamos, tranquilos, fortes e seguros do que já tínhamos vivido para nos estarmos a viver. Acompanhei um dia inteiro desde o nosso acordar, sentindo o peso das horas que nos pareciam faltar e de tudo o que nos sobrava, mas apenas para acrescentar. Dormi no nosso adormecer e senti a força que nos chegava com tanto querer e foi assim que te quis ainda mais. Tive um vislumbre de nós e enchi o coração duma esperança irracional, mas que me permitirá esperar por um dia naquele futuro.

22.4.23

Quantas vezes foste mesmo beijada?

abril 22, 2023 0 Comments



Quantas vezes beijaste a boca que te era oferecida com entrega, sem máscaras, ou a mascarar o que já sabias não conseguir dar? Quantos sabores provaste quando sentias não serem os teus e quanto tempo duraram? Quantas saudades sentiste do que era fácil, verdadeiro e que te levava sem recuos? 

Nada do que me ensinaram me permitiu aprender sobre a mente humana e a sua capacidade de se desviar do que a perturba. Nunca li, em nenhum livro que pudesse referenciar, o que ser para quem não fosse nada para mim e quem ser quando sentisse que não conseguiriam ser o que me importava. Ninguém me inundou de palavras sobre o amor ou a falta dele, e jamais perguntei pelo que acreditava ser natural e recíproco, até ver a pele queimada por quem me tocou sabendo que não era eu.

Quantas vezes conseguiste camuflar-te do que te deixaria a alma mais escurecida? Quantos amores deixaste passar acreditando que já estavas a ser amada? Quantas viagens ainda planeias fazer depois de te teres impedido de parar, acabando parada pela inevitabilidade?

Tudo o que aprenderes sozinha, mesmo que da pior maneira, vai seguramente mostrar-te o que escolheste ignorar, mas que ainda assim te chegou no formato da lição necessária.

21.4.23

Apenas tu saberás quem ser e quando!

abril 21, 2023 0 Comments


O amor deixar-te-á tão preso quanto te fizeres sentir, porque a procura incessante pela metade inteira que parece faltar-te, vai apenas deixar-te com faltas ainda maiores, desviando os que até poderiam libertar-te. Escolhes o mais difícil na esperança de que acabe a facilitar o restante processo, mas sabendo que é dessa forma que desrespeitas o teu agora e os momentos que nunca verás repetidos, tal como as gargalhadas que já não te enfeitam os lábios. 

Saberes que tens escolha e que o teu poder existe para te deixar visível e no lugar que te pertence, deveria bastar para que te cuidasses melhor. Manteres-te firme na decisão de não permitires que te magoem, passaria a ser a saída acertada de todas as portas que te vedam a entrada. Levares-te pela mão, respeitando os teus ritmos, vontades e sonhos, é o que te fará continuar a ansiar pelo que já é teu, apenas não teve forma de te encontrar.

Estarás demasiado focado no outro lado se desvalorizares o que já conquistaste, porque a verdade é que apenas precisas de quem precisar de ti, todos os outros serão tão somente uma ponte para a margem certa e definitiva. 

20.4.23

Ainda contemplas recomeçar?

abril 20, 2023 0 Comments



De que lugar partes quando tens que recomeçar?

Gosto de partir do zero, do número que dá início a todos os outros e que permite incluir quem chega e procura instalar-se. Gosto e espero, que partam de igual ponto comigo, porque as minhas malas já foram pousadas e porque não gosto de arrastar quem se recusou a caminhar. Gosto de deixar o passado no passado e de me focar no presente, sem que o futuro se transforme num potencial problema. Gosto de ser gostada de forma determinada, mas tranquila. Gosto do sabor que me fica na boca quando sou beijada pela minha pessoa certa. Gosto de saber do que sabe quem já decidiu que queria saber de mim, porque é isso que me faz ter vontade de recomeçar.

O que esperas de quem te inunda DO sentimento a cada dia mais raro, e estou a falar obviamente do amor?

Espero TUDO o que consigo dar. Espero certezas e lugares em comum, sem que nos atropelemos. Espero razão a par da emoção e que as dúvidas se dissipem com as desejadas certezas. Espero um amor novo enquanto continuo pronta e que nos saibamos reinventar para que até o difícil nos saiba ao fácil possível. Espero a verdade em todas as etapas, até nas dolorosas e a verdade é que continuo à espera, mas já sem qualquer obrigatoriedade de esperar.

19.4.23

A carta que merecia receber!

abril 19, 2023 0 Comments


Olá minha querida,

Gosto de te surpreender e de te oferecer o que tanto me dás e que passa sobretudo pelos sons que embalas com cada palavra usada e é por isso que sei que estás a ler, de forma sôfrega, cada linha, analisando-me como sempre fazes, na esperança de saber um pouco mais sobre mim e de me conheceres a alma. Escrevi-te para te dizer que gosto de gostar de ti como és, mesmo que sejas diferente de tudo o que já conheci. Gosto do teu olhar sereno e do tempo que se pousa no meu, sem me desconcertar. Gosto do teu sabor doce e de que ele se misture com o meu. Gosto de te ver dançar quando os ritmos te entram tão dentro que te esqueces do mundo. Gosto da tua enorme sabedoria quando falas do incomum, mas também do desconhecimento total e inocente em tantos outros assuntos. Gosto de te dirigir e levar para lugares que não conheces e que me fazes ver com um olhar novo. Gosto de ti mulher e não me estou a convencer, apenas a devolver o que me dizes sem qualquer receio.

Não te planeei, nem sequer procurei, mas encontrar-te tem-me devolvido a pessoa que perdi quando apenas andava por aqui. Estava desacreditado e até preguiçoso para me voltar a envolver, mas derramaste em mim um frasco tão cheio de melaço, que conseguiste adoçar tudo o que passei a comer e a beber. Nunca antecipei as infindáveis conversas que nos levam dentro, mas jamais voltei a temer a liberdade de apenas sentir e de me oferecer. Chegaste porque precisava de ti, mas passei a ter um medo terrível de te perder.

Gosto deste novo eu e é com ele que pretendo encher-te e preencher-te de mim. Estou a aprender a gostar da tua forma serena e revolta e é por isso que gosto verdadeiramente de ti, tanto que até te amo.

Até já M.D.M.V

Eu

18.4.23

Quem sou e o que faço aqui?

abril 18, 2023 0 Comments


As crises existenciais não são a minha praia. Não gosto de não saber quem sou, o que me cabe fazer e até onde preciso de ir. Procuro, incansavelmente, por cada um dos momentos nos quais poderei ser apenas eu, como me fizer sentido e aligeirar os dias. As conceções na forma de anti-resistência, não me tornam mais resistente, acreditem, já o tentei. As palavras que agora uso bem menos, sobretudo com quem não as entende, explicam-me o que os meus silêncios já descodificam, de forma serena e revolta, mas sempre em meu benefício. A certeza de que sou diferente e que jamais procurarei pelo igual que nos afasta a todos, faz-me continuar a trabalhar no que ainda verei acontecer. Estou bem mais focada em mim e em tudo o que me enche de energias, porque do nada se esvaziam e porque não pretendo esgotar-me para que me escolham. 

Quem sou e o que faço aqui? Continuo a trabalhar ambas as perguntas, porque pareço ser sempre  diferente, dependendo de quem me olha e dos poucos que me conseguem ver. Já faço muito e encontrei uns quantos propósitos, mas com espaço para bem mais. Onde me vejo quando olho para a frente? Em cada um dos lugares para onde seguramente voltarei, porque já estive em cada um. O que posso e devo continuar a dar? Tudo o que conseguir receber de volta e nem uma grama a menos.

17.4.23

Mente-me!

abril 17, 2023 0 Comments


Olha-me nos olhos e mente. Diz-me tudo o que preciso de ouvir, mesmo que estejas a mentir, até porque mentir te desresponsabiliza do que possa vir a sentir. Afaga-me os cabelos enquanto descanso a cabeça no colo que deveria confortar-me, mas ainda assim mente. Toca-me, como apenas a ti permito e mesmo que não te saiba tocar dentro, finge que consigo e mente. Mente para me salvares do que escolhi acreditar e mente de cada vez que duvidar do que sei ser verdadeiro. Mente quando não souberes o que me responder e pergunta-me como estou, mentindo para mostrares que te preocupas. Mente que sentes tanto prazer quanto o meu corpo te mostra, estremecendo com os teus toques e com a tua recusa em te entregares. Mente para que me continue a mentir, enquanto empurro para a frente o nosso final e permaneço incapaz de te dizer a verdade que me corrói. Mente para que não tenha que te cobrar o que nos salvaria e mente-me porque ainda o consigo permitir. Beija a minha boca que procura a tua, esperando que o sabor me saiba ao amor que te sopro e que apenas me devolve as mentiras que te deixei construir, mas que me estão a destruir. Mente-me hoje, porque ainda me recuso a mover as partes de mim que já anteciparam o fim. Mente-me generosamente e acreditando também tu, que poderás continuar a fazê-lo.